Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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sete anos depois, os 752 que se apresentaram para o exame foram procurados de novo. Do total, 41<br />
haviam morrido nos anos transcorridos desde então.<br />
Os homens que haviam comunicado originalmente estar sob intensa tensão emocional tinham uma<br />
taxa de mortalidade três vezes maior que os que disseram que suas vidas eram calmas e plácidas. A<br />
perturbação emocional devia-se a fatos como um sério problema financeiro, insegurança no<br />
emprego ou ser forçado a deixá-lo, ser objeto de um processo legal ou passar por um divórcio. Três<br />
ou mais desses problemas no ano anterior ao exame era um fator de previsão mais seguro de morte<br />
nos sete anos seguintes do que indicadores médicos como alta pressão sanguínea, alta concentração<br />
de triglicerídeos no sangue, ou altos níveis de colesterol. .<br />
Contudo, entre os homens que disseram ter uma rede confiável de intimidade esposa, amigos<br />
íntimos e outros semelhantes não houve qualquer relação entre altos níveis de tensão e taxa de<br />
mortalidade. O fato de ter pessoas para quem se voltar e com quem conversar, pessoas que podiam<br />
oferecer consolo, ajuda e sugestões, protegia-os do impacto mortal dos rigores e traumas da vida.<br />
A qualidade dos relacionamentos, além do simples número deles, parece fundamental para<br />
amortecer a tensão. Os relacionamentos negativos cobram seu preço. As discussões conjugais, por<br />
exemplo, têm um impacto negativo sobre o sistema imunológico. Um estudo de colegas de quarto<br />
na universidade constatou que quanto mais eles antipatizavam um com o outro, mais susceptíveis<br />
eram a resfriados e gripes, e com mais freqüência iam ao médico. John Caciopp°, o psicólogo da<br />
Universidade do Estado de Ohio que fez o estudo dos colegas de quarto, me disse:<br />
São os relacionamentos mais importantes na vida da gente, as pessoas que a gente vê dia sim, dia<br />
não, que parecem ser cruciais para a nossa saúde. E quanto mais significativo o relacionamento em<br />
nossa vida, mais conta para a nossa sa saúde<br />
O Poder Curativo do Apoio <strong>Emocional</strong><br />
Em As Alegres Aventuras de Rohin Hood, Robin aconselha a um jovem seguidor:<br />
conte-nos seus problemas e fale livremente. Uma enxurrada de palavras sempre descarrega as<br />
mágoas do coração; é como abrir a comporta onde a represa está transbordando." Este exemplo de<br />
sabedoria popular tem grande mérito; descarregar um coração angustiado parece ser um bom<br />
remédio. A corroboração científica do conselho de Robin vem de James Pennebaker, psicólogo da<br />
Universidade Metodista do Sul, que mostrou numa série de experiências que fazer as pessoas<br />
falarem sobre os pensamentos que mais as perturbam tem um efeito médico benéfico. O método<br />
dele é admiravelmente simples: pede às pessoas que escrevam quinze ou vinte minutos por dia,<br />
dutante mais ou menos cinco dias, sobre, por exemplo, "a mais traumática experiência de toda a sua<br />
vida", ou alguma preocupação premente no momento. O que as pessoas escrevem pode ser<br />
inteiramente para elas mesmas, se quiserem.<br />
O efeito final desse confessionário é impressionante: maior função imunológica, quedas<br />
significativas de visitas a centros de saúde nos seis meses seguintes, tes menos dias de ausência no<br />
trabalho, e até melhor função enzimática do fígado.<br />
Além disso, aqueles cujos textos mostravam mais sinais de pensamentos turbulentos foram os que<br />
tiveram maior melhora na função imunológica. Surgiu um padrão específico como a forma "mais<br />
saudável" de extravasar sentimentos perturbadores: primeiro expressar um alto nível de tristeza,<br />
ansiedade, ira quaisquer sentimentos perturbadores que o tópico evocasse; depois, no correr dos<br />
dias seguintes, tecer uma narrativa, encontrando algum sentido no trauma ou esforço.<br />
Esse processo, claro, parece semelhante ao que acontece quando as pessoas examinam tais<br />
problemas na psicoterapia. Na verdade, as constatações de Pannebaker sugerem um motivo pelo