Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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O simples ato de chamar o preconceito de preconceito ou protestar contra ele na hora estabelece<br />
uma atmosfera social que o desestimula; não dizer nada só serve para coonestá-lo. Nesse esforço, os<br />
que estão em posição de autoridade desempenham um papel central: o fato de não condenarem atos<br />
de preconceito envia a mensagem tácita de que tais atos estão liberados. Tomar medidas como uma<br />
reprimenda envia uma poderosa mensagem de que o preconceito não é uma bobagem, mas tem<br />
conseqüências reais e negativas.<br />
Também aqui as aptidões da inteligência emocional estão em vantagem, sobretudo a de ter a<br />
habilidade social de saber não apenas quando, mas como protestar produtivamente contra o<br />
preconceito. Esse feedhack deve ser revesti do de toda a sutileza de uma crítica construtiva, para<br />
que possa ser ouvido sem defensividade Se administradores e colegas de trabalho fazem isso<br />
naturalmente ou aprendem a fazê-lo, torna-se mais provável que os incidentes de peconceitos<br />
desapareçam.<br />
Os mais eficazes cursos de treinamento de diversidade estabeleceram uma nova regra básica<br />
explícita, em nível de organização, que proíbe o preconcei to em qualquer forma e com isso<br />
estimula as pessoas que têm sido testemunhas circunstantes silenciosas a manifestar seus<br />
desconfortos e objeções. Outro ati vo ingrediente nos cursos de diversidade é a adoção de<br />
perspectiva, uma posi ção que estimula a empatia e a tolerancia. Na medida em que as pessoas<br />
passam entender o sofrimento daqueles que se sentem discriminados, é mais provável que o<br />
denunciem.<br />
Em suma, é mais prático tentar suprimir a expressão do preconceito do que a própria atitude, os<br />
estereótipos mudam muito devagar, se mudam. Simplesmente juntar pessoas de diferentes grupos<br />
pouco ou nada faz para reduzir intolerância, como mostram casos de dessegregação escolar em que<br />
a hostilida de intergrupos aumentou, em vez de diminuir. Para a pletora de programas de curs sos de<br />
treinamento de diversidade que inundam o mundo empresarial, isso signi fica que uma meta realista<br />
é mudar as normas de um grupo demonstrar preconceito ou perseguição; esses programas muito<br />
podem fazer para elevar na consciência coletiva a idéia de que o fanatismo e o preconceito não são<br />
aceitáveis e não serão tolerados. Mas é irrealista esperar que um programa desses erradique<br />
preconceitos profundamente enraizados.<br />
Contudo, como os preconceitos são uma variedade de aprendizado emocional é possível o<br />
reaprendizado - embora leve tempo e não se deva esperar que resulte de uma única oficina de<br />
treinamento para a diversidade. O que pode contar, porém, é a camaradagem constante e os esforços<br />
diários para uma meta comum de de pessoas de diferentes origens. A lição neste caso vem da<br />
dessegrega ção nas escolas: quando os grupos não se fundem socialmente, formando ao contrário<br />
bandos hostis, os estereótipos negativos se intensificam. Mas, quan do os alunos trabalham juntos<br />
como iguais para alcançar uma meta comum, como nas equipes esportivas ou conjuntos musicais,<br />
seus estereótipos se desfazem como pode acontecer naturalmente no local de trabalho, quando as<br />
pessoas trabalham anos juntas como iguais.<br />
Deixar de combater o preconceito no local de trabalho é perder uma oportunidade maior: aproveitar<br />
as possibilidades criativas e empresariais que oferece uma força de trabalho diversificada. Como<br />
veremos, é provável que um grupo de trabalho de variadas forças e perspectivas, se puder operar em<br />
hammonia, produza soluções melhores, mais criativas e mais, eficazes que as mesmas pessoas<br />
trabalhando isoladamente.<br />
SABEDORIA ORGANIZAClONAL E O Ql DE GRUPO<br />
No fim do século, um terço da força de trabalho americana será de "trabalhadores do conhecimento",<br />
pessoas cuja produtividade se caracteriza por adicionar valor à informação seja como analistas de<br />
mercado, escritores ou programadores de computador. Peter Drucker, o eminente especialista