Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
Daniel Goleman - Inteligencia Emocional Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
uma maneira de aliviar o cônjuge, ou acumular capital emocional em forma de sentimentos positivos. Treinamento Como essas manobras podem ser exigidas no calor do confronto, quando certamente a estimulação emocional estará alta, têm de ser superaprendidas, para podermos usá-las quando forem mais necessárias. Isso se deve ao fato de que o cérebro emocional aplica as respostas aprendidas mais cedo na vida durante repetidos momentos de ira e dor, e portanto se torna dominante. Como memória e resposta são específicas das emoções, nesses momentos as reações associadas a tempos mais calmos são menos fáceis de lembrar e servir de base para a ação. Se uma resposta emocional mais produtiva é desconhecida ou não bem treinada, é extremamente difícil tentá-la quando perturbado. Mas se a resposta é treinada para se tomar automática, tem uma melhor possibilidade de expressar-se nas crises emocionais. Por esses motivos, as estratégias acima precisam ser testadas e ensaiadas em choques não tão tensos, e também no calor da batalha, para terem uma possibilidade de tomar-se uma prirneira resposta adquirida (ou pelo menos uma segunda resposta não muito atrasada) no repertório dos circuitos emocionais Em essência, esses antídotos para a desintegração conjugal são uma pequena educação remediadora em inteligência emocional. 10 CONTROLANDO COM O CORAÇÃO Melburn McBroom era um chefe dominador, cujo mau gênio intimidava os que trabalhavam com ele. Esse fato poderia ter passado despercebido se ele trabalhasse num escritório ou fábrica. Mas era piloto de uma empresa aérea. Um dia, em 1978, o avião de McBroom aproximava-se de Portland, Oregon, quando ele notou um problema no trem de aterrissagem. Por isso adotou uma manobra padrão, circulando o campo em alta altitude, enquanto remexia no mecanismo. Enquanto McBroom se achava obcecado com o trem de aterrissagem, os medidores de combustível se aproximavam rápido do nível de vazio. Mas os co-pilotos tinham tanto medo da ira dele que nada disseram, mesmo com a tragédia iminente. O avião caiu, matando dez pessoas. Hoje, a história desse acidente é contada como uma advertência no treinamento de segurança dos pilotos de empresas aéreas. Em 80 por cento das quedas de avião, os pilotos cometem erros que poderiam ser evitados, sobretudo se a tripulação trabalhasse com mais harmonia. O trabalho em equipe, linhas de comunicação abertas, cooperação, saber escutar e dizer o que pensa rudimentos de inteligência social são agora enfatizados aos pilotos em treinamento, juntamente com as habilidades técnicas. A cabine de um avião é um microcosmo de qualquer organização de trabalho. Mas, sem a dramática verificação da realidade que é a queda de um avião, os efeitos destrutivos de um moral infeliz, trabalhadores intimidados ou chefes arrogantes ou qualquer das dezenas de outras variedades de (lellclenclas emocionais no local de trabalho, passam em grande parte despercebidos pelos de fora da cena imediata. Os custos, porém, podem ser lidos em sinais como menor produtividade, aumento das perdas de prazo, erros e acidentes, e o êxodo de funcionários para ambientes mais simpáticos. Há, inevitavelmente, um custo para o balanço final nos baixos níveis de inteligência emocional no trabalho. Quando isso se generaliza, as empresas desabam e pegam fogo.
O custo-eficácia da inteligência emocional é uma idéia relativamente nova nas empresas, e que alguns administradores talvez achem difícil aceitar. Um estudo de 250 executivos constatou que a maioria achava que o trabalho exigia "suas cabeças, mas não seus corações". Muitos disseram temer que a empatia ou piedade para com aqueles com quem trabalhavam os pusesse em conflito com suas metas na organização. Um achava que a idéia de sentir os sentimentos daqueles que trabalhavam para ele era absurda seria, disse, "impossível lidar com as pessoas". Outros protestaram que se não se distanciassem emocional mente, não seriam capazes de tomar as decisões "duras" que os negócios exigem embora a probabilidade seja de que tomassem essas decisões de um modo mais humano. O estudo foi feito na década de 70, quando o ambiente empresarial era muito diferente. O que quero dizer é que tais atitudes estão fora de moda, um luxo de dias passados: uma nova realidade competitiva está valorizando a inteligência emocional no local de trabalho e no mercado. Como me observou Shoshona Zuboff, psicóloga da Escola de Comércio de Harvard, "as empresas passaram por uma radical revolução neste século, e com isso veio uma correspondente transformação da paisagem emocional. Houve um longo período de dominação administrativa na hierarquia empresarial, quando se premiava o chefe manipulador, combatente da selva. Mas essa hierarquia rígida começou a desmorona na década de 80, sob as pressões gêmeas da globalização e da tecnologia de informação. O combatente da selva simboliza onde estavam as empresas antes o virtuose das aptidões interpessoais é o futuro delas". Alguns dos motivos são patentemente óbvios - imaginem as conseqüência para um grupo de trabalho quando alguém não pode deixar de explodir em cólera ou não tem sensibilidade para o que sentem as pessoas à sua volta. Todo os efeitos deletérios de perturbação do pensamento examinados no Capítulo ( também atuam no local de trabalho: quando emocionalmente perturbadas, as pessoas não se lembram, não acompanham, não aprendem nem tomam decisões com clareza. Como disse um consultor administrativo: - A tensão torna as pessoas idiotas. No lado positivo, imaginem os proveitos para o trabalho das aptidões emocionais básicas estar em sintonia com os sentimentos daqueles com quen tratamos, saber lidar com discordâncias para que não cresçam, ter a habilidade de entrar em estados de fluxo quando fazendo nosso trabalho. Liderança não é dominação, mas a arte de convencer as pessoas a trabalhar para um objetivo comum. E, em termos de administração da própria carreira, talvez não haja nada mais essencial do que reconhecer nossos mais profundos sentimentos sobre o que fazemos e que mudanças nos deixariam mais verdadeiramente satisfeitos com o que fazemos. Alguns dos menos óbvios motivos pelos quais as aptidões emocionais estão passando para o primeiro plano das habilidades empresariais refletem mudanças radicais no local de trabalho. Vou explicar o que quero dizer identificando a diferença que fazem três aplicações da inteligência emocional: poder externar queixas como críticas construtivas, criar uma atmosfera em que a diversidade seja mais uma coisa valorizada que uma fonte de atrito e o trabalho em rede efetivo. A CRÍTlCA É A TAREFA UM Era um engenheiro tarimbado, que dirigia um projeto de desenvolvimento de programas de computador e apresentava o resultado de meses de trabalho de sua equipe ao vice-presidente para desenvolvimento de produtos da empresa.
- Page 53 and 54: Diane Tice constatou que o exercíc
- Page 55 and 56: suor e pressão sanguinea em eleva
- Page 57 and 58: informação relevante para a taref
- Page 59 and 60: para o ciúme e a inveja; reagir ex
- Page 61 and 62: Um estado de branda euforia - hipom
- Page 63 and 64: Na seguinte, 100 metros borboleta,
- Page 65 and 66: - quando falam de um momento em que
- Page 67 and 68: supérfluas um estado geral que se
- Page 69 and 70: mostrava simpatia; se ela falava de
- Page 71 and 72: procurou uma palavra distinta de si
- Page 73 and 74: estados de espírito: bebês de tr
- Page 75 and 76: que cada um Eentava adivinhar o que
- Page 77 and 78: sentimentos próprios; ao contrári
- Page 79 and 80: provoca uma onda de ansiedade, Hare
- Page 81 and 82: Há vários tipos básicos de regra
- Page 83 and 84: sincronia, uma transmissão de emo
- Page 85 and 86: No melhor de si, essa aptidão nos
- Page 87 and 88: pessoas cujas conversas se concentr
- Page 89 and 90: Voltemos a Roger, o menino de quatr
- Page 91 and 92: A mudança fica mais clara na compa
- Page 93 and 94: no de um homem: embora não haja di
- Page 95 and 96: A queixa de Pamela é mais que isso
- Page 97 and 98: está vitimizando, ignorando ou des
- Page 99 and 100: defensividade e mutismo, pensamento
- Page 101 and 102: mostram um ao outro que estão send
- Page 103: Claro, numa discussão, o que um c
- Page 107 and 108: queixas com base nas quais se pode
- Page 109 and 110: simplesmente a sensibiliza para def
- Page 111 and 112: O poder dos estereótipos que suste
- Page 113 and 114: empresarial que cunhou a expressão
- Page 115 and 116: edes. "Mas quando surgem problemas
- Page 117 and 118: pensamentos posidvos, ou de que sã
- Page 119 and 120: Se alguém programado para uma ciru
- Page 121 and 122: Medicina de Yale pediu a mais de 1
- Page 123 and 124: O período de retardo é precisamen
- Page 125 and 126: Também se constatou que a depress
- Page 127 and 128: sete anos depois, os 752 que se apr
- Page 129 and 130: Minha incapacidade de fazer a únic
- Page 131 and 132: além da ortopédica normal, deixar
- Page 133 and 134: Ignorar inteiramente os sentimentos
- Page 135 and 136: Um trabalho do Centro Nacional de P
- Page 137 and 138: COMO CRIAR UM VALENTÃO Muito se po
- Page 139 and 140: a mostrar interesse pelos outros e
- Page 141 and 142: velha, para sentir-se seguro de que
- Page 143 and 144: se que as mudanças nesses circuito
- Page 145 and 146: pergunta Richard Davidson, o psicó
- Page 147 and 148: O senso em que os pacientes de PTSD
- Page 149 and 150: pode aprimorar ou frear o impulso d
- Page 151 and 152: diferença de idade entre eles foss
- Page 153 and 154: conseguia se levantar sozinha. Corr
uma maneira de aliviar o cônjuge, ou acumular capital emocional em forma de sentimentos<br />
positivos.<br />
Treinamento<br />
Como essas manobras podem ser exigidas no calor do confronto, quando certamente a estimulação<br />
emocional estará alta, têm de ser superaprendidas, para podermos usá-las quando forem mais<br />
necessárias. Isso se deve ao fato de que o cérebro emocional aplica as respostas aprendidas mais<br />
cedo na vida durante repetidos momentos de ira e dor, e portanto se torna dominante. Como<br />
memória e resposta são específicas das emoções, nesses momentos as reações associadas a tempos<br />
mais calmos são menos fáceis de lembrar e servir de base para a ação.<br />
Se uma resposta emocional mais produtiva é desconhecida ou não bem treinada, é extremamente<br />
difícil tentá-la quando perturbado. Mas se a resposta é treinada para se tomar automática, tem uma<br />
melhor possibilidade de expressar-se nas crises emocionais. Por esses motivos, as estratégias acima<br />
precisam ser testadas e ensaiadas em choques não tão tensos, e também no calor da batalha, para<br />
terem uma possibilidade de tomar-se uma prirneira resposta adquirida (ou pelo menos uma segunda<br />
resposta não muito atrasada) no repertório dos circuitos emocionais Em essência, esses antídotos<br />
para a desintegração conjugal são uma pequena educação remediadora em inteligência emocional.<br />
10 CONTROLANDO COM O CORAÇÃO<br />
Melburn McBroom era um chefe dominador, cujo mau gênio intimidava os que trabalhavam com<br />
ele. Esse fato poderia ter passado despercebido se ele trabalhasse num escritório ou fábrica. Mas era<br />
piloto de uma empresa aérea.<br />
Um dia, em 1978, o avião de McBroom aproximava-se de Portland, Oregon, quando ele notou um<br />
problema no trem de aterrissagem. Por isso adotou uma manobra padrão, circulando o campo em<br />
alta altitude, enquanto remexia no mecanismo.<br />
Enquanto McBroom se achava obcecado com o trem de aterrissagem, os medidores de combustível<br />
se aproximavam rápido do nível de vazio. Mas os co-pilotos tinham tanto medo da ira dele que nada<br />
disseram, mesmo com a tragédia iminente. O avião caiu, matando dez pessoas.<br />
Hoje, a história desse acidente é contada como uma advertência no treinamento de segurança dos<br />
pilotos de empresas aéreas. Em 80 por cento das quedas de avião, os pilotos cometem erros que<br />
poderiam ser evitados, sobretudo se a tripulação trabalhasse com mais harmonia. O trabalho em<br />
equipe, linhas de comunicação abertas, cooperação, saber escutar e dizer o que pensa rudimentos de<br />
inteligência social são agora enfatizados aos pilotos em treinamento, juntamente com as habilidades<br />
técnicas.<br />
A cabine de um avião é um microcosmo de qualquer organização de trabalho.<br />
Mas, sem a dramática verificação da realidade que é a queda de um avião, os efeitos destrutivos de<br />
um moral infeliz, trabalhadores intimidados ou chefes arrogantes ou qualquer das dezenas de outras<br />
variedades de (lellclenclas emocionais no local de trabalho, passam em grande parte despercebidos<br />
pelos de fora da cena imediata. Os custos, porém, podem ser lidos em sinais como menor<br />
produtividade, aumento das perdas de prazo, erros e acidentes, e o êxodo de funcionários para<br />
ambientes mais simpáticos. Há, inevitavelmente, um custo para o balanço final nos baixos níveis de<br />
inteligência emocional no trabalho.<br />
Quando isso se generaliza, as empresas desabam e pegam fogo.