Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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generalizada suposição em toda a cadeia Dennys sobretudo no nível de gerente distrital e de filial - de que os clientes negros não eram bons para os negócios. Hoje, grande parte em conseqüência do processo e da publicidade que o cercou, a cadeia Denny's está compensando a comunidade negra. E todos os empregados, sobretudo os gerentes, têm de assistir a sessões sobre as vantagens de uma dientela multirracial. Esses seminários tornaram-se parte dos treinamentos intemos de empresas por todos os Estados Unidos, com a crescente compreensão pelos administradores de que mesmo que as pessoas tragam consigo preconceitos para o emprego, devem aprender a agir como se não tivessem nenhum. Os motivos além e acima da decência humana, são pragmáticos. Um deles é a face em mudança da força de trabalho, à medida que os homens brancos, antes o grupo dominante, se tomam minoria. Uma pesquisa em várias centenas de empresas americanas constatou que mais de três quartos dos novos empregados eram não brancos uma mudança demográfica que também se reflete em larga medida na mutante formação dos clientes.8 Outro motivo é a maior necessidade das empresas intemacionais de ter funcionários que não apenas afastem qualquer tendenciosidade na apreciação de pessoas de várias culturas (e mercados), mas também transformem essa apreciação em vantagem competitiva. Uma terceira motivação é o fruto potencial da diversidade, em temmos de maior criatividade coletiva e energia empresarial. Tudo isso significa que a cultura de uma organização tem de mudar para promover a tolerância, mesmo que os preconceitos individuais permaneçam. Mas como pode uma empresa fazer isso? A triste verdade é que a panóplia de "cursos de treinamento" de um dia, um vídeo ou um fim de semana não parece deslocar o fanatismo dos empregados que os fazem com profundo preconceito contra um ou outro grupo, sejam brancos contra pretos, pretos contra asiáticos, ou asiáticos contra hispanicos. Na verdade, o efeito final dos diversos cursos de diversidade ineficientes - os que suscitam falsas expectativas prometendo demais, ou simplesmente criam uma atmosfera de confronto, em vez de entendimento talvez seja aumentar as tensões que dividem grupos no local de trabalho, chamando ainda mais atenção para essas diferenças. Para compreender o que se pode fazer, é útil primeiro entender a natureza do próprio preconceito. As Raízes do Preconceito Hoje, o Dr. Vamik Volkan é psiquiatra na Universidade da Virgínia, mas ele lembra o que foi ser criado numa família turca na ilha de Chipre, então seri amente contestada entre turcos e gregos. Em criança, Volkan ouvia rumores de que o cordão da cintura do pope grego tinha um nó para cada criança turca que os estrangulara, e lembra-se do tom de constemação com que Ihe disseram que os vizinhos gregos comiam porco, cuja came era considerada imunda demais em sua cultura turca. Agora, como estudioso do conflito étnico ele cita essas memórias de infância para mostrar como os ódios entre grupos são mantidos vivos pelos anos afora, à medida que cada geração é mergulhada em preconceito hostis como esses. O preço psicológico da lealdade ao próprio grupo pode ser a antipatia por outro, sobretudo quando há uma longa história de inimizade entre os grupos. Os preconceitos são uma espécie de aprendizado emocional que ocorre cedo na vida, tornando essas reações especialmente difíceis de erradicar, mesmo em pessoas que, adultas, acham errado tê-las. As emoções do preconceito se fomlam na infancia, enquanto as crenças usadas para justificá-los vêm depois explicou Thomas Pettigrew, psicólogo social da Universidade da Califómia, em Santa Cruz, que estuda o assunto há décadas. - Mais tarde, na vida, você pode querer mudar seu preconceito, mas é muito mais fácil mudar crenças intelectuais que sentimentos profundos. Muitos sulistas me confessaram, por exemplo, que, embora em suas mentes não mais tenham preconceitos sentem nojo quando apertam a mão de um negro. Os sentimentos são resíduos do que aprenderam com as famílias quando era crianças
O poder dos estereótipos que sustentam os preconceitos vem em parte de uma dinâmica mais neutra da mente que toma todos os tipos de estereótipos mais autoconfirmantes. As pessoas lembram com mais facilidade exemplos que spóiam os estereótipos e tendem a descartar os que os desmentem. Ao encontrar numa festa um inglês emocionalmente aberto e simpático, que desmente estereótipo do " bife” frio e reservado, por exemplo, as pessoas se dizem que ele é apenas incomum, ou "andou bebendo". A tenacidade dos preconceitos sutis pode explicar por que, enquanto n últimos quarenta anos, mais ou menos, as atitudes raciais dos americanos brancos em relação aos negros se tomaram cada vez mais tolerantes, persistem formas mais sutis de preconceito; as pessoas negam atitudes racistas quando ainda agem com preconceitos encobertos. Quando perguntadas, tais pessoas dizem que não sentem intolerância, mas em situações ambíguas ainda agem de forma preconceituosa embora apresentem outra justificação que não o preconceito Essa tendenciosidade pode assumir a forma, digamos, de um alto administrador branco que julga não ter preconceitos rejeitar um candidato negro a um emprego, ostensivamente não por sua raça, mas porque sua educação experiência ~não são muito adequadas~ para o trabalho, enquanto emprega um candiidato branco com a mesma formação. Ou pode assumir a fomma de dar a um vendedor branco uma aula e dicas úteis para fazer um contato telefônico mas de algum modo esquecer de fazer o mesmo com um vendedor negro ou hispânico. Tolerância Zero com a Intolerância Se os preconceitos de longa data das pessoas não podem ser tão facilmente extirpados, o que se pode mudar é o que elas fazem a respeito. Na Denny's, por exemplo, as garçonetes ou gerentes de filiais que decidiram discriminar os negros raramente eram contestados, se eram. AO contrário, alguns administradores parecem tê-los estimulado, pelo menos tacitamente, a discriminar, até sugerindo políticas como exigir pagamento antes de servir só aos clientes negros, negar aos negros anunciadas refeições de aniversário grátis, ou fechar as portas e dizer que a casa já fechara a grupos de dientes negros que chegavam. Como disse John P. Relman, um advogado que processou a Denny's em nome dos agentes negros do Serviço Secreto: - A administração da Denny's fechava os olhos ao que os empregados faziam. Devia haver alguma mensagem... que liberava as inibições dos gerentes locais para agir com base em seus princípios racistas. Mas tudo que sabemos sobre as raízes do preconceito e como combatê-lo eficazmente sugere que precisamente essa atitude - fazer vista grossa a atos tendenciosos permite que a discriminação viceje. Nada fazer, nesse contexto, é um ato importante em si, deixando o vírus do preconceito espalhar-se livremente. Mais objetivo que os cursos de diversidade - ou talvez essencial para que eles tenham mais efeito é que as normas do grupo sejam decisivamente mudadas, tomando-se uma posição ativa contra quaisquer atos de discriminação, dos mais altos escalões da administração até embaixo. Os preconceitos não vão embora, mas os atos de preconceito podem ser sufocados, .se se muda o clima. Como disse um executivo da IBM: - Não toleramos of ensas ou insultos de qualquer tipo; o respeito ao indivíduo é fundamental para a cultura da IBM. Se a pesquisa sobre o preconceito tem alguma lição para tomar a cultura empresarial mais tolerante, é encorajar as pessoas a denunciar mesmo atos menores de discriminação ou perseguição - piadas ofensivas, digamos, ou a afixação de calendários de mulheres nuas que humilham as colegas de trabalho.
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O poder dos estereótipos que sustentam os preconceitos vem em parte de uma dinâmica mais neutra<br />
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mais facilidade exemplos que spóiam os estereótipos e tendem a descartar os que os desmentem. Ao<br />
encontrar numa festa um inglês emocionalmente aberto e simpático, que desmente estereótipo do "<br />
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frio e reservado, por exemplo, as pessoas se dizem que ele é apenas incomum, ou "andou bebendo".<br />
A tenacidade dos preconceitos sutis pode explicar por que, enquanto n últimos quarenta anos, mais<br />
ou menos, as atitudes raciais dos americanos brancos em relação aos negros se tomaram cada vez<br />
mais tolerantes, persistem formas mais sutis de preconceito; as pessoas negam atitudes racistas<br />
quando ainda agem com preconceitos encobertos. Quando perguntadas, tais pessoas dizem que não<br />
sentem intolerância, mas em situações ambíguas ainda agem de forma preconceituosa embora<br />
apresentem outra justificação que não o preconceito Essa tendenciosidade pode assumir a forma,<br />
digamos, de um alto administrador branco que julga não ter preconceitos rejeitar um candidato<br />
negro a um emprego, ostensivamente não por sua raça, mas porque sua educação experiência ~não<br />
são muito adequadas~ para o trabalho, enquanto emprega um candiidato branco com a mesma<br />
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um contato telefônico mas de algum modo esquecer de fazer o mesmo com um vendedor negro ou<br />
hispânico.<br />
Tolerância Zero com a Intolerância<br />
Se os preconceitos de longa data das pessoas não podem ser tão facilmente extirpados, o que se<br />
pode mudar é o que elas fazem a respeito. Na Denny's, por exemplo, as garçonetes ou gerentes de<br />
filiais que decidiram discriminar os negros raramente eram contestados, se eram. AO contrário,<br />
alguns administradores parecem tê-los estimulado, pelo menos tacitamente, a discriminar, até<br />
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anunciadas refeições de aniversário grátis, ou fechar as portas e dizer que a casa já fechara a grupos<br />
de dientes negros que chegavam. Como disse John P.<br />
Relman, um advogado que processou a Denny's em nome dos agentes negros do Serviço Secreto:<br />
- A administração da Denny's fechava os olhos ao que os empregados faziam.<br />
Devia haver alguma mensagem... que liberava as inibições dos gerentes locais para agir com base<br />
em seus princípios racistas.<br />
Mas tudo que sabemos sobre as raízes do preconceito e como combatê-lo eficazmente sugere que<br />
precisamente essa atitude - fazer vista grossa a atos tendenciosos permite que a discriminação viceje.<br />
Nada fazer, nesse contexto, é um ato importante em si, deixando o vírus do preconceito espalhar-se<br />
livremente. Mais objetivo que os cursos de diversidade - ou talvez essencial para que eles tenham<br />
mais efeito é que as normas do grupo sejam decisivamente mudadas, tomando-se uma posição ativa<br />
contra quaisquer atos de discriminação, dos mais altos escalões da administração até embaixo. Os<br />
preconceitos não vão embora, mas os atos de preconceito podem ser sufocados, .se se muda o clima.<br />
Como disse um executivo da IBM:<br />
- Não toleramos of ensas ou insultos de qualquer tipo; o respeito ao indivíduo é fundamental para a<br />
cultura da IBM.<br />
Se a pesquisa sobre o preconceito tem alguma lição para tomar a cultura empresarial mais tolerante,<br />
é encorajar as pessoas a denunciar mesmo atos menores de discriminação ou perseguição - piadas<br />
ofensivas, digamos, ou a afixação de calendários de mulheres nuas que humilham as colegas de<br />
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