Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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O custo-eficácia da inteligência emocional é uma idéia relativamente nova nas empresas, e que<br />
alguns administradores talvez achem difícil aceitar. Um estudo de 250 executivos constatou que a<br />
maioria achava que o trabalho exigia "suas cabeças, mas não seus corações". Muitos disseram temer<br />
que a empatia ou piedade para com aqueles com quem trabalhavam os pusesse em conflito com<br />
suas metas na organização. Um achava que a idéia de sentir os sentimentos daqueles que<br />
trabalhavam para ele era absurda seria, disse, "impossível lidar com as pessoas". Outros protestaram<br />
que se não se distanciassem emocional mente, não seriam capazes de tomar as decisões "duras" que<br />
os negócios exigem embora a probabilidade seja de que tomassem essas decisões de um modo mais<br />
humano.<br />
O estudo foi feito na década de 70, quando o ambiente empresarial era muito diferente. O que quero<br />
dizer é que tais atitudes estão fora de moda, um luxo de dias passados: uma nova realidade<br />
competitiva está valorizando a inteligência emocional no local de trabalho e no mercado. Como me<br />
observou Shoshona Zuboff, psicóloga da Escola de Comércio de Harvard, "as empresas passaram<br />
por uma radical revolução neste século, e com isso veio uma correspondente transformação da<br />
paisagem emocional. Houve um longo período de dominação administrativa na hierarquia<br />
empresarial, quando se premiava o chefe manipulador, combatente da selva. Mas essa hierarquia<br />
rígida começou a desmorona na década de 80, sob as pressões gêmeas da globalização e da<br />
tecnologia de informação. O combatente da selva simboliza onde estavam as empresas antes o<br />
virtuose das aptidões interpessoais é o futuro delas".<br />
Alguns dos motivos são patentemente óbvios - imaginem as conseqüência para um grupo de<br />
trabalho quando alguém não pode deixar de explodir em cólera ou não tem sensibilidade para o que<br />
sentem as pessoas à sua volta. Todo os efeitos deletérios de perturbação do pensamento examinados<br />
no Capítulo ( também atuam no local de trabalho: quando emocionalmente perturbadas, as pessoas<br />
não se lembram, não acompanham, não aprendem nem tomam decisões com clareza. Como disse<br />
um consultor administrativo:<br />
- A tensão torna as pessoas idiotas.<br />
No lado positivo, imaginem os proveitos para o trabalho das aptidões emocionais básicas estar em<br />
sintonia com os sentimentos daqueles com quen tratamos, saber lidar com discordâncias para que<br />
não cresçam, ter a habilidade de entrar em estados de fluxo quando fazendo nosso trabalho.<br />
Liderança não é dominação, mas a arte de convencer as pessoas a trabalhar para um objetivo<br />
comum. E, em termos de administração da própria carreira, talvez não haja nada mais essencial do<br />
que reconhecer nossos mais profundos sentimentos sobre o que fazemos e que mudanças nos<br />
deixariam mais verdadeiramente satisfeitos com o que fazemos.<br />
Alguns dos menos óbvios motivos pelos quais as aptidões emocionais estão passando para o<br />
primeiro plano das habilidades empresariais refletem mudanças radicais no local de trabalho. Vou<br />
explicar o que quero dizer identificando a diferença que fazem três aplicações da inteligência<br />
emocional: poder externar queixas como críticas construtivas, criar uma atmosfera em que a<br />
diversidade seja mais uma coisa valorizada que uma fonte de atrito e o trabalho em rede efetivo.<br />
A CRÍTlCA É A TAREFA UM<br />
Era um engenheiro tarimbado, que dirigia um projeto de desenvolvimento de programas de<br />
computador e apresentava o resultado de meses de trabalho de sua equipe ao vice-presidente para<br />
desenvolvimento de produtos da empresa.