Daniel Goleman - Inteligencia Emocional

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27.04.2013 Views

uma maneira de aliviar o cônjuge, ou acumular capital emocional em forma de sentimentos positivos. Treinamento Como essas manobras podem ser exigidas no calor do confronto, quando certamente a estimulação emocional estará alta, têm de ser superaprendidas, para podermos usá-las quando forem mais necessárias. Isso se deve ao fato de que o cérebro emocional aplica as respostas aprendidas mais cedo na vida durante repetidos momentos de ira e dor, e portanto se torna dominante. Como memória e resposta são específicas das emoções, nesses momentos as reações associadas a tempos mais calmos são menos fáceis de lembrar e servir de base para a ação. Se uma resposta emocional mais produtiva é desconhecida ou não bem treinada, é extremamente difícil tentá-la quando perturbado. Mas se a resposta é treinada para se tomar automática, tem uma melhor possibilidade de expressar-se nas crises emocionais. Por esses motivos, as estratégias acima precisam ser testadas e ensaiadas em choques não tão tensos, e também no calor da batalha, para terem uma possibilidade de tomar-se uma prirneira resposta adquirida (ou pelo menos uma segunda resposta não muito atrasada) no repertório dos circuitos emocionais Em essência, esses antídotos para a desintegração conjugal são uma pequena educação remediadora em inteligência emocional. 10 CONTROLANDO COM O CORAÇÃO Melburn McBroom era um chefe dominador, cujo mau gênio intimidava os que trabalhavam com ele. Esse fato poderia ter passado despercebido se ele trabalhasse num escritório ou fábrica. Mas era piloto de uma empresa aérea. Um dia, em 1978, o avião de McBroom aproximava-se de Portland, Oregon, quando ele notou um problema no trem de aterrissagem. Por isso adotou uma manobra padrão, circulando o campo em alta altitude, enquanto remexia no mecanismo. Enquanto McBroom se achava obcecado com o trem de aterrissagem, os medidores de combustível se aproximavam rápido do nível de vazio. Mas os co-pilotos tinham tanto medo da ira dele que nada disseram, mesmo com a tragédia iminente. O avião caiu, matando dez pessoas. Hoje, a história desse acidente é contada como uma advertência no treinamento de segurança dos pilotos de empresas aéreas. Em 80 por cento das quedas de avião, os pilotos cometem erros que poderiam ser evitados, sobretudo se a tripulação trabalhasse com mais harmonia. O trabalho em equipe, linhas de comunicação abertas, cooperação, saber escutar e dizer o que pensa rudimentos de inteligência social são agora enfatizados aos pilotos em treinamento, juntamente com as habilidades técnicas. A cabine de um avião é um microcosmo de qualquer organização de trabalho. Mas, sem a dramática verificação da realidade que é a queda de um avião, os efeitos destrutivos de um moral infeliz, trabalhadores intimidados ou chefes arrogantes ou qualquer das dezenas de outras variedades de (lellclenclas emocionais no local de trabalho, passam em grande parte despercebidos pelos de fora da cena imediata. Os custos, porém, podem ser lidos em sinais como menor produtividade, aumento das perdas de prazo, erros e acidentes, e o êxodo de funcionários para ambientes mais simpáticos. Há, inevitavelmente, um custo para o balanço final nos baixos níveis de inteligência emocional no trabalho. Quando isso se generaliza, as empresas desabam e pegam fogo.

O custo-eficácia da inteligência emocional é uma idéia relativamente nova nas empresas, e que alguns administradores talvez achem difícil aceitar. Um estudo de 250 executivos constatou que a maioria achava que o trabalho exigia "suas cabeças, mas não seus corações". Muitos disseram temer que a empatia ou piedade para com aqueles com quem trabalhavam os pusesse em conflito com suas metas na organização. Um achava que a idéia de sentir os sentimentos daqueles que trabalhavam para ele era absurda seria, disse, "impossível lidar com as pessoas". Outros protestaram que se não se distanciassem emocional mente, não seriam capazes de tomar as decisões "duras" que os negócios exigem embora a probabilidade seja de que tomassem essas decisões de um modo mais humano. O estudo foi feito na década de 70, quando o ambiente empresarial era muito diferente. O que quero dizer é que tais atitudes estão fora de moda, um luxo de dias passados: uma nova realidade competitiva está valorizando a inteligência emocional no local de trabalho e no mercado. Como me observou Shoshona Zuboff, psicóloga da Escola de Comércio de Harvard, "as empresas passaram por uma radical revolução neste século, e com isso veio uma correspondente transformação da paisagem emocional. Houve um longo período de dominação administrativa na hierarquia empresarial, quando se premiava o chefe manipulador, combatente da selva. Mas essa hierarquia rígida começou a desmorona na década de 80, sob as pressões gêmeas da globalização e da tecnologia de informação. O combatente da selva simboliza onde estavam as empresas antes o virtuose das aptidões interpessoais é o futuro delas". Alguns dos motivos são patentemente óbvios - imaginem as conseqüência para um grupo de trabalho quando alguém não pode deixar de explodir em cólera ou não tem sensibilidade para o que sentem as pessoas à sua volta. Todo os efeitos deletérios de perturbação do pensamento examinados no Capítulo ( também atuam no local de trabalho: quando emocionalmente perturbadas, as pessoas não se lembram, não acompanham, não aprendem nem tomam decisões com clareza. Como disse um consultor administrativo: - A tensão torna as pessoas idiotas. No lado positivo, imaginem os proveitos para o trabalho das aptidões emocionais básicas estar em sintonia com os sentimentos daqueles com quen tratamos, saber lidar com discordâncias para que não cresçam, ter a habilidade de entrar em estados de fluxo quando fazendo nosso trabalho. Liderança não é dominação, mas a arte de convencer as pessoas a trabalhar para um objetivo comum. E, em termos de administração da própria carreira, talvez não haja nada mais essencial do que reconhecer nossos mais profundos sentimentos sobre o que fazemos e que mudanças nos deixariam mais verdadeiramente satisfeitos com o que fazemos. Alguns dos menos óbvios motivos pelos quais as aptidões emocionais estão passando para o primeiro plano das habilidades empresariais refletem mudanças radicais no local de trabalho. Vou explicar o que quero dizer identificando a diferença que fazem três aplicações da inteligência emocional: poder externar queixas como críticas construtivas, criar uma atmosfera em que a diversidade seja mais uma coisa valorizada que uma fonte de atrito e o trabalho em rede efetivo. A CRÍTlCA É A TAREFA UM Era um engenheiro tarimbado, que dirigia um projeto de desenvolvimento de programas de computador e apresentava o resultado de meses de trabalho de sua equipe ao vice-presidente para desenvolvimento de produtos da empresa.

uma maneira de aliviar o cônjuge, ou acumular capital emocional em forma de sentimentos<br />

positivos.<br />

Treinamento<br />

Como essas manobras podem ser exigidas no calor do confronto, quando certamente a estimulação<br />

emocional estará alta, têm de ser superaprendidas, para podermos usá-las quando forem mais<br />

necessárias. Isso se deve ao fato de que o cérebro emocional aplica as respostas aprendidas mais<br />

cedo na vida durante repetidos momentos de ira e dor, e portanto se torna dominante. Como<br />

memória e resposta são específicas das emoções, nesses momentos as reações associadas a tempos<br />

mais calmos são menos fáceis de lembrar e servir de base para a ação.<br />

Se uma resposta emocional mais produtiva é desconhecida ou não bem treinada, é extremamente<br />

difícil tentá-la quando perturbado. Mas se a resposta é treinada para se tomar automática, tem uma<br />

melhor possibilidade de expressar-se nas crises emocionais. Por esses motivos, as estratégias acima<br />

precisam ser testadas e ensaiadas em choques não tão tensos, e também no calor da batalha, para<br />

terem uma possibilidade de tomar-se uma prirneira resposta adquirida (ou pelo menos uma segunda<br />

resposta não muito atrasada) no repertório dos circuitos emocionais Em essência, esses antídotos<br />

para a desintegração conjugal são uma pequena educação remediadora em inteligência emocional.<br />

10 CONTROLANDO COM O CORAÇÃO<br />

Melburn McBroom era um chefe dominador, cujo mau gênio intimidava os que trabalhavam com<br />

ele. Esse fato poderia ter passado despercebido se ele trabalhasse num escritório ou fábrica. Mas era<br />

piloto de uma empresa aérea.<br />

Um dia, em 1978, o avião de McBroom aproximava-se de Portland, Oregon, quando ele notou um<br />

problema no trem de aterrissagem. Por isso adotou uma manobra padrão, circulando o campo em<br />

alta altitude, enquanto remexia no mecanismo.<br />

Enquanto McBroom se achava obcecado com o trem de aterrissagem, os medidores de combustível<br />

se aproximavam rápido do nível de vazio. Mas os co-pilotos tinham tanto medo da ira dele que nada<br />

disseram, mesmo com a tragédia iminente. O avião caiu, matando dez pessoas.<br />

Hoje, a história desse acidente é contada como uma advertência no treinamento de segurança dos<br />

pilotos de empresas aéreas. Em 80 por cento das quedas de avião, os pilotos cometem erros que<br />

poderiam ser evitados, sobretudo se a tripulação trabalhasse com mais harmonia. O trabalho em<br />

equipe, linhas de comunicação abertas, cooperação, saber escutar e dizer o que pensa rudimentos de<br />

inteligência social são agora enfatizados aos pilotos em treinamento, juntamente com as habilidades<br />

técnicas.<br />

A cabine de um avião é um microcosmo de qualquer organização de trabalho.<br />

Mas, sem a dramática verificação da realidade que é a queda de um avião, os efeitos destrutivos de<br />

um moral infeliz, trabalhadores intimidados ou chefes arrogantes ou qualquer das dezenas de outras<br />

variedades de (lellclenclas emocionais no local de trabalho, passam em grande parte despercebidos<br />

pelos de fora da cena imediata. Os custos, porém, podem ser lidos em sinais como menor<br />

produtividade, aumento das perdas de prazo, erros e acidentes, e o êxodo de funcionários para<br />

ambientes mais simpáticos. Há, inevitavelmente, um custo para o balanço final nos baixos níveis de<br />

inteligência emocional no trabalho.<br />

Quando isso se generaliza, as empresas desabam e pegam fogo.

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