Daniel Goleman - Inteligencia Emocional
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quinze segundos e multiplicando-se por quatro tem-se o ritmo de batidas por minuto. Fazer isso<br />
quando se está calmo proporciona uma linha básica; se o pulso sobe mais do que, digamos, dez<br />
batidas por minuto, assinala o início de uma inundação. Se sobe tanto, o casal precisa de uma folga<br />
de vinte minutos um do outro para acalmar-se antes de retomar a discussão. Embora uma folga de<br />
cinco minutos possa parecer bastante longa, o verdadeiro tempo de recuperação fisiológica é mais<br />
gradual. Como vimos no Capítulo 5, a ira residual provoca mais ira; quanto maior a espera, mais<br />
tempo se dá ao corpo para recuperar-se da estimulação anterior.<br />
Para casais que, compreensivelmente, acham incômodo monitorar o ritmo do coração durante uma<br />
briga, é mais simples preestabelecer um acordo que permita a um ou outro dos cônjuges pedir<br />
tempo aos prirneiros sinais de inundação num dos dois. Durante esse intervalo, o retorno à calma<br />
pode ser ajudado por uma técnica de relaxamento ou exercício aeróbico (ou qualquer outro dos<br />
métodos que examinamos no Capítulo 5), que ajuda os cônjuges a recuperar-se do seqüestro<br />
emocional<br />
Uma Conversa Desintoxicante Consigo Mesmo<br />
Como a inundação é provocada por pensamentos negativos sobre o cônjuge, ajuda se o marido ou<br />
esposa que está sendo perturb)ado por esses rudes julgamentos os atacar de frente. Sentimentos<br />
como "Não vou mais aceitar isso”<br />
são slogans de vítima inocente ou de justa indignação. Como observa o terapeuta cognitivo Aaron<br />
Beck, pegando esses pensamentos e contradizendo-os em vez de simplesmente ficar furioso ou<br />
magoado por eles o marido ou esposa pode começar a livrar-se do domínio deles.<br />
Isso exige o monitoramento desses pensamentos, a compreensão de que não temos de acreditar<br />
neles, e o esforço intencional de trazer à mente provas ou perspectivas que os questionam. Por<br />
exemplo, a esposa que sente no calor do momento que "ele não liga pras minhas necessidades é<br />
sempre tão egoísta”<br />
deve contestar esse pensamento lembrando-se de várias coisas feitas pelo marido que são, na<br />
verdade, sinais de consideração. Isso lhe pemmite reenquadrar o pensamento como: "Bem, ele liga<br />
pra mim às vezes, embora o que acabou de fazer tenha sido uma desconsideração e me perturbado."<br />
A última formulação abre a possibilidade de mudança e uma decisão positiva: a anterior só fomenta<br />
ira e mágoa.<br />
Ouvir e Falar Não Defensivos<br />
Ele:<br />
- Você está gritando!<br />
Ela:<br />
- É claro que estou gritando: você não ouviu uma palavra do que estou dizendo Simplesmente não<br />
escuta.<br />
Escutar é uma aptidão que mantém os casais juntos. Mesmo no calor de uma discussão, quando os<br />
dois são tomados por um seqüestro emocional, um ou outro, ou às vezes ambos, podem dar um jeito<br />
de escutar além da raiva e ouvir e responder a um gesto conciliador do cônjuge. Mas os casais que<br />
rumam para o divórcio se absorvem na ira e fixam-se nos pontos específicos da questão em pauta,<br />
não conseguindo escutar quanto mais retribuir qualquer oferta de paz implícita no que o cônjuge diz.<br />
A defensividade no ouvinte assume a forma de ignorar ou repelir de saída a queixa do cônjuge,<br />
reagindo a ela como se fosse se mais um ataque que uma tentativa de mudar um comportamento.