Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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27.04.2013 Views

censuras, xingamentos ou berros. Nenhum deles deixou que seus sentimentos escalassem para um desprezivo "Vai te f... ou uma briga de socos, nem cortou o outro saindo danado da sala. O que poderia ser a semente de uma batalha total, aumentou, ao contrário, o domínio dos meninos das nuances da solução de um conflito. Como tudo poderia ter saído diferente em outras circunstâncias. Os jovens vão diariamente aos tapas ou coisa pior por menos. PROCUPAÇOÕES DO DIA No círculo tradicional que abre cada aula de Ciência do Eu, o número não é sempre tão grande quanto foi hoje. Quando é pequeno os uns, dois ou três que indicam sentir-se péssimos isso abre o caminho para alguém perguntar: "Quer falar do que está sentindo hoje?" E, se o aluno quer (ninguém é pressionado para falar sobre o que não quer), isso permite ventilar o que é tão perturbador e a oportunidade de examinar opções criativas para lidar com a situação. Os problemas que surgem variam com o nível da série. Nas mais baixas, os típicos são provocações, sentir-se de fora, medos. Por volta da sexta série, surge um novo conjunto de preocupações sentimentos de mágoa por não ser convidado para um encontro, ou ser deixado de fora; amigos imaturos; as dolorosas provações dos jovens ("Os meninos maiores estão dando no meu pé "Meus amigos fumam e vivem tentando me fazer fumar também"). Esses são os tópicos de dramática importância na vida de uma criança, Ventilados na periferia da escola na merenda, no ônibus, na casa de um amigo quando são. Na maioria das vezes, são os problemas que as crianças guardam consigo mesmas obcecando-se com eles sozinhas à noite, não tendo ninguém Com quem meditá-los. Na Ciência do Eu, podem se tornar os tópicos do dia. Cada uma dessas discussões é grão potencial para o objetivo explícito da Ciência do Eu, que é iluminar o senso que a criança tem do eu e do relacionamento com os outros. Embora o curso tenha um plano de lição, é flexível para que, quando ocorrem momentos como o conflito entre Rahman e Tucker sejam capitalizados. As questões que os alunos trazem proporcionam exemplos vivos aos quais tanto eles quanto os professores podem aplicar as aptidões que estão aprendendo, como os métodos de solução de conflito que esfriaram o calor entre os dois meninos OS ABCS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL Em uso há quase vinte anos, o currículo da Ciência do Eu destaca-se como um modelo para o ensino de Inteligência Emocional. As lições às vezes são surpreendentemente sofisticadas; como me disse a diretora da Nueva, Karen Stone McCown: Quando ensinamos sobre a ira, ajudamos as crianças a entender que ela é quase sempre uma reação secundária, e a buscar o que está por trás: você está magoado, com ciúmes? Nossas crianças aprendem que sempre há opções sobre como responder a uma emoção, e quanto mais meios sabemos de responder a uma emoção, mais rica é a nossa vida. Uma lista de conteúdo da Ciência do Eu é quase um casamento ponto por ponto com os ingredientes da inteligência emocional e com o núcleo de aptidões recomendadas como prevenção básica para a gama de armadilhas que ameaçam as crianças (ver lista completa no Apêndice E) Entre os tópicos ensinados, estão a autoconsciência, no sentido de reconhecer sentimentos e montar um vocabulário para eles, e ver as ligações entre pensamentos, sentimentos e reações; saber se são os pensamentos ou os sentimentos que governam uma decisão; ver as conseqüências de opções alternativas, e aplicar essas intuições sobre questões como drogas, fumo e sexo. A autoconsciência

também toma a forma de reconhecer nossas forças e fraquezas, e ver-nos a uma luz positiva, mas realista (com isso evitando uma armadilha comum do movimento de auto-estima). Outra ênfase é no controle das emoções: compreender o que está por trás de um sentimento (por exemplo, a mágoa que dispara a ira), e aprender meios de lidar com ansiedades, ira e tristeza. Ainda outra ênfase é aceitar responsabilidade dade por decisões e atos, e cumprir compromissos. Uma aptidão social chave é a empatia, compreender os sentimentos dos outros e adotar a perspectiva deles, e respeitar diferenças no modo de as pessoas encararem as coisas. Os relacionamentos são um foco importante, incluindo aprender a ser um bom ouvinte e perguntador; distinguir entre o que alguém diz ou faz e nossas reações e julgamentos; ser mais assertivo que raivoso ou passi vo aprender as artes da cooperação, solução de conflitos e negociação de meios termos. Não se dão notas na Ciência do Eu; a própria vida é a prova final. Mas no fim no fim da Oitava série, quando os alunos estão para deixar a Nueva, cada um passa por sa por um exame socrático uma prova oral de Ciência do Eu. Uma pergunta de uma prova recente: "Descreva uma resposta adequada para ajudar um amigo a resolver um conflito sobre alguém que o pressiona para tomar drogas, ou sobre um amigo que gosta de provocar." Ou: "Cite algumas maneiras saudavels de lidar com a tensão, ansiedade, ira e medo Se vivo estivesse hoje, Aristóteles, tão preocupado com aptidões emocionais, bem poderia provar. ALfABTlZAÇAO EMOCIONAL NOS CENTROS URBANOS Os céticos, compreensivelmente, perguntarão se um curso como o de Ciência do Eu funciona num cenário menos privilegiado, ou se só é possível numa escola particular como a Nueva, onde cada criança é, de alguma forma, talentosa. Em suma, pode-se ensinar competência emocional onde ela talvez seja mais urgentemente necessária, no rude caos de uma escola pública de um centro urbano? Uma resposta é visitar a Escola Média Augusta Lewis Troup em New Haven, tão distante social e econômica quanto geograficamente da Nueva. Claro, a atmosfera na Troup tem muito da mesma excitação com o aprendizado a escola também é conhecida como Academia de Ciência Ímã Troup, e é uma das duas desse tipo no distrito destinadas a atrair alunos da quinta à oitava série de toda New Haven a um currículo ampliado. Os alunos ali podem fazer perguntas sobre a física do espaço cósmico, através de uma conexão por antena parabólica, aos astronautas em Houston, ou programar seus computadores para tocar música Mas apesar dessas amenidades acadêmicas, como em muitas cidades, a revoada dos brancos para as áreas residenciais de New Haven deixou o corpo discente da Troup cerca de 90 por cento negro e hispânico. A apenas algumas quadras do campus de Yale e também aqui um distante universo a Troup fica num decadente bairro de classe operária que, na década de 50, tinha vinte mil pessoas empregadas em fábricas próximas, da Olin Brass Mill à Winchester Arms. Hoje, essa base de emprego reduziuse a menos de três mil, reduzindo consigo os horizontes econômicos das famílias que vivem lá. New Haven, como muitas outras cidades fabris da Nova Inglaterra, afundou num poço de pobreza, drogas e violência. Foi em resposta às urgências desse pesadelo urbano que na década de 80 um grupo de psicólogos e educadores de Yale idealizou o Programa de Competência Social, um conjunto de cursos que cobrem praticamente o mesmo terreno do currículo de Ciência do Eu do Centro de Aprendizado Nueva. Mas em Troup, a ligação com os tópicos é muitas vezes mais direta e bruta. Não se trata de simples exercício acadêmico quando, na aula de educação sexual na oitava série, os alunos aprendem que saber tomar decisão pode ajudá-los a evitar doenças como a Aids. New Haven tem a

censuras, xingamentos ou berros. Nenhum deles deixou que seus sentimentos escalassem para um<br />

desprezivo "Vai te f...<br />

ou uma briga de socos, nem cortou o outro saindo danado da sala. O que poderia ser a semente de<br />

uma batalha total, aumentou, ao contrário, o domínio dos meninos das nuances da solução de um<br />

conflito. Como tudo poderia ter saído diferente em outras circunstâncias. Os jovens vão diariamente<br />

aos tapas ou coisa pior por menos.<br />

PROCUPAÇOÕES DO DIA<br />

No círculo tradicional que abre cada aula de Ciência do Eu, o número não é sempre tão grande<br />

quanto foi hoje. Quando é pequeno os uns, dois ou três que indicam sentir-se péssimos isso abre o<br />

caminho para alguém perguntar:<br />

"Quer falar do que está sentindo hoje?" E, se o aluno quer (ninguém é pressionado para falar sobre<br />

o que não quer), isso permite ventilar o que é tão perturbador e a oportunidade de examinar opções<br />

criativas para lidar com a situação.<br />

Os problemas que surgem variam com o nível da série. Nas mais baixas, os típicos são provocações,<br />

sentir-se de fora, medos. Por volta da sexta série, surge um novo conjunto de preocupações<br />

sentimentos de mágoa por não ser convidado para um encontro, ou ser deixado de fora; amigos<br />

imaturos; as dolorosas provações dos jovens ("Os meninos maiores estão dando no meu pé "Meus<br />

amigos fumam e vivem tentando me fazer fumar também").<br />

Esses são os tópicos de dramática importância na vida de uma criança, Ventilados na periferia da<br />

escola na merenda, no ônibus, na casa de um amigo quando são. Na maioria das vezes, são os<br />

problemas que as crianças guardam consigo mesmas obcecando-se com eles sozinhas à noite, não<br />

tendo ninguém Com quem meditá-los. Na Ciência do Eu, podem se tornar os tópicos do dia.<br />

Cada uma dessas discussões é grão potencial para o objetivo explícito da Ciência do Eu, que é<br />

iluminar o senso que a criança tem do eu e do relacionamento com os outros. Embora o curso tenha<br />

um plano de lição, é flexível para que, quando ocorrem momentos como o conflito entre Rahman e<br />

Tucker sejam capitalizados. As questões que os alunos trazem proporcionam exemplos vivos aos<br />

quais tanto eles quanto os professores podem aplicar as aptidões que estão aprendendo, como os<br />

métodos de solução de conflito que esfriaram o calor entre os dois meninos<br />

OS ABCS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL<br />

Em uso há quase vinte anos, o currículo da Ciência do Eu destaca-se como um modelo para o<br />

ensino de Inteligência <strong>Emocional</strong>. As lições às vezes são surpreendentemente sofisticadas; como me<br />

disse a diretora da Nueva, Karen Stone McCown:<br />

Quando ensinamos sobre a ira, ajudamos as crianças a entender que ela é quase sempre uma reação<br />

secundária, e a buscar o que está por trás: você está magoado, com ciúmes? Nossas crianças<br />

aprendem que sempre há opções sobre como responder a uma emoção, e quanto mais meios<br />

sabemos de responder a uma emoção, mais rica é a nossa vida.<br />

Uma lista de conteúdo da Ciência do Eu é quase um casamento ponto por ponto com os<br />

ingredientes da inteligência emocional e com o núcleo de aptidões recomendadas como prevenção<br />

básica para a gama de armadilhas que ameaçam as crianças (ver lista completa no Apêndice E)<br />

Entre os tópicos ensinados, estão a autoconsciência, no sentido de reconhecer sentimentos e montar<br />

um vocabulário para eles, e ver as ligações entre pensamentos, sentimentos e reações; saber se são<br />

os pensamentos ou os sentimentos que governam uma decisão; ver as conseqüências de opções<br />

alternativas, e aplicar essas intuições sobre questões como drogas, fumo e sexo. A autoconsciência

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