Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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- Você pode oferecer uma peça: isso não é fazer um gesto diz Tucker a Rahman, num tom enfático,<br />
de discussão.<br />
- É, sim insiste Rahman, veemente.<br />
Joan nota o volume alterado e o crescente staccato do diálogo, e aproxima-se da mesa deles. Tratase<br />
de um incidente crítico, uma troca espontânea de Sentimentos acalorados; é em tais momentos<br />
que as lições já aprendidas dão dividendos, e outras novas podem ser ensinadas com mais proveito.<br />
E, como sabe todo bom professor, as lições aplicadas nesses momentos elétricos perdurarão na<br />
memória dos alunos<br />
- Isso não é uma crítica... você cooperou muito bem... mas, Tucker, tente dizer o que quer num tom<br />
de voz que não pareça tão crítico ensina Joan.<br />
Tucker, agora com voz mais calma, diz a Rahman:<br />
- Você só pode botar uma peça onde acha que se encaixa, dar a outro o que acha que ele precisa,<br />
sem fazer gesto. Só dar.<br />
Rahman responde num tom irado:<br />
- É só a gente fazer assim e ele coça a cabeça para ilustrar o movimento inocente e lá vem ele com<br />
"Nada de gestos".<br />
Evidentemente, há mais coisa na ira de Rahman do que essa discussão sobre o que constitui ou não<br />
um gesto. Seus olhos se dirigem constantemente para a ficha de avaliação que Tucker preencheu, e<br />
que embora ainda não tenha sido mencionada na verdade provocou a tensão entre os dois. Nela,<br />
Tucker pôs o nome de Rahman no espaço em branco à frente de "Quem perturba?”<br />
Joan, vendo que Rahman olha a ficha revoltante, arrisca um palpite, dizendo a Tucker:<br />
- Ele acha que você usou uma palavra negativa... perturbador... sobre ele.<br />
Que foi que você quis dizer?<br />
- Eu não quis dizer que fosse um tipo ruim de perturbação diz Tucker, agora conciliador.<br />
Rahman não aceita, mas também acalmou a voz.<br />
- Isso é um pouco demais, se quer saber.<br />
Joan acentua uma maneira positiva de ver o assunto.<br />
- Tucker está tentando dizer que o que se pode considerar perturbador também pode suavizar um<br />
pouco as coisas num momento de frustração.<br />
- Mas protesta Rahman, mais objetivamente perturbador é quando a gente está muito concentrado<br />
numa coisa, e se eu fizesse assim faz uma expressão ridícula, apalhaçada, os olhos esbugalhados, as<br />
bochechas inchadas isso ia ser perturbador.<br />
Joan tenta dar mais ensino emocional, dizendo a Tucker:<br />
Ao tentar ajudar, você não quis dizer que ele era perturbador num mal sentido. Mas enviou uma<br />
mensagem diferente sobre o que quer dizer. Rahtnan precisa que você ouça e aceite o que ele sente.