Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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com um olhar pétreo em frente, não para ele, revendo a briga com o marido, mais agitada à medida que pensa. O bebê, sentindo sua tensão, se contorce, enrijece e pára de mamar. "Não quer mais, não?" pergunta a mãe. "Então não mame." Com a mesma brusquidão o põe de volta no berço e sai danada da vida, deixando-o chorar até voltar a dormir, de exaustão. Os dois cenários são apresentados no relatório do Centro Nacional para Programas Clínicos Infantis como exemplos dos tipos de interação que, se repetidos sempre, instilam sentimentos muito diferentes num bebê, sobre ele mesmo e suas relações mais íntimas. O primeiro bebê está aprendendo que se pode confiar em que as pessoas notem suas necessidades e ajudem, e que ele pode ser eficiente na busca de ajuda; o segundo está descobrindo que ninguém na verdade Ihe dá a mínima, que não se pode contar com as pessoas, e que seus esforços para conseguir consolação só se depararão com o fracasso. Claro, a maioria dos bebês tem pelo menos um gostinho dos dois tipos de interação. Mas na medida em que uma ou outra é típica de como os pais tratam um filho no correr dos anos, se transmitirão lições emocionais básicas sobre até onde a criança ança está segura no mundo, até onde se sente eficiente, e até onde os outros são confiáveis. Erik Erikson põe isso em termos de a criança vir a sentir uma "confiança básica" ou uma desconfiança básica. Esse aprendizado emocional começa nos primeiros momentos da vida e continua por toda a infância. Todos os pequenos intercambios entre pais e filhos têm um subtexto emocional, e com a repetição dessas mensagens através dos anos, as crianças formam o núcleo de sua perspectiva e aptidões emocionais. Uma menininha que não consegue resolver um quebra-cabeça, e pede ajuda à mãe atarefada, recebe uma mensagem se a resposta é o visível prazer da mãe com o pedido, e inteiramente outra se é um ríspido "Não enche - eu tenho coisa mais importante pra fazer. Quando tais encontros se tomam típicos de uma criança e um dos pais moldam as expectativas emocionais da criança sobre relacionamentos perspectivas que irão caracterizar o comportamento dela em todos os campos da vida, para melhor ou pior. Os riscos são maiores para as crianças cujos pais se mostram grosseiramente ineptos imaturos, viciados em drogas, deprimidos ou cronicamente irados, ou Simplesmente sem rumo e vivendo vidas caóticas. É muito menos provável que pais assim dêem atenção adequada, quanto mais que se sintonizem com as necessidades emocionais de uma criança pequena. Os estudos constatam que a simples negligência pode ser mais prqudicial que o mau trato direto. Uma pesquisa com crianças maltratadas constatou que os jovens negligenciados eram os que pior se saíam: os mais ansiosos, desatentos e apáticos, alternadamente agressivos e retraídos. A taxa de repetição da primeira série entre eles era de 65 por cento. Os três ou quatro primeiros anos de vida são um período em que o cérebro da criança cresce até cerca de dois terços de seu tamanho final, e evolui em capacidade num ritmo maior do que jamais voltará a fazer. Nesse período, ocorrem mais facilmente tipos-chave de aprendizado do que na vida posterior sendo o aprendizado emocional o principal entre eles. Nessa época, a tensão severa pode prejudicar os centros de aprendizado do cérebro (e, portanto, o intelecto). Embora, como iremos ver, isso possa ser remediado em certa medida por experiências na vida mais tarde, o impacto desse primeiro aprendizado é profundo. Como resume um trabalho sobre a lição emocional chave dos primeiros quatro anos de vida, as conseqüências duradouras são grandes: A criança que não consegue concentrar a atenção, que é mais desconfiada que confiante, mais triste ou zangada que otimista, mais destrutiva que respeitosa, e assoberbada de ansiedade, preocupada com fantasias assustadoras, e que se sente em geral infeliz consigo mesma uma criança assim tem pouca oportunidade em geral, quanto mais igual oportunidade, de reivindicar as possibilidades do mundo.
COMO CRIAR UM VALENTÃO Muito se pode aprender sobre os efeitos para toda a vida de pais emocionalmente ineptos sobretudo seu papel no tomar as crianças agressivas em estudos longitudinais como um de 870 crianças do norte do estado de Nova Iorque, que foram acompanhadas dos oito aos trinta anos. Os mais beligerantes deles os mais rápidos em puxar brigas e que habitualmente usavam a força para impor sua vontade eram os que mais probabilidade tinham de haver abandonado a escola e, aos trinta anos, ter uma folha de crimes violentos. Também pareciam estar passando adiante sua tendência à violência: seus filhos, na escola primária eram exatamente os encrenqueiros que tinham sido os pais delinqüentes. Há uma lição na forma como a agressividade é passada de geração a geração. Tirando-se quaisquer tendências herdadas, os encrenqueiros quando adultos agiam de um modo que tornava a vida familiar uma escola de agressão. Como crianças, tiveram pais que os disciplinaram com arbitrária e implacável severidade; como pais, repetiam o padrão. Isso se aplicava quer tivesse sido o pai ou a mãe o identificado na infância como altamente agressivo. Meninas agressiva tornavam-se exatamente tão arbitrárias e altamente punidoras ao se tornarem mães quanto os meninos como pais. E embora castigassem os filhos com especial severidade, fora isso pouco se interessavam pela vida deles, na verdade ignorando-os a maior parte do tempo. Simultaneamente, ofereciam a essa crianças um exemplo vívido e violento de agressividade, um modelo que os filhos levavam consigo para a escola e as brincadeiras, e seguiam a vida inteira. Os pais não eram necessariamente maus, nem deixavam de querer o melhor para os filhos; em vez disso, pareciam simplesmente repetir o estilo de paternidade e matemidade que seus próprios pais haviam modelado para eles. Num tal modelo de violência, essas crianças eram caprichosamente discipli nadas: se os pais estavam de mau humor, elas recebiam castigos severos; se de bom humor, podiam ficar impunes em casa. Assim, o castigo vinha não tanto pelo que a criança tinha feito, mas pelo humor do pai ou da mãe. Eis aí uma receita para sentimentos de inutilidade e desamparo, e para o senso de que as ameaças estão em toda parte e podem se abater a qualquer momento. Vista à luz da vida doméstica que gera a atitude combativa e desafiadora dessas crianças diante do mundo ao largo faz um certo sentido, por mais infeliz que continue sendo. O que é desencorajador é como essas lições deprimentes são aprendidas cedo, e como são terríveis os custos para a vida emocional da criança. MAUS-TRATOS: A EXTINÇÃO DA EMPATIA Na bagunça de uma creche diária, Martin, de apenas dois anos e meio. esbarrou numa menina, que, inexplicavelmente, abriu o berreiro. Martin tentou pegar a mão dela, mas a menina se afastou aos soluços. Ele deu-lhe tapinhas no braço. Como continuassem as lágrimas, Martin desviou os olhos e gritou, repetidas vezes, cada vez mais rápido e mais alto: - Pare já com isso. Pare já com isso! Quando fez outra tentativa de dar-lhe tapinhas, ela tornou a resistir. Desta vez ele arreganhou os dentes como um cachorro rosnando, sibilando contra a menina a chorar. Mais uma vez, pôs-se a dar-lhe tapinhas, mas os tapinhas nas costas logo se tomaram murros, e ele continuou batendo e batendo na coitada da menina, apesar das lágrimas dela.
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Muito se pode aprender sobre os efeitos para toda a vida de pais emocionalmente ineptos sobretudo<br />
seu papel no tomar as crianças agressivas em estudos longitudinais como um de 870 crianças do<br />
norte do estado de Nova Iorque, que foram acompanhadas dos oito aos trinta anos. Os mais<br />
beligerantes deles os mais rápidos em puxar brigas e que habitualmente usavam a força para impor<br />
sua vontade eram os que mais probabilidade tinham de haver abandonado a escola e, aos trinta anos,<br />
ter uma folha de crimes violentos. Também pareciam estar passando adiante sua tendência à<br />
violência: seus filhos, na escola primária eram exatamente os encrenqueiros que tinham sido os pais<br />
delinqüentes.<br />
Há uma lição na forma como a agressividade é passada de geração a geração.<br />
Tirando-se quaisquer tendências herdadas, os encrenqueiros quando adultos agiam de um modo que<br />
tornava a vida familiar uma escola de agressão. Como crianças, tiveram pais que os disciplinaram<br />
com arbitrária e implacável severidade; como pais, repetiam o padrão. Isso se aplicava quer tivesse<br />
sido o pai ou a mãe o identificado na infância como altamente agressivo. Meninas agressiva<br />
tornavam-se exatamente tão arbitrárias e altamente punidoras ao se tornarem mães quanto os<br />
meninos como pais. E embora castigassem os filhos com especial severidade, fora isso pouco se<br />
interessavam pela vida deles, na verdade ignorando-os a maior parte do tempo. Simultaneamente,<br />
ofereciam a essa crianças um exemplo vívido e violento de agressividade, um modelo que os filhos<br />
levavam consigo para a escola e as brincadeiras, e seguiam a vida inteira. Os pais não eram<br />
necessariamente maus, nem deixavam de querer o melhor para os filhos; em vez disso, pareciam<br />
simplesmente repetir o estilo de paternidade e matemidade que seus próprios pais haviam modelado<br />
para eles.<br />
Num tal modelo de violência, essas crianças eram caprichosamente discipli nadas: se os pais<br />
estavam de mau humor, elas recebiam castigos severos; se de bom humor, podiam ficar impunes em<br />
casa. Assim, o castigo vinha não tanto pelo que a criança tinha feito, mas pelo humor do pai ou da<br />
mãe. Eis aí uma receita para sentimentos de inutilidade e desamparo, e para o senso de que as<br />
ameaças estão em toda parte e podem se abater a qualquer momento. Vista à luz da vida doméstica<br />
que gera a atitude combativa e desafiadora dessas crianças diante do mundo ao largo faz um certo<br />
sentido, por mais infeliz que continue sendo.<br />
O que é desencorajador é como essas lições deprimentes são aprendidas cedo, e como são terríveis<br />
os custos para a vida emocional da criança.<br />
MAUS-TRATOS: A EXTINÇÃO DA EMPATIA<br />
Na bagunça de uma creche diária, Martin, de apenas dois anos e meio.<br />
esbarrou numa menina, que, inexplicavelmente, abriu o berreiro. Martin tentou pegar a mão dela,<br />
mas a menina se afastou aos soluços. Ele deu-lhe tapinhas no braço.<br />
Como continuassem as lágrimas, Martin desviou os olhos e gritou, repetidas vezes, cada vez mais<br />
rápido e mais alto:<br />
- Pare já com isso. Pare já com isso!<br />
Quando fez outra tentativa de dar-lhe tapinhas, ela tornou a resistir. Desta vez ele arreganhou os<br />
dentes como um cachorro rosnando, sibilando contra a menina a chorar.<br />
Mais uma vez, pôs-se a dar-lhe tapinhas, mas os tapinhas nas costas logo se tomaram murros, e ele<br />
continuou batendo e batendo na coitada da menina, apesar das lágrimas dela.