Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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sobre o sistema límbico, colocando a amígdala no centro da ação e outras estruturas límbicas em<br />
funções muito diferentes.<br />
A pesquisa de LeDoux explica como a amígdala pode assumir o controle sobre o que fazemos<br />
quando o cérebro pensante. o neocórtex. ainda toma uma decisão.<br />
Como veremos, o funcionamento da amígdala e sua interação com o neocórtex estão no centro da<br />
inteligência emocional.<br />
A ARMADILHA NEURAL<br />
O mais intrigante para entender a força das emoções na vida mental são aqueles momentos de ação<br />
apaixonada de que mais tarde nos arrependemos, assim que a poeira assentou; a questão é como nos<br />
tomamos irracionais tão facilmente.<br />
Vejam, por exemplo, uma jovem que dirigiu duas horas até Boston, para tomar um café da manhãalmoço<br />
e passar o dia com o namorado. Durante o desjejum, ele Ihe deu um presente que ela vinha<br />
querendo há meses, uma gravura difícil de achar, trazida da Espanha. Mas seu prazer se dissolveu<br />
assim que sugeriu irem à matinê de um filme que queria muito ver, após o desjejum, e o amigo a<br />
chocou dizendo-lhe que não podia passar o dia com ela, pois tinha um treino de softball.<br />
Magoada e incrédula, ela se levantou em prantos, deixou a lanchonete e, num impulso, jogou a<br />
gravura na lata de lixo. Meses depois, contando o incidente, não é de ter saído que ela se arrepende,<br />
mas da perda da grawra.<br />
É em momentos assim - quando um sentimento impulsivo domina o racional - que o recémdescoberto<br />
papel da amígdala se mostra crucial. Os sinais que vêm dos sentidos permitem que a<br />
amígdala faça uma varredura de toda experiência, em busca de problemas. Isso a põe num poderoso<br />
posto na vida mental, alguma coisa semelhante a uma sentinela psicológica, desafiando cada<br />
situação, cada percepção, com apenas um tipo de pergunta em mente, a mais primitiva: "É alguma<br />
coisa que odeio? Isso me fere? Alguma coisa que temo?" Se for este o caso se o momento em<br />
questão de algum modo esboça um "Sim”<br />
a amígdala reage instantaneamente, como um fio de armadilha neural, telegrafando uma mensagem<br />
de crise para todas as partes do cérebro.<br />
Na arquitetura do cérebro, a amígdala coloca-se de um modo um tanto semelhante ao alarme de<br />
uma empresa, onde operadores estão a postos para enviar chamadas de emergência ao corpo de<br />
bombeiros, polícia e um vizinho, sempre que um sistema de segurança interno dá o sinal de perigo.<br />
Quando soa um alarme, digamos, de medo, ela envia mensagens urgentes a todas as partes<br />
principais do cérebro: dispara a secreção dos hormônios orgânicos para lutar-ou-fugir, mobiliza os<br />
centros de movimento e ativa o sistema cardiovascular,os músculos e os intestinos.<br />
Outros circuitos da amígdala enviam sinais para a secreção de gotas de emergência do hormônio<br />
noradrenalina, para aumentar a reatividade das áreas cerebrais chave, incluindo as que tornam os<br />
sentidos mais alertas, na verdade deixando o cérebro no ponto. Outros sinais da amígdala informam<br />
o tronco cerebral para afixar no rosto uma expressão de medo, paralisar movimentos não<br />
relacionados que os músculos tinham em ação, acelerar a pulsação cardíaca, aumentar a pressão<br />
sanguínea e reduzir o ritmo da respiração. Outros fixam a atenção na causa do medo e preparam os<br />
músculos para reagir de acordo. Simultaneamente, sistemas da memória cortical são vasculhados<br />
em busca de qualquer conhecimento relevante para a emergência em questão, passando adiante dos<br />
outros fios de pensamento.