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VÍCIO HIGHTECH André, de pijama: “Quando chego <strong>da</strong> rua ou logo quando acordo a primeira coisa que faço é ligar o computador”<br />

levisão e do telefone, que em seus primórdios<br />

também foram considerados instrumentos<br />

maléficos”.<br />

A especialista lembra que os flogs, blogs<br />

e os recados (testemunials ou scraps) do<br />

Orkut permitem mais que rever amigos e<br />

saber como an<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> deles: gera uma<br />

sensação confortadora nas pessoas, que<br />

passam a se sentir incluí<strong>da</strong>s numa comuni<strong>da</strong>de<br />

e deixam de estar só. São, também,<br />

uma roupagem nova de costumes muito<br />

comuns na adolescência de quem hoje está<br />

na casa dos 30 anos: o de fazer circular<br />

diários e agen<strong>da</strong>s nas quais os amigos registravam<br />

declarações de carinho e amizade<br />

que eram guar<strong>da</strong><strong>da</strong>s como recor<strong>da</strong>ção,<br />

ou mesmo a troca de bilhetinhos anônimos<br />

em que se declarava a atração por alguém<br />

<strong>da</strong> turma. “São uma forma de expressar<br />

idéias e sentimentos. A diferença é<br />

a abrangência desse novo canal de trocas,<br />

que não se restringe mais ao nosso pequeno<br />

mundo cotidiano, mas que atinge um<br />

universo maior de interlocutores.”<br />

Luciana Ruffo lembra que ficar o dia todo<br />

na internet, como acontece no período<br />

<strong>da</strong>s férias escolares, é principalmente um<br />

reflexo <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de atual. A violência nos<br />

grandes centros urbanos ca<strong>da</strong> vez mais leva<br />

o jovem a buscar segurança dentro de<br />

casa, onde os atrativos são ver televisão, ler<br />

(infelizmente algo ain<strong>da</strong> raro entre os jovens),<br />

falar por telefone e usar a internet.<br />

“Como a rede mundial de computadores<br />

é tudo isso ao mesmo tempo, fica fácil entender<br />

por que essa opção se torna tão interessante”,<br />

compara. A relação do jovem<br />

com a internet, segundo a psicóloga, torna-se<br />

doentia quando ele prefere ficar em<br />

casa, diante do computador, mesmo se tem<br />

um convite para sair de casa e passear com<br />

os amigos.<br />

Sebastião Carlos de Morais Squirra, diretor<br />

<strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de de Comunicação Multimídia<br />

<strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Metodista de São<br />

Paulo, de São Bernardo do Campo, concebe<br />

essas ferramentas virtuais como uma<br />

evolução de tecnologias mais antigas, que<br />

certamente serão troca<strong>da</strong>s por outras mais<br />

avança<strong>da</strong>s num futuro próximo. Mas, apesar<br />

de facilitadoras do processo de comunicação<br />

e de formação cultural, jamais<br />

substituirão a mídia tradicional. “É uma<br />

bobagem pensar que os blogs, por exemplo,<br />

substituirão jornais e revistas. O que<br />

entra em jogo não é o formato, e sim a<br />

credibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> notícia”, destaca. “Além<br />

disso, no Brasil, quem tem acesso à internet<br />

e lê blogs é o mesmo ci<strong>da</strong>dão que já<br />

compra jornais e assiste à TV”.<br />

Os códigos utilizados pelos usuários dessas<br />

ferramentas de comunicação instantânea,<br />

blogs ou de comuni<strong>da</strong>des, não preocupam<br />

a lingüista Denise Bértoli Braga,<br />

professora e pesquisadora do departamento<br />

de Lingüística aplica<strong>da</strong> do Instituto de<br />

Estudos <strong>da</strong> Linguagem <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Estadual<br />

de Campinas, a Unicamp. “Escrever<br />

naummmm em vez não, vc ou vx no lugar<br />

de você amplia os gêneros de escrita<br />

em situações informais e nas quais é preciso<br />

agilizar a comunicação”, avalia. De<br />

acordo com a especialista, essas linguagens<br />

são como jargões usados apenas no contexto<br />

de algumas profissões. Advogados,<br />

por exemplo, não usam uma linguagem forense<br />

durante uma conversa informal com<br />

seus amigos. No entanto, ela ressalta que<br />

é preciso tomar cui<strong>da</strong>do para que os adolescentes,<br />

em especial, dominem a linguagem<br />

padrão e apren<strong>da</strong>m a limitar o uso<br />

desses códigos escritos apenas ao contexto<br />

online. E a escola tem papel fun<strong>da</strong>mental<br />

nesse processo. ❚<br />

REVISTA DOS BANCÁRIOS | 31

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