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VIAGEM
Situada estrategicamente entre
duas capitais (distante cerca de
100 quilômetros de Goiânia e
Brasília), a pequena cidade de
Pirenópolis, na Serra dos Pirineus,
vive o seu auge durante a
Festa do Divino – que acontece todos os
anos no mês de maio, durante o Pentecostes.
É nesta época que são realizadas as Cavalhadas,
encenação das batalhas lideradas
pelo rei cristão Carlos Magno contra os
mouros que se instalaram na Península
Ibérica, numa história que remonta ao século
6. Com pouco mais de 2 mil km 2 e
uma população de 21.245 habitantes (censo
2000 do IBGE), o município, que já seduzia
turistas da região, começa agora a
encantar também visitantes de outros estados
brasileiros.
As Cavalhadas são apenas uma das muitas
atrações locais: a festa está de tal forma
arraigada entre a população pirenopolina
que a cidade ganhou recentemente
uma espécie de “cavalhódromo”, o Campo
das Cavalhadas. É lá que ocorrem anualmente
as batalhas entre os doze cavalheiros
cristãos, garbosamente vestidos de azul,
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e os doze cavalheiros mouros, também elegantemente
vestidos de vermelho.
Aos turistas, quase sempre resta a oportunidade
de assistir à encenação no Campo
das Cavalhadas, brincar com os mascarados
que tomam conta das ruas de Pirenópolis
e participar das quermesses que
acontecem nas igrejas da cidade – os rituais
preparatórios são mais reservados,
nas casas e fazendas e, como toda boa festa
popular que sobrevive aos séculos, imbuídos
de grande devoção religiosa.
Assistir ao espetáculo das Cavalhadas é
algo inesquecível para um visitante atento
às belezas da cultura e tradição do povo
brasileiro. Mas esta cidade, tombada como
Patrimônio Histórico e Cultural Brasileiro
em 1989, tem muito a oferecer ao turista
em qualquer época do ano, começando pelo
centro histórico, menos imponente do
que o de cidades como Ouro Preto e Olinda,
mas igualmente gracioso e interessante.
É ali que fica a Igreja Matriz de Nossa
Senhora do Rosário, construída em 1732
e parcialmente destruída por um incêndio
– até hoje mal explicado, diga-se de passagem
– ocorrido em 2002.
Cachoeira
Santa Maria
PÉROLA DO CERRADO
A pequena e acolhedora Pirenópolis, no coração de Goiás,
conquista visitantes com suas tradições, festas e belezas ecológicas
Por Luciana Bento. Fotos de Nivaldo da Trindade
As ruas de Pirenópolis convidam para
passeios a pé, entre casarões do século 18,
igrejas centenárias, lojas e feiras de artesanato,
restaurantes populares, cafés sofisticados
e pousadas elegantes. Sempre regados
a sorrisos distribuídos pelos moradores
calmamente sentados na frente das casas
ao entardecer. Para encontrá-los à noite,
em programas familiares, fique de olho
na programação do Theatro Municipal de
Pirenópolis, construído em 1899 – onde
artistas locais e de outros estados se apresentam
periodicamente em espetáculos
sempre bem freqüentados pela elite local.
Santuário ecológico
A cidade é cortada pelo Rio das Almas,
límpido e repleto de pedras e quedas
d´água que fazem a alegria das crianças em
dias mais quentes. Poucos turistas se aventuram
a banhar-se em plena rua, à vista
dos transeuntes: preferem optar por uma
das dezenas de cachoeiras que circundam
a região e que, aliás, são o principal cartão
de visitas de Pirenópolis. Muitas delas
ficam em propriedades particulares e
são cobradas taxas de entrada e manuten-