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E NTREVISTA<br />
14 | REVISTA DOS BANCÁRIOS<br />
TEMPOS<br />
MAIS QUE<br />
MODERNOS<br />
Buscar caminhos para a sobrevivência<br />
do emprego a partir <strong>da</strong>s organizações sociais<br />
está entre as alternativas aponta<strong>da</strong>s pelo<br />
professor <strong>da</strong> PUC Ladislau Dowbor<br />
Por Frédi Vasconcelos<br />
Títulos e trabalhos acadêmicos não faltam<br />
ao polonês radicado no Brasil Ladislau<br />
Dowbor, formado em Economia Política<br />
pela Universi<strong>da</strong>de de Lausanne, Suíça, e<br />
doutor em Ciências Econômicas pela Escola<br />
Central de Planejamento e Estatística<br />
de Varsóvia. Mas é na prática que o atual professor<br />
titular de Economia e Administração na pós-graduação<br />
<strong>da</strong> PUC São Paulo e consultor <strong>da</strong> ONU faz diferença.<br />
Trabalhando para governos locais e como<br />
conselheiro <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Abrinq, do Instituto Polis,<br />
<strong>da</strong> Transparência Brasil e outras instituições, Dowbor<br />
é um entusiasta <strong>da</strong>quilo que chama de “mu<strong>da</strong>nça<br />
pela base”, incluindo aí a geração de empregos por<br />
intermédio de organizações <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de civil para<br />
fazer frente à estagnação do trabalho formal nesses<br />
tempos modernos. Veja, abaixo, os principais trechos<br />
<strong>da</strong> entrevista exclusiva concedi<strong>da</strong> pelo professor à<br />
RdB, em que também analisa os governos do presidente<br />
Lula e FHC e as alternativas para o País.<br />
Revista dos Bancários – Um dos maiores problemas<br />
mundiais é o desemprego. Como fazer para<br />
resolver isso?<br />
Ladislau Dowbor – Basicamente, estamos bloqueados<br />
num formato institucional em que o emprego é<br />
<strong>da</strong>do por uma empresa priva<strong>da</strong> ou pelo governo. Se<br />
pegarmos como referência os <strong>da</strong>dos do Brasil ano<br />
2000, com 80 milhões de pessoas na população ativa,<br />
temos mais de 120 milhões de pessoas em i<strong>da</strong>de<br />
de trabalho. São apenas 20 milhões com carteira assina<strong>da</strong><br />
no setor privado. Acrescente a isso 7 milhões<br />
no setor público e você vai ver que há um hiato<br />
imenso que é preenchido por to<strong>da</strong> e qualquer ativi<strong>da</strong>de,<br />
dos camelôs aos guar<strong>da</strong>s de rua, às pessoas que<br />
nos aju<strong>da</strong>m a estacionar o carro, ativi<strong>da</strong>des informais,<br />
um grande setor de ativi<strong>da</strong>des ilegais, um setor<br />
importante, de agricultura familiar... No conjunto,<br />
se você calcular a capaci<strong>da</strong>de de expansão do setor<br />
público e aumentar o número de empresas priva<strong>da</strong>s,<br />
mesmo que a taxa de crescimento seja significativa,<br />
e acrescentantdo ao estoque gigantesco de<br />
desemprego a chega<strong>da</strong> ao mercado de trabalho de<br />
mais de 1,5 milhão de pessoas ao ano pelo crescimento<br />
vegetativo, é óbvio que temos de recorrer a<br />
formas complementares de organização social.<br />
RdB – E que formas seriam essas?<br />
Dowbor – Um exemplo é a Pastoral <strong>da</strong> Criança,<br />
que tornou produtivas 180 mil pessoas por meio <strong>da</strong><br />
organização que dá emprego formal a apenas 62.<br />
Atinge atualmente cerca de 3.500 municípios, é res-