Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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27.04.2013 Views

Finalmente, há o valor terapêutico extra do médico ou enfermeiro empático, sintonizado com os pacientes, capaz de ouvir e se fazer ouvido. Isso significa promover uma "assistência centrada no relacionamento", reconhecer que o relacionamento entre médico e paciente é em sim um fator importante. Esses relacionamentos seriam mais prontamente estimulados se a formação médica incluísse algumas ferramentas básicas de inteligência emocional, sobretudo autoconsciência e as artes da empatia e do saber ouvir. POR UMA MDICINA QUE SE ENVOLVE Esses passos são um começo. Mas para a medicina ampliar sua visão e abarcar o impacto das emoções, devem-se levar a sério duas grandes implicações das descobertas científicas: 1. Ajudar as pessoas a lidar melhor com seus sentimentos perturbadores - ira, ansiedade, depressao, pessimismo e solidão é uma forma de prevenir a doença. Como os dados mostram que a toxicidade dessas emoções, quando crônicas, está no mesmo nível do hábito de fumar, ajudar as pessoas a lidar melhor com elas tem, potencialmente, um dividendo médico tão grande quanto conseguir que os fumantes deixem de fumar. Uma das maneiras de fazer isso que poder ter amplos efeitos na saúde pública seria transmitir as mais básicas aptidões da inteligência emocional às crianças, de modo a tomá-las hábitos de toda a vida outra estratégia preventiva com dividendos seria ensinar controle de emoção pessoas que se aproximam da idade da aposentadoria, uma vez que o bem-est; emocional é um dos fatores que determinam se a pessoa velha declina ou floresce. Um terceiro alvo seriam as chamadas populações em risco os muito pobres as mães solteiras que trabalham fora, os moradores de bairros de alta criminalidade e outros tais que vivem sob extraordinária pressão dia sim, dia não, e que por isso poderiam se dar melhor em termos médicos com ajuda para lidar com o custo emocional dessas tensões. 2. Muitos pacientes podem beneficiar-se mensuravelmente quando suas necessidades psicológicas sao cuidadas juntamente com as puramente médicas Embora seja um passo para uma assistência mais humana quando um médico ou enfermeiro oferece conforto e consolo a um paciente angustiado, é possível fazer mais. Mas a assistência emocional é uma oportunidade demasiadas perdida na maneira como se pratica a medicina hoje; um ponto cego para medicina. Apesar dos crescentes dados sobre a utilidade médica do atendimen to a necessidades emocionais, além dos indícios em apoio das ligações entre centro emocional do cérebro e o sistema imunológico, muitos médicos continua: céticos sobre se as emoções de seus pacientes contam alguma coisa em term( clínicos, descartando os indícios a favor como triviais e anedóticos, cotr periferia", ou pior, como exageros de alguns poucos que querem promover-se Embora um número cada vez maior de pacientes busque uma medicina ma humana, ela está se tornando uma espécie ameaçada. Claro, ainda há médico e enfermeiros dedicados, que dispensam aos pacientes uma atenção carinho e sensível. Mas a própria cultura em mudança da medicina, à medida que torna mais ligada a imperativos empresariais, torna essa atenção cada vez ma difícil de encontrar. Por outro lado, pode haver uma vantagem comercial na medicina human os primeiros indícios sugerem que tratar perturbações emocionais nos paciente poupa dinheiro sobretudo na medida em que impede ou retarda o início da doença ou ajuda os pacientes a curar-se mais depressa. Num estudo de paciente velhos com fratura da bacia na Faculdade de Medicina Mt. Sinai, na Cidade Nova Iorque e na Universidade do Noroeste, os pacientes que receberam terapia para depressão,

além da ortopédica normal, deixaram o hospital uma média de dois dias antes; a economia total para as centenas de pacientes foi de 97,361 dólares em despesas médicas. . Essa atenção também deixa os pacientes mais satisfeitos com seus médicos e ~ PARTE QUATRO tratamento. No emergente mercado médico, onde os pacientes muitas vezes têm `~'~ a opção de escolher entre planos de saúde concorrentes, os níveis de satisfação sem dúvida entram na equação dessas decisões muito pessoais - experiência frustrantes levam os pacientes a buscar assistência em outra parte, enquanto as agradáveis se traduzem em lealdade. ~ ~ J Finalmente, a ética médica pode exigir uma tal visão. Um editorial no Journal of the Amencan Medical Association, comentando um comunicado de que a ~)~; depressão aumenta cinco vezes a probabilidade de morte após o tratament de um ataque cardíaco, observa: "A clara demonstração de que fatores psicológicos ~ ~ Al~ como depressão e isolamento social distinguem os pacientes de doenças i ( J cardíacas como de alto risco significa que seria andético não começar a tratar esses fatores. Se as constatações sobre emoções e saúde significam alguma coisa, é que não ~r~ é adequada a assistência médica que ignora como as pessoas se sentem enquanto combatem uma doença crônica ou séria. É hora de a medicina aproveitar mais, metodicamente, a vantagem da ligação entre emoção e saúde. O que hoje é exceção pode e deve fazer parte da tendência geral, para que uma medicina mais atenciosa nos chegue a todos. No mínimo, isso tornaria a medicina mais humana. E, para alguns, pode apressar o curso da recuperação. "Compaixão", como disse um paciente numa carta aberta a seu cirurgião, "não é só segurar a mão. É um bom remédio. 12 O Cadinho Familiar I _ ~. É uma pequena tragédia familiar. Carl e Ann mostram a filha Leslie, de ape nas cinco anos, como usar um video game novinho em folha. Mas, quando Lesli começa a jogar, as ansiosas tentativas dos pais de "ajudar" parecem simplesmen te atrapalhar. Ordens contraditórias voam para todos os lados. Pra direita, pra direita: pare aí. Pare aí. Pare! - grita a mãe, Ann, a voz tornando-se cada vez mais intensa e ansiosa à medida que Leslie, chupando os lábios para dentro e de olhos arregalados para a tela do vídeo, se esforça para seguir essas orientações. Está vendo, não alinhou... pra esquerda! Pra esquerda! - ordena brusca mente Carl, o pai. Enquanto isso Ann, revirando os olhos de frustração, berra em resposta a conselho dele: - Pare! Pare! Leslie, sem poder satisfazer o pai ou a mãe, retorce o queixo de tensão espreme os olhos, que se enchem de lágrimas. Os pais se põem a discutir, ignorando as lágrimas da menina.

além da ortopédica normal, deixaram o hospital uma média de dois dias antes; a economia total para<br />

as centenas de pacientes foi de 97,361 dólares em despesas médicas.<br />

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Essa atenção também deixa os pacientes mais satisfeitos com seus médicos e ~ PARTE<br />

QUATRO tratamento. No emergente mercado médico, onde os pacientes muitas vezes têm `~'~ a<br />

opção de escolher entre planos de saúde concorrentes, os níveis de satisfação sem dúvida entram na<br />

equação dessas decisões muito pessoais - experiência frustrantes levam os pacientes a buscar<br />

assistência em outra parte, enquanto as agradáveis se traduzem em lealdade. ~ ~ J<br />

Finalmente, a ética médica pode exigir uma tal visão. Um editorial no Journal of the Amencan<br />

Medical Association, comentando um comunicado de que a ~)~;<br />

depressão aumenta cinco vezes a probabilidade de morte após o tratament de um ataque cardíaco,<br />

observa: "A clara demonstração de que fatores psicológicos ~ ~ Al~ como depressão e<br />

isolamento social distinguem os pacientes de doenças i ( J cardíacas como de alto risco<br />

significa que seria andético não começar a tratar esses fatores.<br />

Se as constatações sobre emoções e saúde significam alguma coisa, é que não ~r~ é adequada a<br />

assistência médica que ignora como as pessoas se sentem enquanto combatem uma doença crônica<br />

ou séria. É hora de a medicina aproveitar mais, metodicamente, a vantagem da ligação entre emoção<br />

e saúde. O que hoje é exceção pode e deve fazer parte da tendência geral, para que uma medicina<br />

mais atenciosa nos chegue a todos. No mínimo, isso tornaria a medicina mais humana. E, para<br />

alguns, pode apressar o curso da recuperação. "Compaixão", como disse um paciente numa carta<br />

aberta a seu cirurgião, "não é só segurar a mão. É um bom remédio.<br />

12 O Cadinho Familiar<br />

I<br />

_ ~.<br />

É uma pequena tragédia familiar. Carl e Ann mostram a filha Leslie, de ape nas cinco anos, como<br />

usar um video game novinho em folha. Mas, quando Lesli começa a jogar, as ansiosas tentativas<br />

dos pais de "ajudar" parecem simplesmen te atrapalhar. Ordens contraditórias voam para todos os<br />

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Pra direita, pra direita: pare aí. Pare aí. Pare! - grita a mãe, Ann, a voz tornando-se cada vez mais<br />

intensa e ansiosa à medida que Leslie, chupando os lábios para dentro e de olhos arregalados para a<br />

tela do vídeo, se esforça para seguir essas orientações.<br />

Está vendo, não alinhou... pra esquerda! Pra esquerda! - ordena brusca mente Carl, o pai.<br />

Enquanto isso Ann, revirando os olhos de frustração, berra em resposta a conselho dele:<br />

- Pare! Pare!<br />

Leslie, sem poder satisfazer o pai ou a mãe, retorce o queixo de tensão espreme os olhos, que se<br />

enchem de lágrimas.<br />

Os pais se põem a discutir, ignorando as lágrimas da menina.

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