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A dona da festa<br />

e mais...<br />

MURICY<br />

RAMALHO<br />

SOLTA O VERBO<br />

O TURISMO<br />

LUXUOSO<br />

DE DUBAI<br />

CULTURA CAIPIRA<br />

DE SÃO LUIZ DO<br />

PARAITINGA<br />

IDÉIAS PARA<br />

O QUARTO<br />

DE TV<br />

PARA QUEM SABE VIVER<br />

<br />

Neste fi m de ano, Laís Bodansky<br />

presenteia o público com o fi lme<br />

Chega de Saudade – uma obra<br />

que emociona e convida a bailar...


Mariella Lazaretti<br />

Diretora Responsável<br />

mariella@4capas.com.br<br />

Rua Andrade Fernandes, 297<br />

CEP 05449-050 - São Paulo-SP<br />

Tel/Fax.: (11) 3023-5509<br />

E-mail: 4capas@4capas.com.br<br />

Projeto Editorial: 4 Capas Editora<br />

É uma publicação trimestral da Cyrela Brazil Realty<br />

com distribuição gratuita. Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.400<br />

10 0 andar – Itaim – São Paulo (SP). Tel.: (11) 4502-3000<br />

www.cyrela.com.br<br />

REDAÇÃO<br />

Editor: Denise Ramiro - denise@4capas.com.br<br />

Repórter: Carla Araújo - carla@4capas.com.br<br />

Diretores de Arte: Fábio Santos e Nina Franco<br />

Assistentes de Arte: Eduardo Galdieri e Lara Habib<br />

Colaboraram nesta edi ção:<br />

TEXTO<br />

Alice Carta, Iva Oliveira, Janaina Medeiros, Marta Goes,<br />

Mônica Horn, Ricardo Castilho e Sergio Crusco<br />

FOTOS<br />

Ed Viggiani e Daniel Wainstein<br />

REVISÃO<br />

Paulo Roberto Pompêo<br />

Jornalista Responsável - Mariella Lazaretti MTB 15.457<br />

PUBLICIDADE<br />

Diretores<br />

Doron M. Sadka<br />

doroncentral@uol.com.br<br />

Georges Schnyder<br />

georges@4capas.com.br<br />

GERENTE DE PUBLICIDADE<br />

Cristian Nahas<br />

Contatos<br />

Auxi Araújo<br />

Gisele Ávila<br />

Estela Brussolo<br />

Sadako Sigematu<br />

Assistente<br />

Patrícia Teodoro<br />

PRODUÇÃO GRÁFICA<br />

Doron Central e Compras Gráficas<br />

IMPRESSÃO<br />

Gráfica Copy Press<br />

A revis ta Cyrela é uma publi ca ção dis tri buí da<br />

exclu si va men te pela CyrelaBrazil Realty.<br />

Dúvidas, crí ti cas e suges tões pelo email:<br />

4capas@4capas.com.br<br />

A revis ta não se res pon sa bi li za pelos con cei tos emi ti dos nos<br />

arti gos assi na dos. As pes soas não lis ta das no expe dien te não<br />

estão auto ri za das a falar em nome da revis ta ou a reti rar<br />

qual quer tipo de mate rial sem pré via auto ri za ção emi ti da<br />

pela reda ção ou pela Cyrela Brazil Realty. Os preços citados<br />

nesta edição estão sujeitos a alterações sem aviso prévio.<br />

Cartadoeditor<br />

EMBARQUE NESSA VIAGEM<br />

Aúltima edição do ano da Cyrela está especial. Na hora de arrumar as malas, não<br />

deixe de colocá-la na bagagem. Você vai entrar nos bastidores do último filme<br />

da cineasta Laís Bodansky, Chega de Saudade, que caiu na graça do público<br />

do Festival de Cinema de Brasília, realizado em novembro na capital federal. O novo<br />

trabalho trata do universo dos salões de festa e de tudo o que gira em torno dos bailes,<br />

trama, sensualidade, alegria, tristeza, traição e melancolia. Pela empolgação da crítica,<br />

Chega de Saudade promete fazer o mesmo sucesso do filme anterior Bicho de Sete<br />

Cabeças, que arrebatou vários prêmios. Quem gosta de futebol, e quem não gosta, vai<br />

se divertir com a entrevista concedida à revista pelo técnico Muricy Ramalho, atual<br />

campeão brasileiro pelo São Paulo e tido por muitos como um dos melhores treinadores<br />

do Brasil. Muricy fala aqui sobre o papel do técnico moderno, seleção brasileira,<br />

política e família. O que mais chama a atenção em Muricy é a simplicidade e forma<br />

espontânea com que responde às perguntas. Não mede as palavras para falar de assuntos<br />

polêmicos. Fala o que pensa. E uma surpresa boa, ele não é nenhum pouco rabugento.<br />

Atende jornalistas e os pequenos e grandes fãs que chegam a todo momento ao<br />

centro de treinamento do clube com carinho e paciência.<br />

Como é tempo de férias, duas sugestões para aproveitar bem a temporada. Uma delas<br />

vem dos Emirados Árabes, mais especificamente de Dubai, a capital do luxo. Localizada<br />

no Golfo Pérsico, Dubai vive uma exuberância econômica desde que descobriu petróleo,<br />

na década de 70. Como há previsões de esgotamento das reservas para os próximos anos,<br />

a cidade mudou a vocação. Nos últimos 30 anos, Dubai descobriu uma nova vocação, a<br />

do turismo luxuoso. Imagine se hospedar num hotel que te recebe no aeroporto com um<br />

Rolls-Royce, recepciona os clientes com spray de água francesa e oferece um mordomo<br />

particular para cada quarto. Pois é, o sete estrelas Burj al Arab tem tudo isso e muito mais.<br />

O contraponto é nossa outra dica de viagem: São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba,<br />

em São Paulo, um dos últimos redutos caipiras. Além do conjunto arquitetônico colonial<br />

do século 19, tombado pelo patrimônio histórico, a pequena cidade é conhecida por sua<br />

luta pela preservação das tradições e folclores regionais e nacionais. Tudo feito com<br />

muita festa durante todo o ano.<br />

Ano-Novo é tempo de inovar. Aqui, sugestões para tornar aquele quarto de TV mais<br />

aconchegante para se reunir com a família e os amigos, objetos cheios de design, entre<br />

outras dicas para tornar sua casa mais bonita. Não perca também as dicas para renovar<br />

a adega, com as novidades que vêm de Portugal. Feliz 2008 para todos!<br />

OS EDITORES<br />

Para falar com a reda ção, escre va para reda cao@4capas.com.br. Será um pra zer publi car sua opini ão.


22<br />

| Perfil |<br />

ENTREVISTA COM<br />

A CINEASTA LAIS<br />

BODANSKY, QUE<br />

CONQUISTOU O<br />

PÚBLICO COM O<br />

LONGA CHEGA DE<br />

SAUDADE, NO<br />

FESTIVAL<br />

DE BRASÍLIA<br />

Sumário<br />

| O 8 |<br />

8 | Grande Estilo |<br />

O MEXICANO MARTINEZ FLORES E OS 170 ANOS DA TIFFANY<br />

18 | Muitos Mimos |<br />

PEÇAS COM MOTIVOS FLORAIS DÃO UM TOQUE ESPECIAL A SUA CASA<br />

30 | Tecnopop |<br />

TV DO FUTURO, IPOD RETRÔ E LAVADORA PORTÁTIL<br />

32 | Ponto de Fuga |<br />

SÃO LUIZ DO PARAITINGA: O ÚLTIMO REDUTO CAIPIRA<br />

42 | Sala de Estar |<br />

MURICY RAMALHO FALA SOBRE FUTEBOL, POLÍTICA E VIDA PESSOAL


32<br />

54<br />

76<br />

54 | Espaço e Idéias |<br />

DICAS PARA TRANSFORMAR O QUARTO DE TV NO MELHOR LUGAR DA CASA<br />

66 | Ponto de Fuga |<br />

DUBAI: UMA VIAGEM QUE É UM LUXO SÓ<br />

74 | Coisas sem as quais... |<br />

CAMILA MATARAZZO ABRE A CASA PARA MOSTRAR SEUS OBJETOS DE ESTIMAÇÃO<br />

76 | Social Já |<br />

ONG PAULISTA RESGATA O PASSADO DE CRIANÇAS QUE VIVEM EM ABRIGOS<br />

80 | Garfo e Taça |<br />

OS VINHOS PORTUGUESES ESTÃO CADA VEZ MELHORES<br />

84 | Caravela |<br />

1001 DISCOS HISTÓRICOS, TIM MAIA POR NELSON MOTTA E RATATOUILLE EM DVD<br />

96 | Cyrela |<br />

CONSTRUTORA CRIA UM NOVO BAIRRO NO RIO DE JANEIRO<br />

84 96<br />

PONTO DE VISTA . HORA DE RELAXAR<br />

PONTO FINAL O SHOW DOS PAIS CORRETOS


Gran dees ti lo<br />

<br />

ponta dos dedos<br />

NaChef Alain Retailleau inova com restaurante em Lille que dispensa talheres<br />

<br />

<br />

serviço<br />

Au Bout des Doigts<br />

5, Rue Saint-Joseph<br />

Tel.: 33 (0)3 20 74 55 95<br />

18 euros, em média, por<br />

pessoa – Lille, França<br />

Maria Antonieta, responsável pelo rigor da etiqueta nas mesas francesas,<br />

ficaria de cabelo em pé ao saber que um dos restaurantes mais comentados<br />

no país neste momento não possui talheres. Isso mesmo! Come-se com<br />

as mãos, da entrada à sobremesa. Trata-se do Au Bout des Doigts (Na Ponta dos<br />

Dedos, em português), recém-aberto em Lille (150 quilômetros de Paris), que<br />

surpreende o comensal logo na entrada. Assim que o cliente chega à casa, é<br />

convidado a lavar as mãos para então começar a experiência. Já sentado, se<br />

dá conta de que não há cardápio, pois o menu é surpresa... e realizado pelo<br />

chef Alain Retailleau, que sugere uma degustação de oito a 12 pratos por pessoa.<br />

Não precisava mais para despertar a curiosidade dos renomados críticos<br />

gastronômicos. As primeiras impressões estão superfavoráveis!


Gran dees ti lo<br />

<br />

Luxo x lixo<br />

Reconhecido O design com sucata do irreverente arquiteto mexicano Aurélio Martinez Flores<br />

por seu design de vanguarda, o arquiteto mexicano radicado<br />

no Brasil, Aurélio Martinez Flores, inova mais uma vez ao apresentar<br />

uma linha de móveis que explora a cultura pop e brinca com o universo reciclável.<br />

Desenvolvidas a partir de caixotes industriais, as banquetas são estofadas<br />

em seda pura; as poltronas de madeira nobre levam o acabamento de lonas de<br />

caminhão e a mesa de vidro fino tem base feita a partir de ripas de caixas de<br />

frutas. A nova coleção, encontrada na loja Firma Casa (www.firmacasa.com.br), em<br />

São Paulo, mistura matérias-primas nobres e materiais inusitados. Artigos reciclados<br />

e baratos dão o contraponto às criações cheias de estilo e personalidade.


Gran dees ti lo<br />

<br />

Enrole-se!<br />

Overão pede braços à mostra e nada mais sensual do que<br />

uma pulseira poderosa, que evidencie a beleza da mulher.<br />

Pensando nisso, a Natan, uma das marcas de jóias mais<br />

consagradas no Brasil, criou uma linha de cobras que está<br />

dando o que falar. Este bracelete é todo em prata 950 com<br />

banho de ródio e couro de arraia. Pode ser encontrado nas<br />

cores burgandy (vinho), navy (azul-marinho) e chocolate.<br />

Mais informações: www.natan.com.br<br />

<br />

<br />

<br />

Mundo<br />

encantado<br />

Quem entra no ateliê da artista plástica<br />

Calu Fontes, na Vila Madalena, em<br />

São Paulo, fica maravilhado com sua habilidade.<br />

Pinturas e decalques sobrepostos<br />

misturam orixás e deuses indianos, mandalas,<br />

flores, animais e referências marinhas<br />

que convidam a um universo mágico.<br />

São pratos, bijus, canecas, aparelhos de<br />

jantar e de chá, entre outros objetos que<br />

desfilam personalidade própria. “Cada peça<br />

é única, tem um processo diferente de<br />

criação. Arrisco, às vezes, sem saber no que<br />

vai dar, e muitos trabalhos acabam ganhando<br />

autonomia”, diz a artista.


Gran dees ti lo<br />

<br />

<br />

Jóias<br />

para ver e<br />

aprender<br />

<br />

Após cinco anos de sua edição na Europa,<br />

chega ao Brasil Krystallos (Editora<br />

Terra das Artes), primeiro livro de arte<br />

dedicado à joalheria nacional. São 83 jóias<br />

criadas por 16 designers renomados – entre<br />

eles Bialice Duarte, Yael Sonia, Miriam<br />

Mamber e Ruth Grieco. Marcelo Lopes (foto),<br />

diretor de arte do projeto, traz diversas propostas<br />

de interatividade sensorial, com<br />

páginas que sugerem superposições de<br />

prata e texturas semelhantes a de pedras<br />

verdadeiras. "A jóia-arte reflete a personalidade<br />

e deve enaltecer quem a usa e observa",<br />

explica Francine Adida, curadora<br />

do projeto. "A criatividade dos artistas brasileiros<br />

é muito grande e realmente foi uma<br />

tarefa bastante árdua selecionar 16 designers<br />

para esse livro", completa.<br />

Livro Brasil Krysta los propõe interatividade sensorial aos leitores


Gran dees ti lo<br />

<br />

170 anos de Tiffany<br />

Desde <br />

<br />

<br />

que a personagem de Audrey<br />

Hepburn parou em frente à joalheria<br />

Tiffany & Co, no filme Bonequinha de Luxo,<br />

o mundo nunca mais foi o mesmo.<br />

Pelo menos para as mulheres! Só que algumas<br />

delas não sabem que a história da<br />

grife vem de bem antes, ou melhor, de<br />

1837, quando Charles Lewis Tiffany e John<br />

Varanda com charme<br />

Com lojas em pontos descolados de São Paulo como a Alameda Gabriel Monteiro<br />

da Silva e o Shopping D & D, a Breton Actual tem em suas muitas linhas uma<br />

destinada especialmente para áreas externas. Trata-se de uma evolução que caracteriza<br />

o perfil contemporâneo da grife em oferecer ao cliente as tendências que ele<br />

procura, sem abrir mão da tradição e qualidade que levaram a Breton Actual ao patamar<br />

de uma das marcas mais conceituadas entre os profissionais da decoração. O<br />

principal objetivo é criar ambientes aconchegantes, confortáveis e cheios de estilo.<br />

A joalheria mais famosa do mundo comemora história de glamour e sucesso<br />

Design moderno<br />

e seletas pedras<br />

preciosas<br />

enlouquecem<br />

as mulheres<br />

B. Young inauguraram a Tiffany & Young,<br />

um empório de artigos de luxo e papelaria,<br />

localizada no número 259 da Broadway,<br />

em Nova York. Cada item era marcado<br />

com um selo de preço não negociável,<br />

uma política revolucionária que foi<br />

manchete em todo o país. E, de lá, para<br />

cá, a Tiffany & Co não pára de inovar.


Gran dees ti lo<br />

<br />

170 anos de Tiffany<br />

Desde <br />

<br />

<br />

que a personagem de Audrey<br />

Hepburn parou em frente à joalheria<br />

Tiffany & Co, no filme Bonequinha de Luxo,<br />

o mundo nunca mais foi o mesmo.<br />

Pelo menos para as mulheres! Só que algumas<br />

delas não sabem que a história da<br />

grife vem de bem antes, ou melhor, de<br />

1837, quando Charles Lewis Tiffany e John<br />

Varanda com charme<br />

Com lojas em pontos descolados de São Paulo como a Alameda Gabriel Monteiro<br />

da Silva e o Shopping D & D, a Breton Actual tem em suas muitas linhas uma<br />

destinada especialmente para áreas externas. Trata-se de uma evolução que caracteriza<br />

o perfil contemporâneo da grife em oferecer ao cliente as tendências que ele<br />

procura, sem abrir mão da tradição e qualidade que levaram a Breton Actual ao patamar<br />

de uma das marcas mais conceituadas entre os profissionais da decoração. O<br />

principal objetivo é criar ambientes aconchegantes, confortáveis e cheios de estilo.<br />

A joalheria mais famosa do mundo comemora história de glamour e sucesso<br />

Design moderno<br />

e seletas pedras<br />

preciosas<br />

enlouquecem<br />

as mulheres<br />

B. Young inauguraram a Tiffany & Young,<br />

um empório de artigos de luxo e papelaria,<br />

localizada no número 259 da Broadway,<br />

em Nova York. Cada item era marcado<br />

com um selo de preço não negociável,<br />

uma política revolucionária que foi<br />

manchete em todo o país. E, de lá, para<br />

cá, a Tiffany & Co não pára de inovar.


Peças cheias de estilo<br />

<br />

<br />

Banco<br />

moderno<br />

Para sentar e apreciar. Este banco,<br />

da Capri, é feito em tecido<br />

bordado e seu assento tem<br />

espuma revestida de poliuretano.<br />

Seus tons discretos permitem que<br />

ele combine com vários tipos de<br />

ambiente. É encontrado na<br />

Clássica Design, em São Paulo.<br />

R$ 3.670<br />

TEL.: (11) 6889-7500 - WWW.<br />

CLASSICADESIGN.COM.BR<br />

Um<br />

charme<br />

a mais<br />

Os formatos já são conhecidos e<br />

consagrados. Mas com essas estampas<br />

as poltronas ganham um toque de<br />

descontração. Podem compor com um<br />

ambiente sóbrio, com o detalhe de que<br />

são giratórias. Os tecidos são nobres e<br />

duráveis. Encontradas na Clássica<br />

Design, em São Paulo.<br />

R$ 5.670 (ESTAMPADA DE<br />

PRETO E BRANCO)<br />

R$ 2.600 (MOSTARDA E PRETO)<br />

TEL.: (11) 6889-7500 - WWW.CLASSICADESIGN.COM.BR


Imperial<br />

Não é à toa que este pendente<br />

chama-se Império. É só<br />

reparar na sua exuberância e<br />

desenho do século XVII.<br />

Construído através de dois<br />

cilindros concêntricos, cria<br />

um efeito ótico pela<br />

sobreposição dos desenhos e<br />

o brilho da lâmpada. Ideal<br />

para iluminação geral nas<br />

mais diversas situações.<br />

Encontrado na Dominici.<br />

R$ 2.430<br />

TEL.: (11) 3087-7788 (ALAMEDA GABRIEL<br />

MONTEIRO DA SILVA) E (11) 5105-8500<br />

(SHOPPING D&D) - WWW.DOMINICI.COM.BR<br />

Tulipas<br />

Nem todo tapete é igual. A prova são estas<br />

sofisticadas e alegres peças da By Kamy, de São<br />

Paulo. Confeccionadas em ponto fino com<br />

formato de tulipas, flores de raríssima beleza,<br />

conferem charme ao ambiente.<br />

R$ 1.500 (O METRO QUADRADO)<br />

TEL.: (11) 3081-1266 (ALAMEDA GABRIEL MONTEIRO DA SILVA) E<br />

(11) 3043-9166 (SHOPPING D&D) - WWW.TAPETES.COM<br />

Rosas em alta<br />

As flores, especialmente as rosas, ganham cada vez mais espaço nas louças e<br />

nos objetos de decoração. Este jogo de café da badalada loja Mickey, em São<br />

Paulo, é gracioso e com uma embalagem ótima para presente.<br />

R$ 22<br />

TEL.: (11) 3088-0577 (RUA OSCAR FREIRE); (11) 3666-2744 (SHOPPING PÁTIO HIGIENÓPOLIS); (11)<br />

3815-1195 (SHOPPING IGUATEMI); (11) 5181-3754 (MARKET PLACE SHOPPING CENTER).


Peças cheias de estilo<br />

De chita<br />

A chita está na moda e cria<br />

propostas incríveis. Já a base do<br />

banco é feita em madeira<br />

compensada, revestida com<br />

laminado impresso. Tem impressão<br />

digital em fórmica e corte<br />

computadorizado. Encontrado na<br />

Dpot, em São Paulo.<br />

R$ 2.344<br />

TEL.: (11) 3082-9513 (GABRIEL MONTEIRO DA<br />

SILVA) E (11) 3043-9159 (SHOPPING D&D)<br />

WWW.DPOT.COM.BR<br />

<br />

Fibras<br />

Suave<br />

movimento<br />

Com design de Cristiana Bertolucci,<br />

esta luminária de chão é definida<br />

como um passo de dança. Ela tem base em tripé<br />

de madeira freijó e cúpula de tecido xadrez ou<br />

com estampa que lembra uma escama de peixe. O<br />

fio elétrico em tecido e as varetas coladas<br />

assimetricamente em sua base dão a sensação de<br />

movimento. Tem 1,66 metro de altura e 55<br />

centímetros de diâmetro. Encontrada na<br />

Bertolucci, em São Paulo.<br />

R$ 1.925<br />

TEL.: (11) 3873- 2879 - WWW.BERTOLUCCI.COM.BR<br />

naturais Descolados<br />

O Empório Beraldin é<br />

especialista em fibras<br />

naturais e consagrou-se<br />

por oferecer coleções<br />

de extremo bom gosto.<br />

Esta luminária é feita<br />

em couro e organza.<br />

R$ 786<br />

TEL.: (11) 3030-3960 E (21)<br />

3206-7272 - WWW.BERALDIN.COM.BR<br />

<br />

Receber convidados com peças como<br />

estas faz toda a diferença. O bowl e o<br />

prato de sobremesa são de cerâmica e a<br />

estampa não poderia ser mais mimosa.<br />

Encontrados na loja Andréa Araújo, em<br />

São Paulo, na charmosa Rua Gabriel<br />

Monteiro da Silva, nos Jardins.<br />

R$ 389 (PREÇO DO<br />

CONJUNTO COM<br />

4 PEÇAS CADA UM)<br />

TEL.: (11) 3891-1965 / 3083-7687<br />

WWW.ANDREAARAUJO.COM.BR


Natureza<br />

Em tempos de sustentabilidade, nada mais elegante do que<br />

este jogo americano em formato de folha, feito de couro<br />

sintético. O tom do verde chama a atenção e faz toda a<br />

diferença! Encontrado na Andréa Araújo, em São Paulo.<br />

R$ 68 (JOGO AMERICANO)<br />

R$ 32 (PORTA-COPO)<br />

TEL.: (11) 3891-1965 / 3083-7687 - WWW.ANDREAARAUJO.COM.BR<br />

Psicodélica<br />

O design é moderno e a estampa leve. Esta poltrona<br />

criada por Flávia Pagotti Silva dá vida ao ambiente.<br />

É da grife Dpot, com lojas na Gabriel Monteiro da<br />

Silva e no Shopping D&D, ambas em São Paulo.<br />

R$ 3.984<br />

TEL.: (11) 3082-9513 (GABRIEL MONTEIRO DA SILVA) E<br />

(11) 3043-9159 (SHOPPING D&D) - WWW.DPOT.COM.BR<br />

Para todos<br />

os gostos<br />

O abajur normalmente segue o<br />

estilo da casa e de seu dono. Esse<br />

rosinha se encaixa no perfil de<br />

pessoas românticas. Já o vermelho<br />

e preto é ideal para os modernos.<br />

Ambos encontrados na Martha<br />

Candy, em São Paulo.<br />

R$ 96 (ROSA)<br />

R$ 844 (BASE<br />

VERMELHA)<br />

TEL.: (11) 3872-5544


Perfil


A<br />

NOTÁVEL<br />

pequena<br />

<br />

<br />

Com o longa Chega de Saudade, uma história tão envolvente e<br />

emocionante, que fez a platéia aplaudir em pé e dançar na sala de exibição,<br />

Laís Bodanzky conquista o coração do público no Festival de Brasília


Perfil<br />

Uma sala de cinema lotada. Espectadores<br />

com olhos atentos<br />

e emocionados. O filme acaba.<br />

Não para a platéia. Ao som de Chega de<br />

Saudade, de Tom Jobim e Vinicius de<br />

Moraes, enquanto a telona passa os créditos,<br />

casais apaixonados aos poucos se<br />

levantam e começam a dançar. A descrição<br />

acima parece cena de filme, mas<br />

não é. Aconteceu durante o Festival de<br />

Cinema de Brasília, em 25 de novembro,<br />

na exibição do filme Chega da Saudade,<br />

da diretora Laís Bodanzky. “Foi realmente<br />

algo muito forte e marcante. Difícil de<br />

explicar”, diz a cineasta.<br />

Apesar das manifestações explícitas<br />

do público – que aplaudiu incansavelmente<br />

o longa – o prêmio oficial de<br />

melhor filme ficou com o concorrente<br />

Cleópatra, de Júlio Bressane. A decisão<br />

provocou rebuliços. Vaias para o campeão<br />

e aplausos para a produção de<br />

Laís. Um dos jurados, que preferiu não<br />

se identificar, disse que a decisão não foi<br />

nada pacífica. Já o diretor do festival,<br />

Fernando Adolfo, acha normal que a<br />

decisão dos jurados não coincida com<br />

a do público “São critérios totalmente<br />

diferentes, o preferido normalmente é<br />

levado pela emoção”, diz. Ao agradar o<br />

cidadão comum, o longa arrebatou os<br />

prêmios de melhor filme pelo júri popular,<br />

melhor direção e roteiro. Laís não<br />

deixou por menos. Quando subiu ao<br />

palco para receber o troféu, alfinetou a<br />

crítica. “É natural que os críticos tenham<br />

um olhar diferente. Às vezes a opinião<br />

deles coincide com a do público e outras<br />

vezes não. Eu faço filmes mais sutis<br />

para me aproximar do espectador”, diz.<br />

<br />

<br />

A decisão trouxe repercussão na mídia, que exaltou o filme de<br />

Bodanzky. No dia seguinte da exibição as manchetes dos cadernos<br />

de cultura exibiam o sentimento que pairava na capital federal:<br />

“Chega de Saudade empolga Brasília”, “Chega de Saudade é aplaudido<br />

de pé em Brasília”, destaques dos jornais Folha de S.Paulo e O<br />

Globo. “É um festival importante, pois é um ponto de encontro e de<br />

discussão do meio cinematográfico. Ter estado lá e recebido esse reconhecimento<br />

foi uma vitória”, diz Laís. “Nós fomos os grandes vencedores”,<br />

endossa Stepan Nercessian, um dos atores do filme que assistiram<br />

à fita pela primeira vez ao lado do público brasiliense, naquele dia memorável.<br />

“Foi um choque positivo, ninguém ia embora da sala. Foi uma<br />

receptividade tão calorosa que me emocionei”, diz Nercessian.<br />

O filme ainda tem no elenco estrelas como Tônia Carrero, Leonardo<br />

Villar, Beth Faria, Cássia Kiss e, no núcleo jovem, Paulinho Vilhena e Maria<br />

Flor. Sem falar da cantora Elza Soares, uma das vozes responsáveis pela<br />

bela trilha sonora da trama. Laís não abre mão de escolher pessoalmente<br />

o elenco de suas produções e costuma selecioná-lo após uma longa conversa<br />

com os candidatos. “É preciso mais do que uma afinidade com o<br />

personagem. Escolho pessoas que vão trabalhar comigo, trocar, evoluir”, diz.<br />

Não precisa ser famoso. “Gosto de atores bons e inteligentes. Valorizo a minha<br />

equipe.” Stepan é um dos que atestam essa veia de união. “Ela gosta do ator.<br />

Tem diretor que se pudesse trabalharia com bonecos. Ela não. Ela se envolve<br />

e tem uma sensibilidade muito grande”, diz.<br />

A afinidade com os atores tem explicação na formação da diretora. Antes de<br />

embarcar no universo da direção cinematográfica, Laís pensou em ser atriz. Cursou<br />

teatro com Antunes Filho e lá descobriu sua verdadeira vocação. “Antunes fazia<br />

questão que todos participassem de todas as etapas de criação, da limpeza do<br />

palco à concepção do projeto”, afirma. Laís gostou da experiência e dentre todas as<br />

funções que encarou nas aulas de teatro, a direção foi a que mais a seduziu.<br />

A carreira de Laís não tem um único ponto de partida. Sua ligação com o cinema<br />

mistura-se com sua própria história de vida. Paulistana, filha do cineasta Jorge Bo-<br />

O cinema está na cabeça e<br />

na alma de Laís, que é só<br />

sorrisos com o novo filme


Perfil<br />

<br />

<br />

No set de filmagens é Laís<br />

quem manda. Sem perder<br />

o humor, ela dirige a<br />

cantora Elza Soares<br />

(acima) e a atriz Maria Flor<br />

(à dir.) em Chega de<br />

Saudade


danzky, ela acompanhou desde muito cedo o dia-a-dia dos sets de filmagem. Quando<br />

começou a cursar cinema, na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), percebeu<br />

que muitos dos colegas estavam ali apenas porque gostavam de assistir a filmes, mas<br />

desconheciam o universo do cinema. Já Laís, como boa observadora, prestava mais<br />

atenção no que ocorria atrás das câmeras. E saiu dali com a certeza de que queria<br />

ganhar a vida com a sétima arte. Seu primeiro trabalho profissional foi o curta-metragem<br />

Cartão Vermelho, que aborda o universo do futebol. Logo na estréia, a produção<br />

recebeu vários prêmios no Brasil e exterior. Depois vieram alguns trabalhos em vídeo,<br />

como clipes e documentários, até estourar com o longa Bicho de Sete Cabeças, que<br />

conta a vida de um jovem que é internado pelos pais em um manicômio após ser<br />

pego com um cigarro de maconha. O filme, baseado no livro Canto dos Malditos, de<br />

Austregésilo Carrano Bueno, além de tratar da questão da drogas, faz uma crítica severa<br />

sobre a realidade das instituições psiquiátricas do país.<br />

O sucesso de Laís vem da coragem e da personalidade da diretora. A parceria bemsucedida<br />

com o marido Luiz Bolognesi, roteirista de seus dois longas e pai de suas<br />

duas filhas, também é fundamental para o resultado de suas produções. A união que<br />

já dura 12 anos é um importante alicerce para o cinema da dupla. Juntos, Laís e Bolognesi<br />

demonstram afinidade e talento. Laís não gosta muito de falar de sua vida<br />

pessoal, preserva ao máximo a família e o casamento. Luiz é mais descontraído. “Quando<br />

estamos no processo criativo nosso relacionamento amoroso é ainda mais fortalecido.<br />

Mas quando vem a parte burocrática, as brigas vêm junto”, diz. O que ele mais<br />

admira na companheira é sua qualidade crítica. “Ela tem um olhar muito exigente. Às<br />

vezes o roteiro já está aprovado em todas as estâncias e ela ainda diz que não está<br />

bom. Acho isso ótimo”, conta Bolognesi. “Nos conhecemos trabalhando. É uma parceria<br />

que dá certo, estamos sempre somando”, diz Laís. Para que o casal pudesse<br />

realizar o sonho de fazer um cinema 100% autoral, sem interferências indigestas, os<br />

dois criaram a produtora Buriti Filmes. “É ilusão achar que é fácil fazer cinema. Não<br />

dá para ser só artista, temos de colocar a mão na massa”, afirma a diretora.<br />

A parceria entre o casal rendeu outro projeto. Cuidado carinhosamente pelos<br />

dois, o Cine Tela Brasil é um cinema itinerante, que percorre o interior e as periferias<br />

do país, levando produções a um público que não tem acesso a esse tipo de entretenimento.<br />

Inicialmente, a idéia surgiu da falta de espaços para exibir as produções<br />

próprias. Nessa empreitada, acabaram descobrindo esse déficit cultural<br />

no Brasil e resolveram mudar a realidade. O projeto começou no estado de São<br />

Paulo. Laís e Bolognesi rasparam as economias da poupança, compraram uma<br />

câmera e passaram a registrar a peregrinação pelas cidades em que exibiam<br />

os filmes. Na época, no início de 2000, o projeto recebeu o título de Cine<br />

Mambembe. Das exibições pelo interior do estado e com os registros feitos<br />

com a câmera do casal, nasceu o documentário Cine Mambembe – O Cinema<br />

Descobre o Brasil, que ganhou oito premiações. O sucesso alçou o<br />

projeto a outro patamar. Hoje, o Cine Tela Brasil percorre todo o país e<br />

possui uma estrutura impressionante. No início era apenas uma tela, um<br />

projetor e uma tenda para abrigar os<br />

espectadores. Agora é uma verdadeira<br />

sala de cinema que viaja para os mais<br />

longínquos e inusitados destinos. São<br />

225 cadeiras, projeção 35 milímetros,<br />

som surround e ar-condicionado. E o<br />

que é melhor: é de graça.<br />

“Fico assustada com as estatísticas<br />

que mostram que apenas 8% dos municípios<br />

brasileiros possuem cinema”, diz<br />

a diretora. As atrações são sempre filmes<br />

nacionais e as exibições costumam ser<br />

recheadas de emoção. Os pais da idéia<br />

fazem questão de acompanhar o cinema<br />

móvel sempre que possível. No final<br />

da sessão eles perguntam à platéia quem<br />

está ali pela primeira vez. Normalmente,<br />

mais da metade do público levanta a<br />

mão. “É algo gratificante saber que estamos<br />

disseminando o cinema”, diz Laís.<br />

Apesar do sucesso no meio cinematográfico,<br />

Laís passa despercebida para<br />

o grande público. O tom de voz baixo, o<br />

jeito tranqüilo de falar, a altura mediana<br />

e o tipo mignon não chamam a atenção<br />

num primeiro momento. Ela mesma implica<br />

com suas características físicas.<br />

“Acho que não correspondo ao estereótipo<br />

de um diretor. Às vezes as pessoas<br />

ficam meio decepcionadas com minha<br />

aparente fraqueza”, conta. No entanto, o<br />

1,66 metro e os 53 quilos de Laís não<br />

interferem no comando dela em um set<br />

de gravação. No momento da ação a<br />

diretora é quem manda. Certa vez, no set<br />

de Bicho de Sete Cabeças, o ator Othon<br />

Bastos, pai do protagonista Rodrigo Santoro<br />

no longa, resolveu reagir a uma<br />

cena, dizendo que não concordava com<br />

ela. Laís, segura do que estava fazendo,<br />

rebateu. “Você não gosta? Mas vai fazer.”<br />

Othon acabou levando o Grande Prêmio


Perfil<br />

<br />

<br />

"Sempre gostei de dançar. O próprio<br />

salão de dança é um personagem"


BR de Cinema Brasileiro de melhor ator<br />

coadjuvante. “A Laís tem uma segurança<br />

incrível. Sabe o que quer e ao mesmo<br />

tempo está aberta a contribuição de<br />

todos. É sensível e exigente quando precisa<br />

ser”, diz o ator Rodrigo Santoro. Aliás,<br />

foi justamente a visão em reconhecer<br />

talentos que fez com que a diretora o<br />

chamasse para o papel central de seu<br />

primeiro filme. “O Paulo Autran me deu<br />

a dica que o Rodrigo tinha muito talento”,<br />

conta Laís. Palavra de mestre não se<br />

contesta. O trabalho incansável de Laís<br />

e Rodrigo para construir o personagem<br />

rendeu bons frutos. Para Laís, a consolidação<br />

e o reconhecimento como diretora.<br />

Para Santoro, a projeção no<br />

universo cinematográfico. “A Laís foi<br />

uma peça fundamental na minha formação<br />

como ator. Vai morar sempre no<br />

meu coração”, conta Santoro, hoje astro<br />

de Hollywood.<br />

Mais de sete anos depois da estréia<br />

de Bicho de Sete Cabeças, Laís ainda é<br />

reconhecida pelo longa. Mas isso não<br />

a incomoda. “Acho que um filme puxa<br />

o outro. São todos irmãos”, diverte-se. O<br />

elenco e a equipe de produção também<br />

são como uma família para a diretora.<br />

Não há como manter uma relação<br />

de amizade próxima com todos, até<br />

porque a agenda de trabalho dos artistas<br />

complicada requer muito deslocamento.<br />

Apesar disso, ela não esquece de<br />

seus companheiros de trabalho. “Não<br />

tem como esquecer. Vamos sempre ter<br />

uma ligação, aquela memória de um<br />

momento de cumplicidade que é fazer<br />

um filme”, diz. Santoro concorda: “Ape-<br />

Laís valoriza o trabalho em equipe. Acima, concentrada na<br />

cena, ao lado do diretor de arte Marcos Pedroso<br />

sar da distância, Laís é uma grande amiga”, diz. Outro importante parceiro de Laís, já<br />

que ela foca seu trabalho no ator, é Sérgio Penna, preparador de atores, que estreou<br />

no cinema com o Bicho de Sete Cabeças e está em Chega de Saudade. “A Laís consegue<br />

encontrar equilíbrio entre emoção e lucidez o que ajuda muito na condução de<br />

todo o processo”, diz Penna.<br />

Os temas das produções de Laís num primeiro momento parecem não ter nenhuma ligação<br />

entre si. O que não é verdade. A inspiração para a cineasta vem do coração. “Não tenho<br />

uma fórmula. Sou movida à emoção.” Em Chega de Saudade o tema central é o universo<br />

dos bailes. “Eu sempre gostei de dançar e me encantei com o ambiente”, diz. Laís e Bolognesi<br />

percorreram os salões de dança de São Paulo, recolheram histórias, conheceram pessoas<br />

e descobriram inúmeros personagens. “O próprio salão de dança é um personagem<br />

do filme”, diz. Quando foi exibido em Brasília, alguns críticos descreveram a história como<br />

sendo da terceira idade. A diretora discorda. “Nós falamos sim da passagem do tempo, mas<br />

é possível que pessoas jovens se identifiquem com os casais mais velhos da trama, por<br />

exemplo. É algo mais abrangente.” O filme se passa num único baile, mas tem uma série de<br />

tramas que ocorrem em torno dele. Há muita libido, sensualidade e alegria. Mas também<br />

momentos de decepção, traição e melancolia. Além da fascinação que o universo dos salões<br />

de dança provocou, a diretora teve influência do longa O Jantar, de Ettore Scola, um dos<br />

mais importantes cineastas italianos e o preferido de Laís. “Todo mundo acha que o filme O<br />

Baile, de Scola, foi minha inspiração, mas o filme O Jantar também dele foi quem me trouxe<br />

elementos de cena fortes e marcantes.”<br />

Amante da sétima arte, mais do que uma criadora e disseminadora do cinema,<br />

Laís admira as produções de diversos colegas. O destaque vai para o filme Cinema,<br />

Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes. “Quando assisti pensei: como queria ter feito<br />

esse filme”, diz. E ela também se encanta com os detalhes das produções que vê. O<br />

beijo mais bonito? O protagonizado por Clark Gable e Vivien Leigh em E o Vento Levou.<br />

“É um beijo clássico. Aquele ar de madrugada com o sol nascendo, uma cor linda. Ele<br />

tem um contexto lindo. É de fato um beijo cinematográfico.”<br />

No momento, Laís está integralmente dedicada ao lançamento de Chega de Saudade,<br />

que estréia em março de 2008 em todo o Brasil. São os bons ventos que sopram a favor<br />

do cinema brasileiro. “Temos uma política cinematográfica madura, com um leque<br />

amplo”, diz. Apesar disso, ela lamenta a crise vivida pelas salas de exibição. “É uma crise<br />

mundial, cada vez menos pessoas vão assistir a filmes no cinema”, afirma. O organizador<br />

do Festival de Brasília aposta que produções como as de Laís podem resgatar o interesse<br />

das pessoas. “O filme é arrebatador, indiscutivelmente, conduzido com maestria invejável<br />

e visando um público tão carente e merecedor de voltar às salas de cinema”,<br />

diz Adolfo. Se depender do sucesso e dos ecos dos aplausos vindos de Brasília,<br />

Chega de Saudade promete contrariar essa tendência. E a diretora avisa: “É um<br />

filme para todas as idades”.


Lançamento da Bang & Olufsen,<br />

a televisão Beo Vision 9 alia um<br />

designer arrojado e moderno<br />

com o melhor da tecnologia de<br />

última geração. A BeoVision 9<br />

possui um controle de áudio e<br />

vídeo inteligente capaz de controlar<br />

a tela de plasma e um<br />

projetor externo. A tela em alta<br />

definição, com alto-falantes característicos<br />

da marca, oferecem<br />

desempenho perfeito.<br />

Na in ter net:<br />

www.beobrasil.com.br<br />

Preço: sob consulta


Esta jukebox feita pela Crosley consegue unir a mais<br />

moderna tecnologia com um visual clássico e até legendário.<br />

O aparelho, batizado com o nome de iJuke, permite<br />

a conexão com iPod. Assim estão garantidas horas<br />

e horas com sua própria seleção de músicas. Para dar<br />

ainda mais charme a esse moderno jukebox, ele tem<br />

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contorno iluminado com lâmpadas de néon.<br />

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Preço: R$ 1.790<br />

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Peças delicadas exigem ainda mais cuidados na hora da<br />

lavagem. Pensando nisso, a Brastemp criou a minilavadora<br />

Brastemp Eggo, especialmente desenvolvida para lavar ruopas<br />

íntimas e de bebê. Além de portátil, tem 46 cm de altura,<br />

32 cm da largura e pesa 6 quilos, seu designer ousado e<br />

clean dá ainda mais charme ao produto.<br />

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Preço: R$ 549<br />

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Quanto mais funções<br />

e mais tecnologia o<br />

aparelho celular oferecer<br />

ao consumidor melhor.<br />

Disso ninguém duvida.<br />

Só que a Motorola resolveu<br />

inovar ainda mais. Seu mais recente<br />

lançamento, o RAZR2, agrega<br />

também um design especial. Banhado<br />

em ouro 18 quilates e revestido com<br />

textura de pele de cobra, o modelo é um<br />

verdadeiro ícone de luxo. Além da beleza<br />

externa, o RAZR2 é rico em funcionalidades.<br />

Seu display externo colorido, com controle de<br />

músicas sensíveis ao toque, identificador de chamadas<br />

com imagem e câmera de 2 megapixels são<br />

alguns dos destaques deste aparelho. A música também<br />

tem espaço especial. O RAZR2 possui capacidade<br />

para armazenar até 2 gigabytes, com espaço para mais de<br />

mil músicas. Disponível em preto metalizado, o modelo que<br />

brilha como ouro tem série limitada.<br />

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Preço: sob consulta<br />

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A Tissot lançou dois modelos para os amantes da velocidade.<br />

O Moto GP 2007 tem pulseira de borracha vermelha, mostrador<br />

de fibra de carbono e cristal de safira. Já o T-Touch Diamonds<br />

Danica Patrick, inspirado na única mulher que compete na Fórmula<br />

Indy, possui pulseira de couro branco, caixa de titânio<br />

polido e mostrador de madrepérola com 58 diamantes.<br />

Na in ter net: www.tissot.ch<br />

Preço: a partir de R$ 3.780


Pon to de fu ga<br />

Brasil<br />

Encravada no Vale do Paraíba, em São Paulo, a pequena<br />

cidade de São Luiz do Paraitinga pulsa. Seus moradores<br />

têm uma causa: resgatar a cultura popular da região e<br />

do Brasil. E o que é melhor, tudo é feito com muita festa<br />

Manifesto caipira


Igreja da Matriz<br />

na praça central:<br />

palco das festas<br />

folclóricas e<br />

musicais da cidade


Pon to de fu ga<br />

Brasil


Benedito nunca se esqueceu do dia<br />

em que seu pai o colocou no lombo<br />

do cavalo e os dois partiram morro<br />

acima para ir buscar lenha. Era uma<br />

sexta-feira do mês de agosto, o que<br />

deixou o menino, com 7 anos na época,<br />

um pouco receoso. Ele cresceu<br />

ouvindo dos mais velhos que esse era<br />

o dia em que o lobisomem aparecia.<br />

Mas por nada desse mundo ia perder<br />

a chance de acompanhar o pai na<br />

“aventura”. Quando chegaram no topo<br />

da montanha o pai apeou o animal<br />

num pé de guaramim – árvore de madeira<br />

roxa de primeira qualidade, não<br />

faz fumaça nem dá cinza –, deixou o<br />

filho sentado num toco de madeira e<br />

embrenhou-se no mato para cortar<br />

lenha. De repente Benedito ouviu um<br />

barulho, que chegava cada vez mais<br />

perto. Não demorou e um moleque<br />

escurinho com cara pintada de vermelho<br />

saltou na sua frente e começou a<br />

rodeá-lo que nem um sagüi atrevido. O<br />

pequeno Benedito entrou na brincadeira<br />

e acabou se perdendo. O pai só<br />

o encontrou meia hora depois. Benedito,<br />

danado, sabia que se voltasse antes<br />

disso ia tomar uma surra. Depois de<br />

meia hora, conta Ditão, como é conhecido<br />

hoje, ficam com dó da gente. Chegou<br />

em casa com o olho arregalado. O<br />

Na Festa do Divino, a mais famosa da cidade, as<br />

crianças vestem-se de anjinho (na pág. ao lado). No famoso<br />

Carnaval das marchinhas, a brincadeira é na rua<br />

pai disse para a mulher que o menino não disse palavra até chegar em casa.<br />

A mãe não estava na mata, mas sabia exatamente o que aconteceu com o<br />

filho. “Ele viu o Saci”, afirmou com convicção. Ela sabia do que estava falando,<br />

viveu a mesma experiência quando pequena.<br />

Ditão é um cidadão luizense. Nasceu há 52 anos em São Luiz do Paraitinga,<br />

cidadezinha a 170 quilômetros da capital paulista, cravada no pé da Serra do<br />

Mar, no caminho para Ubatuba, litoral norte de São Paulo. As lendas, o folclore,<br />

a música regional, a comida típica, a natureza privilegiada da Mata Atlântica<br />

com seus rios de pedra e cachoeiras – perfeitos para a prática de esportes de<br />

aventura – e as festas religiosas fazem parte do universo dos pouco mais de<br />

10 mil moradores desse pequeno povoado. Tanta diversidade cultural acabou<br />

rendendo a São Luiz do Paraitinga – ao lado de cidades vizinhas do Vale do<br />

Paraíba – o posto de último reduto genuinamente caipira do país. Se o título<br />

é ou não é legítimo, não tem a menor importância. O que vale mesmo é que<br />

a cultura caipira está viva em todos os cantos dessa charmosa cidade, tombada<br />

pelo patrimônio histórico nacional pelo conjunto arquitetônico colonial,<br />

erguido numa época em que o café valia mais do que ouro no Brasil.<br />

São Luiz mantém cuidadosamente preservados os casarões coloridos com<br />

suas portas e janelas pomposas, ruas de pedras e a pracinha com um charmoso<br />

coreto. Até aí, nada demais. Muitos municípios brasileiros ainda preservam<br />

ícones dos tempos em que o melhor programa de domingo era ir à pracinha<br />

com os amigos para paquerar as moças que passeavam de lá para cá com<br />

seus melhores vestidos. O diferencial de São Luiz do Paraitinga é que isso tudo<br />

continua acontecendo por lá, com pequenas adaptações. Vá lá que os vestidos<br />

deram lugar às calças de cintura baixa e às miniblusas que deixam a barriguinha<br />

das moças à mostra. Mas a nostalgia dos tempos idos ainda está no ar. Ali,<br />

tradição e modernidade andam de mãos dadas.<br />

O coreto da Praça da Matriz é o palco de músicos locais, violeiros de<br />

primeira categoria, e convidados que cantam modas inspiradas em costumes<br />

e lendas da região. São Luiz é pulsante. “Aqui temos festa 365 dias por<br />

ano”, diz Dona Cinira dos Santos, a primeira-dama da cidade. Não é exagero,<br />

afinal, para os católicos cada dia é dia de um santo. E a animação dos


Pon to de fu ga<br />

luizenses não deixa nenhum deles<br />

sem homenagem.<br />

Dona Cinira é viúva do músico Elpídio<br />

dos Santos, a maior expressão<br />

musical de São Luiz, e matriarca de<br />

uma família de músicos. É uma das<br />

mais atuantes defensoras da preservação<br />

histórica e cultural da cidade<br />

e do acervo do marido. Seu entusiasmo<br />

foi fundamental para a conquista<br />

do tombamento da cidade e da elevação<br />

do município à categoria de<br />

Estância Turística, em 2002. Isso garante<br />

uma verba adicional do Estado à<br />

cidade, que os luizenses sabem como<br />

<br />

Brasil<br />

Mascarados acompanham a<br />

cavalhada na Festa do Divino<br />

<br />

fazer render. Além da restauração do casario colonial e da pavimentação<br />

das ruas com o piso original de pedra, um rico calendário de atividades<br />

culturais e folclóricas atrai milhares de turistas ao local o ano todo. São Luiz<br />

entrou definitivamente na agenda cultural de São Paulo. No fim de novembro,<br />

por exemplo, a cidade sediou a 1ª Semana da Canção Brasileira, evento<br />

que colocou a música nacional em pauta, com palestras, debates e um<br />

festival de canções inéditas. “A musicalidade do luizense torna a cidade um<br />

cenário natural para o evento”, diz Galvão Frade, secretário de Cultura local.<br />

Contou com o prestígio de profissionais de peso ligados à música nacional,<br />

como os compositores Arnaldo Antunes, Luiz Tatit, Chico César, Fabiana<br />

Cozza, educadores, instrumentistas e até o secretário estadual de Cultura de<br />

São Paulo, João Sayad. E da dona Cinira, é claro, cheia de orgulho da sua<br />

cidade e dos seus conterrâneos, que tem como personalidades o médico e<br />

sanitarista Oswaldo Cruz e o geógrafo Aziz Ab´Sáber.<br />

O compositor e maestro Elpídio dos Santos, autor de mais de mil músicas,


Típico morador da zona rural do Vale do Paraíba, Ditão, o contador de estórias da cidade, jura que viu o Saci na infância<br />

Axé não tem vez em São Luiz. Lá o<br />

Carnaval é embalado a marchinhas<br />

sem dúvida, fez escola. Produziu peças<br />

de marchinhas, serestas, coral, fanfarra<br />

e embalou 25 filmes de Mazzaropi. Era<br />

o músico preferido do cineasta. A amizade<br />

entre os dois nasceu ao acaso.<br />

Certo dia, Mazzaropi passava pela cidade<br />

com seu circo, na época ainda não<br />

fazia cinema, e foi acometido com uma<br />

chuva torrencial. Sensibilizado com a<br />

situação da trupe, Elpídio deu abrigo a<br />

todos. Os dois tornaram-se amigos e<br />

parceiros por muitos anos. Os sete filhos<br />

de Elpídio cresceram nesse ambiente<br />

musical. Cinco deles, com outros músicos<br />

da cidade, criaram o grupo Paranga,<br />

no fim dos anos 70. Não poderia ser<br />

diferente. O Paranga está aí até hoje e<br />

realiza importante trabalho de preser-<br />

vação e divulgação da produção musical do Vale do Paraíba.<br />

A música está no DNA dos luizenses. Muitos sonham em fazer parte da<br />

banda da cidade, outros em seguir seu próprio caminho. Seja qual for a<br />

escolha, a inspiração vem do berço. Aprendem a cantar desde cedo as<br />

marchinhas que caracterizam o Carnaval da cidade. Em São Luiz, axés,<br />

pagodes e os ritmos comerciais que tomaram conta da maior festa popular<br />

brasileira não têm vez. Essa é uma das regras do Carnaval de São Luiz, um<br />

dos mandamentos da festa. Os blocos de Carnaval e as bandas que se revezam<br />

no coreto garantem diversão para quem gosta de brincar como nos<br />

primórdios do Carnaval. E são muitos entusiastas. O número de pessoas<br />

cresce até quatro vezes durante o evento.<br />

O bloco de Carnaval mais famoso do pedaço é o do Juca Teles, que<br />

coloca 50 bonecos gigantes na rua. O artista responsável pela epopéia é<br />

Benito Campos. Natural da terra, Campos trabalhou na Receita Federal<br />

em Taubaté, cidade vizinha a São Luiz, até se cansar da vida burocrática.<br />

Voltou para casa e ajudou a ressuscitar o bloco do carnavalesco mais<br />

animado da cidade. Em sua oficina cria dezenas de bonecos feitos de<br />

sucata, arame, papelão, fita adesiva, todos cobertos com muitos metros de


Pon to de fu ga<br />

chita colorida. Juca Teles era um sujeito hospitaleiro. Benito Campos assumiu<br />

o posto de anfitrião e mantém a tradição de servir café-da-manhã<br />

aos foliões. Um preaquecimento antes de tomarem as ruas com suas cartolas<br />

(homem) e tiaras (mulheres). “O cardápio tem queijo produzido na<br />

região e café. Quem não gosta de café pode tomar pinga, assim já entra<br />

logo no ritmo da festa”, brinca Benito.<br />

Outra festa tradicional da cidade é a do Saci, uma reação ao Halloween,<br />

tradição anglo-saxônica que definitivamente não tem lugar por aquelas<br />

bandas. “Raloim? Só se for com carne-seca.” Esse é o lema da cidade. A<br />

festa é realizada em 31 de outubro, mesma data do Dia das Bruxas. Na<br />

ocasião, além das homenagens ao Saci, o protetor das matas e brincalhão<br />

por natureza, contadores de história reúnem-se na praça para divertir as<br />

crianças com as histórias de Curupira, Iara, Boto, Cuca, Boitatá e muitos<br />

outros personagens do folclore nacional. Os eventos atraem turistas e a<br />

imprensa do país e do exterior. Ditão é um contador de histórias. Ele já<br />

trabalhou na fabricante de aviões Embraer, fazendo banco de co-pilotos,<br />

mas é como contador de causos, escritor e compositor de marchinhas de<br />

Carnaval que ele se sente à vontade. Ditão mora num sítio a poucos quilômetros<br />

da cidade, perto de onde viu o Saci quando criança. Estudou pouco,<br />

mas teve um mestre muito especial. “A natureza foi a melhor escola que<br />

tive. Ela me ensinou a respeitar a água, as plantas, os animais e, é claro, os<br />

mitos do folclore brasileiro”, diz Ditão. São esses elementos que conduzem<br />

sua vida. Sabe aquele sujeito que sabe que vai chover só pela direção dos<br />

<br />

Brasil<br />

<br />

ventos? Ditão é assim. É também<br />

membro da Sociedade dos Observadores<br />

de Saci (Sosaci), criada em<br />

2003 por um grupo de intelectuais e<br />

gente da terra preocupada em resgatar<br />

os personagens da mitologia brasileira.<br />

“A idéia é mostrar que os nossos<br />

mitos são tão ou mais interessantes<br />

que os exportados de terras distantes”,<br />

diz Jô Amado, presidente da<br />

Sosaci. Amado rendeu-se aos encantos<br />

de São Luiz e hoje vive por lá.<br />

Os luizenses são mesmo sedutores.<br />

Têm o olhar desconfiado, típico das<br />

pessoas que vivem no interior, mas<br />

ao primeiro dedo de prosa abrem um<br />

sorriso e quando menos se espera<br />

você já está dentro da casa deles tomando<br />

café com bolo de fubá, biscoito<br />

de polvilho e outros quitutes<br />

da região. O sotaque carregado de<br />

“erres” e as palavras ditas de forma<br />

abafada fazem com que o visitante<br />

Crianças participam da<br />

Festa de São Luiz de Tolosa,<br />

padroeiro da cidade. Acima,<br />

a premiada cachaça Mato<br />

Dentro, produzida na região


A cavalhada é uma representação da batalha eqüestre, representando a luta entre mouros e cristãos<br />

perca trechos da conversa. O jeito é<br />

contentar-se com o contexto da prosa.<br />

E haja prosa, causos e lendas que<br />

são passadas de pai para filho. Muitas<br />

de cunho religioso que culminam<br />

em festa, é claro. A maior delas é a<br />

Festa do Divino, que desde o começo<br />

do século 19 comemora a descida do<br />

Divino Espírito Santo durante uma<br />

semana. O evento apresenta danças<br />

folclóricas – congadas, moçambiques<br />

– procissões e a famosa cavalhada<br />

(batalha eqüestre representando<br />

a luta entre mouros e cristãos).<br />

Durante o ano inteiro o festeiro, es-<br />

colhido pelo padre, e seu bando percorrem a zona rural do Vale do Paraíba<br />

para arrecadar prendas (novilho, gado), que são à base do tradicional<br />

afogado, refogado de carne servido com farinha de mandioca e<br />

arroz, oferecido gratuitamente à população. As crianças recebem doces<br />

e se divertem com brincadeiras de outros tempos, corrida de ovo, corrida<br />

de saco, dança de fitas e pau-de-sebo.<br />

Os luizenses são muito devotos. Há dezenas de igrejas espalhadas pelo<br />

pequeno município. Algumas muito antigas, a Capela Nossa Senhora das<br />

Mercês é do século XVIII e mantém as características da época das construções<br />

de taipa, os sinos originais, o altar de madeira e teto com pintura<br />

da época. Mas a devoção em São Luiz é diferente da de outros lugares. Os<br />

fiéis de lá são alegres, sempre buscam um motivo para comemorar. Como<br />

toda festa pede boa música e bebida, o luizense escolheu a “marvada”<br />

para se divertir. E como se bebe por aquelas bandas! Também, a região é<br />

conhecida pelas saborosas cachaças artesanais.


Pon to de fu ga<br />

"Aqui temos festa<br />

365 dias por ano"<br />

Dona Cinira,primeira-dama da cidade


Os adultos apresentam a famosa cavalhada na Festa do Divino fantasiados a caráter<br />

A mais famosa é a Mato Dentro,<br />

listada entre as melhores do Brasil<br />

por veículos especializados. À frente<br />

do negócio está o advogado Rômulo<br />

Cembranelli. Com um sítio localizado<br />

no bairro que deu origem à marca,<br />

por muitos anos o lugar era o refúgio<br />

de Rômulo e sua família nos<br />

fins de semana. Quando se aposentou,<br />

decidiu estabelecer-se por ali.<br />

Tentou criar gado leiteiro, mas deu<br />

muito trabalho. Foi então que um sujeito<br />

da região fez uma proposta inusitada<br />

para Cembranelli. Trocar o<br />

gado por equipamentos para fabricação<br />

de cachaça. Cembranelli aceitou<br />

a oferta e emergiu no mundo dos<br />

alambiques. Aprendeu os segredos para a produção de uma cachaça de<br />

primeira linha. A primeira lição: “Não pensar em quantidade, mas em<br />

qualidade”, ensina. A produção da Mato Dentro é de 4 mil litros por mês,<br />

sendo que quase metade desse volume vai para a exportação. Portugal,<br />

Espanha e Estados Unidos já provaram, e aprovaram, a bebida. A escolha<br />

da matéria-prima é fundamental. A cana-de-açúcar e o milho para fermentação<br />

não levam agrotóxicos e a água vem da montanha. Depois de<br />

descansar por seis meses nos tonéis, a Mato Dentro está pronta para o<br />

consumo. Curiosamente, Cembranelli não bebe: “Só molho o dedinho pra<br />

ver se está boa”. Em compensação sente um orgulho enorme de mostrar<br />

aos visitantes os prêmios e certificados de qualidade conquistados pela<br />

Mato Dentro. Dá pra ganhar dinheiro com o negócio? “Dá para se equilibrar<br />

e isso já está bom demais”, diz Cembranelli.<br />

Esse é o espírito do luizense. Parece que ali a felicidade está nas pequenas<br />

coisas. E isso contagia. Depois de conviver um pouco com a simplicidade, o<br />

talento e a hospitalidade dos luizenses, saímos de lá com a alma lavada. Com<br />

a sensação de que quem vive na cidade grande complica demais a vida.


"<br />

SaladeEstar<br />

Defendo o<br />

torcedor"<br />

O técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, é destemido. Critica a CBF, a corrupção na


política e conta como conseguiu ser campeão com um time sem craques


SaladeEstar<br />

rinta de novembro de<br />

2007. Chego ao centro<br />

de treinamen- to do São Paulo Futebol<br />

Clube, no bairro da Barra Funda, com<br />

uma missão difícil: entrevistar o técnico<br />

Muricy Ramalho no último dia de trabalho<br />

da equipe campeã brasileira. Confesso,<br />

deu um friozinho na barriga.<br />

Acompanho as entrevistas do Muricy e<br />

sei que ele é um homem de personalidade.<br />

Não tem paciên-cia para perguntas<br />

“bobas”. Muricy é sério. Seus jogadores<br />

sabem bem disso. A sexta-feira estava<br />

ensolarada. Alguns atletas cobravam faltas,<br />

descontraídos, quando Muricy reagiu<br />

em altos brados: “Vocês estão quase de<br />

férias e ainda não sabem como se faz?”<br />

Arrumou o posicionamento dos jogadores<br />

e mandou chutar: gol.<br />

Muricy faz valer a fama de rabugento<br />

e de não ter papas na língua. Por<br />

isso fui atrás dele. É difícil no meio<br />

esportivo encontrar alguém que não<br />

tem medo de falar o que pensa. Ele<br />

não tem. E ganha títulos. Lembra o<br />

obcecado Bernardinho do vôlei ou o<br />

inesquecível Telê Santana, o maior<br />

ídolo da torcida tricolor. Coincidência?<br />

Não, Muricy é pupilo do mestre.<br />

Telê foi técnico do meio-campista<br />

Muricy e o escolheu para sucedê-lo.<br />

Tarefa árdua: Telê ganhou duas Libertadores<br />

e dois títulos mundiais para o<br />

São Paulo. Telê tinha comando e olho<br />

clínico para revelar jogadores. Muricy<br />

tem o mesmo perfil. Projetou Kaká,<br />

ainda garoto. Agora é craque do Milan<br />

e o jogador do momento.<br />

Hoje, Muricy é considerado por muitos<br />

o melhor técnico do Brasil. Ele se<br />

define como um técnico moderno, um<br />

misto de treinador e empresário. Sabe<br />

que um treinador tem que dar retorno<br />

<br />

<br />

ao clube. E faz a lição de casa. Há seis meses revelou o menino Breno. Na época, o talentoso<br />

zagueiro valia zero, hoje vale US$ 18 milhões. A competência de Muricy chamou<br />

a atenção da CBF na troca de comando da seleção brasileira. Ainda não foi desta vez.<br />

Se um dia assumir a seleção promete um futebol capaz de reanimar a torcida canarinha.<br />

“Dá pra ter futebol arte com resultado”, garante. Mas o cargo mais almejado por qualquer<br />

treinador do planeta tem seu preço. Muricy estaria disposto a pagar? Sobre o fracasso<br />

da Copa da Alemanha ele é taxativo. “Aquilo lá foi uma festa. Ganharam muito dinheiro,<br />

mas vê se o povo está feliz? O povo quer ganhar.” Muricy é assim. Quem quiser que<br />

compre. E também sabe ser muito gentil. Na saída do treino, ele veio do campo em<br />

minha direção. Me apresentei. Disse que não era da imprensa esportiva mas queria uma<br />

entrevista, de pelo menos uma hora. Sabia que sua agenda estava lotada. Além disso,<br />

Muricy comemorava 52 anos naquele dia. Ele pensou, pensou... “Se você esperar eu<br />

atender todo mundo, falo com você”, disse. Conversamos durante duas horas. E parece<br />

que o tempo nem passou.<br />

Você teve mais reconhecimento como campeão pelo São Paulo do que quando foi<br />

campeão pelo São Caetano. É mais difícil ser campeão com o São Paulo ou com<br />

o São Caetano?<br />

Os dois têm dificuldades muito grandes. No São Caetano não tem pressão para ser campeão,<br />

não tem grande torcida. Pensam exclusivamente em negócios. Por outro lado, não<br />

têm nenhuma estrutura, não tinha nem campo pra treinar lá. No São Paulo a dificuldade<br />

é a de time grande. Tem muita gente que pensa diferente, tem sua vaidade, preferência.<br />

Você é considerado por muitos hoje o melhor técnico do Brasil. O que é preciso<br />

para ser um bom técnico?<br />

Sou valorizado no meio do futebol, recebo convite a toda hora pra ganhar muito mais<br />

do que no São Paulo. Isso porque dou título e dinheiro para o clube. Tenho facilidade<br />

de revelar jogadores. Há seis meses tínhamos um jogador que valia zero e hoje ele vale<br />

US$ 18 milhões, que é o Breno (zagueiro). No Internacional idem, Rafael Sobis, Edinho,<br />

Nilmar. Vejo futebol como técnico e como empresa.<br />

E no trato com os jogadores?<br />

Tem clube que a estrutura é pouca, você não recebe em dia, tem que ter outro comportamento<br />

para motivar os jogadores. Sei lá, chegar para o cara e dizer: meu filho,<br />

aqui não tem dinheiro, mas se você não ganhar não vai para lugar melhor. No São<br />

Paulo não precisa dar motivação. Os jogadores têm que saber que o clube dá estrutura,<br />

paga em dia, dá prêmio, cuida do cara como a coisa mais importante do mundo.<br />

O meu papel aqui é cobrar objetivos, a disciplina, tem que ir para o campo e correr<br />

como um louco. Tem que devolver alguma coisa para o clube. Agora, meu relacionamento<br />

com os jogadores, além de ser chato, porque cobro pra caramba, tem o outro<br />

lado. Eu os defendo. Quando acaba um ano como este, se você perguntar para os jogadores<br />

se eles estão satisfeitos, vão falar que estão. A vida deles melhorou muito no<br />

sentido financeiro, como pessoa, a auto-estima, como profissional.


O São Paulo é o clube mais bem estruturado do Brasil. Vê outros nesse caminho?<br />

O São Paulo faz isso há muitos anos, sua filosofia é de sempre inovar. Vários clubes<br />

passaram a seguir o São Paulo. O Cruzeiro tem dois centros de treinamento enormes e<br />

bem equipados. O Atlético Paranaense é muito forte nessa estrutura. O Santos se modernizou.<br />

O São Paulo é exemplo pra muita gente.<br />

Quais técnicos você admira hoje e na história do futebol mundial?<br />

Gosto do Wanderley Luxemburgo aqui no Brasil. De fora, gosto do (Rafa) Benitz, do Liverpool,<br />

da Inglaterra, ele é muito bom. De todos os tempos, claro, admiro o Telê Santana,<br />

foi meu professor. O Rubens Minelli foi o melhor que vi. Há os técnicos disciplinadores,<br />

comandantes e outros mais táticos e técnicos. Minelli foi completo.<br />

Fale sobre o Telê. O que ele representou na tua vida profissional e pessoal?<br />

O Telê foi importante na vida de muitas pessoas. Minha formação como técnico foi<br />

com ele. O São Paulo tinha um projeto, em 1994, de preparar um técnico para o lugar<br />

do Telê e ele me chamou para trabalhar com ele. Tenho um pouco o gênio dele, por<br />

isso a gente se dava bem. Às vezes a gente ficava dez dias sem se falar, sem falar bom<br />

dia, e tudo bem. O que o Telê tinha de melhor era o comando muito forte. Num clube<br />

como o São Paulo se você não tiver comando forte não vira um mês aqui dentro. Telê<br />

trabalhou com os melhores craques que tinha, e craque é complicado de trabalhar.<br />

São cheios de manias, ficam ricos, compram carros importados, e não querem treinar.<br />

O Telê não aceitava isso, era duríssimo com esses caras. No jeito de procurar dar<br />

exemplo para os jogadores, trabalhando duro, sou muito parecido com ele. Fico o dia<br />

todo aqui, sou doido por trabalho, esqueço da minha vida. Se não for assim, não se<br />

consegue as coisas. O Telê foi tudo na minha vida.<br />

Quais os maiores craques do futebol?<br />

Goleiro eu posso falar do Rogério Ceni, porque o conheço há anos. Coloquei<br />

Rogério como titular, e depois para cobrar faltas.<br />

Você o incentivou a bater falta?<br />

Um time de futebol é assim. Quem é que<br />

bate escanteio? Hoje é o Jorge Wagner.<br />

Quem é que bate falta lateral? É fulano. É<br />

tudo determinado. E aí, quem bate falta<br />

central de frente para o goleiro? O Rogério<br />

Ceni. Então falei, o Rogério vai bater.<br />

Diziam que eu era louco, que estava inventando<br />

coisa. Como no meu time quem<br />

bate é quem treina, ele era o que mais<br />

treinava. Mas também trabalhei com jogadores<br />

como o Leonardo, aqui no São<br />

Paulo: um dos profissionais mais corretos<br />

que vi. O Zico foi o jogador mais completo<br />

de todos. É o que a gente chama de<br />

craque, chutava com as duas pernas, cabeceava<br />

bem, cruzamento, parte física.<br />

Rivelino também foi um fora-de-série. Do<br />

Pelé a gente nem fala. O Pelé é rei.<br />

Até a Copa de 1986 a seleção brasileira<br />

era admirada pelo talento dos<br />

jogadores e pelo estilo ofensivo de<br />

jogo. Depois disso, a sensação é que<br />

o futebol ficou burocrático. O que<br />

aconteceu?<br />

As pessoas querem ver o futebol do<br />

passado no presente. Só que no passado<br />

um jogador corria 4 quilômetros em<br />

No último<br />

treino do ano,<br />

o bicampeão<br />

brasileiro<br />

mostra um<br />

semblante<br />

mais sereno:<br />

missão<br />

cumprida


SaladeEstar<br />

O técnico<br />

Muricy vibra<br />

com as boas<br />

jogadas do<br />

time, fruto da<br />

repetição<br />

nos treinos<br />

média por jogo. Hoje corre 13. A velocidade<br />

aumentou um absurdo, os campos<br />

continuam iguais e têm muito menos<br />

espaços. Não é o futebol do Brasil, é o<br />

mundial. Os saudosistas (também sou,<br />

gosto do meu tempo) têm que deixar<br />

isso de lado, o futebol mudou. Só que o<br />

brasileiro não se conforma com isso. O<br />

Brasil é considerado o melhor futebol<br />

do mundo, não aceitamos que outros<br />

lugares do mundo evoluíram. Antes se<br />

dizia que a tínhamos a técnica e eles a<br />

força, só que eles evoluíram na técnica.<br />

As pessoas têm que avaliar o futebol<br />

hoje, o antigo já passou.<br />

Me fale sobre a sua infância, teus<br />

pais, onde você nasceu, cresceu?<br />

Nasci em Pinheiros (bairro de São Paulo).<br />

Morava perto do Clube Piratininga,<br />

onde jogava bola. Minha infância foi<br />

assim, sempre atrás de bola. Com 9 anos<br />

meu tio Roberto, que era sócio do São<br />

<br />

<br />

Paulo, me levou lá para treinar. Nem pensava nesse negócio de futebol, mas ele achou<br />

que eu ia dar jogador, me levou e fiquei até hoje.<br />

E os teus pais?<br />

Não tenho mais meus pais, infelizmente. Perdi meu pai quando ele tinha 56 anos. O futebol<br />

te dá as coisas, mas te tira as coisas também. Eu não vi meu pai sendo enterrado,<br />

Foi num domingo, eu estava jogando no México. A minha mãe teve um derrame, eu<br />

cheguei e ela já estava em coma. Morreu dois dias depois. Minha filha eu conheci com<br />

três meses. Então, aniversários, essas coisas, fiquei sem. O futebol é assim, tira.<br />

Você é casado?<br />

Sou casado com a mesma mulher há 28 anos.<br />

Parabéns.<br />

Parabéns pra ela (risos). Tenho três filhos, o caçula Fabinho, 13 anos, o Muricy, que é o<br />

Junior, 18 anos, e a Fabíola, 25 anos. Essa é a minha turma que não quer sair de casa.<br />

Algum joga bola?<br />

O Muricy, o que coloquei o meu nome. Está na escolinha do São Paulo e sabe jogar.<br />

Quando o futebol surgiu na sua vida? Lembra de quando ganhou a primeira bola?<br />

Pra eu ganhar uma bola era uma dificuldade, meu pai não tinha dinheiro. Ele trabalhava<br />

no mercadão de Pinheiros, tinha uma barraca de verduras. Ficava muito distan-


"Hoje já não tem mais<br />

Michael Jordan,Rivelino e Zico"<br />

Muricy, sobre os craques que decidiam jogo<br />

te da gente, saía às 2 horas da manhã. Quando eu fazia alguma coisa errada, meu pai<br />

me levava com ele na marra. O que me despertou para o futebol foi o campeonato<br />

Dente de Leite que a Tupi criou para os jogadores iniciantes. Eu tinha13 anos e participei.<br />

Ali a gente começou a sentir uma coisa diferente. Passava na televisão, as pessoas<br />

conheciam a gente. Davam prêmio, o melhor em campo ganhava uma bicicleta.<br />

Ganhei, e eu não tinha bicicleta. Depois ganhei mais cinco, era sempre o melhor em<br />

campo. A primeira que ganhei andei dois dias direto, depois até vendi. Ali comecei a<br />

pensar: eu vou dar jogador.<br />

Você apanhava do teu pai?<br />

Tomava uns tapas na orelha, meu pai era brabo pra caramba. Ele ficava me procurando<br />

e se não me achava... Duas horas da manhã eu tinha que estar de pé pra ir ao<br />

mercadão. Ia de ônibus, dormia no caixote de tomate. Puxa, o que eu sofri... Mas era<br />

a punição que se tinha antigamente. Entendia bem meu pai e ele deu muita força pra<br />

eu ser jogador de futebol.<br />

Você estudou até...<br />

O primeiro colegial.<br />

Depois ficou no futebol?<br />

É. Fui para o Pontagrossense (PR). O São Paulo me emprestou para eu pegar experiência,<br />

pra sofrer mesmo. E lá era um sofrimento, era frio pra caramba, tinha que<br />

acordar cedo pra treinar. Voltei com 17 anos já jogando no time de cima. Daí fui<br />

vendido para o Puebla, do México, fiquei quase seis anos lá. Voltei para o América,<br />

do Rio, joguei lá um ano. Voltei para o Puebla e encerrei minha carreira por lá.<br />

Você já jogava como meia desde o tempo de pelada ou alguém descobriu essa<br />

posição para você?<br />

Não era meia, jogava como criança. Sei lá, joga aí, quero jogar, correr atrás da bola.<br />

Mas qual posição você gostava?<br />

Gostava de criação, porque pra ser meia tem que pensar. Achava bonito pegar a bola,<br />

passar, organizar o time. Depois que você vai para um time é o técnico que tem obrigação<br />

de identificar a posição.<br />

Mas já era posição de que você gostava?<br />

Claro. E tenho certeza que se ele (técnico) escolhesse outro lugar eu ia dizer que não,<br />

porque era meio respondão (risos).<br />

Lembra de um golaço que você fez?<br />

Fiz um gol no Morumbi no Santos, no<br />

Paulista de 1976. Driblei quase a defesa<br />

todinha, uma coisa bonita mesmo, de<br />

driblar, driblar, driblar. Aí o goleiro saiu,<br />

driblei-o também e fiz o gol.<br />

Você teve uma contusão que prejudicou<br />

sua carreira?<br />

Contusão séria no joelho direito. Ia<br />

para a Copa de 1978. Na posição, era<br />

eu e o Zico. Com certeza o Zico ia ser<br />

o titular, ele era fera. Na posição éramos<br />

os melhores do país. Estava muito<br />

bem, sabe quando você está no<br />

melhor da sua vida? Na época não<br />

tinha operação que dava garantia pra<br />

voltar jogar. Perdi a Copa.<br />

Ficou deprimido?<br />

É uma frustração do caramba, tava perto<br />

da coisa mais importante que o jogador<br />

quer e de repente ela foge assim, em<br />

segundos. Depois joguei por muito tempo<br />

ainda. Daí comecei a ouvir dos colegas<br />

que eu dava jeito como técnico,<br />

sempre fui meio comandante. No Puebla<br />

amadureci a idéia de estudar o futebol,<br />

fiz curso. Voltei ao Brasil, fiz mais cursos<br />

e fui trabalhar com os pequenininhos.<br />

Aí começou a minha carreira.<br />

O que fazer com time sem craques?<br />

Ele é o mais importante nesse sentido.<br />

Quando se tinha craque, a coisa tava<br />

muito feia no campo, se falava: cadê o<br />

Rivelino? Dá pro Rivelino decidir o jogo.<br />

No Flamengo, dá pro Zico. É igual o Mi-


Muricy não<br />

pára quieto<br />

à beira do<br />

campo: "Tem<br />

que ficar<br />

louco. Senão<br />

você não<br />

chega a lugar<br />

nenhum".<br />

SaladeEstar<br />

chel Jordan no Chicago Bulls. Dava a<br />

bola para ele que ele decidia. Hoje já<br />

não tem Michael Jordan, Rivelino e Zico.<br />

Então o técnico tem que trabalhar o<br />

conjunto. Como? Repetição de posicionamento,<br />

cruzamento, cabeceio.<br />

Hoje durante o treino você falou<br />

bravo com os jogadores que cobravam<br />

falta....<br />

Aí saiu o gol, você estava aqui e viu, né?<br />

Você tem que gostar de fazer isso, porque<br />

é um negócio chato, o jogador não gosta.<br />

Quando você tem um craque, de vez em<br />

quando pode depender dele. Como o<br />

meu time só tem um craque que é o<br />

goleiro, ele pode decidir numa falta ou<br />

agarrar uma bola lá no gol. Mas o time<br />

depende do conjunto.<br />

Assistiu Corinthians e Vasco, penúltima<br />

rodada do Brasileirão? Ficou com<br />

dó daquela molecada de 17, 18 anos<br />

em campo tendo que decidir o jogo?<br />

É claro que fiquei triste, a gente tem sensibilidade.<br />

O problema no futebol é o de<br />

saber lançar o jogador na hora certa.<br />

<br />

<br />

Aqui no São Paulo, no Internacional, sofri pressão, tem que pôr não sei quem, tem que<br />

pôr fulano. Não tem que pôr nada. Aqui o especialista sou eu e ponho na hora que achar<br />

que devo, porque vocês (imprensa) não sabem nada.<br />

Você fala isso pra qualquer um aqui no São Paulo?<br />

Pra qualquer um. Sou preparado, joguei, já lancei não sei quantos jogadores. Para lançar<br />

um jogador não é só com a emoção. Estou no dia-a dia-aqui, sei quando ele está preparado.<br />

Num momento como esse de dificuldade para o Corinthians pôr um garoto como o<br />

Lulinha em campo é um terror. Ele não é preparado pra segurar a pressão. Você pode<br />

acabar com o cara. O Breno mesmo, demorei um ano pra lançar. Falo pra imprensa, que<br />

eles sabem 10% do que é um time de futebol, porque isso aqui é muito complicado. São<br />

muitos interesses, sentimentos. Me preocupo com esses meninos aí. A imprensa é irresponsável,<br />

não pensa no que pode acontecer. Sei o que o Lulinha deve estar sentindo. Eu<br />

joguei, também fui lançado. Você entra no Morumbi, 70 mil pessoas (São Paulo x América<br />

de Natal), jogo em que o tricolor se consagrou campeão por número de pontos...<br />

Eu estava lá, te olhando. Você estava louco...<br />

Louco não, muito louco. Porque sei que aquilo é uma responsabilidade terrível.<br />

Eram 70 mil ali e não sei quantos milhões fora dali que acreditam em você. Imagina<br />

pra você que dirige, aquilo não dar certo. É uma frustração terrível para o<br />

povo. Fico enlouquecido, cara, ali na beira do campo. Tem que ficar louco, senão<br />

você não chega a lugar nenhum.<br />

A imprensa esportiva diz que você é rabugento. Você é rabugento?<br />

Sou rabugento no meu trabalho. Nosso time já faz um mês que é campeão e não tem<br />

um que chega atrasado. Quer ser campeão tem que fazer sacrifício. No ano passado<br />

fomos campeões, esse ano de novo. Quando você faz a conta final vai ver que é muito


SaladeEstar<br />

bom pra você, se sente muito bem, as pessoas te admiram na rua, ganha mais dinheiro.<br />

O ser humano é desafio. Não só no futebol, em qualquer profissão você quer vencer.<br />

Agora, sou um chato necessário. Porque num clube como esse, você chega ali no estacionamento<br />

só tem carro importado. Os caras têm grana. E se você não pegar no pé, eles<br />

se acomodam. Dou exemplo. Durmo com eles quando estamos concentrados.<br />

E com os filhos você também é rabujento?<br />

Em casa, sou o cara mais tranqüilo do mundo, sou de ficar num canto, vendo meus<br />

jogos, meu time. Eles falam: esse aí não é meu pai na televisão. Claro que tem a<br />

parte de pai, tem que ter a disciplina. Sei que não sou um cara agradável no que diz<br />

respeito à parte social. Venho aqui, trabalho, almoço e volto para casa. Dependo de<br />

resultado. Se não ganhar, eles me mandam embora. Então me dedico demais ao<br />

trabalho. Minha família sabe disso.<br />

No penúltimo jogo do Brasileirão, o São Paulo já era campeão e perdia de 2x0<br />

para o Botafogo. Você estava furioso, chutou agasalho. Você não sabe perder?<br />

Não sei perder. A pior coisa da minha vida é perder um jogo. Fico doente, não como<br />

direito, não durmo, fico mal-humorado. Nesse jogo tinha 30 mil pessoas, era a entrega<br />

do troféu e a gente tava uma vergonha em campo. Fomos para o vestiário no intervalo<br />

e falei umas boas pra eles.<br />

O que você falou?<br />

Trinta mil pessoas aí, meu filho, entrega de taça e nós nessa moleza! Temos que voltar lá e, no<br />

mínimo, empatar. Eles empataram.<br />

O torcedor são-paulino ou de qualquer time pode ficar tranqüilo, então, você<br />

está sempre pensando nele?<br />

Eu sou representante deles. Tem técnicos que usam palestras de multinacionais, com<br />

a mulher, o filho falando... Isso tira a concentração. Quando preciso motivá-los pego<br />

um vídeo da torcida, mostro nossa chegada ao Morumbi, que é a coisa mais linda do<br />

mundo em jogo da Libertadores. Eles cercam o ônibus, é a coisa mais gostosa que<br />

existe. Os caras têm que saber que o torcedor não tem dinheiro, vai ao Morumbi,<br />

mora longe, o jogo é tarde. Isso mexe com nosso time.<br />

<br />

<br />

Você ainda joga bola?<br />

Não jogo mais. Quando os amigos jogam,<br />

tomo conta do churrasco.<br />

Como conter a exportação de jogadores?<br />

Tem que mudar a lei. Uma lei razoável<br />

é o jogador permanecer um pouco<br />

mais depois do primeiro contrato. Os<br />

clubes sofrem demais, investem, depois<br />

vem um cara e leva embora. Já está<br />

amadurecendo uma idéia no Congresso<br />

para melhorar isso.<br />

Pode haver um retrocesso nesse processo<br />

de mercantilização do futebol?<br />

Futebol está na onda do mundo globalizado<br />

e o vento está a favor do mundo<br />

todo. É uma loucura um jogador custar<br />

50 milhões de euros. Hoje, mesmo que<br />

os países errem, e o nosso erra demais,<br />

está dando tudo certo. Mas não está. As<br />

economias vão mudar e não vai ser tudo<br />

isso. Se você olha a bolsa (de valores),<br />

há quanto tempo está embalada? O futebol<br />

acompanha.<br />

Podemos sonhar com o futebol arte?<br />

Acho que sim. Tem jogadores que ainda<br />

fazem isso: Kaká, Gaúcho, Robinho. O<br />

Robinho é um artista da bola. Só que a<br />

gente não os vê , eles vão embora. Nosso<br />

futebol não é bonito mesmo, mas é competitivo,<br />

tanto é que o São Paulo é três<br />

vezes campeão mundial. O Corinthians<br />

vendeu um garoto, o Willian, que poderia<br />

ser diferente. Por 18 milhões de euros foi<br />

pra Rússia. O torcedor pode ter essa expectativa<br />

se houver proteção para os<br />

craques não irem embora. A fábrica não<br />

parou, continua revelando.<br />

Por que perdemos a Copa de 2006?<br />

(pausa) Porque o Brasil fez a festa antes


SaladeEstar<br />

da conquista. Aquilo que fizeram lá na<br />

Alemanha... Do jeito que penso o futebol,<br />

não poderia ser técnico da seleção.<br />

Sou amigo e fui auxiliar do Parreira, só<br />

que não concordo com aquilo. Jogadores<br />

treinando, mulher entrando em campo,<br />

abraçando Robinho. Aquilo não é<br />

time de futebol. Esqueceram que foram<br />

lá jogar futebol.<br />

É o dinheiro falando mais alto?<br />

É claro, vou chegar nisso. Por esse motivo<br />

não sei se vou chegar lá (na seleção).<br />

Aquilo não é sério. Já começou<br />

de novo com essa seleção aí: transmitindo<br />

treino ao vivo. Time de futebol<br />

tem que ter um momento só seu. O time<br />

da Alemanha não estava concentrado,<br />

tomou um gol que não podia.<br />

Falta de concentração e de consideração.<br />

Estavam distraídos, se prepararam<br />

mal. Juntaram um monte de craques,<br />

como se futebol fosse só isso. É preciso<br />

motivá-los. Foi mal organizado, festa<br />

todo dia. Treino não é festa, é ensaio<br />

para o jogo. É claro, a CBF vive disso aí,<br />

negócio. Mas tem que saber escolher,<br />

você quer o título ou ficar rico? Ganharam<br />

muito dinheiro, mas vê se o povo<br />

está feliz? O povo quer ganhar.<br />

Você acha que tem o perfil de técnico<br />

da seleção?<br />

Tenho o perfil de técnico. Meu nome foi<br />

citado nessa troca de comando. Mas<br />

desse jeito é ruim pra mim. Uma vez uns<br />

caras do Internacional vieram me contratar,<br />

era uma soma legal e eu disse:<br />

voltem para Porto Alegre e daqui a cinco<br />

dias me falem se sou eu mesmo. Investiguem<br />

a minha vida, pode ser que<br />

não seja eu, meu filho. Sou bom técnico,<br />

mas tenho defeitos. Não quero que se<br />

metam no meu trabalho.<br />

<br />

<br />

Se você for convidado para treinar a seleção brasileira vai falar isso pra CBF?<br />

Vou ter que falar. Não concordo com o que foi feito lá.<br />

Você acompanha a vida política do Brasil, o que você pensa de tanta corrupção?<br />

É a pior coisa que temos no nosso país. O povo mais uma vez ficando pra trás, ouvindo<br />

que está tudo certo, que o país está crescendo. Cresce porque o mundo está crescendo.<br />

Mas as pessoas continuam morrendo de fome, matando nas ruas. Estamos no discurso.<br />

Isso que eu não me conformo, ninguém dá uma porrada na mesa. Agora é a hora. Mas<br />

continuamos com o mesmo discurso, um governo demagogo e populista.<br />

Você votou no Lula? Ele te decepcionou?<br />

Não votei. Eu gostava daquele Lula antigo. Se ele fosse ele, do jeito que ele pensa, acho<br />

que seria legal. Mas ele se juntou com muita gente que não pensa como ele.<br />

Você se acha poderoso?<br />

Não. Eu não gosto de poder na mão de ninguém. Não gosto que ninguém mande em<br />

mim. Não sou poderoso pra nada. É claro que as pessoas me dão privilégios, acham que<br />

técnico é importante, me convidam pra shows, dão camarote.<br />

Você aproveita os privilégios?<br />

Não, não gosto de muito barulho.<br />

Por que o sucesso vira a cabeça?<br />

Dizem que se você quer conhecer a pessoa basta dar poder a ela. A gente é ser humano,<br />

começa a achar que é o bambambã. Não sou melhor do que ninguém. Às vezes tem<br />

amigos que não encontro há tempos, aí, de repente, chego num bar e eles dizem: não é<br />

possível que você esteja aqui. Eu digo, não é possível por que, cacete? Sou o mesmo<br />

cara, mas pensam que você é um objeto estranho. Nunca mudei meus hábitos, continuo<br />

não me vestindo bem, tenho carro por obrigação. Quero paz. Por isso vou parar logo<br />

com o futebol. É desgastante, muito técnico fica depressivo, adquire doenças, como<br />

aconteceu com o Seu Telê. Não quero isso pra mim.<br />

Quando vai parar?<br />

Não vou além de cinco anos mais. Depois posso supervisionar uma base, algo mais light.<br />

Nada que eu tenha que decidir. Decisão todo dia é muito pesado.<br />

Você falou que ganhará a Libertadores em 2008. É otimismo ou fórmula infalível?<br />

Sou otimista, mas sem fórmula mágica. Tenho que fazer o que a torcida pensa. Puxo a<br />

responsabilidade para mim e para o clube. Não posso falhar. Essa semana fizemos exames<br />

no elenco, a preparação da pré-temporada, e falamos sobre contratações.Tem que<br />

ter essa noção de realidade, senão fica no discurso.<br />

Você falou outro dia que o São Paulo tem um craque na manga, quem é ele?<br />

É um menino que a lei não protegia. O São Paulo fez uma excursão na Espanha e ficou


com ele lá até que completasse 16 anos<br />

e assinasse contrato com o clube. O Oscar<br />

é uma esperança. É da posição do Kaká,<br />

estilo parecido. Se achamos que ele pode<br />

ser um novo Kaká, cuidamos dele.<br />

Se treinar a seleção um dia, o torcedor<br />

pode esperar futebol arte ou de<br />

resultado?<br />

(risos) Ai, gosto dos dois. Também gosto<br />

de filé mignon, salmão, essas coisas boas.<br />

Não gosto só de osso. Futebol arte é uma<br />

imagem que querem passar. Se você perguntar<br />

ao torcedor hoje, tenho certeza<br />

que ele vai dizer que quer ganhar. Se um<br />

dia for técnico da seleção, vou querer<br />

futebol arte, até porque ali estão os melhores<br />

craques. Dá pra ter futebol arte<br />

com resultado.<br />

O que você mais te diverte?<br />

Gosto de futebol porque é a minha profissão.<br />

Não gosto que me perguntem sobre<br />

um jogador que está no Japão e eu não<br />

saiba responder. De um dirigente me chamar<br />

para uma reunião e eu não saber<br />

responder. Não gosto que me cobrem, então<br />

me preparo. Mas o que mais gosto é de<br />

ficar com a minha família, na minha casinha<br />

de campo, em Ibiúna (SP), no meio<br />

do mato. Lá tem piscina, buguinho, moto,<br />

essas coisas todas. Gosto de reunir todos<br />

eles e fazer um churrasco. Gosto de andar<br />

descalço, ver bicho. E gosto muito de ficar<br />

com a minha mulher. Fiquei quase nove<br />

anos longe dos meus filhos. Fui um pai<br />

ausente. Isso me machuca um pouco, porque<br />

também fui um filho ausente, aconteceu<br />

tudo aquilo com os meus pais. Gosto<br />

de ver meus amigos antigos,os amigos<br />

mesmo, que têm orgulho e prazer de ficar<br />

comigo. Tem um barzinho em Pinheiros<br />

que nos encontramos para tomar cerveja.<br />

E, se for na calçada mesmo, melhor.


Es pa çoei déias<br />

Como fazer de um cômodo da casa<br />

o lugar preferido de toda a família<br />

<br />

<br />

Play<br />

<br />

ground<br />

da família


Es pa çoei déias


que fazer quando os filhos crescem<br />

O e a casa parece dobrar de tamanho.<br />

Ou quando não se tem filhos e sobram<br />

dormitórios em casa. Ou ainda quando<br />

a casa é cheia, mas os moradores mal se<br />

encontram, pois ficam isolados cada um<br />

em seu dormitório? Nessas três situações<br />

e em muitas outras possibilidades há<br />

uma solução simples que pode mudar<br />

a rotina, o ritmo, a alegria e até a decoração<br />

de seu apartamento. Ela nada mais<br />

é do que transformar um simples dormitório<br />

no “quarto da família”. Com um ar<br />

mais intimista do que a sala de estar, esse<br />

dormitório transformado pode garantir<br />

bons momentos ao lado dos familiares.<br />

APROVEITANDO OS ESPAÇOS<br />

Uma casa com três suítes, um living amplo,<br />

um escritório e uma pequena área<br />

de lazer. Parecia estar tudo bem, mas a<br />

família ainda sentia falta de um espaço<br />

mais aconchegante para que pudessem<br />

ficar juntos. Em um espaço bem pequeno<br />

resolveu colocar um sofá e uma televisão.<br />

Não adiantou. O local não atraía os moradores,<br />

que preferiam assistir televisão<br />

cada um em seu quarto. A solução encontrada<br />

foi a construção de um family room<br />

no sótão da casa. Aí, sim, a rotina mudou<br />

e a família pôde desfrutar de momentos<br />

de intimidade e conforto. A decoradora<br />

Neza César foi a responsável pelo projeto.<br />

O sotão virou destaque<br />

da casa com a reforma do<br />

espaço. Tem bancada para<br />

brincar de quebra-cabeça<br />

(acima), mesa para comer<br />

uma pizza com os amigos<br />

(à esq.). Tudo decorado<br />

com objetos pessoais que<br />

dão personalidade<br />

ao ambiente


Es pa çoei déias<br />

Es pa çoei déias<br />

<br />

A adega dá um charme<br />

especial ao cantinho da família.<br />

As luzes embutidas na<br />

escada (pág. ao lado) permitem<br />

que as pessoas circulem sem<br />

atrapalhar quem assiste TV<br />

<br />

Ponto de partida do projeto, a sala de TV<br />

tem teto rebaixado,mais intimista, sofás<br />

confortáveis e cores fortes para quebrar<br />

o gelo dos aparelhos eletrônicos<br />

“Eles queriam um lugar mais alegre na<br />

casa, tirei a televisão do living e mobiliamos<br />

o sótão para ter diversas situações<br />

em um único espaço”, diz Neza. O ambiente<br />

ainda tem duas mesas, uma especialmente<br />

usada para a hora do lanche<br />

ou da pizza. A outra serve tanto para<br />

abrigar o laptop da família, quanto para<br />

montar o quebra-cabeça – um passatempo<br />

adorado pela família. Aproveitando<br />

o teto baixo e algumas restrições para a<br />

construção do novo espaço, a decoradora<br />

resolveu brincar com as alturas. O<br />

teto em diagonal dá um ar ainda maior<br />

de intimidade para ao local.<br />

O cantinho que modificou a rotina da<br />

família paulistana hoje é cobiçado pelos<br />

filhos adolescentes. O casal de filhos costuma<br />

sortear quem irá convidar os amigos<br />

para festinhas. Os pais têm o prazer<br />

de emprestar o quarto da família para<br />

que os filhos se reúnam com os amigos.<br />

“Assim eles também podem receber seus<br />

convidados no living sem problemas<br />

com espaço, já que os filhos preferem ficar<br />

no sótão”, diz Neza. Apesar de normalmente<br />

possuir uma televisão, o quarto de<br />

família não deve ser um home theater. “O<br />

legal é misturarmos tecnologia com um<br />

ambiente mais agradável”, diz a decoradora.<br />

O family room dessa família paulistana<br />

é um bom exemplo de um espaço<br />

bem aproveitado. Além de uma pequena<br />

geladeira e de uma adega, objetos como<br />

pratos, copos e talheres à mostra dão um<br />

ar mais moderno ao espaço. Pequenas<br />

luzes em diversos locais, como na escada,<br />

são excelentes recursos para auxiliar a<br />

decoração. “Assim se alguém precisa ir ao<br />

banheiro, por exemplo, não precisa acender<br />

as luzes e atrapalhar o filme dos outros”,<br />

diz Neza. Uma simples solução de<br />

realocação dos espaços que ajuda a unir<br />

as famílias dos tempos modernos.


Uma simples solução de<br />

readequação dos espaços<br />

ajuda a unir as famílias<br />

dos tempos modernos


Es pa çoei déias<br />

O cantinho da vovó<br />

Os filhos cresceram, se casaram e a casa ficou grande demais. A decoradora<br />

<br />

<br />

<br />

Adecoradora Clarisse Gaudio soube<br />

e muito bem transformar os<br />

antigos quartos das filhas no cômodo<br />

mais aconchegante da casa. Com sua<br />

experiência em decoração e noções<br />

de arquitetura ela resolveu “desmontar”<br />

o apartamento. Dos dois dormitórios<br />

ela fez apenas um. “É o lugar mais<br />

gostoso da casa. Além de receber meus<br />

netos e minhas filhas, é aqui que passo<br />

a maior parte do tempo.” Como se fosse<br />

uma extensão da sala, mais aconchegante,<br />

o quarto de família de Clarisse<br />

transforma-se conforme a situação.<br />

Além da sala de televisão, música<br />

e leitura, o local é o preferido para<br />

bate-papos e jogos de carta. “Toda semana<br />

minha filha Luciana vem com<br />

as amigas jogar baralho, pois aqui é um<br />

lugar mais tranqüilo”, diz Clarisse, que<br />

não gosta tanto assim de cartas, mas


Clarisse Gaudio criou um espaço especial para manter a família por perto


Es pa çoei déias<br />

<br />

Detalhes como a coleção de espelhos de<br />

Clarisse (acima) ou o porta-controles<br />

remotos (ao lado), feito com suas<br />

próprias mãos, fazem a diferença. O<br />

computador é para falar com os filhos<br />

distantes ou divertir os netos


Os tons neutros, com destaque para o azul e branco, suavizam o ambiente. Para virar um quarto de hóspede, basta fechar a porta de correr<br />

não recusa um pedido da neta primogênita,<br />

Ana Paula. “Eu gosto de jogar,<br />

mas prefiro mesmo é bater papo”, diz<br />

a anfitriã. A neta Ana Paula confirma o<br />

prazer da avó em receber visitas. “Sempre<br />

que posso venho aqui. Além de<br />

jogar, montamos quebra-cabeça”, conta.<br />

“O melhor é que se eu quiser ficar<br />

por aqui é só fechar as janelas e as<br />

portas e vira um quarto delicioso”, diz<br />

a neta. Para aproveitar melhor ainda o<br />

espaço Clarisse improvisou um pequeno<br />

escritório no mesmo ambiente. Em<br />

um armário embutido, a mesa e o computador<br />

podem ou não ficar expostos.<br />

O computador faz até mesmo com que a família fique ainda mais completa já que<br />

as outras duas filhas moram longe e se comunicam via internet.<br />

A decoradora, que hoje dá consultoria sobre o assunto, também ressalta a<br />

importância da escolha das cores e dos objetos para tornar o quarto da família<br />

ainda mais agradável. “A melhor opção são sempre as cores neutras para tornar<br />

o ambiente mais suave e acolhedor”, diz. Clarisse é uma mulher ativa que, além<br />

de decorar, pinta quadros e até constrói pequenos móveis. Praticamente todos<br />

os objetos que estão no cômodo foram confeccionados por ela. Durante anos,<br />

além de criar ambientes e apartamentos modelos, Clarisse deu aulas em importantes<br />

centros de decoração como na Escola Panamericana de Arte. Hoje suas<br />

consultorias são extremamente personalizadas. Ela percorre lojas com suas clientes<br />

à procura de objetos ideais para determinados ambientes. Os do quarto de<br />

família dela são mais especiais ainda, foram feitos pelas mãos da dona da casa.<br />

“Eu gosto de construir e decorar. Um dos meus maiores orgulhos é ter montado<br />

justamente esse quarto tão especial”, exalta.


P u b l i e d i t o r i a l<br />

A bordo de um Discovery 3, a expedição pelo charmoso “Camino de las Nubes” na Argentina<br />

NAS NUVENS COM<br />

UM LAND ROVER


euniu o charme de cenários rústicos com o conforto de um Land Rover<br />

P assar<br />

três dias inteiros na Argentina e<br />

percorrer o inesquecível “Camino de las<br />

Nubes” aos pés da Cordilheira dos Andes é<br />

um sonho que poucos podem realizar. Acrescentar<br />

a tudo isso um veículo com o conforto<br />

e o luxo de um Land Rover faz as pessoas que<br />

participaram desta expedição promovida<br />

pela marca britânica de automóveis sentirem-se<br />

verdadeiramente privilegiadas.<br />

A viagem começou em Cafayate, cidade<br />

a noroeste da Argentina, famosa pelos vinhos<br />

de alta qualidade, e percorreu 650<br />

km em direção a Salta, cidade na fronteira<br />

com o Chile e situada aos pés da Cordilheira<br />

dos Andes. A paisagem árida despertava<br />

um sentimento de que tudo aquilo se<br />

tratava de um filme de aventura. Eram oito<br />

carros todos ainda limpos e brilhantes,<br />

imagem que mudaria consideravelmente<br />

logo nos primeiros minutos de estrada.<br />

Ao dirigir o Discovery 3 equipado com<br />

motor V6 diesel turbinado de 2.7 litros, a<br />

fama de ser um dos melhores veículos utilitários<br />

do mundo é confirmada. O câmbio<br />

automático de seis marchas com opção<br />

para trocas manuais, proporciona uma<br />

dirigibilidade macia e confortável. O computador<br />

de bordo com GPS nos transmite<br />

segurança, mesmo estando em um dos<br />

lugares mais remotos do globo.<br />

Durante todo o percurso, passamos por<br />

subidas, descidas, areia, lama e asfalto e,<br />

em qualquer uma destas situações, o car-<br />

ro se comportou de forma impecável,<br />

mantendo a segurança e a establidade<br />

que justificam a boa fama da Land Rover<br />

em situações fora de estrada.<br />

O conforto do carro dotado de bancos<br />

em couro, ar condicionado com regulagem<br />

independente para motorista e passageiros,<br />

computador de bordo e amplo espaço<br />

interno com capacidade para até sete<br />

adultos, nos permite apreciar uma das<br />

mais belas paisagens que se pode vivenciar.<br />

Os tons de cinza e amarelo da<br />

terra seca e árica se mesclam com o<br />

branco da neve avistado ao longe no<br />

topo das montanhas. A altitude que<br />

em certos pontos superava os 5 mil<br />

metros, nos dava um pouco de<br />

tontura e dificuldade para respirar,<br />

por causa do ar rarefeito. Mas<br />

este é o preço por se estar em um<br />

lugar deslumbrante, de cenários<br />

lúdicos e superfícies instigantes<br />

para um Land Rover.<br />

Durante o último dia de<br />

percurso, quando a cidade<br />

de Salta — localizada<br />

aos pés da Cordilheira<br />

dos Andes — surgia entre<br />

as montanhas de<br />

pedra e a poeira da estrada,<br />

um sentimento<br />

de que a aventura poderia<br />

durar mais era<br />

forte. Os dias que se passaram após esta<br />

viagem só aumentavam a vontade de<br />

fazer parte desta “família” Land Rover<br />

que, mais do que veículos, trabalha com<br />

um fantástico estilo de vida.


Pon to de fu ga<br />

Nos Emirados Árabes, terra do petróleo, onde dinheiro<br />

não é problema e os prédios alcançam o céu, surge uma<br />

Dubai mística que nos envolve em suas raízes culturais<br />

Novo<br />

rico<br />

rábias<br />

das


Hotel Burj al Arab


Vista do hotel<br />

Burj al Arab<br />

a partir do resort<br />

Medinat Jumeirah<br />

(acima). Ao lado,<br />

fachada do Resort<br />

Medinat Jumeirah<br />

Pon to de fu ga<br />

<br />

<br />

ssim que o<br />

avião pousou<br />

no Terminal<br />

Sheikh Rashid, em Dubai, nos Emirados<br />

Árabes, a primeira surpresa. Um imponente<br />

Rolls- Royce branco nos aguardava<br />

na saída do aeroporto para nos<br />

levar ao hotel. Nada mal para quem<br />

enfrentou mais de 15 horas de vôo. No<br />

trajeto deu para notar que estávamos<br />

num lugar diferente de tudo o que havíamos<br />

visto até então. O que mais chama<br />

a atenção ao passar por largas avenidas<br />

são os arranha-céus, construções<br />

modernas que têm como característica<br />

principal formas geométricas inusitadas,<br />

de esferas a pirâmides. Além dos<br />

inúmeros canteiros de obras espalhados<br />

por todos os cantos. De repente, um<br />

clarão chamou nossa atenção. Vinha de<br />

um suntuoso prédio fincado em pleno<br />

alto-mar, que emitia um belíssimo jogo<br />

de luzes e se parecia com um imenso<br />

barco a vela. Estávamos diante do Burj<br />

al Arab, o hotel que escolhemos para<br />

uma estada de cinco dias. Antes de colocar<br />

os pés no saguão não fazíamos<br />

idéia do que era um hotel sete estrelas<br />

– é preciso ficar claro que essa é uma<br />

autoclassificação do empreendimento,<br />

já que o setor hoteleiro mundial, por<br />

enquanto, só reconhece estabelecimentos<br />

até cinco estrelas. Mas essa discussão<br />

perde a importância assim que a<br />

porta de entrada do Burj al Arab se abre<br />

e começamos a entender o que é ter o<br />

mundo aos nossos pés. Fomos recepcionados<br />

com chás, tâmaras, spray de água<br />

francesa Evian e toalhas geladas. Sentamos<br />

diante de uma linda e mágica<br />

fonte colorida, na qual as águas dançam<br />

conforme a música. Boquiabertos,<br />

assistimos a um show de música, ao<br />

lado de um majestoso aquário, rodeados<br />

por paredes brancas revestidas em


ouro. Quando olhamos para cima, nossos<br />

olhos vagaram até o topo do edifício,<br />

que nos remetia a um lindo céu<br />

iluminado. Ao nosso redor, lindas turistas<br />

com seus vestidos decotados e<br />

curtos misturavam-se a mulheres islâmicas<br />

cobertas de preto. Nesse momento<br />

já estávamos completamente<br />

hipnotizados pelo exotismo e forte<br />

aroma que vinha das essências florais<br />

espalhadas pelo ambiente.<br />

Muita emoção para um dia só. Hora<br />

de um descanso merecido. Ao entrar<br />

na suíte, não deu para disfarçar o deslumbramento.<br />

Um dúplex de mais de<br />

200 metros quadrados, com sala de<br />

estar, sala de jantar, mesa de reuniões,<br />

escritório, cozinha, e dois quartos e<br />

uma jacuzzi no andar de cima. Parecia<br />

uma casa, decorada com cores<br />

fortes e objetos suntuosos. Enquanto<br />

ainda desvendávamos os vários ambientes<br />

do quarto, a campainha tocou<br />

e as quatro TVs de plasma acenderam,<br />

mostrando o rosto de quem estava do<br />

lado de fora. Mas afinal, acabamos de<br />

chegar, quem tocaria a campainha? O<br />

mordomo. Isso mesmo, cada quarto<br />

tem seu próprio mordomo. Ele desfaz<br />

as malas, serve cafezinho e um maravilhoso<br />

docinho de pistache com a<br />

maior alegria. Para fechar com chave<br />

de ouro o primeiro dia em Dubai, uma<br />

pausa em uma bela jacuzzi, antes de<br />

um magnífico jantar à luz de velas ao<br />

som de música árabe. Tudo preparado<br />

por nosso fiel escudeiro e regado a<br />

muita champanhe.<br />

Dubai é a capital de mesmo nome de<br />

um dos sete estados que compõe os<br />

Emirados Árabes Unidos. A cidade de<br />

arquitetura futurista é jovem, foi construída<br />

em pouco mais de 30 anos. Originalmente,<br />

Dubai era uma aldeia de pesca-<br />

dores. Em 1830, membros da tribo Bani Yas, liderados pela família dos Al Maktoum,<br />

ali se instalaram e recusaram obediência a Abu Dhabi. O legado passou de pai<br />

para filho e até hoje os Maktoum estão no poder. A descoberta do petróleo, em<br />

1971, mudou a cara do lugar. O antigo vilarejo de 20 mil habitantes multiplicou-se<br />

para mais de 1 milhão de habitantes, sendo que apenas 20% deles são formados<br />

pela população nativa. Com o dinheiro dos petrodólares o comércio desenvolveuse<br />

e as obras de condomínios residenciais e comerciais foram substituindo a<br />

paisagem árida do deserto. Na década de 90, um estudo previu o fim das reservas<br />

petrolíferas para 2010. Um grande desafio para o xeique Mohamed Al Maktoum.<br />

Ele não titubiou. Mudou a vocação econômica da cidade e passou a investir<br />

parte da receita em comércio e turismo. Atualmente, a maior parte da renda<br />

do emirado vem da Zona Franca Jebel Ali, endereço de 140 multinacionais<br />

que desfrutam de vantajosas isenções comerciais e fiscais, e do porto de<br />

Dubai, o 13º mais movimentado do mundo, estrategicamente localizado entre<br />

a Ásia e o Ocidente. As atividades relacionadas ao turismo também trazem<br />

Sete estrelas: vista<br />

da marina (acima)<br />

e do interior do<br />

hotel Burj al Arab


Loja da<br />

Starbucks<br />

em shoppings<br />

de Dubai<br />

Pon to de fu ga<br />

divisas para a economia local, com<br />

projetos arrojados e luxuosos que desencadearam<br />

um fabuloso boom do<br />

mercado imobiliário.<br />

O hotel Burj al Arab é um bom exemplo<br />

dessa exuberância imobiliária que<br />

tomou conta de Dubai nos últimos<br />

anos. Construído em uma ilha artificial,<br />

a torre tem uma altura de 320 metros,<br />

os quartos têm vista deslumbrante do<br />

mais profundo mar azul. O hotel dispõe<br />

de spa, piscina, parque aquático,<br />

praia particular, marina com modernos<br />

iates e um batalhão de serviçais para<br />

realizar todos os desejos dos clientes.<br />

O projeto foi executado pelo arquiteto<br />

inglês Thomas Wright, demorou cinco<br />

anos para ficar pronto e custou US$<br />

650 milhões. Virou reduto de famosos.<br />

Brad Pitt, Angelina Jolie, David e Victoria<br />

Beckham, Tiger Woods e Ronaldinho<br />

já passaram por ali.<br />

<br />

<br />

Tradição e modernidade<br />

Segundo dia em Dubai. Dia de bater perna pela cidade. A primeira parada foi<br />

no shopping Emirates Mall, um enorme centro de compras com as mais conceituadas<br />

lojas do cenário da moda internacional, praça de alimentação e<br />

cinemas. O que surpreende são os preços acessíveis dos produtos, resultado<br />

de uma política fiscal vantajosa. Vitrines tentadoras à parte – até a Daslu fincou<br />

bandeira por lá – o que mais chama a atenção é o povo árabe. Homens e<br />

mulheres vestidos de burcas, roupa típica da região, que deixa à mostra apenas<br />

o rosto. Num primeiro momento é estranho, principalmente pelo clima<br />

quente da região. Mas aos poucos passamos a admirar os costumes locais. O<br />

islamismo, seguido por 90% da população, é uma religião que segue preceitos<br />

rígidos. Os fiéis acreditam num só Deus e têm em Maomé o seu profeta. Devem<br />

ir ao menos uma vez na vida à Meca, jejuar no Ramadã e rezar cinco vezes<br />

ao dia. É comum ouvir chamados ao louvor soarem por todos os lados ao<br />

longo do dia. É a convocação dos sacerdotes para a população rezar para<br />

Alá. Todos correm para as mesquitas ou estendem um tapete onde estiverem,<br />

na rua, no shopping ou no trabalho e fazem suas preces.<br />

Mesmo cobertas dos pés à cabeça, as mulheres chamam muita atenção. Aprendi<br />

a enxergá-las de um outro modo depois de conhecer um pouco do universo<br />

islâmico. Elas se escondem embaixo das burcas por serem comparadas a tesouros<br />

ocultos que ninguém pode ver. Vivem num mundo muito belo e particular.<br />

Fazem hena nas mãos, se arrumam, perfumam a casa e os filhos e esperam


O Mall of<br />

Emirates<br />

(ao lado) tem<br />

pistas de esqui<br />

com 80 metros<br />

de altura e<br />

neve artificial<br />

Pon to de fu ga<br />

pelo marido. Poucas trabalham fora de casa, só as que precisam se sustentar.<br />

Foram criadas seguindo o preceito islâmico de que seus maridos podem ter<br />

até quatro mulheres, todas com direitos iguais. Isso é natural para a maioria<br />

delas. Pareceram-me felizes.<br />

Quando achávamos que já tínhamos visto o bastante, numa simples manhã<br />

nos deparamos com uma estação de esqui. Em pleno deserto. De um lado do<br />

vidro, 40 graus, do outro, neve. Em torno da pista de esqui, restaurantes e cafés<br />

servem comida típica da montanha: fondues, queijos e vinhos. Sentamos em<br />

uma das casas e almoçamos ao lado de uma lareira, vendo a neve cair.<br />

À tarde saímos para um passeio. É um grande canteiro de obras. As tamareiras<br />

naturais dividem espaço com ilhas artificiais, espigões com arquitetura<br />

moderna e muitos hotéis – só neste ano foram inaugurados mais de 150 unidades.<br />

Passamos por condomínios temáticos que abrigam escritórios e serviços<br />

voltados para a saúde, o lazer e os esportes. O condomínio esportivo é impressionante:<br />

são nove torres que comportam ao seu redor campo de golfe, quadra<br />

de futebol, academia, entre outras atrações. Tudo em Dubai é superlativo. Para<br />

o fim de 2008 está prevista a inauguração do Burj Dubai, torre de mais de 700<br />

metros que promete ser a mais alta do mundo.<br />

Passamos por mesquitas deslumbrantes, onde a entrada de turistas é<br />

<br />

<br />

proibida, e no auge do passeio pegamos<br />

um pequeno barco para atravessar<br />

o canal em direção a Deira, um<br />

bairro modesto onde está o mercado<br />

de ouro e especiarias mais famoso de<br />

Dubai. No meio do trajeto, cruzamos<br />

com outros barcos vendendo especiarias<br />

e objetos turísticos e foi ali que<br />

compramos nossas próprias burcas.<br />

No mercado, encontramos barracas e<br />

muitas lojas que vendiam todo tipo<br />

de jóias, a maior parte réplicas de famosas<br />

joalherias. Nas barracas, temperos:<br />

curry, açafrão, hortelã e coentro.<br />

A palavra-chave do mercado é “barganhar”.<br />

Em 10 minutos de conversa<br />

conseguimos comprar uma pulseira<br />

de ouro de US$ 350 por US$ 100. Na<br />

saída do mercado, vários restaurantes<br />

flutuantes. Terminamos o dia jantando<br />

num maravilhoso barco em pleno<br />

Golfo Pérsico, com decoração exótica<br />

e comidas muito bem temperadas:<br />

pão sírio torrado na hora para comer<br />

com coalhada ou pasta de grão-debico,<br />

vários tipos de salada, quibe,<br />

esfiha, carne com pistache, arroz com<br />

amêndoas, charutos de folha de uva,<br />

pimentão ou abobrinha recheados<br />

com arroz e carne moída. De sobremesa,<br />

um maravilhoso folhado de<br />

nozes com calda de água de rosas e<br />

um cafezinho turco para arrematar.<br />

Um oásis no deserto<br />

Em Abu Dhabi, a paisagem muda logo<br />

na entrada, o tom amarelado do deserto<br />

vai sendo substituído por muitas<br />

árvores. A capital federal dos Emirados,<br />

a 120 quilômetros de Dubai, é<br />

uma benção em pleno deserto. O líder<br />

político dos Emirados, Khalifa Bin<br />

Zayed Al Nahyan, reside ali. Vimos edi


fícios parlamentares, ministérios federais,<br />

embaixadas estrangeiras. A arquitetura<br />

da cidade mistura edifícios<br />

antigos com modernos arranha-céus.<br />

Os Emirados Árabes Unidos reúnem<br />

sete países (Abu Dhabi, Dubai, Ajman,<br />

Fujeira, Rasal-khaimah, Sharjah e<br />

Umm-al- Qiwain) que se localizam ao<br />

longo da costa oriental do Golfo Pérsico.<br />

A população de Abu Dhabi é a<br />

maior dentre todos os emirados: 1,6<br />

milhão de habitantes. Lá a religiosidade<br />

é mais ortodoxa. As mulheres nem<br />

mostram os olhos, ficam cobertas dos<br />

pés à cabeça parecendo uma torre<br />

preta. Mas há sinais de vaidade. Usam<br />

bolsas chamativas de grifes badaladas<br />

como Gucci, Chanel ou Dior. É curioso<br />

ver os homens andando pelas ruas<br />

ao lado de uma de suas mulheres e<br />

seguidos pelas outras três esposas.<br />

Em Abu Dhabi visitamos o Emirates<br />

Palace, o hotel mais suntuoso de todos<br />

dos emirados. Foi o palácio de um xeique<br />

em tempos passados. Dentro dele,<br />

um museu abriga os futuros projetos<br />

para a cidade. Os empreendedores de<br />

Abu Dhabi estão seguindo os passos de<br />

Dubai e começam a criar seus próprios<br />

projetos, que não deixam nada a desejar<br />

às exuberantes construções da vizinha.<br />

Entre eles, a quinta maior mesquita<br />

do mundo e o museu de Abu Dhabi,<br />

que busca inspiração em nada mais<br />

nada menos do que o francês Louvre e<br />

o espanhol Gugenheim Bilbao.<br />

De volta a Dubai aproveitamos o<br />

resto do dia na piscina e no spa. O<br />

ator Jean Claude Van Damme estava<br />

por lá se refrescando e relaxando. À<br />

noite, cansados de tantas andanças,<br />

decidimos ficar no hotel. Jantamos<br />

no maravilhoso Al Mahara, restauran-<br />

te submarino do hotel, ladeado por um gigantesco aquário, especializado<br />

em peixes e frutos do mar.<br />

Na última noite fomos conhecer o deserto de perto. Saímos num carro 4x4<br />

até chegar em uma duna bem alta para ver o pôr-do-sol, onde tinha um acampamento<br />

montado. Andamos de camelo, fizemos hena nas mãos, fumamos<br />

muito narguilé e jantamos um belo churrasco, assistindo a um espetáculo de<br />

dança do ventre. Estávamos envolvidos pelo doce balançar da música árabe<br />

e pelo aroma de seus incensos de jasmin. Era hora de nos despedirmos de<br />

Dubai. Nada melhor do que deitar sobre um tapete persa, encostar a cabeça<br />

em largas almofadas e só ter o céu estrelado como cenário.<br />

<br />

Hotel<br />

Burj al Arab – O pacote de cinco dias e<br />

quatro noites de hospedagem inclui caféda-manhã,<br />

city tour, passeio e rali no<br />

deserto com guia privativo e visita a Abu<br />

Dhabi (a capital federal dos Emirados<br />

Árabes). A partir de U$$ 3.869 por pessoa<br />

em quarto duplo.<br />

Queensberry Agência de Viagens e<br />

Turismo: tel.: (11) 3365-4000<br />

Teresa Perez Tour: (11) 3217-7200<br />

Companhia Aéreas<br />

A Emirates tem vôos diretos São Paulo–<br />

Dubai, seis dias por semana. O valor da<br />

passagem em classe econômica<br />

é de US$ 1.590.<br />

Informações: www.emirates.com<br />

Restaurantes<br />

Al Mahara – Restaurante do hotel Burj<br />

Dubai, especializado em peixes e frutos do<br />

mar, é garantia de uma boa refeição. O<br />

charme fica por conta do enorme aquário<br />

instalado no ambiente. O preço por casal é<br />

de US$ 500. É preciso fazer reserva. Homens<br />

devem usar blazer.<br />

Informações: www.burj-al-arab.com<br />

Dubai Boat – Jantar dançante em barco<br />

flutuante, com espetáculo de dança do<br />

ventre. A culinária típica da região é<br />

maravilhosa.<br />

Melhor época para visitar Dubai<br />

Alta estação – De dezembro a março as<br />

temperaturas variam em torno de<br />

25 graus centígrados.<br />

Baixa estação – De junho a setembro, a<br />

temperatura passa dos 40 graus<br />

centígrados, mas os preços são<br />

mais em conta.<br />

Passeios imperdíveis<br />

Mall of Emirates, estação de esqui artificial,<br />

que fica no shopping Emirates Mall.<br />

Mercado de ouro e especiarias, em Deira,<br />

bairro a 20 minutos do centro da cidade.<br />

Passeio de helicóptero – Custa US$ 600,<br />

por casal.<br />

Todos os passeios podem ser contratados<br />

no hotel Burj al Arab ou na Alpha Tours:<br />

tel.: 971-4-2949888 ou pelo site<br />

www.alphatoursdubai.com<br />

Roupas<br />

É recomendável não abusar dos decotes e<br />

short muito curtos. Em Dubai a população<br />

é muito religiosa.<br />

Maiores informações no site: www.dubai.com<br />

Loja de objetos<br />

típicos no<br />

mercado<br />

de especiarias


Coisas sem<br />

as quais...<br />

<br />

Com um portfólio de destaque no<br />

cenário nacional e participação<br />

em exposições como Casa Cor SP, Equipotel<br />

e Projeto Casa da Criança, a decoradora<br />

Camilla Matarazzo dedica-se,<br />

há duas décadas, a projetos que primam<br />

pelo conforto e adequação de<br />

ambientes. Sua casa não podia ser diferente.<br />

Há poucos meses mudou-se de<br />

um apartamento de 630 metros quadrados,<br />

nos Jardins, em São Paulo, para um<br />

de 120, em Perdizes, “mais prático”, conforme<br />

diz. Deixou a maioria dos móveis<br />

<br />

<br />

e objetos de decoração num depósito,<br />

levando aquilo que é de extremo valor<br />

sentimental. Quando abre a porta de<br />

seu novo lar, sorridente, e acompanhada<br />

da yorkshire Mira – nome dado em<br />

homenagem à artista concretista Mira<br />

Schendel –, já se percebe que a decoradora<br />

respira arte desde a infância.<br />

Para quem não sabe, ela é sobrinha do<br />

mecenas Ciccilo Matarazzo, que aparece,<br />

pontualmente, aqui e ali, nas telas<br />

– como não podia deixar de ser – cadeiras,<br />

enfim, em pequenos mimos...<br />

2<br />

1


4<br />

5<br />

3<br />

6<br />

<br />

1 DEUSA NEGRA “Comprei numa feira<br />

de rua, na Nigéria. A cada viagem que<br />

faço, trago muitos objetos neste estilo.”<br />

2 MEIA-LUZ “Sempre que faço uma Casa<br />

Cor acabo levando prejuízo”, brinca. A<br />

luminária de Simone Rodrigues fazia<br />

parte de um ambiente que criou para<br />

uma mostra na década de 90. 3 INSPIRA-<br />

ÇÃO A prateleira de livros traz raridades<br />

como diários de Warhol, cadernos de<br />

desenhos de Cocteau, entre dezenas de<br />

outros livros, que ela folheia antes de se<br />

deitar. 4 CHINA Camilla adora tudo o<br />

que vem de lá. As frutas em<br />

cerâmica faziam parte da<br />

decoração da casa de seu<br />

avô, Nicola. 5 MARFIM Não<br />

importa onde mora, no banheiro<br />

de Camilla sempre<br />

está o conjunto de escovas<br />

com suas iniciais. Um presente<br />

de quando ainda era<br />

bebê. 6 SURPRESA “Certa<br />

vez, uma repórter da Vogue<br />

perguntou-me o que eu gostaria<br />

de ganhar de presente<br />

de Natal. Fui a uma galeria e apontei o<br />

quadro do modernista Aldo Bonadei.<br />

Dias depois, meu marido aparece com<br />

o quadro e diz: ‘É seu’”. 7 PÚRPURA O<br />

sofá de plumas de ganso foi desenhado<br />

pela maison de designer<br />

Cassino & Dantas<br />

especialmente para<br />

Camilla. “Quando<br />

chegou não sabia<br />

ao certo se era<br />

roxo, lilás...”<br />

7


SocialJá<br />

Provavelmente, a primeira coisa que<br />

vem à cabeça de qualquer um ao ouvir<br />

histórias de crianças e adolescentes<br />

com um enredo triste ou trágico é pensar<br />

alguma forma de fazer com que aquele fato<br />

ou ato seja esquecido. Mas será mesmo possível<br />

apagar más lembranças? Será que existe<br />

a possibilidade de tirarmos de pequenos<br />

cidadãos as marcas internas de violência,<br />

maus-tratos, descaso ou abandono? O ideal<br />

é que houvesse uma espécie de magia com<br />

tal poder. Mas não há, pelo menos até hoje,<br />

ra<br />

nenhum antídoto mágico contra experiências<br />

dolorosas. E como utopia não ajuda a<br />

solucionar os problemas, a psicóloga Cláudia<br />

Vidigal resolveu ir na contramão do pensamento<br />

coletivo e fazer com que crianças que<br />

vivem em abrigos registrassem sua vida e<br />

recuperassem seu passado. “Percebi que<br />

precisávamos dar a chance de resgatar a identidade<br />

dessas crianças”, diz. Foi da percepção<br />

de Cláudia que surgiu um programa chamado<br />

uma<br />

Fazendo Minha História, em 2002. Três anos<br />

mais tarde, com o sucesso da iniciativa, nasceu<br />

o Instituto Fazendo Minha História, que<br />

ez...<br />

realiza esse e outros trabalhos sociais.<br />

Quando Cláudia ainda estava no quinto<br />

ano da faculdade, em 1999, ela foi estagiar<br />

em um abrigo. Antes as instituições para<br />

acolher crianças eram conhecidas como<br />

orfanatos. No início dos anos 90, com a mudança<br />

no Estatuto da Criança e do Adolescente,<br />

esses lugares passaram a se chamar<br />

<br />

<br />

ONG paulista resgata o passado de crianças em


livros e faz renascer a esperança em olhares inocentes<br />

Júlia Eid, colaboradora da Ong: "O resgate da história e o registro do presente são lembranças que as crianças levarão por toda a vida"


SocialJá<br />

<br />

O álbum revela talentos, como o<br />

dom de desenhar que o garoto<br />

pretende transformar em profissão<br />

abrigos e pelo respaldo da Lei só poderiam<br />

acolher até 20 crianças. O abrigo funciona<br />

como uma instituição de zelo, tanto que a<br />

maioria das crianças não é órfã. Ele é um<br />

local provisório. “Ainda tem muita coisa pra<br />

melhorar, mas o Brasil está em um caminho<br />

bom”, acredita a psicóloga.<br />

Abuso, violência, pobreza, falta de condições<br />

psicológicas e descaso são algumas<br />

das razões que fazem com que crianças sejam<br />

retiradas de suas famílias pela justiça e<br />

encaminhadas a um abrigo. O objetivo é<br />

tentar oferecer um futuro melhor para esses<br />

pequenos seres que tão cedo têm de enfrentar<br />

uma dura realidade. Com a revisão do<br />

Estatuto os abrigos passaram a buscar uma<br />

nova forma de organização. “Antes as roupas<br />

eram de todos, não havia privacidade.<br />

Hoje, na maioria das casas que trabalhamos<br />

cada criança tem seu armário”, diz Cláudia.<br />

Apesar de terem melhorado a situação nos<br />

abrigos, nem todos conseguem cumprir as<br />

regras à risca. E aí que o trabalho de ONGs<br />

(organizações não-governamentais), como<br />

<br />

a Fazendo Minha História, têm facilitado o dia-a-dia. O projeto de Cláudia parece<br />

simples, mas envolve muita sensibilidade e comprometimento. Na prática,<br />

ela criou um mecanismo para incentivar a leitura e a escrita.<br />

O resultado desse trabalho faz com que as crianças registrem sua própria<br />

história em um livro, que é único e particular. E extremamente especial. Chamado<br />

de “álbum” pelos coordenadores do projeto, essa verdadeira obra de arte e<br />

vida traz as histórias das crianças, experiências vividas dentro do abrigo e resgata<br />

as raízes e os problemas da vida de cada uma delas. “Quando começamos<br />

vi que havia crianças que não sabiam nem a própria data do aniversário”, diz<br />

Cláudia. Com a criação do álbum as crianças são capazes de conhecer um pouco<br />

melhor de si mesmas, registrar uma vivência, um período importante da vida<br />

e encarar seus problemas para assim poder resolvê-los ou, no mínimo, superálos.<br />

Grande parte dos problemas está na família.<br />

A equipe da revista Cyrela teve a oportunidade de acompanhar a rotina de um<br />

dos abrigos parceiros da ONG, no Educandário Dom Duarte, na capital paulista.<br />

Fomos recepcionados com muito carinho pelas crianças. Mesmo com passado<br />

sofrido elas ensinam uma grande lição de amor. E o que é melhor. É possível ver<br />

que são verdadeiros anjinhos, que ainda guardam esperança no olhar. Apesar do


álbum ser extremamente pessoal, Diego,<br />

Jeferson, Paulo, Renato (nomes<br />

fictícios) e as outras 16 crianças abrigadas<br />

fazem questão de mostrar sua<br />

vida naquelas páginas. Jonathan, por<br />

exemplo, mostra seus desenhos com<br />

orgulho e não se intimida ao ver que<br />

lemos a página ao lado contando o<br />

dia em que seu pai saiu de casa e não<br />

voltou mais. “Tem crianças que se<br />

abrem mais rapidamente, outras nem<br />

tanto. Não obrigamos elas a nada,<br />

nem mesmo a fazer os encontros”, diz<br />

Júlia Eid, colaboradora técnica há<br />

dois anos do Fazendo Minha História.<br />

“Trabalhamos por temas. Sempre procuro<br />

associar os livros que vamos ler<br />

aos temas que podemos tratar no álbum”,<br />

completa.<br />

Outro álbum marcante é o do pequeno<br />

Diego. Empolgado, ele exalta<br />

as fotos da família e fala o tempo<br />

todo do seu irmão mais novo que<br />

nasceu há pouco. As primeiras páginas<br />

do livro de Diego, de apenas<br />

7 anos, mostram sua tristeza ao<br />

chegar o abrigo. Ele escreveu em<br />

letras bem grandes que não queria<br />

estar ali. Mas, ao continuar virando<br />

as folhas, percebemos que ele está<br />

tendo uma infância na medida do<br />

possível normal, com atividades<br />

esportivas e muitas brincadeiras.<br />

“Esse registro da rotina deles também é importante, pois é a história que vão<br />

carregar para o resto da vida”, diz Júlia.<br />

Apesar de aprovado por especialistas e pelas crianças, a própria mentora<br />

do projeto reconhece que não sabe o papel e a importância dos álbuns na<br />

vida futura dessas crianças. “Até porque elas estão ali de passagem. E costumam<br />

ser reintegradas às famílias ou são encaminhadas para adoção”, diz<br />

Cláudia. Uma experiência vivida em um dos abrigos que assiste mostra que<br />

ela está em um bom caminho. “Uma vez uma garota de mais ou menos 20<br />

anos entrou em um dos abrigos, onde haviam morado um dia. Ela tinha ido<br />

resgatar sua história. Ao se deparar com o projeto caiu em lágrimas e disse<br />

algo que me marcou muito. `Daria a vida para saber quem eu era e para ter<br />

um álbum próprio`”, lembra Cláudia.<br />

O sucesso do Fazendo Minha História não ocorreu por acaso. Anualmente,<br />

o instituto trabalha em mais de 15 abrigos, o que significa por baixo mais de<br />

300 crianças. Cláudia não poderia nem teria tempo de se dedicar a cada uma<br />

delas sozinha. E aí que entra em cena os colaboradores, sem os quais o sucesso<br />

da ONG ficaria comprometido. Já passam de 100 o número de pessoas<br />

que aderiram à causa. Para começar, Cláudia não gosta que eles sejam chamados<br />

de voluntários, pois acredita que o nome correto é mesmo o de colaborador.<br />

Para ela, para entrar no projeto é preciso muito mais do que vontade<br />

de ajudar. É necessário haver comprometimento e preparo. “Faço uma<br />

seleção rigorosa, não é justo que as crianças se apeguem a algum colaborador<br />

que vai abandonar o trabalho no meio do caminho”, diz Cláudia. Realmente<br />

não ajuda em nada deixar o trabalho incompleto e fazer com que as<br />

crianças sintam novamente a sensação de abandono. Mas para os que garantem<br />

comprometimento, há sim espaço e muito.<br />

“Há uma série de abrigos conveniados, portanto, precisamos sempre de mais<br />

colaboradores.” A carga horária é relativamente leve, é preciso dedicar-se uma vez<br />

por semana, por três horas. Cada colaborador fica com uma criança por cerca de<br />

uma hora. Mas como é preciso planejar o encontro, é preciso dedicar mais uma<br />

hora para a preparação. A outra hora restante que Cláudia contabiliza para a dedicação<br />

é por conta da locomoção. Depois disso, o colaborador participa a cada dois<br />

meses de reuniões de supervisão. “É um trabalho gratificante. Não atrapalha minha<br />

rotina de trabalho. É totalmente viável”, diz Nina Franco, colaboradora desde março.<br />

“O pouco tempo que dedicamos às crianças é muito para elas.”<br />

Quem pensa em ir além e tem como meta na vida construir uma sociedade mais<br />

justa e humana, Cláudia aconselha: “Primeiro faça, faça e faça. Acredite sempre. Só<br />

depois busque parceiros e patrocinadores. Quando as coisas começarem a dar certo,<br />

saia contando para os outros para que sua boa ação se multiplique”, finaliza.<br />

A elaboração do<br />

álbum incentiva<br />

o hábito da<br />

leitura e a<br />

criatividade da<br />

criançada


Garfo e taça<br />

O MELHOR DA GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA<br />

<br />

Portugal<br />

Descubra<br />

O país, com suas uvas regionais e enólogos de primeiro<br />

time, faz cada vez mais vinhos de alta gama, instigantes<br />

e que não devem nada aos grandes rótulos do mundo


S e você já não agüenta mais ouvir falar e degustar vinhos do chamado Novo Mundo,<br />

principalmente da Argentina e do Chile, está na hora de conhecer os vinhos<br />

portugueses. Até pouco tempo vistos com desconfiança por sua rusticidade e falta de<br />

um caráter, digamos, mais internacional, os portugueses deram a volta por cima e<br />

agora estão produzindo vinhos que não ficam devendo nada aos dos outros grandes<br />

países da Europa. E, com outra grande vantagem, o país explora como poucos suas<br />

uvas regionais – algumas de nomes pitorescos --, o que é outro atrativo para aqueles<br />

que já estão fartos da trilogia Chardonnay, Cabernet e Merlot. Em Portugal, os brancos<br />

são elaborados com uvas como Arinto, Antão Vaz, Fernão Pires ou Malvasia Fina. Já os<br />

tintos com Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Roriz, Aragonês e uma<br />

francesa adotada, a Alicante Bouschet.<br />

O Alentejo e o Douro podem até estar um passo a frente, mas regiões como o Dão,<br />

o Ribatejo, a Estremadura e a Bairrada vão reagindo e mostrando grande potencial.<br />

Abaixo, uma pequena seleção de vinhos que merecem ser degustados.<br />

Ao lado, vinhedos nas<br />

encostas do Douro, uma<br />

das regiões vinícolas<br />

mais bonitas. Garrafas<br />

do Esporão e do<br />

Abandonado: dois<br />

grandes vinhos<br />

Alentejo<br />

CORTES DE CIMA RESERVA 2003<br />

Mescla das uvas Syrah, Aragonês e<br />

Touriga Nacional, que mostra muita<br />

cor, denso, com fruta vermelha predominando<br />

e muito corpo.<br />

www.adegaalentejana.com.br<br />

ESPORÃO PRIVATE SELECTION<br />

GARRAFEIRA 2004<br />

Alentejo – Tinto de cor granada, aroma<br />

intenso de fruta com notas de<br />

madeira, além de especiarias, muito<br />

atraente e elegante.<br />

www.qualimpor.com.br<br />

HERDADE DOS GROUS RESERVA 2005<br />

Exuberante nos aromas frutados, com<br />

sabores florais, corpo sedoso e notas<br />

de madeira de grande qualidade.<br />

www.epice.com.br<br />

Douro<br />

DOMINGOS ALVES DE SOUSA<br />

ABANDONADO 2004<br />

Grandioso no aroma e com muita estrutura<br />

veio confirmar o grande momento<br />

desse produtor. Vinho longo e elegante.<br />

www.decanter.com.br<br />

Bairrada<br />

QUINTA DAS BACELADAS 2004<br />

Rico corte de Cabernet Sauvignon e<br />

Merlot e um pouco de Baga. Elegante,<br />

gostoso e longo.<br />

www.santaluzia.com.br


Garfo e taça<br />

O MELHOR DA GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA<br />

Amadas cerejas<br />

Fim de ano marca a desejada chegada dessa fruta<br />

doce e maravilhosa no mercado brasileiro<br />

Fotos Tadeu Brunelli<br />

Todo fim de ano é a mesma coisa. Uma leva de produtos diferentes<br />

e sazonais aparecem no mercado para alegrar ainda<br />

mais a mesa do brasileiro. Nos últimos anos, a cereja tem sido uma<br />

delas e transformou-se em uma das frutas mais festejadas e procuradas.<br />

Em São Paulo, por exemplo, é vendida até nos sinais de<br />

trânsito. Alem de ser uma delícia quando consumida ao natural,<br />

casa muito bem em receitas. Para confirmar isso, pedimos ao talentoso<br />

chef Píer Paolo Picchi que criasse receitas com a fruta. O<br />

resultado são sobremesas deliciosas.<br />

De origem asiática, a cereja é uma fruta que precisa de estações<br />

definidas para obter êxito em seu consumo. Pede inverno muito frio<br />

e verão ameno e seco. O Chile é o principal país exportador.<br />

A fruta, de paladar adocicado, no Brasil ainda é muito consumida<br />

em conservas, compotas e licores, mas seu consumo in natura<br />

aumenta a cada estação. A fruta fresca tem propriedades refrescantes,<br />

diuréticas e laxativas, é rica em vitaminas A e C, além de fornecer<br />

sais minerais como cálcio, ferro e fósforo. Já na cozinha, é extremamente<br />

versátil. “Engana-se quem pensa que cereja é para<br />

decorar um prato”, diz o chef Píer Paolo Picchi, do restaurante<br />

Picchi, badalado restaurante no bairro do Itaim.<br />

Portanto, aproveite a temporada de cerejas e faça a festa,<br />

lembrando que a fruta combina perfeitamente com champanhe<br />

e com espumantes brasileiros.<br />

<br />

<br />

CROSTATA DE CEREJA<br />

20 porções<br />

Massa sablé<br />

300 g | de manteiga<br />

5 g | de sal<br />

187,5 g | de açúcar<br />

100 g | de ovos<br />

500 g | de farinha de trigo<br />

2,5 g | de fermento químico<br />

Creme patissier<br />

3 | gemas<br />

100 g | de açúcar<br />

25 g | de amido de milho<br />

25 g | de farinha de trigo<br />

500 g | de leite<br />

30 g | de cereja chilena<br />

Baunilha e hortelã a gosto<br />

Modo de preparo<br />

Massa sablé<br />

1. Bata a manteiga, o sal e o açúcar. 2. Em seguida, adicione<br />

os ovos e bata até a massa ficar homogênea. 3.<br />

Acrescente a farinha e o fermento químico. 4. Deixe a<br />

massa descansar e, depois, enforme-as.<br />

Creme patissier<br />

1. Bata a gema com açúcar até branquear. 2. Em seguida,<br />

adicione o amido de milho e a farinha de trigo. Misture<br />

bem. 3. Ferva o leite com a baunilha e jogue na mistura<br />

acima e volte para o fogo baixo até engrossar. 4. Retire<br />

do fogo e misture as cerejas picadas.<br />

Montagem<br />

Recheie as crostatas (tortas) com creme patissier e por<br />

cima decore com cerejas chilenas e hortelã.


ESPUMA DE CHOCOLATE<br />

BRANCO COM CEREJAS<br />

24 porções<br />

Espuma de chocolate branco<br />

300 g | de chocolate branco<br />

300 g | de clara<br />

300 g | de creme de leite<br />

100 g | de cereja batida e coada<br />

2 cápsulas | de chantilly<br />

Modo de preparo<br />

Espuma de chocolate branco<br />

1. Junte a calda de cereja com o creme de leite e leve ao fogo. 2. Derreta o chocolate<br />

branco picado com o creme de leite quente. 3. Passe numa peneira, misture com a clara<br />

e coloque tudo no sifão. 4. Acrescente as cápsulas de chantilly e deixe em banho-maria.<br />

Montagem<br />

Sirva a espuma em uma taça de dry martini.<br />

*RICARDO CASTILHO É DIRETOR DA REVISTA PRAZERES DA MESA


C a r a v e l a<br />

<br />

<br />

1001<br />

discos que fizeram história<br />

m meados dos anos 50, o avanço tecnológico<br />

da gravação e da reprodução de som transformou<br />

a maneira de ouvir – e de vender – música.<br />

Os discos de longa duração (ou long playing<br />

records, hoje jurássicos LPs) decretaram a morte<br />

da bolacha de 78 rotações por minuto,<br />

trouxeram maior fidelidade sonora e permitiam<br />

ao ouvinte continuar dançando ou bebendo seu uisquinho<br />

no sofá sem ter de trocar de lado a cada música (só uma<br />

vez a cada lado). Mas a revolução em 33 RPM não se restringia<br />

apenas ao conforto e à qualidade sonora. Diante da possibilidade<br />

de juntar um punhado de músicas em um só disco<br />

(no comecinho, em 10 polegadas, logo em seguida em 12),<br />

alguns artistas logo perceberam que ali havia uma chance<br />

de desenvolver suas carreiras de uma maneira totalmente<br />

diferente. Nasciam os discos conceituais – aqueles que “defendem<br />

uma idéia”, contam uma história por meio das várias<br />

historinhas contidas nas letras, criam determinado “clima”<br />

ou servem como veículo para estudos de estilo. Frank Sinatra<br />

<br />

foi um dos primeiros a lançar mão da novidade, gravando In<br />

The Wee Small Hours, disco de canções exclusivamente tristíssimas<br />

em que os temas recorrentes eram amores desfeitos,<br />

desilusões, saudade, corações partidos – o de Sinatra e o dos<br />

ouvintes que se dispusessem a sofrer daquele jeito. Com arranjos<br />

do jovem Nelson Riddle (que se tornaria um dos maiores<br />

maestros de estúdio da música americana), Sinatra viu sua<br />

carreira, precocemente tida como decadente, renascer.<br />

É com In The Wee Small Hours, de 1955, que começa a viagem<br />

por 1001 álbuns selecionados e comentados por 90 críticos internacionais,<br />

abrangendo quase seis décadas de produção musical, do LP ao<br />

CD e ao MP3. No momento em que o conceito de álbum (um conjunto<br />

de músicas que se relacionam, embalado por uma idéia visual) é posto<br />

em xeque pelo compartilhamento de arquivos via internet, é interessante<br />

passar a limpo a história da música popular de acordo com esse<br />

formato. Obra fundamental para qualquer pessoa interessada em<br />

música pop, 1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer apresenta<br />

cronologicamente obras-primas de diversas vertentes – com maior<br />

apego ao rock´n´roll. Os trabalhos que “mudaram tudo” estão


1001 DISCOS PARA<br />

OUVIR ANTES DE MORRER<br />

Prefácio de Michael Lydon<br />

e edição de Robert Dimery<br />

960 págs, R$ 59,90 – Sextante<br />

<br />

aqui: o lançamento de Garota de Ipanema e da bossa nova ao mun-<br />

do em Getz/Gilberto (João Gilberto e Stan Getz), a canção folk em<br />

Highway 61 Revisited (Bob Dylan), a psicodelia em Pet Sounds e<br />

Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band (Beach Boys e Beatles, respectivamente),<br />

a loucura lisérgica em Are You Experienced (Jimi<br />

Hendrix), o grito da soul music em Lady Soul (Aretha Franklin), o<br />

jazz eletrificado em Bitches Brew (Miles Davis), obras-primas do<br />

rhythm´n´blues como What´s Going On e Talking Book (Marvin<br />

Gaye e Stevie Wonder), o rock´n´roll sem frescura em Sticky Fingers<br />

(Rolling Stones), o rock cerebral em Transformer (Lou Reed),<br />

a explosão do reggae em Catch a Fire (Bob Marley), a virada punk<br />

em Never Mind The Bollocks (Sex Pistols) e tantos mais (só para<br />

ficar nos anos 60 e 70). Os discos mais importantes vêm acompanhados<br />

de fotos dos artistas e quase todos os 1001, com reproduções<br />

das capas. Nomes obscuros, que não fizeram tanto sucesso<br />

comercial mas seguem influenciando gerações, também<br />

estão representados: Van Morrison, Nick Drake, Randy Newman,<br />

John Martyn e outros bardos.<br />

É um livro de gringo, sem dúvida, focado primordialmente<br />

no que aconteceu nos Estados Unidos e na Inglaterra. Mas a<br />

música brasileira é bem representada na obra por Caetano Veloso,<br />

Mutantes (ambos com seus discos de estréia), Milton Nascimento<br />

e Lô Borges (com o grande álbum duplo Clube da Esquina),<br />

Bebel Gilberto (com o CD Tanto Tempo, que lançou para<br />

o mundo a bossa nova eletrônica) e alguns mais. O troféu mico<br />

da edição vai para o sujeito que indica a coletânea Vento de<br />

Maio, de Elis Regina, nada mais que um picadinho de sua obra,<br />

lançado depois da sua morte, em 1982, pela EMI (onde ela gravou<br />

pouco), como se fosse um álbum original da diva, para enganar<br />

trouxa. Este foi tapeado. Mas será possível que ele nunca ouviu<br />

dizer que, em 1974, a cantora gravou com nosso maior compositor<br />

popular um certo álbum chamado Elis & Tom?<br />

Enfim, o deslize, embora feio, não chega a estragar a delícia<br />

de ler e folhear o livrão, relembrar a trilha sonora de bons momentos<br />

da sua vida ou procurar ouvir aquele disco importante<br />

para o qual você nunca deu bola. E aguarde novidades: a Editora<br />

Sextante promete, para 2008, o lançamento dos volumes 1001<br />

Filmes e 1001 Livros – para ver e ler antes de morrer...


VALE TUDO<br />

O SOM E A<br />

FÚRIA DE<br />

TIM MAIA<br />

Nelson Motta<br />

392 págs,<br />

R$ 49,90<br />

Objetiva<br />

C a r a v e l a<br />

<br />

O PRAZER DE FICAR<br />

EM CASA<br />

Letícia Ferreira<br />

Braga<br />

82 págs., 14,90 -<br />

Casa da Palavra<br />

<br />

Astro superlativo<br />

Só um amigo inteligente e bom de prosa como Nelson Motta para escrever uma biografia tão carinhosa e divertida<br />

como Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia. Nelson acompanhou a carreira de Tim desde seu lançamento em<br />

um dueto com Elis Regina (em 1969, no álbum Em Pleno Verão, de Elis, que produziu) até os últimos momentos, no fim<br />

dos anos 90, quando os excessos de uma vida regada a álcool e drogas combaliam definitivamente a saúde do vozeirão<br />

mais possante e cheio de ritmo da música brasileira. Logo no começo do texto, o autor já avisa que ficcionista algum<br />

seria capaz de inventar uma personagem como Tim Maia, e narra sua vida desde a infância como entregador de marmitas<br />

da pensão do pai no bairro carioca da Tijuca, onde começou a se reunir a turma da Jovem Guarda (Tim ensinou<br />

um bocado de música a Roberto e Erasmo Carlos), até momentos de glória e de profunda solidão. Sem rodeios, o ídolo<br />

é descrito em suas várias faces, todas superlativas como o tamanho de sua pança e o volume de sua voz: era capaz de<br />

atos de grande generosidade e também de extrema ingratidão (sobrando até para Nelson em certo<br />

episódio). Mas aqui não há juízo de valores – e a obra, além de trazer passagens engraçadíssimas<br />

envolvendo namoradas, músicos, credores, aditivos químicos e os célebres<br />

canos que dava em seus shows, presta tributo à obra do talentoso e inimitável artista.<br />

Quem viveu paixões ao som de Primavera e Você, ou dançou com Descobridor dos Sete<br />

Mares e Vale Tudo, não pode deixar de ler. E de rir com as máximas do cantor, como a<br />

com que costumava definir sua popularidade: “É uma questão de equilíbrio. Metade das<br />

minhas músicas é esquenta-sovaco. A outra metade é mela-cueca”.<br />

<br />

Vida simples<br />

A carioca<br />

Letícia Ferreira Braga é<br />

advogada e entende de viver<br />

bem como ninguém. Mas, para a autora,<br />

estar em harmonia doméstica<br />

não é cercar-se de luxos e facilidades<br />

tecnológicas. É encontrar, no lar, o<br />

perfeito refúgio para o mundo que<br />

ruge lá fora. Numa época em que somos<br />

bombardeados com informações<br />

e enfrentamos situações pra lá<br />

de estressantes no caminho casatrabalho-trabalho-casa,<br />

Letícia propõe<br />

entender sua morada como um<br />

templo. E não estamos falando de religiões,<br />

mas de um estilo de vida que<br />

pode transformar seu “casulo” num<br />

lugar de paz e de boas vibrações, ideal<br />

para o exercício da criatividade e do<br />

convívio gostoso com família e amigos.<br />

Num livrinho sucinto, simpático e<br />

rápido de ler, ela dá dicas de como<br />

melhorar o astral do pedaço lançando<br />

mão de aromas, banhos relaxantes,<br />

técnicas de meditação, livrando-se do<br />

que é desnecessário (“cinco jarras<br />

d´água, 12 toalhas de mesa? Não!”,<br />

diz) e organizando tudo na base do<br />

“quanto menos complicado, melhor”.<br />

Se você é do tipo que demora horas<br />

para encontrar algum objeto que a<br />

casa resolveu simplesmente “engolir”,<br />

talvez seja hora de prestar atenção<br />

aos sábios ensinamentos contidos em<br />

O Prazer de Ficar em Casa.


Receba as chaves EMS para<br />

o seu empreendimento Cyrela<br />

As Portas Blindadas EMS são fabricadas com compostos balísticos<br />

testados e certifi cados pelo Exército Brasileiro, incluindo na sua<br />

composição fechaduras e cilindros com tecnologia Suiça, proporcionando<br />

maior segurança e conforto para sua família.<br />

A EMS oferece condições especiais para o Cliente Cyrela<br />

Rua Piperales n o <br />

www.emsblindagens.com.br


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CELEBRIDADES COMO<br />

VOCÊ NUNCA VIU<br />

Welison Calandria – 100<br />

páginas, R$ 99<br />

À venda:<br />

www.submarino.com.br/<br />

celebridades<br />

Sete Comunicação<br />

<br />

<br />

A outra face<br />

Sangalo, de chef de<br />

I vete<br />

cozinha. Renata Fan, de<br />

pijama, Maguila, de empresário,<br />

Mara Maravailha, de<br />

lavadeira. Essas são algumas<br />

das mais de 30 personalidades<br />

clicadas pelo fotógrafo<br />

Welison Calandria<br />

para o livro Celebridades<br />

Como Você Nunca Viu. O projeto<br />

tem causa nobre. Toda<br />

a renda arrecadada com a<br />

venda da publicação será<br />

revertida para a Sociedade<br />

Pestalozzi de São Paulo,<br />

uma instituição beneficente<br />

de utilidade pública, que há<br />

55 anos atende crianças e<br />

adolescentes com deficiência<br />

intelectual. Ana Hickman,<br />

aparece com vestidinho<br />

acinturado e fita na cabeça,<br />

figurino típico dos anos 60,<br />

abençoou o projeto: ela é<br />

madrinha da entidade. Calandria<br />

fotografa desde 1989<br />

nas áreas editoriais e de publicidade.<br />

Hoje comanda a<br />

FrameStudio e ministra cursos<br />

de fotografia no Senac,<br />

em São Paulo. Além do Brasil,<br />

seus trabalhos já foram<br />

publicados nos Estados<br />

Unidos, na Inglaterra, em<br />

Portugal, no México e na<br />

Argentina.


C a r a v e l a<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Roedor<br />

de bico<br />

doce<br />

Não é preciso ser gourmet de carteirinha ou diploma para se divertir – e<br />

muito! – com Ratatouille, a mais recente animação da Disney/Pixar. Mas<br />

se você é apaixonado pela alquimia culinária dos restaurantes estrelados (ou<br />

do trivial requintado) e perdeu o filme no cinema, reserve já sua cópia em DVD.<br />

Sem querer fazer trocadilho, Ratatouille é uma delícia. Tudo começa numa<br />

casa de campo, onde nosso herói, o ratinho francês Remy, assiste sorrateiramente<br />

a programas culinários na televisão e folheia o livro de seu ídolo, o renomado<br />

chef Auguste Gusteau, autor de Qualquer um Pode Cozinhar. Inspirado<br />

pelo mundo de sabores que descobre em suas incursões à cozinha, pela<br />

leitura do mestre (sim, é um rato alfabetizado) e pelas combinações de ingredientes<br />

que experimenta, o roedor de bico doce se vê em Paris, mais precisamente<br />

na cozinha de Gusteau, que acaba de morrer e cujo restaurante é disputado<br />

por um chef mau-caráter, porém talentoso, e um herdeiro legítimo,<br />

o jovem Linguini, que não entende nada do riscado. Remy une-se a Linguini<br />

e atua como seu ghost cook, escondido no chapéu de mestrecuca<br />

do rapaz, e as hilárias confusões começam a acontecer. O desafio<br />

da dupla é impressionar o pernóstico crítico gastronômico Ego (com a<br />

voz de Peter O´Toole na versão original). Não pense que este filme destina-se<br />

apenas às crianças, que riem a valer com a história (principalmente<br />

com os malabarismos aloprados de Linguini e Remy), mas não entendem<br />

boa parte das piadas cheias de referências ao mundo das caçarolas – estas,<br />

feitas para os pais, tios e avós. Além do roteiro genial, a técnica dos animadores<br />

da Pixar é outro espetáculo. E se você não acabar de assistir ao desenho<br />

tomado por um desejo incontrolável de degustar um prato fenomenal,<br />

aquele dos deuses, deve consultar um médico imediatamente, para<br />

averiguar o que anda errado com seus sentidos.


C a r a v e l a<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Rock é rock mesmo<br />

Se você acha que está faltando um som, digamos,<br />

mais pesado e substancial em sua vida, é tempo<br />

aposentado CD, a banda preparou dois biscoitinhos<br />

finos – ou melhor, três. O primeiro é o álbum duplo<br />

de voltar no tempo e curtir de novo o Led Zeppelin. O Mothership, com 24 faixas escolhidas pelo guitarrista<br />

quarteto inglês que deu origem ao som que mais tar- Jimmy Page, pelo cantor Robert Plant e pelo baixista<br />

de seria denominado heavy metal (embora não tives- John Paul Jones (o baterista John Bonham, integrante da<br />

se nada a ver com caveiras, morcegos e outras diabru- formação inaugural do Led, morreu em 1980). Além de<br />

ras) volta com a corda toda nos palcos (reuniu-se re- definir o repertório, eles acompanharam a remastecentemente<br />

em Londres para um show de caridade) rização das músicas. Ou seja, serviço completo. Clás-<br />

e em relançamentos que vão alucinar os fãs. Para cosicos como Stairway to Heaven, Kashmir ou Whole<br />

meço de conversa, a obra completa da banda é final- Lotta Love nunca soaram tão bem. Como revival poumente<br />

lançada oficialmente na internet, para quem tem o co é bobagem, o Led Zeppelin também coloca nas<br />

hábito politicamente correto de pagar pelos MP3 que baixa lojas uma nova versão, com seis faixas inéditas, de<br />

na rede. Os oito álbuns de estúdio do grupo, mais o The Song Remains the Same, concerto histórico de<br />

clássico “ao vivo” The Song Remains the Same e algu- 1973 no Madison Square Garden, em Nova York, que<br />

mas compilações estão disponíveis para download rendeu um longa-metragem (no Brasil, com o título<br />

nos melhores sites do ramo (procure em www.itunes.<br />

com), com som cristalino e remasterizado. Para os que<br />

ainda preferem ocupar as prateleiras com o semi-<br />

“doidão” de Rock É Rock Mesmo).


Quanto vale o<br />

SHOW?<br />

Enquanto o Led Zeppelin lança sua discografia completa<br />

para downloads oficiais (sendo que a obra já navega<br />

há um bom tempo ilegalmente nos sites de compartilhamento<br />

de arquivos), outra banda inglesa, o Radiohead,<br />

encara a briga e dá a cara a tapa, fazendo a pergunta que<br />

não quer calar: afinal, num tempo em que é possível piratear<br />

qualquer disco, filme ou livro virtualmente, quanto está valendo<br />

o show? Antes de lançar seu oitavo disco (gravado à própria<br />

custa, sem apoio de gravadora alguma) da maneira tradicional, para ser comprado nas lojas, a banda colocou o álbum In Rainbows<br />

no endereço www.radiohead.com à disposição de quem quiser baixá-lo, pelo preço que o internauta se dispuser a pagar.<br />

Preço que varia de 0,00 libra esterlina (isso mesmo, zero) até quanto o bolso ou a consciência permitam. De acordo com a pesquisa<br />

divulgada pelo próprio Radiohead, a maioria resolveu baixar o disco de graça. Em média, os pagantes andam desembolsando<br />

cerca de 8 libras para ter em seu computador as canções melancólicas bem ao gosto de Thom Yorke e sua turma, como All I Need<br />

ou Weird Fishes. Ou a balançada 15 Step, que abre o disco. Para quem não abre mão do suporte físico, o quinteto caprichou: é<br />

possível comprar, também via internet, uma caixa contendo o CD, dois discos em vinil, um segundo CD (com canções extras e<br />

fotos digitais) e um livro artístico com as letras das músicas. Pelo preço – tabelado – de 40 libras.<br />

Encontro de bambas<br />

Chick Corea (um dos mais importantes e hábeis pianistas do jazz moderno) e Béla Fleck<br />

(o maior instrumentista de banjo do planeta, líder da banda The Flecktones) já<br />

namoravam musicalmente havia um tempinho. Um participava do disco do outro, outro<br />

dava uma canja no show de um. Até que resolveram juntar os instrumentos e partir para<br />

a gravação do dueto que os fãs tanto lhes cobravam. O álbum The Echantment é mesmo<br />

o que o título promete: uma festa de virtuosismo, técnica, sensibilidade e musicalidade.<br />

Em algumas faixas, às vezes confundimos o que é banjo e o que é piano, quem toca o quê,<br />

tamanha a sincronia entre os bambas. Ouça a aceleradíssima Spectacle (outro título justo)<br />

e tire a prova. Mas, além da “pauleira”, há vários momentos suaves, como a doce<br />

Waltse for Abby ou a meditativa faixa que dá nome ao disco. O som dos dois casase<br />

tão bem quanto queijo branco e goiabada, arroz e feijão, carne-seca e abóbora,<br />

num cardápio capaz de aplacar a fome musical mais voraz. Béla e Chick alternamse<br />

na autoria das peças, e o único compositor “convidado” é o nosso Ary Barroso...<br />

adivinha com que música? Aquarela do Brasil, ora.


Pontodevista<br />

<br />

HORA DE RELAXAR<br />

tempo de férias e a ordem é se divertir. Que tal conhecer melhor o Brasil?<br />

É Se a idéia é recarregar as energias, há várias opções de resorts e hotéis<br />

muito aconchegantes, onde a ordem é relaxar e curtir momentos inesquecíveis<br />

com a família ou alguém muito especial. A única tarefa agora é escolher<br />

o destino. Com as temperaturas em elevação, as praias de Norte a Sul do<br />

país são um convite irresistível.<br />

Vamos começar pelo Rio de Janeiro, que hoje, para nós, paulistas, virou uma cidade<br />

balneária. Lá a melhor parada é o Hotel Fasano. Recém-inaugurado, ele é a união<br />

perfeita da vocação paulistana de receber bem com a descontração do povo carioca.<br />

Eu adorei! Especialmente o Lounge Bar Baretto/Londra, embalado pelo melhor do<br />

rock clássico, pocket shows e ambiente intimista. No último andar, onde fica a piscina,<br />

só para hóspedes, uma das mais deslumbrantes vistas da Cidade Maravilhosa: a famosa<br />

praia de Ipanema, com o Morro Dois Irmãos de um lado e o Arpoador de outro.<br />

Tudo isso mais as atrações culturais e de lazer que o Rio reserva para os turistas.<br />

Para quem não conhece a Bahia de todos os santos e ritmos e o jeito descansado<br />

do baiano tem um ótimo motivo para arrumar as malas e aterrissar<br />

por lá. O pequeno balneário de Itacaré, no litoral sul, é uma maravilha. Ainda<br />

mais se a estada for no Txai Resort, caracterizado pelos seus bangalôs extremamente<br />

confortáveis, cercados de natureza por todos os lados, atendimento<br />

impecável e gastronomia sofisticada. Fica na paradisíaca praia de Itacarezinho.<br />

É imperdível. A cerca de 50 quilômetros dali, em Ilhéus, terra do cacau<br />

e palco de inspiração para os famosos romances de Jorge Amado, uma dica<br />

preciosa, o Hotel Fazenda da Lagoa, um propriedade de coco e dendê. Localizado<br />

entre o mar e o Rio Aliança, junto aos manguezais e uma lagoa belís-<br />

<br />

<br />

<br />

É PROMOTER E EMPRESÁRIA CULTURAL DAS<br />

MAIS RESPEITADAS DO PAÍS E AUTORA DO LIVRO<br />

NINGUÉM É PERFEITO, MAS PODE MELHORAR<br />

sima, é o refúgio ideal para quem<br />

quer se proteger da civilização.<br />

Fora do país, mas muito próximo da<br />

gente, a vizinha Argentina é uma alternativa<br />

muito prática e bacana para quem<br />

procura ares europeus em plena América<br />

do Sul. Ficar no bairro da Recoleta é a<br />

melhor pedida. Hospede-se no cinco-estrelas<br />

Hotel Alvear, que fica no coração<br />

do bairro mais charmoso de Buenos Aires,<br />

e esqueça da vida. Comer no Munich<br />

Recoleta é um vício. As especialidades da<br />

casa são o bife de chorizo e supremas de<br />

pollo. De sobremessa, deixe a dieta de<br />

lado e se entregue ao crepe de dulce de<br />

leche. Simplesmente divino!<br />

Eu já escolhi o meu roteiro para as<br />

férias: Porto de Galinhas, em Pernambuco.<br />

Depois conto como foi. O que importa<br />

nesse momento é dar uma parada,<br />

ficar juntinho das pessoas queridas<br />

e voltar para 2008 novinho em folha.<br />

Bom descanso e um regresso cheio de<br />

novas conquistas a todos.


Cyrela<br />

Aqui você encontra seu imóvel<br />

A cobiçada Chácara Flora<br />

Com uma atmosfera cosmopolita e sofisticada, o bairro paulistano lembra<br />

<br />

Perspectiva<br />

ilustrada das<br />

piscinas adulto<br />

e infantil do<br />

Les Jardins<br />

<br />

Acrescente busca por áreas verdes, espaçosas e com segurança garantida<br />

tem feito com que o bairro da Chácara Flora seja um dos endereços mais<br />

cobiçados de São Paulo. Com uma localização privilegiada, acesso a importantes<br />

avenidas e ótimos serviços, a concentração de condomínios fechados, mansões<br />

luxuosas e apartamentos sofisticados elevam ainda mais o padrão da região. O<br />

bairro já é conhecido até mesmo por ser o reduto da comunidade européia em<br />

São Paulo. A infra-estrutura da região também é um ponto extremamente positivo<br />

para seu desenvolvimento. Importantes instituições de ensino como Pueri<br />

Domus, Magno e Escola Suíço-Brasileira estão presentes no bairro. Sem falar o<br />

amplo acesso a shoppings, hipermercados, teatros e cinemas que fazem com<br />

que o morador da Chácara Flora desfrute da vida com qualidade.


um pedacinho da charmosa Paris em plena capital paulista<br />

Foi justamente pensando em ampliar<br />

o conforto e a tranqüilidade da<br />

região que a Cyrela e a Tecnisa criaram<br />

o Les Jardins Chácara Flora. O<br />

conceito – já utilizado com sucesso<br />

pelas construtoras no Alto de Pinheiros<br />

– chega à Chácara Flora para sofisticar<br />

ainda mais o bairro. Em uma<br />

área de mais de 19 mil metros quadrados<br />

o Les Jardins é um condomínio<br />

inspirado nos principais modelos<br />

neoclássicos e com uma área de lazer<br />

extensa. Apartamentos de quatro<br />

suítes, dúplex e ainda magníficas<br />

maisons que permitem com que o<br />

morador desfrute da mesma liberdade<br />

e privacidade de morar em uma casa.<br />

Perspectivas ilustradas das fachadas<br />

(acima); do túnel perfumado<br />

(abaixo) e Pet Care do Les Jardins<br />

LES JARDINS<br />

CHÁCARA FLORA<br />

Rua Belterra, 151 – tel.: 11 5521-5953<br />

www.lesjardins.com.br<br />

A sofisticação do Les Jardins se<br />

estende nas áreas externas. São<br />

tantas opções de lazer, que um morador<br />

do Les Jardins vai desfrutar<br />

do melhor lado da vida. Quadra de<br />

tênis e esportiva, piscinas, playgrounds,<br />

pet care, bosque, lan hou-<br />

se, fitness, rock center, brinquedoteca<br />

e ateliê são apenas alguns<br />

exemplos das possibilidades de<br />

diversão para todas as idades. O<br />

projeto arquitetônico é de Itamar<br />

Berezin. São quatro torres com<br />

duas unidades por andar. As opções<br />

de metragem variam de 310 metros<br />

quadrados privativos a 533 metros<br />

quadrados privativos, com, no<br />

mínimo, quatro vagas na garagem.


Cyrela<br />

Aqui você encontra seu imóvel<br />

Os encantos de Perdizes<br />

Parque, colégios, comércio e localização central fazem do bairro<br />

paulistano um dos mais cobiçados da capital<br />

<br />

<br />

Perspectivas ilustradas da fachada (ao lado), do espaço gourmet<br />

(acima) e da churrasqueira com forno para pizza (à dir.)<br />

Morar perto de um parque é um privilégio em qualquer parte do mundo. Ainda<br />

mais para quem mora numa metrópole do porte de São Paulo. A população que<br />

vive no bairro de Perdizes, zona oeste da capital paulista, tem mais motivos para<br />

apreciar o local. Além do Parque da Água Branca, o lugar acomoda harmonicamente<br />

áreas residenciais e comerciais e diversos colégios e faculdades que se estabeleceram<br />

por ali. Tudo isso com a vantagem adicional de estar localizado numa região próxima<br />

ao centro da cidade e aos bairros que concentram grande parte dos eventos culturais<br />

e de lazer da cidade, caso dos Jardins, conhecido pelas lojas de grifes famosas, restaurantes<br />

badalados e salas de cinema e teatros. Portanto, para se divertir é só escolher<br />

entre as inúmeras vias de acesso que o bairro oferece, tais como as avenidas<br />

Francisco Matarazzo, Sumaré, Pacaembu e muitas outras.<br />

Mas não é preciso sair do bairro para estudar, ir às compras, freqüentar<br />

academia, fazer cursos de línguas, entre outras necessidades do dia-a-dia. Sem<br />

contar os shoppings West Plaza, o futuro Shopping Bourbon e os ótimos restaurantes<br />

e cafés localizados na região.<br />

VERGÊ PERDIZES<br />

Rua Turiassu, 507 – tel.: 11 3871-4747<br />

www.vergeperdizes.com.br<br />

O condomínio reúne duas torres de apartamentos no tamanho ideal para quem<br />

procura espaços menores ou não tão pequenos assim. A Torre Ipê dispõe de<br />

plantas que vão de 49 a 66 metros quadrados. A Torre Figueira dispõe de plantas<br />

de 83 a 166 metros quadrados privativos. Destaque para as amplas varandas e<br />

as áreas de lazer. São mais de 20 itens de lazer para distrair a criançada e entreter<br />

os adultos. Piscina adulto e infantil com solarium e deque molhado, espaço<br />

gourmet, salão de festas, quiosque com churrasqueira e forno para pizza, playground,<br />

trilha para caminhada, entre outras atrações.


Uma cidade repleta de encantos<br />

A Cyrela escolhe Bragança Paulista para lançar seu primeiro<br />

empreendimento da área de desenvolvimento urbano<br />

Uma das cidades que formam o<br />

pólo mais rico do Estado de São<br />

Paulo, Bragança Paulista tem atraído<br />

olhares e conquistado admiradores.<br />

Uma das principais razões para o sucesso<br />

do município é a natureza da<br />

região. Com o título de estância climática,<br />

a região é conhecida por ter<br />

um dos melhores climas do mundo,<br />

com temperatura média de 22oC e brisa<br />

permanente da Serra da Mantiqueira.<br />

Uma cidade que carrega consigo<br />

riquezas históricas que remontam ao<br />

período colonial, Bragança Paulista<br />

surpreende também por ter uma visão<br />

moderna, sempre investindo em infraestrutura<br />

e serviços de qualidade.<br />

Considerando todos esses aspectos<br />

naturais e apostando no potencial de<br />

mercado, a Cyrela, em uma iniciativa<br />

inédita, apresenta o Portal de Bragança,<br />

um loteamento fechado com terrenos<br />

Foto do lago do<br />

empreendimento<br />

(ao lado). Ilustrações<br />

artísticas<br />

do clube (abaixo, à<br />

esquerda)<br />

e da portaria<br />

residenciais de 500 a 1.200 metros quadrados, cercados por mais de 150 mil metros<br />

quadrados de área verde. “Com apenas três meses de lançamento já alcançamos mais<br />

de 83% de vendas e o mercado local já considera esse produto como referência de<br />

qualidade”, comemora Marcelo Puntel, executivo comercial da área de desenvolvimento<br />

urbano da Cyrela. Além de muito espaço e lazer, o Portal de Bragança<br />

também possui um verdadeiro marco histórico, pois está situado na área<br />

mais nobre da Fazenda Santa Helena, que abriga o casarão colonial que foi sede<br />

e residência da família Alexandre Markowicz. Com um lindíssimo lago rodeado<br />

de palmeiras imperiais, toda a estrutura da casa sede será preservada. E o que<br />

é melhor, os moradores do Portal de Bragança poderão desfrutar de momentos<br />

de lazer com a família nessa jóia histórica da arquitetura que guarda consigo<br />

riquezas e histórias dos tempos de auge do ciclo do café.<br />

PORTAL DE BRAGANÇA<br />

Avenida Salvador Markowicz, s/nº<br />

Além da casa colonial restaurada o Portal de Bragança tem uma infra-estrutura<br />

completa para os proprietários dos terrenos, com sistema de drenagem de águas<br />

pluviais, pavimentação, abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto,<br />

rede de energia e paisagismo. E no quesito diversão o clube do loteamento é<br />

completo com piscinas, quadra de tênis, lounge, fitness, espaço zen, quadras e<br />

trilhas com estação de ginástica. Lazer para todas as idades. Mais informações:<br />

www.visiteportaldebraganca.com.br


Cyrela<br />

Aqui você encontra seu imóvel<br />

As cores do Jardim da Saúde<br />

<br />

<br />

Antigo bairro paulista é uma opção de<br />

para quem quer tranqüilidade e natureza<br />

Acaracterística mais forte do Jardim<br />

da Saúde está expressa até<br />

mesmo no seu nome. Conhecido pela<br />

enorme quantidade de árvores e<br />

praças, o bairro tem outra peculiaridade<br />

bastante importante: foi um<br />

dos poucos que cresceram de forma<br />

planejada. A sua construção inicial<br />

foi idealizada pelo Engenheiro Jorge<br />

de Macedo Vieira, no fim da década<br />

de 30. Sua localização também é excelente.<br />

Cercada pelos bairros do<br />

Ipiranga, Vila Mariana e Aclimação<br />

a região possui um ritmo de vida<br />

mais descontraído. O bairro dispõe<br />

de múltiplos acessos, por estar próximo<br />

a vias como a Ricardo Jafet,<br />

Vergueiro, Cursino e o Bosque da<br />

Saúde. Em 2002, o bairro foi tombado<br />

como patrimônio da cidade pelo<br />

Conpresp (Conselho de Preservação<br />

do Patrimônio Histórico, Urbanístico,<br />

Paisagístico e Ambiental do Município<br />

de São Paulo). O tombamento<br />

garante aos moradores a preservação<br />

da história e da cultura do local, sem<br />

esquecer é, claro, da tranqüilidade.<br />

Com o objetivo de ressaltar a vida<br />

e garantir o conforto do Jardim da<br />

Saúde a Cyrela apresenta o Viva Cor,<br />

um condomínio feito para levar a be-<br />

Perspectivas ilustradas da fachada<br />

da Torre Mosaico (ao lado) e do<br />

terraço do apartamento de 103 m 2<br />

leza e a energia das cores em um ambiente<br />

harmonioso para se viver.<br />

VIVA COR<br />

Rua São Daniel, 66 – tel.: 11 5061-6090<br />

www.vivacorsaude.com.br<br />

Com duas torres e opções de apartamentos<br />

de 68, 80 e 103 metros quadrados<br />

privativos o Viva Cor possui<br />

um terreno de mais de 5,3 mil metros<br />

quadrados com espaços e itens de<br />

lazer para todas as idades. O projeto<br />

paisagístico possui linhas suaves que<br />

valorizam ainda mais o verde, trazendo<br />

a natureza para mais perto dos<br />

moradores. O orquidário e o redário<br />

existentes enfeitam e relaxam. Assim<br />

como a sala de massagem e o espaço<br />

mulher. Para a prática do esporte,<br />

além da quadra recreativa coberta a<br />

estação ginástica e a trilha de caminhada<br />

complementam as opções.


A natureza<br />

invade<br />

Santo André<br />

m Santo André, cidade do ABC paulista, localiza-se o Parque Prefeito Celso<br />

E Daniel, repleto de verde por todos os lados. Entre as atrações, pistas, lagos<br />

com peixes, quadras poliesportivas, playground, anfiteatro, trilhas para caminhada<br />

e muito ar puro. Destaque para a majestosa figueira de mais de 150 anos<br />

de vida. Já pensou em ser vizinho de toda essa natureza? E ainda estar perto do<br />

ABC Plaza Shopping, faculdades, escolas, bares, restaurantes, muitos serviços<br />

e comércio? Pois é, a localização do Club House oferece tudo isso. E também<br />

vias de acesso importantes como as avenidas do Estado e D. Pedro II, que levam<br />

à capital paulista e suas várias atrações. É esse local privilegiado que a Cyrela<br />

escolheu para lançar seu quinto empreendimento.<br />

CLUB HOUSE SANTO ANDRÉ<br />

Alameda Gaspar Nogueira, 162 – tel.: 11 4432-1260<br />

www.clubhouse.com.br<br />

Um projeto para agradar quem gosta de morar com conforto e muito espaço. O<br />

Club House possui duas torres com apartamentos de 89 metros quadrados privativos,<br />

três dormitórios (com suíte) e 116 metros quadrados privativos, com quatro<br />

dormitórios. Cada apartamento conta com duas vagas de garagem. O espaço<br />

de lazer dispõe de praças, descanso com sauna, fitness, home office, piscinas<br />

infantil e adulto climatizadas, quadra, playgrounds, espaço gourmet, salão de<br />

festas adulto e infantil, brinquedoteca, entre outros atrativos, tudo cercado de<br />

muito verde e com a garantia de segurança 24 horas.<br />

Perspectivas ilustradas das fachadas e piscina, à esq.<br />

A Cyrela lança o quinto empreendimento no bairro mais<br />

nobre da cidade e confirma sua presença na região<br />

Perspectivas ilustradas<br />

da brinquedoteca e da<br />

quadra poliesportiva


Cyrela<br />

Aqui você encontra seu imóvel<br />

A valorização da zona leste<br />

Região paulistana que abriga bairros como<br />

Mooca e Vila Prudente tem futuro promissor<br />

Ofuturo vai chegar sob trilhos na região da Mooca e da Vila Prudente, em São<br />

Paulo. A chegada da linha 2 – verde do Metrô, prevista para 2010 – acelera o<br />

crescimento da zona leste e chama a atenção do mercado imobiliário. Estimativas<br />

apontam que os novos empreendimentos da região devem ter uma valorização<br />

de, no mínimo, 30% por causa dessa nova via de acesso que ligará a zona leste à<br />

Avenida Paulista em poucos minutos. A região leste de São Paulo é uma área caracterizada<br />

por sua formação de colônias, principalmente a italiana. Na Mooca,<br />

por exemplo, ainda há um forte caráter de cidade de interior, o que pode ser retratado<br />

pela tranqüilidade das suas ruas e pela simplicidade de seus moradores.<br />

Segundo uma pesquisa da Data Folha este ano o bairro da Mooca foi apontado<br />

como o melhor local para se viver na cidade de São Paulo. Tal título orgulhou os<br />

moradores tradicionais e atraiu ainda mais a atenção de um público que busca<br />

qualidade de vida e segurança. Aliás, um dos pontos fortes da região é justamente<br />

o baixo índice de criminalidade. Outro fator positivo da região leste é seu desenvolvimento<br />

constante que tem atraído serviços de qualidade e melhorado<br />

significativamente a infra-estrutura do local. Um exemplo disso é a nova unidade<br />

da Universidade de São Paulo (USP) na zona leste.<br />

Para destacar ainda mais as qualidades da região a Cyrela anuncia o lançamento<br />

do Bellíssimo – Clube Residencial, um empreendimento singular na região que<br />

oferece aos moradores inúmeras opções de lazer e conforto. Uma forma de destacar<br />

ainda mais o potencial da região.<br />

BELLÍSSIMO – CLUBE RESIDENCIAL<br />

Rua do Orfanato, 411 – tel.: 11 2219-1590<br />

www.bellissimo.com.br<br />

Em um terreno de mais de 5 mil metros quadrados, o Bellíssimo reúne um verdadei-<br />

<br />

<br />

Perspectiva ilustrada do spa e<br />

Perspectiva ilustrada da torre Mondo<br />

ro clube para toda a família com espaço<br />

e conforto nos apartamentos. São duas<br />

torres com opções de três e quatro<br />

dormitórios com metragens de 70, 91<br />

e 120 metros quadrados. Na área externa<br />

a diversão é garantida. Piscina de 25<br />

metros, piscina infantil, quadra, salas<br />

de ginástica e spinning, sauna e sala de<br />

massagem são alguns dos espaços comuns.<br />

Ainda há muito verde e natureza<br />

na praça dos aromas, jardim dos jerivás<br />

e no jardim dos bambus.


Cyrela<br />

Aqui você encontra seu imóvel<br />

Perspectiva ilustrada da fachada do Condomínio Gardênia<br />

Um bairro em ascensão<br />

Zona leste mistura desenvolvimento com natureza<br />

AVila Ema, bairro da zona leste de<br />

São Paulo, tem como vizinhos<br />

importantes bairros como Mooca,<br />

Tatuapé e Vila Prudente. A região<br />

leste tem apresentado um desenvolvimento<br />

acelerado e promissor, mesmo<br />

assim, em locais como na Vila<br />

Ema é possível encontrar espaços<br />

com muitas praças. O franco crescimento<br />

residencial do bairro tem feito<br />

com que sua infra-estrutura seja ainda<br />

melhorada. O entorno da Vila Ema<br />

é repleto de conveniências e bons<br />

serviços. A localização também é um<br />

fator chave. Importantes avenidas e<br />

vias de acesso cercam a região, que<br />

com a chegada da futura linha do<br />

Metrô será ainda mais valorizada.<br />

A Cyrela e a Magik resolveram enfatizar<br />

a vocação natural da Vila Ema<br />

e apresenta o Fiore Clube Jardim –<br />

Condomínio Gardênia, um espaço<br />

que une natureza e diversão. Um empreendimento<br />

que promete favorecer<br />

ainda mais o desenvolvimento e<br />

<br />

<br />

a consolidação da Vila Ema como um<br />

dos bairros mais agradáveis para se<br />

viver na capital.<br />

FIORE CLUBE JARDIM<br />

Rua Caioaba x Rua Domingos Afonso x<br />

Rua Marius – tel.: 11 2024-4210<br />

www.fioreclubejardim.com.br<br />

Com apartamentos de 61 e 90 metros<br />

quadrados privativos e até duas vagas<br />

na garagem, o Condomínio Gardênia<br />

terá sua portaria exclusica e<br />

áreas externas próprias. No condomínio,<br />

diversas opções de lazer, como<br />

piscina adulto climatizada, com<br />

raia de 25 metros, churrasqueira e<br />

forno para pizza, salão de jogos, quadra<br />

poliesportiva, praça central e<br />

brinquedoteca. Além disso, play zôo,<br />

play aventura e fitness center.<br />

Perspectiva ilustrada<br />

da piscina adulta<br />

climatizada (acima)<br />

e brinquedoteca do<br />

Condomínio Gardênia


Cyrela<br />

Aqui você encontra seu imóvel<br />

Perspectiva ilustrada da fachada do Condomínio Gardênia<br />

Um bairro em ascensão<br />

Zona leste mistura desenvolvimento com natureza<br />

AVila Ema, bairro da zona leste de<br />

São Paulo, tem como vizinhos<br />

importantes bairros como Mooca,<br />

Tatuapé e Vila Prudente. A região<br />

leste tem apresentado um desenvolvimento<br />

acelerado e promissor, mesmo<br />

assim, em locais como na Vila<br />

Ema é possível encontrar espaços<br />

com muitas praças. O franco crescimento<br />

residencial do bairro tem feito<br />

com que sua infra-estrutura seja ainda<br />

melhorada. O entorno da Vila Ema<br />

é repleto de conveniências e bons<br />

serviços. A localização também é um<br />

fator chave. Importantes avenidas e<br />

vias de acesso cercam a região, que<br />

com a chegada da futura linha do<br />

Metrô será ainda mais valorizada.<br />

A Cyrela e a Magik resolveram enfatizar<br />

a vocação natural da Vila Ema<br />

e apresenta o Fiore Clube Jardim -<br />

Condomínio Gardênia, um espaço<br />

que une natureza e diversão. Um empreendimento<br />

que promete favorecer<br />

ainda mais o desenvolvimento e<br />

<br />

<br />

a consolidação da Vila Ema como um<br />

dos bairros mais agradáveis para se<br />

viver na capital.<br />

FIORE CLUBE JARDIM<br />

Rua Caioaba x Rua Domingos Afonso x<br />

Rua Marius – tel.: 11 2024-4210<br />

www.fioreclubejardim.com.br<br />

Com apartamentos de 61 e 90 metros<br />

quadrados privativos e até duas vagas<br />

na garagem, o Condomínio Gardênia<br />

terá sua portaria exclusica e<br />

áreas externas próprias. No condomínio,<br />

diversas opções de lazer, como<br />

piscina adulto climatizada, com<br />

raia de 25 metros, churrasqueira e<br />

forno para pizza, salão de jogos, quadra<br />

poliesportiva, praça central e<br />

brinquedoteca. Além disso, play zôo,<br />

play aventura e fitness center.<br />

Perspectiva ilustrada<br />

da piscina adulta<br />

climatizada (acima)<br />

e brinquedoteca do<br />

Condomínio Gardênia


Cyrela<br />

Aqui você encontra seu imóvel<br />

Cidade mais do<br />

que maravilhosa<br />

Um verdadeiro<br />

bairro construído<br />

pela RJZ Cyrela em<br />

parceira com a<br />

Carvalho Hosken<br />

promete dar ainda<br />

mais brilho ao Rio<br />

de Janeiro<br />

cidade do Rio de Janeiro é reco-<br />

A nhecida mundialmente pelas suas<br />

belezas naturais. O título de cidade<br />

maravilhosa faz jus as suas encantadoras<br />

praias e paisagens. Além disso,<br />

é possível encontrar bairros com condomínios<br />

que oferecem aos cariocas<br />

um jeito de morar mais seguro e tranqüilo.Pensando<br />

em ressaltar suas<br />

belezas e garantir ainda mais qualidade<br />

de vida para os moradores a RJZ<br />

Cyrela em parceria com a Carvalho<br />

Hosken promete revolucionar a cidade.<br />

Em uma área de 512 mil metros<br />

quadrados, próximo às facilidades<br />

que a Barra da Tijuca oferece, está<br />

sendo construído o Cidade Jardim,<br />

um bairro planejado, seguro e tranqüilo,<br />

com condomínios de alto padrão.<br />

O primeiro condomínio, o Reserva<br />

Jardim, teve a sua primeira<br />

fase totalmente vendida em poucos<br />

dias e a infra-estrutura do bairro já<br />

está em construção. Todo o local é<br />

completamente planejado dentro dos<br />

<br />

<br />

Detalhe da fachada do Edifício Jacarandá


mais inovadores conceitos urbanísticos,<br />

com muita área verde, ruas largas,<br />

segurança e uma infra-estrutura<br />

extremamente moderna. O bairro Cidade<br />

Jardim é um projeto ousado que<br />

surge como uma nova opção para<br />

moradores dos mais diversos pontos<br />

da cidade, que buscam maior contato<br />

com a natureza, segurança e diversas<br />

opções de lazer. O bairro já nasce<br />

atento a questões ambientais, comprometido<br />

em preservar recursos<br />

naturais, focando no bem-estar e na<br />

garantia do futuro das pessoas. Apesar<br />

de ter um olhar voltado para o<br />

futuro, o Cidade Jardim busca resgatar<br />

as coisas boas da vida e o viver<br />

bem como antigamente.<br />

A localização do empreendimento é<br />

mais do que privilegiada. Junto às avenidas<br />

Abelardo Bueno e Imperatriz<br />

Leopoldina, ao lado do futuro centro<br />

metropolitano, na área que mais se<br />

valoriza na Barra, e se projeta para a<br />

sua consolidação definitiva. Os condomínios<br />

do novo bairro obedecerão a<br />

normas de um plano diretor, com redes<br />

subterrâneas de telefonia, água,<br />

esgoto e iluminação pública. Tudo para<br />

garantir uma ocupação equilibrada<br />

e a preservação estética e ambiental,<br />

que proporcione maior integração entre<br />

os moradores e a natureza. Aliás,<br />

Fotomontagem da região (acima, à esq) ,<br />

Salão de Festas (acima) e do<br />

Aquaspinning do Espaço Aquático<br />

o verde será predominante no novo<br />

bairro. No Cidade Jardim cada família<br />

terá uma árvore com seu nome, é o<br />

primeiro bairro do Rio com árvore privativa.<br />

Uma forma de incentivar ainda<br />

mais o cuidado com a natureza. São<br />

infinitos cuidados com o meio ambiente,<br />

a coleta seletiva, por exemplo, além<br />

de diminuir o impacto sobre o meio<br />

ambiente poderá beneficiar o bairro<br />

com reciclagem. Outras medidas, como<br />

a reutilização das águas da chuva<br />

também gerarão economia nos recursos<br />

naturais. Enfim, um bairro que<br />

promete virar modelo.


Cyrela<br />

Aqui você encontra seu imóvel<br />

Outros diferenciais existentes no<br />

Cidade Jardim, que certamente servirão<br />

de referência para outros bairros<br />

e cidades, são os projetos de segurança<br />

e transporte. Viver com liberdade<br />

sentindo-se absolutamente seguro. O<br />

que pode parecer difícil nos dias de<br />

hoje transforma-se em uma oportunidade<br />

real e concreta. No Cidade Jardim<br />

haverá sistemas de segurança de última<br />

geração, com monitoramento feito<br />

por meio de câmeras, controle eletrônico<br />

dos condomínios e rondas 24<br />

horas. Assim, os moradores poderão<br />

aproveitar o melhor do condomínio,<br />

do bairro e da cidade ao redor. Em relação<br />

ao transporte, o novo bairro terá<br />

um sistema privado, que ligará os moradores<br />

aos principais pontos de conexão<br />

da Barra e que será definido por<br />

eles a melhor forma de complementá-<br />

<br />

<br />

lo. Além disso, as alamedas do bairro<br />

convidam os moradores a andar e pedalar<br />

nos deslocamentos mais curtos.<br />

Um novo jeito de viver e morar e de<br />

deixar a cidade do Rio de Janeiro e a<br />

vida ainda mais bela.<br />

RESERVA JARDIM<br />

Expo Cidade Jardim<br />

Av. Abelardo Bueno, 1000 - Barra<br />

Tel. 21 3503-1320<br />

O primeiro condomínio do novo bairro<br />

é composto por oito edifícios.<br />

Com apartamentos de dois, três e<br />

quatro quartos, com metragens de<br />

78 a 150 metros quadrados, todos<br />

com qualidade e espaço para garantir<br />

mais conforto para a sua família.<br />

Na área de lazer, inúmeras opções para<br />

divertir a todos. Mais informações:<br />

www.bairrocidadejardim.com.br<br />

Ilustração artística<br />

da Praça<br />

Monumental do<br />

Reserva Jardim (foto<br />

maior) , da sala<br />

ampliada do<br />

apartamento de<br />

três quartos (acima)<br />

e da sala ampliada<br />

do apartamento de<br />

quatro quartos


Perspectiva ilustrada da fachada do Edifício Jacarandá


Cyrela<br />

Aqui você encontra seu imóvel<br />

Um ano de sucesso<br />

Living, marca criada pela Cyrela, para facilitar o acesso ao<br />

<br />

Acima, imagem do<br />

novo site da living<br />

www.livingweb.com.br<br />

<br />

ACyrela Brasil Realty é considerada uma das empresas mais sólidas e admiradas<br />

do setor da construção civil. Com mais de quatro décadas de<br />

atuação e mais de 5,3 milhões de metros quadrados construídos, a empresa<br />

que já havia conquistado o público pela qualidade e magnitude de seus empreendimentos,<br />

comemora um ano de sucesso da marca Living. Criada com o<br />

objetivo de facilitar o acesso ao primeiro imóvel e garantir maior acesso ao<br />

sonho da casa própria, a nova marca é um verdadeiro sucesso. Além de atender<br />

ao público que está conquistando pela primeira vez um imóvel próprio, a<br />

Living representa também uma série de empreendimentos que aparecem como<br />

uma ótima oportunidade de investimento. “A Cyrela tinha o desejo de atuar<br />

em outros segmentos de mercado e ampliar o leque de clientes”, diz Antônio<br />

Guedes, presidente de novos negócios da Cyrela. Com projetos inteligentes e<br />

diferenciados, o conceito Living engloba imóveis com valores de R$ 50 a 180<br />

mil. As plantas são inteligentes e contemplam funcionalidades feitas sob medida<br />

para o cliente. No quesito de lazer e segurança, os imóveis da marca Living


primeiro imóvel, completa um ano de existência<br />

não deixam a desejar. Como herança da Cyrela, os empreendimentos Living<br />

possuem uma estrutura completa de lazer para toda a família. E o que há de<br />

melhor em segurança para manter a tranqüilidade.<br />

Todos os empreendimentos da marca contam com uma localização privilegiada,<br />

que são estudadas minuciosamente pelos especialistas da empresa. Praticidade,<br />

facilidade de acesso e infra-estrutura eficiente são algumas das vantagens que um<br />

morador Living pode encontrar bem próximo a sua residência.<br />

Nesse primeiro ano a Living lançou 18 empreendimentos e alguns desses se tornaram<br />

case de sucesso como o Líber Vila Matilde, em parceria com a Tecnum, que<br />

conquistou o Top Imobiliário na categoria performance em vendas. Entre outros que<br />

foram sucesso de vendas podemos citar o Vitória Vila Matilde (SP), Vitória Vila Prudente<br />

(SP), Mérito (SP), Vivare (RS), Paradiso (ES) e Vita (BA), que tiveram 100% de<br />

suas unidades comercializadas em apenas 15 dias. Hoje a Living está presente em São<br />

Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo.<br />

O ano de 2007 foi um sucesso de vendas e 2008 promete ser ainda melhor.<br />

Perspectivas<br />

ilustradas<br />

do Edifício<br />

Mérito, o<br />

mais recente<br />

sucesso da<br />

marca Living


Valores em % realizada<br />

<br />

<br />

NÚMERO DE<br />

DORMITÓRIOS<br />

(planta<br />

básica)<br />

PREPARO DO TERRENO<br />

FUNDAÇÃO<br />

ESTRUTURA<br />

VEDAÇÃO<br />

FACHADA<br />

INSTALAÇÃO<br />

ACABAMENTO<br />

PINTURA E LIMPEZA<br />

ENTREGA<br />

PREVISÃO DE ENTREGA<br />

ALLORI VILA ROMANA Vila Romana 4 100 95 15 Abril-09<br />

ÁPICE SANTANA Santana 4 100 80 10 Junho-09<br />

CAMAROTTE CAMPO BELO Campo Belo 4 95 Dezembro-09<br />

CENNARIO Hípica Santo Amaro 4 100 100 100 100 99 95 50 45 Maio-08<br />

Dellacorte, Fifith Av, The Mark, The Plaza e Lincoln<br />

CENTRAL PARK MOOCA Mooca 3 e 4 78 56 5 2<br />

Plaza: jun/09 Pierre, Madison, The Belvedere e<br />

Metropolitan: jun/10<br />

CHÁCARA DOS PÁSSAROS São Bernardo do Campo 3 e 4 100 100 100 100 100 100 100 100 50 Março-08<br />

CONTEMPORÂNEO CAMPO BELO Campo Belo 3 e 4 100 100 Setembro-09<br />

ESSÊNCIA ALPHAVILLE Alphaville 3 e 4 60 10 Novembro-09<br />

FLORAE PARQUE DA ACLIMAÇÃO Aclimação 4 70 90 Outubro-09<br />

GRAND LIFE BOSQUE SAÚDE Bosque da Saúde 4 100 100 99 92 5 38 22 Setembro-08<br />

HLI 120 Itaim Bibi 4 100 100 85 40 10 Julho-08<br />

HUMANARI Brooklin 3 e 4 100 100 100 90 30 55 30 Cyan: jul/08 Magenta e Rubine: ago/08<br />

NOVA KLABIN Chácara Klabin 4 100 100 75 40 15 Abril-09<br />

ORNATO MOEMA Moema 4 100 60 Outubro-09<br />

PARC EVIAN Higienópolis 3 100 100 100 95 80 90 85 50 Janeiro-08<br />

PATEO POMPEIA Pompéia 3 100 100 90 50 15<br />

Sumaré e Pacaembu: set/08 Perdizes: mar/09<br />

Pompéia: set/09<br />

PAULISTÂNIA Brooklin 4 100 100 100 90 25 60 20 Dezembro-08<br />

PLATEAU JARDINS Jardins 4 100 100 100 100 30 55 70 15 Março-08<br />

REFERENCE KLABIN Chácara Klabin 4 95 95 8 Julho-09<br />

RESERVA JARDIM Jardim Avelino 4 100 95 8 Agosto-09<br />

SARAU PINHEIROS Pinheiros 4 100 100 95 85 55 10 Janeiro-09<br />

THE CITY Itaim Bibi com 100 100 100 100 95 85 65 65 Janeiro-08<br />

THE COLONY Cidade Jardim 4 100 100 100 100 100 90 90 90 41 Novembro-07<br />

THE PARLIAMENT Pacaembu 4 100 100 100 95 90 85 80 75 Janeiro-08<br />

VARANDA PAULISTA Paraíso 2 e 3 100 100 100 100 75 90 45 25 Março-08<br />

VENTURA Santo André 4 30 Dezembro-09<br />

VEREDA IPIRANGA Ipiranga 3 e 4 100 98 82 48 35 8 Novembro-08<br />

VERTENTES GRANJA VIAJA Granja Viana 4 95 Maio-09<br />

VIA PAULISTA HOME STAY Paraíso 2 100 100 35 Março-09<br />

VITALE MOOCA Mooca 4 100 100 5 Agosto-09<br />

WALK VILA NOVA CONCEIÇÃO Vila Nova Conceição 4 100 100 90 55 45 15 Agosto-08<br />

ÁPPIA LORENA Jardins 3 e 4 LANÇAMENTO Março-10<br />

CENTRAL PARK PRIME Tatuapé 4 LANÇAMENTO Ago/2010 e Ago/2011<br />

CRISTALL Aclimação 4 LANÇAMENTO Agosto-10<br />

DOMÍNIO MARAJOARA Jardim Marajoara 3 e 4 LANÇAMENTO Set/10 e Set/11<br />

GRAND LIFE IPIRANGA Ipiranga 4 LANÇAMENTO Janeiro-10<br />

PASSEIO BROOKLIN Brooklin 4 LANÇAMENTO Dezembro-09<br />

VANILLA HOUSE & GARDEN Alto de Pinheiros 3 e 4 LANÇAMENTO Junho-09<br />

VARANDA POMPÉIA Pompéia 2 LANÇAMENTO Abril-10<br />

VERGÊ PERDIZES Perdizes 2 e 3 LANÇAMENTO Outubro-10<br />

VIA IBIRAPUERA Ibirapuera 1 e 2 LANÇAMENTO Maio-10<br />

VILLA LOBOS OFFICE PARK Alto de Pinheiros comercial LANÇAMENTO Agosto-10<br />

<br />

ATAULFO CORPORATE Leblon Com 100 50 Setembro-09<br />

ATMOSFERA - AMBIANCE Península da Barra 4 100 100 100 100 95 85 75 30 Março-08<br />

ATMOSFERA - ESSENCE Península da Barra 4 100 100 100 100 90 80 70 20 Março-08<br />

ATMOSFERA- VERVEINE Península da Barra 4 100 100 100 100 50 70 30 Agosto-08<br />

ATMOSFERA - POEME Península da Barra 4 100 100 100 100 20 50 20 Agosto-08<br />

BARRA FAMILY - LAGUNA BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 90 60 75 20 Agosto-08<br />

BARRA FAMILY - LONG BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 90 60 75 15 Agosto-08<br />

BARRA FAMILY - PALM BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 90 65 75 15 Agosto-08<br />

BARRA FAMILY - SUNSET BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 100 80 10 85 40 Agosto-08<br />

BARRA FAMILY - VENICE BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 50 20 20 5 Agosto-08<br />

BELLE ÉPOQUE - DEGAS Freguesia 2 e 3 100 100 10 Outubro-08<br />

BELLE ÉPOQUE - MONET Freguesia 2 e 3 100 80 Outubro-08<br />

BELLE ÉPOQUE - RENOIR Freguesia 2 e 3 100 65 Outubro-08<br />

COSMOPOLITAN Barra da Tijuca Com 100 85 70 15 5 Abril-08<br />

FRONT LAKE - LAKE VIEW Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 60 10 5 Agosto-08<br />

FRONT LAKE - LAKE VISION Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 95 60 45 Agosto-08


GOLF VILLAGE - BLUE São Conrado 4 100 100 100 100 85 90 60 15 Janeiro-08<br />

GOLF VILLAGE - GREEN São Conrado 4 100 100 100 100 70 90 60 15 Janeiro-08<br />

GOLF VILLAGE CASA São Conrado 4 100 100 100 100 60 90 60 15 Janeiro-08<br />

GRAND LIFE BOTAFOGO Botafogo 4 100 100 100 100 100 100 95 100 Dezembro-07<br />

LANAI SPA Barra da Tijuca 2 100 100 100 100 80 85 75 20 Fevereiro-08<br />

L. R. DE MONACO - BEAU SOLEIL Barra da Tijuca 4 100 70 90 15 17 Outubro-08<br />

L. R. DE MONACO - CAP D'AIL Barra da Tijuca 4 100 100 100 65 18 Outubro-08<br />

L. R. DE MONACO - CAP MARTIN Barra da Tijuca 4 100 30 80 0 17 Outubro-08<br />

L. R. DE MONACO - CONDAMINE Barra da Tijuca 4 100 100 100 50 18 Outubro-08<br />

L. R. DE MONACO - MONTE CARLO Barra da Tijuca 4 100 100 80 25 17 Outubro-08<br />

L. R. DE MONACO - RIVIERA MARRIOT Barra da Tijuca 4 100 100 100 60 18 Outubro-08<br />

LE MONDE - HONG KONG 1000 / 2000 / 3000 Barra da Tijuca Com 100 100 100 100 100 90 90 90 Março-08<br />

LE MONDE - LONDRES Barra da Tijuca Com 100 100 70 Dezembro-08<br />

LE MONDE - TORONTO 1000 / 2000 / 3000 Barra da Tijuca Com 100 100 100 100 100 98 98 95 Janeiro-07<br />

MAISON LEBLON - CASAS Leblon 3 100 100 100 100 90 80 70 15 Dezembro-07<br />

MAISON LEBLON - GÓIS Leblon 3 e 4 100 100 100 100 70 60 50 5 Dezembro-07<br />

RISERVA UNO - BOLZANO Barra da Tijuca 5 e 6 100 100 80 25 25 Dezembro-08<br />

RISERVA UNO - FIRENZE Barra da Tijuca 4 e 5 100 100 70 10 15 Dezembro-08<br />

RISERVA UNO - MILANO Barra da Tijuca 4 e 5 100 100 75 20 15 Dezembro-08<br />

RISERVA UNO - ROMA Barra da Tijuca 5 e 6 100 100 70 30 20 Dezembro-08<br />

RISERVA UNO - VENEZIA Barra da Tijuca 4 e 5 100 100 70 10 15 Dezembro-08<br />

SAINT BARTH - FLAMANDS, SAINT JEAN, LE<br />

PETIT ANSE<br />

Península da Barra 4 100 35 1 Setembro-09<br />

SAINT BARTH - LORIENT E GOUVERNEUR Península da Barra 4 100 Abril-10<br />

SAINT MARTIN - MARIGOT, COLE BAY E<br />

GRAND CASE<br />

Península da Barra 2, 3 e 4 100 90 15 Setembro-09<br />

SAINT MARTIN - GRAND ILET E SAINT LOUIS Península da Barra 2, 3 e 4 100 70 Setembro-09<br />

PAÇO REAL - MIRANTE São Cristovão 2 e 3 100 90 10 Outubro-08<br />

PAÇO REAL - BOA VISTA São Cristovão 2 e 3 60 50 5 Outubro-08<br />

UP SIDE ICARAÍ Niterói 1 e 2 50 20 Junho-09<br />

<br />

PROVENCE HORTO Horto Florestal 3 e 4 LANÇAMENTO Março-10<br />

<br />

ALDEIA PARQUE CONDOMÍNIO IGUATEMI Norte Sul 3 e 4 80 a definir<br />

CAIOBAS Laranjeiras 3 e 4 100 95 85 75 10 65 40 Agosto-08<br />

GRAND PARC RESIDENTIAL RESORT Enseada do Suá 4 LANÇAMENTO Março-10<br />

<br />

NÚMERO DE<br />

DORMITÓRIOS<br />

(planta<br />

básica)<br />

<br />

Valores em % realizada<br />

SKY LIFE Setor Bueno 4 LANÇAMENTO Maio-10<br />

<br />

GRAND LIDER OLYMPUS Vila da Serra 4 e 5 85 90 15 1<br />

<br />

"1° fase: mar/09<br />

2° fase: mar/10<br />

3° fase: mar/11"<br />

CONTEMPORÂNEO Iguatemi 2 e 3 100 98 80 30 30 Março-09<br />

CENNARIO 3 LANÇAMENTO a definir<br />

PÁTEO LINDÓIA Jardim Lindóia 2 e 3 LANÇAMENTO Dezembro-09<br />

VARANDA ZONA SUL Tristeza 3 LANÇAMENTO Junho-09<br />

VIVARE Jardim Itália 2 e 3 LANÇAMENTO Novembro-10<br />

PRAIA DE BELAS PRIME OFFICES Praia de Belas Com LANÇAMENTO Dezembro-09<br />

PREPARO DO TERRENO<br />

FUNDAÇÃO<br />

ESTRUTURA<br />

VEDAÇÃO<br />

FACHADA<br />

INSTALAÇÃO<br />

ACABAMENTO<br />

PINTURA E LIMPEZA<br />

ENTREGA<br />

PREVISÃO DE ENTREGA<br />

Referência: Dezembro/07


Pontofinal<br />

O SHOW DOS PAIS CORRETOS<br />

T<br />

ento aprender numa revista um método interessantíssimo de eliminar as células<br />

mortas dos pés e dos cotovelos, mas o segundo mergulho-bombinha a poucos<br />

metros de minha espreguiçadeira me respinga inteira e encharca nossas batatas fritas.<br />

O que mesmo que essas mães estão dizendo tão alto?<br />

– Chisitos, não, Ana Carolina! Se você quiser uma fruta a mamãe dá. Pelo menos tem<br />

alguma vitamina.<br />

– Toma um suco, João Pedro, tão gostoso... (entredentes) Você já tomou seis Sprites!<br />

– Larga o joguinho agora, Marina. Vem pro sol! A gente combinou que joguinho<br />

era só se chovesse.<br />

Cutuco meu marido. “É show dos pais”. Ele me olha intrigado.<br />

Nossos filhos são grandes, ele já esqueceu essa história. Basta juntar alguns<br />

adultos no papel de pais e começa imediatamente essa demonstração ansiosa de<br />

que eles fazem tudo certo, de que eles são os campeões da educação de filhos.<br />

Os pais das reuniões da pré-escola, sentados nas cadeirinhas das crianças, levantando<br />

a mão, loucos para contar à professora que, na casa deles, só programas<br />

educativos, só em companhia de um adulto, só carne branca; que, “ah, só depois<br />

de fazer a lição”. E as professoras, que já viram aquele filme exaustivamente – e<br />

na manhã seguinte escutam as histórias do Ratinho que as crianças estavam assistindo<br />

em casa –, ali impassíveis, cansadas.<br />

No show dos pais de bebês, os bebês são sempre tranqüilos. Tranqüilo deixou de ser<br />

um estado passageiro, que se alterna com ansiedade ou com agitação – tornou-se uma<br />

virtude, um enésimo atestado, não sei ao certo se do caráter dos pais e da competência<br />

dos bebês ou se é o contrário – o caráter dos bebês e... Não importa. Mas os bebês deles<br />

só acordam para mamar, tomam suco de cenoura e adoram, devoram pratos de sopa<br />

de legumes, mesmo aquelas esverdeadas. Eles freqüentam o pediatra certo, claro. Mais<br />

tarde, estudam na escolinha certa, nadam na natação certa, passam férias no acampamento<br />

certo. E alguns anos depois, começam a se encontrar na sala de espera da psicopedagoga<br />

certa, na fonoaudióloga certa, no psicólogo certo...<br />

Será que a gente inventou crianças que acordam às vezes às 3 da manhã e querem<br />

ir dormir na nossa cama? E aquelas que só adormecem se a gente der uma volta de<br />

carro no quarteirão? E aquelas que são loucas por fandangos? E aquelas que mordem<br />

o bracinho do “amigo” na escola, e voltam a fazer xixi na cama quando nasce o irmão?<br />

Aquelas crianças que não querem ir à natação – querem assistir à Xuxa, e confundem<br />

"p" e "b" na alfabetização. São filhas de quem essas crianças? Da Bia Falcão?<br />

“Falcão, Falcão”, repete meu marido, para me convencer de que estava ouvindo<br />

tudo o que eu falava.<br />

E aquelas mães que arrancam os cabelos quando os filhos brigam para decidir quem<br />

<br />

<br />

POR MARTHA GÓES*<br />

vai dentro do carrinho do supermercado<br />

– elas também não existem? E aquelas<br />

que, em vez de dizer logo “Não, prefiro<br />

morrer”, falam com ódio: “Então tá,<br />

vamos ao Playcenter!”. E compram fandangos.<br />

Será que ninguém conhece<br />

mães assim?<br />

Uma voz estridente interrompe meus<br />

debates íntimos.<br />

– Marina, se você não largar esse diabo<br />

desse jogo agora eu vou moer ele no<br />

processador. Você está me ouvindo, Marina?<br />

Não vai sobrar um parafusinho. Me<br />

dá isso aqui, Marina!<br />

Baque surdo, guinchos estridentes.<br />

– Aiiii! Socorro, pai! A mamãe jogou<br />

meu Gameboy no estacionamento! Ela<br />

tá me beliscando! Paiêee!<br />

Um pai se aproxima com passos<br />

rápidos.<br />

– Marlene, por favor!<br />

Silêncio, um vento gelado percorre<br />

a piscina.<br />

Marlene se retira, soterrada em canga,<br />

sacola, chapéu e bóias, as lágrimas<br />

rompendo o fator de proteção solar<br />

50. Pescoços altivos giram à sua passagem.<br />

Mais um mergulho-bombinha<br />

encharca de vez as células mortas, as<br />

batatas fritas e, desta vez, o jornal do<br />

meu marido, que olha irritado na direção<br />

do jorro gelado.<br />

– Coitada da Marlene – eu suspiro<br />

– Ela é a única que fracassou no<br />

show dos pais.<br />

Ele me olha perplexo, mas eu me limito<br />

a lhe jogar a toalha.<br />

* Martha Góes é jornalista e dramaturga


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