Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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Claro, numa discussão, o que um cônjuge diz é muitas vezes em fomma de ataque, ou é dito com<br />
uma tão forte negatividade que é difícil ouvir alguma coisa que não um ataque.<br />
Mesmo no pior caso, é possível um casal selecionar deliberadamente o que<br />
ouve, ignorando as partes hostis e negativas do diálogo o tom perverso, o insulto, a crítica<br />
despreziva e ouvir a mensagem principal. Para conseguir esse feito, ajuda se os cônjuges se<br />
lembram de ver a negatividade um do outro como uma declaração implícita de como a questão é<br />
importante para eles uma exigência de atenção a ser dada. Então, se ela grita: "Quer parar de me<br />
interromper, pelo amor de Deus!", ele talvez possa ser mais capaz de dizer, sem reagir abertamente<br />
à hostilidade dela: "Tudo bem, acabe.”<br />
A mais poderosa forma de ouvir não defensivamente, claro, é a empatia: ouvir de fato os<br />
sentimentos por trás do que está sendo dito. Como vimos no Capítulo 7, para um cônjuge num casal<br />
empatizar de fato com o outro é preciso que suas próprias reações emocionais se acalmem a um<br />
ponto em que ele esteja suficientemente receptivo para poder refletir os sentimentos do outro<br />
cônjuge.<br />
Sem essa sintonização emocional, é provável que o senso de um deles do que o outro sente erre<br />
inteiramente o alvo. A empatia deteriora-se quando nossos próprios sentimentos são tão fortes que<br />
não permitem harmonização fisiológica, mas simplesmente passam por cima de tudo mais.<br />
Um método de ouvir emocional e eficaz, chamado "espelhamento", é comumente usado em terapia<br />
conjugal. Quando um cônjuge faz uma queixa, o outro a repete nas próprias palavras do queixoso,<br />
tentando captar não apenas o pensamento, mas também o sentimento que o acompanha. O cônjuge<br />
que espelha confere com o outro para se assegurar de que as repetições estão corretas, tas e se não,<br />
tenta de novo até estarem - uma coisa que parece simples, mas que é surpreendentemente traiçoeira<br />
na execução. 0 efeito do se ver espelhado com exatidão não é apenas sentir-se entendido, mas ter o<br />
senso extra de estar em sintonia emocional. Isso em si às vezes desarma um ataque iminente, e vai<br />
longe no impedir que a discussão das queixas desande em brigas.<br />
A arte do falar não defensivo nos casais centra-se na manutenção do que se diz numa queixa<br />
específica, sem desandar para o ataque pessoal. O psicólogo Haim Ginott, avô dos programas de<br />
comunicação efetiva, recomendava que a melhor fórmula para uma queixa é "XYZ": "Quando você<br />
fez X, me fez sentir Y, e eu preferia que você, em vez disso, fizesse Z." Por exemplo, "Quando você<br />
não me ligou para dizer que ia chegar atrasado para nosso compromisso de jantar, eu me senti<br />
menosprezada e zangada. Eu gostaria que você me informasse que vai se atrasar", em vez de "Você<br />
é um sacana irresponsável, só pensa em si<br />
mesmo", que é como a questão é demasiadas vezes colocada nas brigas de casal.<br />
Em suma, a comunicação aberta não tem provocações, ameaças ou insultos. E tampouco dá lugar às<br />
inúmeras formas de defensividade desculpas, negação de responsabilidade, contra-ataque com uma<br />
crítica e coisas assim. Também aqui a empatia é uma ferramenta poderosa.<br />
Finalmente, respeito e amor desarmam a hostilidade no casamento, como em tudo mais na vida.<br />
Uma poderosa maneira de desarmar uma briga é dizermos ao cônjuge que podemos ver as coisas de<br />
outra perspectiva, e que esse ponto de vista pode ser válido, mesmo que não concordemos com ele.<br />
Outra é assumir responsabilidade ou mesmo desculpar-se, se vemos que estamos errados. No<br />
mínimo, a validação significa pelo menos transmitir que estamos ouvindo e reconhecemos as<br />
emoções expressas, mesmo que não concordemos com o argumento: "Vejo que você está<br />
perturbada." E em outras horas, quando não houver briga, a validação toma a forma de elogios,<br />
encontrar alguma coisa que possamos apreciar de fato e dizer uma palavra boa. A validação, claro, é