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Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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empresarial que cunhou a expressão "trabalhadores do conhecimento", observa que a qualificação<br />

desses trabalhadores é altamente especializada, e que sua produtividade depende de se<br />

condicionarem seus esforços como parte de uma equipe organizacional: os escritores não são<br />

editores; os programadores de computador não são distribuidores de programas. Embora as pessoas<br />

tenham sempre trabalhado em associação, diz Drucker, com o trabalho de conhecimento "as equipes<br />

se tornam a unidade de trabalho, mais que o próprio indivíduo''. E isso sugere por que a inteligência<br />

emocional, as aptidões que ajudam as pessoas a harmonizar-se, deve tornar-se cada vez mais<br />

valorizada como um bem do local do trabalho nos anos futuros.<br />

Talvez a mais rudimentar forma de trabalho em equipe organizacional seja a reunião, essa parte<br />

inevitável do destino do executivo - numa sala de conselho, numa conferência por telefone, no<br />

gabinete de alguém. As reuniões - pessoas numa mesma sala - são apenas o mais óbvio, e de certa<br />

forma antiquado, exemplo do sentido em que se partilha o trabalho. As redes eletrônicas, e-mails,<br />

teleconferências, equipes de trabalho, redes informais e coisas assim estão surgindo como novas<br />

entidades funcionais nas organizações. Na medida em que a hierarquia explícita, distribuída num<br />

mapa organizacional, é o esqueleto de uma organização, esses pontos de contato humanos são o seu<br />

sistema nervoso central.<br />

Sempre que as pessoas se reúnem para colaborar, seja numa reunião de planejamento executivo ou<br />

como uma equipe trabalhando para chegar a um produto partilhado, têm num sentido muito<br />

concreto um QI de grupo, a soma total dos talentos e aptidões de todos os envolvidos. E a medida<br />

de como realizarão bem a sua tarefa será determinada pela altura desse QI. O elemento individual<br />

mais importante na inteligência de grupo, revela-se, não é o QI médio no sentido acadêmico, mas<br />

antes em termos de inteligência emocional.<br />

A chave para um alto QI de grupo é a harmonia social. É essa capacidade de harmonizar que, em<br />

igualdade de condições em tudo mais,tornará um grupo especialmente talentoso produtivo e bemsucedido,<br />

e fará outro com membros cujo talento e habilidade são iguais em outros aspectos se sair<br />

mal.<br />

A idéia de que há uma inteligência de grupo vem de Robert Sternberg, psicólogo de Yale, e Wendy<br />

Williams, universitário, que buscavam entender por que alguns grupos são mais eficazes que<br />

outros.18 Afinal, quando as pessoas se reunem para trabalhar como grupo, cada uma traz certos<br />

talentos - digamos, de eficiência verbal, criatividade, empatia ou conhecimento técnico. Embora um<br />

grupo não possa ser mais "inteligente" que a soma total dessas forças específicas, pode ser muito<br />

mais burro se seus mecanismos internos não permitem que as pessoas partilhem os seus talentos.<br />

Essa máxima tornou-se evidente quando Stemberg e Williams recrutaram gente para participar de<br />

grupos que receberam o desafio criativo de produzir uma campanha publicitária eficiente para um<br />

fictício adoçante promissor como substituto do açúcar.<br />

Uma das surpresas foi que as pessoas demasiado ávidas para participar eram um peso para o grupo,<br />

reduzindo seu desempenho geral; os ansiosos pés-de-boi eram controladores ou dominadores<br />

demais. Essas pessoas parecem não ter um elemento básico de inteligência social, a capacidade de<br />

reconhecer o que é bom e o que não é no toma-lá-dá-cá. Outra coisa negativa era o peso morto,<br />

membros que não participavam.<br />

O fator individual mais importante na maximização da excelência de um grupo era a medida em que<br />

os membros podiam criar um estado de harmonia intema, que Ihes permitia aproveitar todo o<br />

talento de seus membros. O desempenho geral de grupos harmoniosos era ajudado por ter um<br />

membro particularmente talentoso; os grupos com mais atrito eram muito menos capazes de<br />

capitalizar o fato de terem membros de grande capacidade. Em grupos onde há altos níveis de<br />

estática social e emocional - seja por medo ou raiva, rivalidades ou ressentimentos - as pessoas não

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