Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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aiva que haviam sentido quando a coisa acontecera, sugerindo que seus corações teriam sido ainda<br />
mais obstruídos durante um conflito enfurecedor de fato.<br />
Essa constatação faz parte de uma rede maior de indícios, que surgem de dezenas de estudos,<br />
mostrando o poder da ira de fazer mal ao coração.<br />
Não ficou de pé a velha idéia de que uma personalidade Tipo A, afobada e de pressão alta corre<br />
grande risco de doença cardíaca, mas dessa teoria fracassada surgiu uma nova constatação: é a<br />
hostilidade que põe as pessoas em risco.<br />
Grande parte dos dados sobre hostilidade veio de uma pesquisa do Dr Redford Williams na<br />
Universidade Duke. Por exemplo, ele descobriu que o médicos com os mais altos pontos nos testes<br />
de hostilidade quando ainda na faculdade tinham sete vezes mais probabilidades de morrer aos<br />
cinqüenta ano do que os de pontos baixos em hostilidade - a tendência para a ira era um mais forte<br />
previsor de morte jovem que outros fatores de risco como fumar, pressão sanguínea alta e colesterol<br />
alto. E descobertas de um colega, o Dr. John Barefoot da Universidade da Carolina do Norte,<br />
mostram que nos pacientes cardíacos que fazem angiografia em que um tubo é inserido na artéria<br />
coronária para medir lesões as contagens em testes de hostilidade se correlacionam com a extensão<br />
e severidade da doença coronária.<br />
Claro, ninguém está dizendo que a ira, sozinha, causa doença na artéria coronária; é um de vários<br />
fatores interagentes. Como me explicou Peter Kaufman diretor em exercício do Setor de Medicina<br />
Comportamental do Instituto do Coração, Pulmão e Sangue:<br />
Ainda não podemos distinguir se a ira e a hostilidade desempenham un papel causal no<br />
desenvolvimento antecipado de doença na artéria coronária, ou se intensifica o problema uma vez<br />
iniciada a doença cardíaca, ou as duas coisas juntas.<br />
Mas tome um jovem de vinte anos que se zanga repetidas vezes. Cada episódio de ira acrescenta<br />
uma tensão extra ao coração, aumentando o ritmo cardíaco e a presão do sangue.<br />
Quando isso se repete sempre e sempre, pode causar dano, sobretudo porque a turbulência do<br />
sangue correndo pela artéria coronária com cada batida pode causar microlesões no vaso, onde se<br />
formar placas. Se seu ritmo cardíaco é mais rápido e a pressão do sangue mais alta porque você vive<br />
habitualmente zangado, em trinta anos isso pode levar a uma mais rápida formação de placa e,<br />
portanto, a uma doença na artéria coronária.<br />
Assim que surge a doença, os mecanismos disparados pela ira afetam a própria eficiência do<br />
coração como bomba, como foi mostrado no estudo das lembranças de ira em pacientes cardíacos.<br />
O efeito final é tornar a ira particularmente letal nos que já têm doença cardíaca. Por exemplo, um<br />
estudo da Faculdade de Medicina de Stanford, com 1 mil e 12 homens e mulheres que sofreram um<br />
primeiro ataque cardíaco e depois foram acompanhados por até oito anos mostrou que os homens<br />
mais agressivos e hostis no início dveram a taxa mais alta de segundos ataques cardíacos. Os<br />
resultados foram semelhantes num estudo da Faculdade de Medicina de Yale, com 929 homens que<br />
haviam sobrevivido a ataques cardíacos e foram acompanhados por até dez anos. Os classificados<br />
como facilmente provocáveis à ira tinham três vezes mais probabilidades de morrer de parada<br />
cardíaca do que os de temperamento mais regular Se também tinham altos níveis de colesterol, o<br />
risco extra da ira era cinco vezes mais alto.<br />
Os pesquisadores de Yale observam que talvez não seja a raiva apenas que aumenta o risco de<br />
morte por doenças cardíacas, mas antes uma emocionalidade negativa intensa de qualquer espécie,<br />
que envia regularmente ondas de hormônio de tensão por todo o corpo. Mas no todo, as mais fortes<br />
ligações científicas entre emoções e doença cardíaca são com a ira: um estudo da Faculdade de