27.04.2013 Views

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

"perderam o controle", explodiram com alguém - o marido ou filho, ou quem sabe o motorista de<br />

outro carro - a tal ponto que depois, com um pouco de reflexão e visão retrospectiva, a coisa<br />

pareceu-lhes imprópria. Isso, com toda probabilidade, foram também um desses seqüestros, uma<br />

tomada de poder neural, que, como veremos se origina na amígdala, um centro no cérebro límbico.<br />

Nem todos os seqüestros límbicos são aflitivos. Quando uma piada parece a alguém tão hilariante<br />

que a risada é quase explosiva, também isso é uma resposta límbica. Funciona igualmente em<br />

momentos de intensa alegria quando Dan Jansen, após vários frustrantes na conquista da medalha<br />

de ouro olímpica de corrida de de patins (que prometera à irmã agonizante), finalmente ganhou-a<br />

nos 1.000 metros, nas Olimpíadas de Invemo na Noruega, sua mulher foi tão tomada pela emoção e<br />

felicidade que teve de ser levada às pressas aos médicos do pronto-socorro na beira do rinque.<br />

A SEDE DE TODA PAIXÃO<br />

Nos seres humanos, a amígdala (da palavra grega para "amêndoa") é um feixe, em forma de<br />

amêndoa, de estruturas interligadas situado acima do tronco cerebral, perto da parte inferior do anel<br />

límbico. Há duas amígdalas, uma de cada da lado do cérebro, instaladas mais para o lado da cabeca.<br />

A amídala humana é relativamente grande, em comparação com a de qualquer dos nossos primos<br />

evolucionários mais próximos, os primatas.<br />

O hipocampo e a amígdala eram duas partes-chave do primitivo "nariz cerebral" que, na evolução,<br />

deu origem ao córtex e depois ao neocórtex. Até hoje, essas estruturas límbicas são responsáveis<br />

por grande ou a maior parte do aprendizado e da memória do cérebro; a amígdala é a especialista<br />

em questões emocionais. Se for cortada do resto do cérebro, o resultado é uma impressionante<br />

incapacidade de avaliar o significado emocional dos fatos; esse mal é às vezes chamado de<br />

"cegueira afetiva".<br />

Sem peso emocional, os encontros perdem seu domínio. Um rapaz cuja amígdala fora<br />

cirurgicamente removida para controlar sérios ataques perdeu por completo o interesse pelas<br />

pessoas, preferindo sentar-se isolado, sem nenhum contato humano. Embora fosse perfeitamente<br />

capaz de conversar, não reconhecia mais amigos íntimos, parentes, nem mesmo a mãe, e ficava<br />

impassível diante da angústia deles com sua indiferenca. Sem a amígdala, parecia ter perdido toda<br />

identificação de sentimento, assim como qualquer sentimento sobre sentimentos. A amígdala atua<br />

como um depósito da memória emocional, e portanto do próprio significado; a vida sem a amígdala<br />

é uma vida privada de significados emocionais.<br />

O que está ligado à amígdala é mais que a afeição; toda paixão depende dela.<br />

Os animais que têm a amígdala retirada ou cortada não sentem medo nem raiva, perdem o impulso<br />

de competir ou cooperar e não têm mais nenhum senso do lugar que ocupam na ordem social de sua<br />

espécie; a emoção fica embotada ou ausente. As lágrimas, um sinal emocional exclusivo dos seres<br />

humanos, são provocadas pela amígdala e uma estrutura próxima, a circunvolução cingulada;<br />

ser abraçado, alisado ou de outro modo confortado acalma essas mesmas regiões cerebrais. Sem<br />

amígdala, não há lágrimas de dor para acalmar.<br />

Joseph LeDoux, neurocientista do Centro de Ciência Neural da Universidade de Nova Iorque, foi o<br />

primeiro a descobrir o papel-chave da amígdala no cérebro emocional. Ele faz parte de um novo<br />

tipo de neurocientistas, que recorrem a tecnologias e métodos inovadores, responsáveis por um<br />

nível de precisão antes desconhecido no mapeamento do cérebro em funcionamento, e assim podem<br />

desvendar mistérios da mente que gerações anteriores de cientistas julgavam impenetráveis. Suas<br />

descobertas sobre os circuitos do cérebro emocional puseram abaixo uma noção há muito existente

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!