Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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qual outros estudos mostram que pacientes médicos que recebem psicoterapia além da cirurgia ou<br />
tratamento médico muitas vezes se dão melhor em termos médicos do que os que recebem apenas<br />
tratamento médico.<br />
Talvez a mais poderosa demonstração do poder clínico do apoio emocional esteja nos grupos, na<br />
Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, para mulheres com avançado câncer<br />
metastático no seio. Após um tratamento inicia que muitas vezes incluíra cirurgia, o câncer dessas<br />
mulheres voltara e espalha va-se por todo o corpo. Era só uma questão de tempo, clinicamente<br />
falando para que a doença, expandindo-se, as matasse. O próprio Dr. David Spiegel, que<br />
fez o estudo, ficou espantado com as constatações, como ficou a comunidade médica: as mulheres<br />
com avançado câncer no seio que iam a reuniões regulares com outras sobreviviam duas vezes mais<br />
que as com a mesma doença que a enfrentavam sozinhas.<br />
Todas as mulheres receberam a assistência médica padrão; a única diferença era que algumas<br />
também freqüentavam os grupos, onde podiam desabafar com outras que compreendiam o que elas<br />
enfrentavam e estavam dispostas a ouvir os seus temores, sua dor e ira. Muitas vezes esse era o<br />
único lugar onde as mulheres podiam ser francas sobre essas emoções, porque as outras pessoas em<br />
suas vidas temiam falar-lhes do cancer e da morte iminente delas. As mulheres que freqüentavam os<br />
grupos viveram mais três anos e um mês, em média, enquanto as que não freqüentavam os grupos<br />
morreram, em média, em um ano e sete meses um ganho em expectativa de vida para essas<br />
pacientes além do alcance de qualquer remédio ou outro tratamento médico. Como me disse o Dr.<br />
Jimmie Holland, oncologista psiquiátrico chefe do Sloan-Kettering Memorial Hospital, um centro<br />
de tratamento de câncer na Cidade de Nova lorque:<br />
- Todo paciente de cancer devia estar num grupo desses.<br />
Na verdade, se fosse uma nova droga que produzisse essa maior expectativa de vida, as empresas<br />
farmacêuticas estariam se engalfinhando para produzi-la.<br />
LEVANDO A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL AOS CUIDADOS MÉDICOS<br />
No dia em que um checkup de rotina encontrou um pouco de sangue em minha urina, meu rnédico<br />
me mandou fazer um teste de diagnóstico em que me injetaram uma tintura radiativa. Fiquei deitado<br />
numa mesa, enquanto uma máquina de raios X acima fazia sucessivas imagens do avanço da tintura<br />
pelos meus rins e bexiga. Eu tinha companhia no teste: um amigo íntimo, médico, por acaso me<br />
fazia uma visita de alguns dias e ofereceu-se para ir ao hospital comigo.<br />
go. Ficou sentado na sala enquanto a máquina de raio X, num trilho automáticO, rodava em busca<br />
de novos ângulos de câmera, zumbia e soltava estalidos; zumbia e soltava estalidos.<br />
O teste levou uma hora e meia. No fim, um especialista em rins entrou correndo na sala, apresentouse<br />
às pressas e desapareceu para ir ver as chapas. Não voltou para me dizer o que elas mostravam.<br />
Quando deixávamos a sala de exame, meu amigo e eu passamos pelo nefrologista. Sentindo-me<br />
abalado e um tanto estonteado pelo teste, não tive a presença de espírito de fazer a única pergunta<br />
que tinha em mente durante toda a manhã. Mas meu companheiro, o médico, fez:<br />
Doutor - disse o pai de meu amigo morreu de cancer na bexiga. Ele está ansioso para saber se o<br />
senhor viu algum sinal de cancer nas chapas.<br />
Nada de anormal - foi a sucinta resposta do nefrologista, que corria para seu próximo compromisso