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A dona da festa<br />
e mais...<br />
MURICY<br />
RAMALHO<br />
SOLTA O VERBO<br />
O TURISMO<br />
LUXUOSO<br />
DE DUBAI<br />
CULTURA CAIPIRA<br />
DE SÃO LUIZ DO<br />
PARAITINGA<br />
IDÉIAS PARA<br />
O QUARTO<br />
DE TV<br />
PARA QUEM SABE VIVER<br />
<br />
Neste fi m de ano, Laís Bodansky<br />
presenteia o público com o fi lme<br />
Chega de Saudade – uma obra<br />
que emociona e convida a bailar...
Mariella Lazaretti<br />
Diretora Responsável<br />
mariella@4capas.com.br<br />
Rua Andrade Fernandes, 297<br />
CEP 05449-050 - São Paulo-SP<br />
Tel/Fax.: (11) 3023-5509<br />
E-mail: 4capas@4capas.com.br<br />
Projeto Editorial: 4 Capas Editora<br />
É uma publicação trimestral da Cyrela Brazil Realty<br />
com distribuição gratuita. Av. Brigadeiro Faria Lima, 3.400<br />
10 0 andar – Itaim – São Paulo (SP). Tel.: (11) 4502-3000<br />
www.cyrela.com.br<br />
REDAÇÃO<br />
Editor: Denise Ramiro - denise@4capas.com.br<br />
Repórter: Carla Araújo - carla@4capas.com.br<br />
Diretores de Arte: Fábio Santos e Nina Franco<br />
Assistentes de Arte: Eduardo Galdieri e Lara Habib<br />
Colaboraram nesta edi ção:<br />
TEXTO<br />
Alice Carta, Iva Oliveira, Janaina Medeiros, Marta Goes,<br />
Mônica Horn, Ricardo Castilho e Sergio Crusco<br />
FOTOS<br />
Ed Viggiani e Daniel Wainstein<br />
REVISÃO<br />
Paulo Roberto Pompêo<br />
Jornalista Responsável - Mariella Lazaretti MTB 15.457<br />
PUBLICIDADE<br />
Diretores<br />
Doron M. Sadka<br />
doroncentral@uol.com.br<br />
Georges Schnyder<br />
georges@4capas.com.br<br />
GERENTE DE PUBLICIDADE<br />
Cristian Nahas<br />
Contatos<br />
Auxi Araújo<br />
Gisele Ávila<br />
Estela Brussolo<br />
Sadako Sigematu<br />
Assistente<br />
Patrícia Teodoro<br />
PRODUÇÃO GRÁFICA<br />
Doron Central e Compras Gráficas<br />
IMPRESSÃO<br />
Gráfica Copy Press<br />
A revis ta Cyrela é uma publi ca ção dis tri buí da<br />
exclu si va men te pela CyrelaBrazil Realty.<br />
Dúvidas, crí ti cas e suges tões pelo email:<br />
4capas@4capas.com.br<br />
A revis ta não se res pon sa bi li za pelos con cei tos emi ti dos nos<br />
arti gos assi na dos. As pes soas não lis ta das no expe dien te não<br />
estão auto ri za das a falar em nome da revis ta ou a reti rar<br />
qual quer tipo de mate rial sem pré via auto ri za ção emi ti da<br />
pela reda ção ou pela Cyrela Brazil Realty. Os preços citados<br />
nesta edição estão sujeitos a alterações sem aviso prévio.<br />
Cartadoeditor<br />
EMBARQUE NESSA VIAGEM<br />
Aúltima edição do ano da Cyrela está especial. Na hora de arrumar as malas, não<br />
deixe de colocá-la na bagagem. Você vai entrar nos bastidores do último filme<br />
da cineasta Laís Bodansky, Chega de Saudade, que caiu na graça do público<br />
do Festival de Cinema de Brasília, realizado em novembro na capital federal. O novo<br />
trabalho trata do universo dos salões de festa e de tudo o que gira em torno dos bailes,<br />
trama, sensualidade, alegria, tristeza, traição e melancolia. Pela empolgação da crítica,<br />
Chega de Saudade promete fazer o mesmo sucesso do filme anterior Bicho de Sete<br />
Cabeças, que arrebatou vários prêmios. Quem gosta de futebol, e quem não gosta, vai<br />
se divertir com a entrevista concedida à revista pelo técnico Muricy Ramalho, atual<br />
campeão brasileiro pelo São Paulo e tido por muitos como um dos melhores treinadores<br />
do Brasil. Muricy fala aqui sobre o papel do técnico moderno, seleção brasileira,<br />
política e família. O que mais chama a atenção em Muricy é a simplicidade e forma<br />
espontânea com que responde às perguntas. Não mede as palavras para falar de assuntos<br />
polêmicos. Fala o que pensa. E uma surpresa boa, ele não é nenhum pouco rabugento.<br />
Atende jornalistas e os pequenos e grandes fãs que chegam a todo momento ao<br />
centro de treinamento do clube com carinho e paciência.<br />
Como é tempo de férias, duas sugestões para aproveitar bem a temporada. Uma delas<br />
vem dos Emirados Árabes, mais especificamente de Dubai, a capital do luxo. Localizada<br />
no Golfo Pérsico, Dubai vive uma exuberância econômica desde que descobriu petróleo,<br />
na década de 70. Como há previsões de esgotamento das reservas para os próximos anos,<br />
a cidade mudou a vocação. Nos últimos 30 anos, Dubai descobriu uma nova vocação, a<br />
do turismo luxuoso. Imagine se hospedar num hotel que te recebe no aeroporto com um<br />
Rolls-Royce, recepciona os clientes com spray de água francesa e oferece um mordomo<br />
particular para cada quarto. Pois é, o sete estrelas Burj al Arab tem tudo isso e muito mais.<br />
O contraponto é nossa outra dica de viagem: São Luiz do Paraitinga, no Vale do Paraíba,<br />
em São Paulo, um dos últimos redutos caipiras. Além do conjunto arquitetônico colonial<br />
do século 19, tombado pelo patrimônio histórico, a pequena cidade é conhecida por sua<br />
luta pela preservação das tradições e folclores regionais e nacionais. Tudo feito com<br />
muita festa durante todo o ano.<br />
Ano-Novo é tempo de inovar. Aqui, sugestões para tornar aquele quarto de TV mais<br />
aconchegante para se reunir com a família e os amigos, objetos cheios de design, entre<br />
outras dicas para tornar sua casa mais bonita. Não perca também as dicas para renovar<br />
a adega, com as novidades que vêm de Portugal. Feliz 2008 para todos!<br />
OS EDITORES<br />
Para falar com a reda ção, escre va para reda cao@4capas.com.br. Será um pra zer publi car sua opini ão.
22<br />
| Perfil |<br />
ENTREVISTA COM<br />
A CINEASTA LAIS<br />
BODANSKY, QUE<br />
CONQUISTOU O<br />
PÚBLICO COM O<br />
LONGA CHEGA DE<br />
SAUDADE, NO<br />
FESTIVAL<br />
DE BRASÍLIA<br />
Sumário<br />
| O 8 |<br />
8 | Grande Estilo |<br />
O MEXICANO MARTINEZ FLORES E OS 170 ANOS DA TIFFANY<br />
18 | Muitos Mimos |<br />
PEÇAS COM MOTIVOS FLORAIS DÃO UM TOQUE ESPECIAL A SUA CASA<br />
30 | Tecnopop |<br />
TV DO FUTURO, IPOD RETRÔ E LAVADORA PORTÁTIL<br />
32 | Ponto de Fuga |<br />
SÃO LUIZ DO PARAITINGA: O ÚLTIMO REDUTO CAIPIRA<br />
42 | Sala de Estar |<br />
MURICY RAMALHO FALA SOBRE FUTEBOL, POLÍTICA E VIDA PESSOAL
32<br />
54<br />
76<br />
54 | Espaço e Idéias |<br />
DICAS PARA TRANSFORMAR O QUARTO DE TV NO MELHOR LUGAR DA CASA<br />
66 | Ponto de Fuga |<br />
DUBAI: UMA VIAGEM QUE É UM LUXO SÓ<br />
74 | Coisas sem as quais... |<br />
CAMILA MATARAZZO ABRE A CASA PARA MOSTRAR SEUS OBJETOS DE ESTIMAÇÃO<br />
76 | Social Já |<br />
ONG PAULISTA RESGATA O PASSADO DE CRIANÇAS QUE VIVEM EM ABRIGOS<br />
80 | Garfo e Taça |<br />
OS VINHOS PORTUGUESES ESTÃO CADA VEZ MELHORES<br />
84 | Caravela |<br />
1001 DISCOS HISTÓRICOS, TIM MAIA POR NELSON MOTTA E RATATOUILLE EM DVD<br />
96 | Cyrela |<br />
CONSTRUTORA CRIA UM NOVO BAIRRO NO RIO DE JANEIRO<br />
84 96<br />
PONTO DE VISTA . HORA DE RELAXAR<br />
PONTO FINAL O SHOW DOS PAIS CORRETOS
Gran dees ti lo<br />
<br />
ponta dos dedos<br />
NaChef Alain Retailleau inova com restaurante em Lille que dispensa talheres<br />
<br />
<br />
serviço<br />
Au Bout des Doigts<br />
5, Rue Saint-Joseph<br />
Tel.: 33 (0)3 20 74 55 95<br />
18 euros, em média, por<br />
pessoa – Lille, França<br />
Maria Antonieta, responsável pelo rigor da etiqueta nas mesas francesas,<br />
ficaria de cabelo em pé ao saber que um dos restaurantes mais comentados<br />
no país neste momento não possui talheres. Isso mesmo! Come-se com<br />
as mãos, da entrada à sobremesa. Trata-se do Au Bout des Doigts (Na Ponta dos<br />
Dedos, em português), recém-aberto em Lille (150 quilômetros de Paris), que<br />
surpreende o comensal logo na entrada. Assim que o cliente chega à casa, é<br />
convidado a lavar as mãos para então começar a experiência. Já sentado, se<br />
dá conta de que não há cardápio, pois o menu é surpresa... e realizado pelo<br />
chef Alain Retailleau, que sugere uma degustação de oito a 12 pratos por pessoa.<br />
Não precisava mais para despertar a curiosidade dos renomados críticos<br />
gastronômicos. As primeiras impressões estão superfavoráveis!
Gran dees ti lo<br />
<br />
Luxo x lixo<br />
Reconhecido O design com sucata do irreverente arquiteto mexicano Aurélio Martinez Flores<br />
por seu design de vanguarda, o arquiteto mexicano radicado<br />
no Brasil, Aurélio Martinez Flores, inova mais uma vez ao apresentar<br />
uma linha de móveis que explora a cultura pop e brinca com o universo reciclável.<br />
Desenvolvidas a partir de caixotes industriais, as banquetas são estofadas<br />
em seda pura; as poltronas de madeira nobre levam o acabamento de lonas de<br />
caminhão e a mesa de vidro fino tem base feita a partir de ripas de caixas de<br />
frutas. A nova coleção, encontrada na loja Firma Casa (www.firmacasa.com.br), em<br />
São Paulo, mistura matérias-primas nobres e materiais inusitados. Artigos reciclados<br />
e baratos dão o contraponto às criações cheias de estilo e personalidade.
Gran dees ti lo<br />
<br />
Enrole-se!<br />
Overão pede braços à mostra e nada mais sensual do que<br />
uma pulseira poderosa, que evidencie a beleza da mulher.<br />
Pensando nisso, a Natan, uma das marcas de jóias mais<br />
consagradas no Brasil, criou uma linha de cobras que está<br />
dando o que falar. Este bracelete é todo em prata 950 com<br />
banho de ródio e couro de arraia. Pode ser encontrado nas<br />
cores burgandy (vinho), navy (azul-marinho) e chocolate.<br />
Mais informações: www.natan.com.br<br />
<br />
<br />
<br />
Mundo<br />
encantado<br />
Quem entra no ateliê da artista plástica<br />
Calu Fontes, na Vila Madalena, em<br />
São Paulo, fica maravilhado com sua habilidade.<br />
Pinturas e decalques sobrepostos<br />
misturam orixás e deuses indianos, mandalas,<br />
flores, animais e referências marinhas<br />
que convidam a um universo mágico.<br />
São pratos, bijus, canecas, aparelhos de<br />
jantar e de chá, entre outros objetos que<br />
desfilam personalidade própria. “Cada peça<br />
é única, tem um processo diferente de<br />
criação. Arrisco, às vezes, sem saber no que<br />
vai dar, e muitos trabalhos acabam ganhando<br />
autonomia”, diz a artista.
Gran dees ti lo<br />
<br />
<br />
Jóias<br />
para ver e<br />
aprender<br />
<br />
Após cinco anos de sua edição na Europa,<br />
chega ao Brasil Krystallos (Editora<br />
Terra das Artes), primeiro livro de arte<br />
dedicado à joalheria nacional. São 83 jóias<br />
criadas por 16 designers renomados – entre<br />
eles Bialice Duarte, Yael Sonia, Miriam<br />
Mamber e Ruth Grieco. Marcelo Lopes (foto),<br />
diretor de arte do projeto, traz diversas propostas<br />
de interatividade sensorial, com<br />
páginas que sugerem superposições de<br />
prata e texturas semelhantes a de pedras<br />
verdadeiras. "A jóia-arte reflete a personalidade<br />
e deve enaltecer quem a usa e observa",<br />
explica Francine Adida, curadora<br />
do projeto. "A criatividade dos artistas brasileiros<br />
é muito grande e realmente foi uma<br />
tarefa bastante árdua selecionar 16 designers<br />
para esse livro", completa.<br />
Livro Brasil Krysta los propõe interatividade sensorial aos leitores
Gran dees ti lo<br />
<br />
170 anos de Tiffany<br />
Desde <br />
<br />
<br />
que a personagem de Audrey<br />
Hepburn parou em frente à joalheria<br />
Tiffany & Co, no filme Bonequinha de Luxo,<br />
o mundo nunca mais foi o mesmo.<br />
Pelo menos para as mulheres! Só que algumas<br />
delas não sabem que a história da<br />
grife vem de bem antes, ou melhor, de<br />
1837, quando Charles Lewis Tiffany e John<br />
Varanda com charme<br />
Com lojas em pontos descolados de São Paulo como a Alameda Gabriel Monteiro<br />
da Silva e o Shopping D & D, a Breton Actual tem em suas muitas linhas uma<br />
destinada especialmente para áreas externas. Trata-se de uma evolução que caracteriza<br />
o perfil contemporâneo da grife em oferecer ao cliente as tendências que ele<br />
procura, sem abrir mão da tradição e qualidade que levaram a Breton Actual ao patamar<br />
de uma das marcas mais conceituadas entre os profissionais da decoração. O<br />
principal objetivo é criar ambientes aconchegantes, confortáveis e cheios de estilo.<br />
A joalheria mais famosa do mundo comemora história de glamour e sucesso<br />
Design moderno<br />
e seletas pedras<br />
preciosas<br />
enlouquecem<br />
as mulheres<br />
B. Young inauguraram a Tiffany & Young,<br />
um empório de artigos de luxo e papelaria,<br />
localizada no número 259 da Broadway,<br />
em Nova York. Cada item era marcado<br />
com um selo de preço não negociável,<br />
uma política revolucionária que foi<br />
manchete em todo o país. E, de lá, para<br />
cá, a Tiffany & Co não pára de inovar.
Gran dees ti lo<br />
<br />
170 anos de Tiffany<br />
Desde <br />
<br />
<br />
que a personagem de Audrey<br />
Hepburn parou em frente à joalheria<br />
Tiffany & Co, no filme Bonequinha de Luxo,<br />
o mundo nunca mais foi o mesmo.<br />
Pelo menos para as mulheres! Só que algumas<br />
delas não sabem que a história da<br />
grife vem de bem antes, ou melhor, de<br />
1837, quando Charles Lewis Tiffany e John<br />
Varanda com charme<br />
Com lojas em pontos descolados de São Paulo como a Alameda Gabriel Monteiro<br />
da Silva e o Shopping D & D, a Breton Actual tem em suas muitas linhas uma<br />
destinada especialmente para áreas externas. Trata-se de uma evolução que caracteriza<br />
o perfil contemporâneo da grife em oferecer ao cliente as tendências que ele<br />
procura, sem abrir mão da tradição e qualidade que levaram a Breton Actual ao patamar<br />
de uma das marcas mais conceituadas entre os profissionais da decoração. O<br />
principal objetivo é criar ambientes aconchegantes, confortáveis e cheios de estilo.<br />
A joalheria mais famosa do mundo comemora história de glamour e sucesso<br />
Design moderno<br />
e seletas pedras<br />
preciosas<br />
enlouquecem<br />
as mulheres<br />
B. Young inauguraram a Tiffany & Young,<br />
um empório de artigos de luxo e papelaria,<br />
localizada no número 259 da Broadway,<br />
em Nova York. Cada item era marcado<br />
com um selo de preço não negociável,<br />
uma política revolucionária que foi<br />
manchete em todo o país. E, de lá, para<br />
cá, a Tiffany & Co não pára de inovar.
Peças cheias de estilo<br />
<br />
<br />
Banco<br />
moderno<br />
Para sentar e apreciar. Este banco,<br />
da Capri, é feito em tecido<br />
bordado e seu assento tem<br />
espuma revestida de poliuretano.<br />
Seus tons discretos permitem que<br />
ele combine com vários tipos de<br />
ambiente. É encontrado na<br />
Clássica Design, em São Paulo.<br />
R$ 3.670<br />
TEL.: (11) 6889-7500 - WWW.<br />
CLASSICADESIGN.COM.BR<br />
Um<br />
charme<br />
a mais<br />
Os formatos já são conhecidos e<br />
consagrados. Mas com essas estampas<br />
as poltronas ganham um toque de<br />
descontração. Podem compor com um<br />
ambiente sóbrio, com o detalhe de que<br />
são giratórias. Os tecidos são nobres e<br />
duráveis. Encontradas na Clássica<br />
Design, em São Paulo.<br />
R$ 5.670 (ESTAMPADA DE<br />
PRETO E BRANCO)<br />
R$ 2.600 (MOSTARDA E PRETO)<br />
TEL.: (11) 6889-7500 - WWW.CLASSICADESIGN.COM.BR
Imperial<br />
Não é à toa que este pendente<br />
chama-se Império. É só<br />
reparar na sua exuberância e<br />
desenho do século XVII.<br />
Construído através de dois<br />
cilindros concêntricos, cria<br />
um efeito ótico pela<br />
sobreposição dos desenhos e<br />
o brilho da lâmpada. Ideal<br />
para iluminação geral nas<br />
mais diversas situações.<br />
Encontrado na Dominici.<br />
R$ 2.430<br />
TEL.: (11) 3087-7788 (ALAMEDA GABRIEL<br />
MONTEIRO DA SILVA) E (11) 5105-8500<br />
(SHOPPING D&D) - WWW.DOMINICI.COM.BR<br />
Tulipas<br />
Nem todo tapete é igual. A prova são estas<br />
sofisticadas e alegres peças da By Kamy, de São<br />
Paulo. Confeccionadas em ponto fino com<br />
formato de tulipas, flores de raríssima beleza,<br />
conferem charme ao ambiente.<br />
R$ 1.500 (O METRO QUADRADO)<br />
TEL.: (11) 3081-1266 (ALAMEDA GABRIEL MONTEIRO DA SILVA) E<br />
(11) 3043-9166 (SHOPPING D&D) - WWW.TAPETES.COM<br />
Rosas em alta<br />
As flores, especialmente as rosas, ganham cada vez mais espaço nas louças e<br />
nos objetos de decoração. Este jogo de café da badalada loja Mickey, em São<br />
Paulo, é gracioso e com uma embalagem ótima para presente.<br />
R$ 22<br />
TEL.: (11) 3088-0577 (RUA OSCAR FREIRE); (11) 3666-2744 (SHOPPING PÁTIO HIGIENÓPOLIS); (11)<br />
3815-1195 (SHOPPING IGUATEMI); (11) 5181-3754 (MARKET PLACE SHOPPING CENTER).
Peças cheias de estilo<br />
De chita<br />
A chita está na moda e cria<br />
propostas incríveis. Já a base do<br />
banco é feita em madeira<br />
compensada, revestida com<br />
laminado impresso. Tem impressão<br />
digital em fórmica e corte<br />
computadorizado. Encontrado na<br />
Dpot, em São Paulo.<br />
R$ 2.344<br />
TEL.: (11) 3082-9513 (GABRIEL MONTEIRO DA<br />
SILVA) E (11) 3043-9159 (SHOPPING D&D)<br />
WWW.DPOT.COM.BR<br />
<br />
Fibras<br />
Suave<br />
movimento<br />
Com design de Cristiana Bertolucci,<br />
esta luminária de chão é definida<br />
como um passo de dança. Ela tem base em tripé<br />
de madeira freijó e cúpula de tecido xadrez ou<br />
com estampa que lembra uma escama de peixe. O<br />
fio elétrico em tecido e as varetas coladas<br />
assimetricamente em sua base dão a sensação de<br />
movimento. Tem 1,66 metro de altura e 55<br />
centímetros de diâmetro. Encontrada na<br />
Bertolucci, em São Paulo.<br />
R$ 1.925<br />
TEL.: (11) 3873- 2879 - WWW.BERTOLUCCI.COM.BR<br />
naturais Descolados<br />
O Empório Beraldin é<br />
especialista em fibras<br />
naturais e consagrou-se<br />
por oferecer coleções<br />
de extremo bom gosto.<br />
Esta luminária é feita<br />
em couro e organza.<br />
R$ 786<br />
TEL.: (11) 3030-3960 E (21)<br />
3206-7272 - WWW.BERALDIN.COM.BR<br />
<br />
Receber convidados com peças como<br />
estas faz toda a diferença. O bowl e o<br />
prato de sobremesa são de cerâmica e a<br />
estampa não poderia ser mais mimosa.<br />
Encontrados na loja Andréa Araújo, em<br />
São Paulo, na charmosa Rua Gabriel<br />
Monteiro da Silva, nos Jardins.<br />
R$ 389 (PREÇO DO<br />
CONJUNTO COM<br />
4 PEÇAS CADA UM)<br />
TEL.: (11) 3891-1965 / 3083-7687<br />
WWW.ANDREAARAUJO.COM.BR
Natureza<br />
Em tempos de sustentabilidade, nada mais elegante do que<br />
este jogo americano em formato de folha, feito de couro<br />
sintético. O tom do verde chama a atenção e faz toda a<br />
diferença! Encontrado na Andréa Araújo, em São Paulo.<br />
R$ 68 (JOGO AMERICANO)<br />
R$ 32 (PORTA-COPO)<br />
TEL.: (11) 3891-1965 / 3083-7687 - WWW.ANDREAARAUJO.COM.BR<br />
Psicodélica<br />
O design é moderno e a estampa leve. Esta poltrona<br />
criada por Flávia Pagotti Silva dá vida ao ambiente.<br />
É da grife Dpot, com lojas na Gabriel Monteiro da<br />
Silva e no Shopping D&D, ambas em São Paulo.<br />
R$ 3.984<br />
TEL.: (11) 3082-9513 (GABRIEL MONTEIRO DA SILVA) E<br />
(11) 3043-9159 (SHOPPING D&D) - WWW.DPOT.COM.BR<br />
Para todos<br />
os gostos<br />
O abajur normalmente segue o<br />
estilo da casa e de seu dono. Esse<br />
rosinha se encaixa no perfil de<br />
pessoas românticas. Já o vermelho<br />
e preto é ideal para os modernos.<br />
Ambos encontrados na Martha<br />
Candy, em São Paulo.<br />
R$ 96 (ROSA)<br />
R$ 844 (BASE<br />
VERMELHA)<br />
TEL.: (11) 3872-5544
Perfil
A<br />
NOTÁVEL<br />
pequena<br />
<br />
<br />
Com o longa Chega de Saudade, uma história tão envolvente e<br />
emocionante, que fez a platéia aplaudir em pé e dançar na sala de exibição,<br />
Laís Bodanzky conquista o coração do público no Festival de Brasília
Perfil<br />
Uma sala de cinema lotada. Espectadores<br />
com olhos atentos<br />
e emocionados. O filme acaba.<br />
Não para a platéia. Ao som de Chega de<br />
Saudade, de Tom Jobim e Vinicius de<br />
Moraes, enquanto a telona passa os créditos,<br />
casais apaixonados aos poucos se<br />
levantam e começam a dançar. A descrição<br />
acima parece cena de filme, mas<br />
não é. Aconteceu durante o Festival de<br />
Cinema de Brasília, em 25 de novembro,<br />
na exibição do filme Chega da Saudade,<br />
da diretora Laís Bodanzky. “Foi realmente<br />
algo muito forte e marcante. Difícil de<br />
explicar”, diz a cineasta.<br />
Apesar das manifestações explícitas<br />
do público – que aplaudiu incansavelmente<br />
o longa – o prêmio oficial de<br />
melhor filme ficou com o concorrente<br />
Cleópatra, de Júlio Bressane. A decisão<br />
provocou rebuliços. Vaias para o campeão<br />
e aplausos para a produção de<br />
Laís. Um dos jurados, que preferiu não<br />
se identificar, disse que a decisão não foi<br />
nada pacífica. Já o diretor do festival,<br />
Fernando Adolfo, acha normal que a<br />
decisão dos jurados não coincida com<br />
a do público “São critérios totalmente<br />
diferentes, o preferido normalmente é<br />
levado pela emoção”, diz. Ao agradar o<br />
cidadão comum, o longa arrebatou os<br />
prêmios de melhor filme pelo júri popular,<br />
melhor direção e roteiro. Laís não<br />
deixou por menos. Quando subiu ao<br />
palco para receber o troféu, alfinetou a<br />
crítica. “É natural que os críticos tenham<br />
um olhar diferente. Às vezes a opinião<br />
deles coincide com a do público e outras<br />
vezes não. Eu faço filmes mais sutis<br />
para me aproximar do espectador”, diz.<br />
<br />
<br />
A decisão trouxe repercussão na mídia, que exaltou o filme de<br />
Bodanzky. No dia seguinte da exibição as manchetes dos cadernos<br />
de cultura exibiam o sentimento que pairava na capital federal:<br />
“Chega de Saudade empolga Brasília”, “Chega de Saudade é aplaudido<br />
de pé em Brasília”, destaques dos jornais Folha de S.Paulo e O<br />
Globo. “É um festival importante, pois é um ponto de encontro e de<br />
discussão do meio cinematográfico. Ter estado lá e recebido esse reconhecimento<br />
foi uma vitória”, diz Laís. “Nós fomos os grandes vencedores”,<br />
endossa Stepan Nercessian, um dos atores do filme que assistiram<br />
à fita pela primeira vez ao lado do público brasiliense, naquele dia memorável.<br />
“Foi um choque positivo, ninguém ia embora da sala. Foi uma<br />
receptividade tão calorosa que me emocionei”, diz Nercessian.<br />
O filme ainda tem no elenco estrelas como Tônia Carrero, Leonardo<br />
Villar, Beth Faria, Cássia Kiss e, no núcleo jovem, Paulinho Vilhena e Maria<br />
Flor. Sem falar da cantora Elza Soares, uma das vozes responsáveis pela<br />
bela trilha sonora da trama. Laís não abre mão de escolher pessoalmente<br />
o elenco de suas produções e costuma selecioná-lo após uma longa conversa<br />
com os candidatos. “É preciso mais do que uma afinidade com o<br />
personagem. Escolho pessoas que vão trabalhar comigo, trocar, evoluir”, diz.<br />
Não precisa ser famoso. “Gosto de atores bons e inteligentes. Valorizo a minha<br />
equipe.” Stepan é um dos que atestam essa veia de união. “Ela gosta do ator.<br />
Tem diretor que se pudesse trabalharia com bonecos. Ela não. Ela se envolve<br />
e tem uma sensibilidade muito grande”, diz.<br />
A afinidade com os atores tem explicação na formação da diretora. Antes de<br />
embarcar no universo da direção cinematográfica, Laís pensou em ser atriz. Cursou<br />
teatro com Antunes Filho e lá descobriu sua verdadeira vocação. “Antunes fazia<br />
questão que todos participassem de todas as etapas de criação, da limpeza do<br />
palco à concepção do projeto”, afirma. Laís gostou da experiência e dentre todas as<br />
funções que encarou nas aulas de teatro, a direção foi a que mais a seduziu.<br />
A carreira de Laís não tem um único ponto de partida. Sua ligação com o cinema<br />
mistura-se com sua própria história de vida. Paulistana, filha do cineasta Jorge Bo-<br />
O cinema está na cabeça e<br />
na alma de Laís, que é só<br />
sorrisos com o novo filme
Perfil<br />
<br />
<br />
No set de filmagens é Laís<br />
quem manda. Sem perder<br />
o humor, ela dirige a<br />
cantora Elza Soares<br />
(acima) e a atriz Maria Flor<br />
(à dir.) em Chega de<br />
Saudade
danzky, ela acompanhou desde muito cedo o dia-a-dia dos sets de filmagem. Quando<br />
começou a cursar cinema, na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), percebeu<br />
que muitos dos colegas estavam ali apenas porque gostavam de assistir a filmes, mas<br />
desconheciam o universo do cinema. Já Laís, como boa observadora, prestava mais<br />
atenção no que ocorria atrás das câmeras. E saiu dali com a certeza de que queria<br />
ganhar a vida com a sétima arte. Seu primeiro trabalho profissional foi o curta-metragem<br />
Cartão Vermelho, que aborda o universo do futebol. Logo na estréia, a produção<br />
recebeu vários prêmios no Brasil e exterior. Depois vieram alguns trabalhos em vídeo,<br />
como clipes e documentários, até estourar com o longa Bicho de Sete Cabeças, que<br />
conta a vida de um jovem que é internado pelos pais em um manicômio após ser<br />
pego com um cigarro de maconha. O filme, baseado no livro Canto dos Malditos, de<br />
Austregésilo Carrano Bueno, além de tratar da questão da drogas, faz uma crítica severa<br />
sobre a realidade das instituições psiquiátricas do país.<br />
O sucesso de Laís vem da coragem e da personalidade da diretora. A parceria bemsucedida<br />
com o marido Luiz Bolognesi, roteirista de seus dois longas e pai de suas<br />
duas filhas, também é fundamental para o resultado de suas produções. A união que<br />
já dura 12 anos é um importante alicerce para o cinema da dupla. Juntos, Laís e Bolognesi<br />
demonstram afinidade e talento. Laís não gosta muito de falar de sua vida<br />
pessoal, preserva ao máximo a família e o casamento. Luiz é mais descontraído. “Quando<br />
estamos no processo criativo nosso relacionamento amoroso é ainda mais fortalecido.<br />
Mas quando vem a parte burocrática, as brigas vêm junto”, diz. O que ele mais<br />
admira na companheira é sua qualidade crítica. “Ela tem um olhar muito exigente. Às<br />
vezes o roteiro já está aprovado em todas as estâncias e ela ainda diz que não está<br />
bom. Acho isso ótimo”, conta Bolognesi. “Nos conhecemos trabalhando. É uma parceria<br />
que dá certo, estamos sempre somando”, diz Laís. Para que o casal pudesse<br />
realizar o sonho de fazer um cinema 100% autoral, sem interferências indigestas, os<br />
dois criaram a produtora Buriti Filmes. “É ilusão achar que é fácil fazer cinema. Não<br />
dá para ser só artista, temos de colocar a mão na massa”, afirma a diretora.<br />
A parceria entre o casal rendeu outro projeto. Cuidado carinhosamente pelos<br />
dois, o Cine Tela Brasil é um cinema itinerante, que percorre o interior e as periferias<br />
do país, levando produções a um público que não tem acesso a esse tipo de entretenimento.<br />
Inicialmente, a idéia surgiu da falta de espaços para exibir as produções<br />
próprias. Nessa empreitada, acabaram descobrindo esse déficit cultural<br />
no Brasil e resolveram mudar a realidade. O projeto começou no estado de São<br />
Paulo. Laís e Bolognesi rasparam as economias da poupança, compraram uma<br />
câmera e passaram a registrar a peregrinação pelas cidades em que exibiam<br />
os filmes. Na época, no início de 2000, o projeto recebeu o título de Cine<br />
Mambembe. Das exibições pelo interior do estado e com os registros feitos<br />
com a câmera do casal, nasceu o documentário Cine Mambembe – O Cinema<br />
Descobre o Brasil, que ganhou oito premiações. O sucesso alçou o<br />
projeto a outro patamar. Hoje, o Cine Tela Brasil percorre todo o país e<br />
possui uma estrutura impressionante. No início era apenas uma tela, um<br />
projetor e uma tenda para abrigar os<br />
espectadores. Agora é uma verdadeira<br />
sala de cinema que viaja para os mais<br />
longínquos e inusitados destinos. São<br />
225 cadeiras, projeção 35 milímetros,<br />
som surround e ar-condicionado. E o<br />
que é melhor: é de graça.<br />
“Fico assustada com as estatísticas<br />
que mostram que apenas 8% dos municípios<br />
brasileiros possuem cinema”, diz<br />
a diretora. As atrações são sempre filmes<br />
nacionais e as exibições costumam ser<br />
recheadas de emoção. Os pais da idéia<br />
fazem questão de acompanhar o cinema<br />
móvel sempre que possível. No final<br />
da sessão eles perguntam à platéia quem<br />
está ali pela primeira vez. Normalmente,<br />
mais da metade do público levanta a<br />
mão. “É algo gratificante saber que estamos<br />
disseminando o cinema”, diz Laís.<br />
Apesar do sucesso no meio cinematográfico,<br />
Laís passa despercebida para<br />
o grande público. O tom de voz baixo, o<br />
jeito tranqüilo de falar, a altura mediana<br />
e o tipo mignon não chamam a atenção<br />
num primeiro momento. Ela mesma implica<br />
com suas características físicas.<br />
“Acho que não correspondo ao estereótipo<br />
de um diretor. Às vezes as pessoas<br />
ficam meio decepcionadas com minha<br />
aparente fraqueza”, conta. No entanto, o<br />
1,66 metro e os 53 quilos de Laís não<br />
interferem no comando dela em um set<br />
de gravação. No momento da ação a<br />
diretora é quem manda. Certa vez, no set<br />
de Bicho de Sete Cabeças, o ator Othon<br />
Bastos, pai do protagonista Rodrigo Santoro<br />
no longa, resolveu reagir a uma<br />
cena, dizendo que não concordava com<br />
ela. Laís, segura do que estava fazendo,<br />
rebateu. “Você não gosta? Mas vai fazer.”<br />
Othon acabou levando o Grande Prêmio
Perfil<br />
<br />
<br />
"Sempre gostei de dançar. O próprio<br />
salão de dança é um personagem"
BR de Cinema Brasileiro de melhor ator<br />
coadjuvante. “A Laís tem uma segurança<br />
incrível. Sabe o que quer e ao mesmo<br />
tempo está aberta a contribuição de<br />
todos. É sensível e exigente quando precisa<br />
ser”, diz o ator Rodrigo Santoro. Aliás,<br />
foi justamente a visão em reconhecer<br />
talentos que fez com que a diretora o<br />
chamasse para o papel central de seu<br />
primeiro filme. “O Paulo Autran me deu<br />
a dica que o Rodrigo tinha muito talento”,<br />
conta Laís. Palavra de mestre não se<br />
contesta. O trabalho incansável de Laís<br />
e Rodrigo para construir o personagem<br />
rendeu bons frutos. Para Laís, a consolidação<br />
e o reconhecimento como diretora.<br />
Para Santoro, a projeção no<br />
universo cinematográfico. “A Laís foi<br />
uma peça fundamental na minha formação<br />
como ator. Vai morar sempre no<br />
meu coração”, conta Santoro, hoje astro<br />
de Hollywood.<br />
Mais de sete anos depois da estréia<br />
de Bicho de Sete Cabeças, Laís ainda é<br />
reconhecida pelo longa. Mas isso não<br />
a incomoda. “Acho que um filme puxa<br />
o outro. São todos irmãos”, diverte-se. O<br />
elenco e a equipe de produção também<br />
são como uma família para a diretora.<br />
Não há como manter uma relação<br />
de amizade próxima com todos, até<br />
porque a agenda de trabalho dos artistas<br />
complicada requer muito deslocamento.<br />
Apesar disso, ela não esquece de<br />
seus companheiros de trabalho. “Não<br />
tem como esquecer. Vamos sempre ter<br />
uma ligação, aquela memória de um<br />
momento de cumplicidade que é fazer<br />
um filme”, diz. Santoro concorda: “Ape-<br />
Laís valoriza o trabalho em equipe. Acima, concentrada na<br />
cena, ao lado do diretor de arte Marcos Pedroso<br />
sar da distância, Laís é uma grande amiga”, diz. Outro importante parceiro de Laís, já<br />
que ela foca seu trabalho no ator, é Sérgio Penna, preparador de atores, que estreou<br />
no cinema com o Bicho de Sete Cabeças e está em Chega de Saudade. “A Laís consegue<br />
encontrar equilíbrio entre emoção e lucidez o que ajuda muito na condução de<br />
todo o processo”, diz Penna.<br />
Os temas das produções de Laís num primeiro momento parecem não ter nenhuma ligação<br />
entre si. O que não é verdade. A inspiração para a cineasta vem do coração. “Não tenho<br />
uma fórmula. Sou movida à emoção.” Em Chega de Saudade o tema central é o universo<br />
dos bailes. “Eu sempre gostei de dançar e me encantei com o ambiente”, diz. Laís e Bolognesi<br />
percorreram os salões de dança de São Paulo, recolheram histórias, conheceram pessoas<br />
e descobriram inúmeros personagens. “O próprio salão de dança é um personagem<br />
do filme”, diz. Quando foi exibido em Brasília, alguns críticos descreveram a história como<br />
sendo da terceira idade. A diretora discorda. “Nós falamos sim da passagem do tempo, mas<br />
é possível que pessoas jovens se identifiquem com os casais mais velhos da trama, por<br />
exemplo. É algo mais abrangente.” O filme se passa num único baile, mas tem uma série de<br />
tramas que ocorrem em torno dele. Há muita libido, sensualidade e alegria. Mas também<br />
momentos de decepção, traição e melancolia. Além da fascinação que o universo dos salões<br />
de dança provocou, a diretora teve influência do longa O Jantar, de Ettore Scola, um dos<br />
mais importantes cineastas italianos e o preferido de Laís. “Todo mundo acha que o filme O<br />
Baile, de Scola, foi minha inspiração, mas o filme O Jantar também dele foi quem me trouxe<br />
elementos de cena fortes e marcantes.”<br />
Amante da sétima arte, mais do que uma criadora e disseminadora do cinema,<br />
Laís admira as produções de diversos colegas. O destaque vai para o filme Cinema,<br />
Aspirinas e Urubus, de Marcelo Gomes. “Quando assisti pensei: como queria ter feito<br />
esse filme”, diz. E ela também se encanta com os detalhes das produções que vê. O<br />
beijo mais bonito? O protagonizado por Clark Gable e Vivien Leigh em E o Vento Levou.<br />
“É um beijo clássico. Aquele ar de madrugada com o sol nascendo, uma cor linda. Ele<br />
tem um contexto lindo. É de fato um beijo cinematográfico.”<br />
No momento, Laís está integralmente dedicada ao lançamento de Chega de Saudade,<br />
que estréia em março de 2008 em todo o Brasil. São os bons ventos que sopram a favor<br />
do cinema brasileiro. “Temos uma política cinematográfica madura, com um leque<br />
amplo”, diz. Apesar disso, ela lamenta a crise vivida pelas salas de exibição. “É uma crise<br />
mundial, cada vez menos pessoas vão assistir a filmes no cinema”, afirma. O organizador<br />
do Festival de Brasília aposta que produções como as de Laís podem resgatar o interesse<br />
das pessoas. “O filme é arrebatador, indiscutivelmente, conduzido com maestria invejável<br />
e visando um público tão carente e merecedor de voltar às salas de cinema”,<br />
diz Adolfo. Se depender do sucesso e dos ecos dos aplausos vindos de Brasília,<br />
Chega de Saudade promete contrariar essa tendência. E a diretora avisa: “É um<br />
filme para todas as idades”.
Lançamento da Bang & Olufsen,<br />
a televisão Beo Vision 9 alia um<br />
designer arrojado e moderno<br />
com o melhor da tecnologia de<br />
última geração. A BeoVision 9<br />
possui um controle de áudio e<br />
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a tela de plasma e um<br />
projetor externo. A tela em alta<br />
definição, com alto-falantes característicos<br />
da marca, oferecem<br />
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moderna tecnologia com um visual clássico e até legendário.<br />
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a conexão com iPod. Assim estão garantidas horas<br />
e horas com sua própria seleção de músicas. Para dar<br />
ainda mais charme a esse moderno jukebox, ele tem<br />
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32 cm da largura e pesa 6 quilos, seu designer ousado e<br />
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aparelho celular oferecer<br />
ao consumidor melhor.<br />
Disso ninguém duvida.<br />
Só que a Motorola resolveu<br />
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lançamento, o RAZR2, agrega<br />
também um design especial. Banhado<br />
em ouro 18 quilates e revestido com<br />
textura de pele de cobra, o modelo é um<br />
verdadeiro ícone de luxo. Além da beleza<br />
externa, o RAZR2 é rico em funcionalidades.<br />
Seu display externo colorido, com controle de<br />
músicas sensíveis ao toque, identificador de chamadas<br />
com imagem e câmera de 2 megapixels são<br />
alguns dos destaques deste aparelho. A música também<br />
tem espaço especial. O RAZR2 possui capacidade<br />
para armazenar até 2 gigabytes, com espaço para mais de<br />
mil músicas. Disponível em preto metalizado, o modelo que<br />
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de fibra de carbono e cristal de safira. Já o T-Touch Diamonds<br />
Danica Patrick, inspirado na única mulher que compete na Fórmula<br />
Indy, possui pulseira de couro branco, caixa de titânio<br />
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Pon to de fu ga<br />
Brasil<br />
Encravada no Vale do Paraíba, em São Paulo, a pequena<br />
cidade de São Luiz do Paraitinga pulsa. Seus moradores<br />
têm uma causa: resgatar a cultura popular da região e<br />
do Brasil. E o que é melhor, tudo é feito com muita festa<br />
Manifesto caipira
Igreja da Matriz<br />
na praça central:<br />
palco das festas<br />
folclóricas e<br />
musicais da cidade
Pon to de fu ga<br />
Brasil
Benedito nunca se esqueceu do dia<br />
em que seu pai o colocou no lombo<br />
do cavalo e os dois partiram morro<br />
acima para ir buscar lenha. Era uma<br />
sexta-feira do mês de agosto, o que<br />
deixou o menino, com 7 anos na época,<br />
um pouco receoso. Ele cresceu<br />
ouvindo dos mais velhos que esse era<br />
o dia em que o lobisomem aparecia.<br />
Mas por nada desse mundo ia perder<br />
a chance de acompanhar o pai na<br />
“aventura”. Quando chegaram no topo<br />
da montanha o pai apeou o animal<br />
num pé de guaramim – árvore de madeira<br />
roxa de primeira qualidade, não<br />
faz fumaça nem dá cinza –, deixou o<br />
filho sentado num toco de madeira e<br />
embrenhou-se no mato para cortar<br />
lenha. De repente Benedito ouviu um<br />
barulho, que chegava cada vez mais<br />
perto. Não demorou e um moleque<br />
escurinho com cara pintada de vermelho<br />
saltou na sua frente e começou a<br />
rodeá-lo que nem um sagüi atrevido. O<br />
pequeno Benedito entrou na brincadeira<br />
e acabou se perdendo. O pai só<br />
o encontrou meia hora depois. Benedito,<br />
danado, sabia que se voltasse antes<br />
disso ia tomar uma surra. Depois de<br />
meia hora, conta Ditão, como é conhecido<br />
hoje, ficam com dó da gente. Chegou<br />
em casa com o olho arregalado. O<br />
Na Festa do Divino, a mais famosa da cidade, as<br />
crianças vestem-se de anjinho (na pág. ao lado). No famoso<br />
Carnaval das marchinhas, a brincadeira é na rua<br />
pai disse para a mulher que o menino não disse palavra até chegar em casa.<br />
A mãe não estava na mata, mas sabia exatamente o que aconteceu com o<br />
filho. “Ele viu o Saci”, afirmou com convicção. Ela sabia do que estava falando,<br />
viveu a mesma experiência quando pequena.<br />
Ditão é um cidadão luizense. Nasceu há 52 anos em São Luiz do Paraitinga,<br />
cidadezinha a 170 quilômetros da capital paulista, cravada no pé da Serra do<br />
Mar, no caminho para Ubatuba, litoral norte de São Paulo. As lendas, o folclore,<br />
a música regional, a comida típica, a natureza privilegiada da Mata Atlântica<br />
com seus rios de pedra e cachoeiras – perfeitos para a prática de esportes de<br />
aventura – e as festas religiosas fazem parte do universo dos pouco mais de<br />
10 mil moradores desse pequeno povoado. Tanta diversidade cultural acabou<br />
rendendo a São Luiz do Paraitinga – ao lado de cidades vizinhas do Vale do<br />
Paraíba – o posto de último reduto genuinamente caipira do país. Se o título<br />
é ou não é legítimo, não tem a menor importância. O que vale mesmo é que<br />
a cultura caipira está viva em todos os cantos dessa charmosa cidade, tombada<br />
pelo patrimônio histórico nacional pelo conjunto arquitetônico colonial,<br />
erguido numa época em que o café valia mais do que ouro no Brasil.<br />
São Luiz mantém cuidadosamente preservados os casarões coloridos com<br />
suas portas e janelas pomposas, ruas de pedras e a pracinha com um charmoso<br />
coreto. Até aí, nada demais. Muitos municípios brasileiros ainda preservam<br />
ícones dos tempos em que o melhor programa de domingo era ir à pracinha<br />
com os amigos para paquerar as moças que passeavam de lá para cá com<br />
seus melhores vestidos. O diferencial de São Luiz do Paraitinga é que isso tudo<br />
continua acontecendo por lá, com pequenas adaptações. Vá lá que os vestidos<br />
deram lugar às calças de cintura baixa e às miniblusas que deixam a barriguinha<br />
das moças à mostra. Mas a nostalgia dos tempos idos ainda está no ar. Ali,<br />
tradição e modernidade andam de mãos dadas.<br />
O coreto da Praça da Matriz é o palco de músicos locais, violeiros de<br />
primeira categoria, e convidados que cantam modas inspiradas em costumes<br />
e lendas da região. São Luiz é pulsante. “Aqui temos festa 365 dias por<br />
ano”, diz Dona Cinira dos Santos, a primeira-dama da cidade. Não é exagero,<br />
afinal, para os católicos cada dia é dia de um santo. E a animação dos
Pon to de fu ga<br />
luizenses não deixa nenhum deles<br />
sem homenagem.<br />
Dona Cinira é viúva do músico Elpídio<br />
dos Santos, a maior expressão<br />
musical de São Luiz, e matriarca de<br />
uma família de músicos. É uma das<br />
mais atuantes defensoras da preservação<br />
histórica e cultural da cidade<br />
e do acervo do marido. Seu entusiasmo<br />
foi fundamental para a conquista<br />
do tombamento da cidade e da elevação<br />
do município à categoria de<br />
Estância Turística, em 2002. Isso garante<br />
uma verba adicional do Estado à<br />
cidade, que os luizenses sabem como<br />
<br />
Brasil<br />
Mascarados acompanham a<br />
cavalhada na Festa do Divino<br />
<br />
fazer render. Além da restauração do casario colonial e da pavimentação<br />
das ruas com o piso original de pedra, um rico calendário de atividades<br />
culturais e folclóricas atrai milhares de turistas ao local o ano todo. São Luiz<br />
entrou definitivamente na agenda cultural de São Paulo. No fim de novembro,<br />
por exemplo, a cidade sediou a 1ª Semana da Canção Brasileira, evento<br />
que colocou a música nacional em pauta, com palestras, debates e um<br />
festival de canções inéditas. “A musicalidade do luizense torna a cidade um<br />
cenário natural para o evento”, diz Galvão Frade, secretário de Cultura local.<br />
Contou com o prestígio de profissionais de peso ligados à música nacional,<br />
como os compositores Arnaldo Antunes, Luiz Tatit, Chico César, Fabiana<br />
Cozza, educadores, instrumentistas e até o secretário estadual de Cultura de<br />
São Paulo, João Sayad. E da dona Cinira, é claro, cheia de orgulho da sua<br />
cidade e dos seus conterrâneos, que tem como personalidades o médico e<br />
sanitarista Oswaldo Cruz e o geógrafo Aziz Ab´Sáber.<br />
O compositor e maestro Elpídio dos Santos, autor de mais de mil músicas,
Típico morador da zona rural do Vale do Paraíba, Ditão, o contador de estórias da cidade, jura que viu o Saci na infância<br />
Axé não tem vez em São Luiz. Lá o<br />
Carnaval é embalado a marchinhas<br />
sem dúvida, fez escola. Produziu peças<br />
de marchinhas, serestas, coral, fanfarra<br />
e embalou 25 filmes de Mazzaropi. Era<br />
o músico preferido do cineasta. A amizade<br />
entre os dois nasceu ao acaso.<br />
Certo dia, Mazzaropi passava pela cidade<br />
com seu circo, na época ainda não<br />
fazia cinema, e foi acometido com uma<br />
chuva torrencial. Sensibilizado com a<br />
situação da trupe, Elpídio deu abrigo a<br />
todos. Os dois tornaram-se amigos e<br />
parceiros por muitos anos. Os sete filhos<br />
de Elpídio cresceram nesse ambiente<br />
musical. Cinco deles, com outros músicos<br />
da cidade, criaram o grupo Paranga,<br />
no fim dos anos 70. Não poderia ser<br />
diferente. O Paranga está aí até hoje e<br />
realiza importante trabalho de preser-<br />
vação e divulgação da produção musical do Vale do Paraíba.<br />
A música está no DNA dos luizenses. Muitos sonham em fazer parte da<br />
banda da cidade, outros em seguir seu próprio caminho. Seja qual for a<br />
escolha, a inspiração vem do berço. Aprendem a cantar desde cedo as<br />
marchinhas que caracterizam o Carnaval da cidade. Em São Luiz, axés,<br />
pagodes e os ritmos comerciais que tomaram conta da maior festa popular<br />
brasileira não têm vez. Essa é uma das regras do Carnaval de São Luiz, um<br />
dos mandamentos da festa. Os blocos de Carnaval e as bandas que se revezam<br />
no coreto garantem diversão para quem gosta de brincar como nos<br />
primórdios do Carnaval. E são muitos entusiastas. O número de pessoas<br />
cresce até quatro vezes durante o evento.<br />
O bloco de Carnaval mais famoso do pedaço é o do Juca Teles, que<br />
coloca 50 bonecos gigantes na rua. O artista responsável pela epopéia é<br />
Benito Campos. Natural da terra, Campos trabalhou na Receita Federal<br />
em Taubaté, cidade vizinha a São Luiz, até se cansar da vida burocrática.<br />
Voltou para casa e ajudou a ressuscitar o bloco do carnavalesco mais<br />
animado da cidade. Em sua oficina cria dezenas de bonecos feitos de<br />
sucata, arame, papelão, fita adesiva, todos cobertos com muitos metros de
Pon to de fu ga<br />
chita colorida. Juca Teles era um sujeito hospitaleiro. Benito Campos assumiu<br />
o posto de anfitrião e mantém a tradição de servir café-da-manhã<br />
aos foliões. Um preaquecimento antes de tomarem as ruas com suas cartolas<br />
(homem) e tiaras (mulheres). “O cardápio tem queijo produzido na<br />
região e café. Quem não gosta de café pode tomar pinga, assim já entra<br />
logo no ritmo da festa”, brinca Benito.<br />
Outra festa tradicional da cidade é a do Saci, uma reação ao Halloween,<br />
tradição anglo-saxônica que definitivamente não tem lugar por aquelas<br />
bandas. “Raloim? Só se for com carne-seca.” Esse é o lema da cidade. A<br />
festa é realizada em 31 de outubro, mesma data do Dia das Bruxas. Na<br />
ocasião, além das homenagens ao Saci, o protetor das matas e brincalhão<br />
por natureza, contadores de história reúnem-se na praça para divertir as<br />
crianças com as histórias de Curupira, Iara, Boto, Cuca, Boitatá e muitos<br />
outros personagens do folclore nacional. Os eventos atraem turistas e a<br />
imprensa do país e do exterior. Ditão é um contador de histórias. Ele já<br />
trabalhou na fabricante de aviões Embraer, fazendo banco de co-pilotos,<br />
mas é como contador de causos, escritor e compositor de marchinhas de<br />
Carnaval que ele se sente à vontade. Ditão mora num sítio a poucos quilômetros<br />
da cidade, perto de onde viu o Saci quando criança. Estudou pouco,<br />
mas teve um mestre muito especial. “A natureza foi a melhor escola que<br />
tive. Ela me ensinou a respeitar a água, as plantas, os animais e, é claro, os<br />
mitos do folclore brasileiro”, diz Ditão. São esses elementos que conduzem<br />
sua vida. Sabe aquele sujeito que sabe que vai chover só pela direção dos<br />
<br />
Brasil<br />
<br />
ventos? Ditão é assim. É também<br />
membro da Sociedade dos Observadores<br />
de Saci (Sosaci), criada em<br />
2003 por um grupo de intelectuais e<br />
gente da terra preocupada em resgatar<br />
os personagens da mitologia brasileira.<br />
“A idéia é mostrar que os nossos<br />
mitos são tão ou mais interessantes<br />
que os exportados de terras distantes”,<br />
diz Jô Amado, presidente da<br />
Sosaci. Amado rendeu-se aos encantos<br />
de São Luiz e hoje vive por lá.<br />
Os luizenses são mesmo sedutores.<br />
Têm o olhar desconfiado, típico das<br />
pessoas que vivem no interior, mas<br />
ao primeiro dedo de prosa abrem um<br />
sorriso e quando menos se espera<br />
você já está dentro da casa deles tomando<br />
café com bolo de fubá, biscoito<br />
de polvilho e outros quitutes<br />
da região. O sotaque carregado de<br />
“erres” e as palavras ditas de forma<br />
abafada fazem com que o visitante<br />
Crianças participam da<br />
Festa de São Luiz de Tolosa,<br />
padroeiro da cidade. Acima,<br />
a premiada cachaça Mato<br />
Dentro, produzida na região
A cavalhada é uma representação da batalha eqüestre, representando a luta entre mouros e cristãos<br />
perca trechos da conversa. O jeito é<br />
contentar-se com o contexto da prosa.<br />
E haja prosa, causos e lendas que<br />
são passadas de pai para filho. Muitas<br />
de cunho religioso que culminam<br />
em festa, é claro. A maior delas é a<br />
Festa do Divino, que desde o começo<br />
do século 19 comemora a descida do<br />
Divino Espírito Santo durante uma<br />
semana. O evento apresenta danças<br />
folclóricas – congadas, moçambiques<br />
– procissões e a famosa cavalhada<br />
(batalha eqüestre representando<br />
a luta entre mouros e cristãos).<br />
Durante o ano inteiro o festeiro, es-<br />
colhido pelo padre, e seu bando percorrem a zona rural do Vale do Paraíba<br />
para arrecadar prendas (novilho, gado), que são à base do tradicional<br />
afogado, refogado de carne servido com farinha de mandioca e<br />
arroz, oferecido gratuitamente à população. As crianças recebem doces<br />
e se divertem com brincadeiras de outros tempos, corrida de ovo, corrida<br />
de saco, dança de fitas e pau-de-sebo.<br />
Os luizenses são muito devotos. Há dezenas de igrejas espalhadas pelo<br />
pequeno município. Algumas muito antigas, a Capela Nossa Senhora das<br />
Mercês é do século XVIII e mantém as características da época das construções<br />
de taipa, os sinos originais, o altar de madeira e teto com pintura<br />
da época. Mas a devoção em São Luiz é diferente da de outros lugares. Os<br />
fiéis de lá são alegres, sempre buscam um motivo para comemorar. Como<br />
toda festa pede boa música e bebida, o luizense escolheu a “marvada”<br />
para se divertir. E como se bebe por aquelas bandas! Também, a região é<br />
conhecida pelas saborosas cachaças artesanais.
Pon to de fu ga<br />
"Aqui temos festa<br />
365 dias por ano"<br />
Dona Cinira,primeira-dama da cidade
Os adultos apresentam a famosa cavalhada na Festa do Divino fantasiados a caráter<br />
A mais famosa é a Mato Dentro,<br />
listada entre as melhores do Brasil<br />
por veículos especializados. À frente<br />
do negócio está o advogado Rômulo<br />
Cembranelli. Com um sítio localizado<br />
no bairro que deu origem à marca,<br />
por muitos anos o lugar era o refúgio<br />
de Rômulo e sua família nos<br />
fins de semana. Quando se aposentou,<br />
decidiu estabelecer-se por ali.<br />
Tentou criar gado leiteiro, mas deu<br />
muito trabalho. Foi então que um sujeito<br />
da região fez uma proposta inusitada<br />
para Cembranelli. Trocar o<br />
gado por equipamentos para fabricação<br />
de cachaça. Cembranelli aceitou<br />
a oferta e emergiu no mundo dos<br />
alambiques. Aprendeu os segredos para a produção de uma cachaça de<br />
primeira linha. A primeira lição: “Não pensar em quantidade, mas em<br />
qualidade”, ensina. A produção da Mato Dentro é de 4 mil litros por mês,<br />
sendo que quase metade desse volume vai para a exportação. Portugal,<br />
Espanha e Estados Unidos já provaram, e aprovaram, a bebida. A escolha<br />
da matéria-prima é fundamental. A cana-de-açúcar e o milho para fermentação<br />
não levam agrotóxicos e a água vem da montanha. Depois de<br />
descansar por seis meses nos tonéis, a Mato Dentro está pronta para o<br />
consumo. Curiosamente, Cembranelli não bebe: “Só molho o dedinho pra<br />
ver se está boa”. Em compensação sente um orgulho enorme de mostrar<br />
aos visitantes os prêmios e certificados de qualidade conquistados pela<br />
Mato Dentro. Dá pra ganhar dinheiro com o negócio? “Dá para se equilibrar<br />
e isso já está bom demais”, diz Cembranelli.<br />
Esse é o espírito do luizense. Parece que ali a felicidade está nas pequenas<br />
coisas. E isso contagia. Depois de conviver um pouco com a simplicidade, o<br />
talento e a hospitalidade dos luizenses, saímos de lá com a alma lavada. Com<br />
a sensação de que quem vive na cidade grande complica demais a vida.
"<br />
SaladeEstar<br />
Defendo o<br />
torcedor"<br />
O técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, é destemido. Critica a CBF, a corrupção na
política e conta como conseguiu ser campeão com um time sem craques
SaladeEstar<br />
rinta de novembro de<br />
2007. Chego ao centro<br />
de treinamen- to do São Paulo Futebol<br />
Clube, no bairro da Barra Funda, com<br />
uma missão difícil: entrevistar o técnico<br />
Muricy Ramalho no último dia de trabalho<br />
da equipe campeã brasileira. Confesso,<br />
deu um friozinho na barriga.<br />
Acompanho as entrevistas do Muricy e<br />
sei que ele é um homem de personalidade.<br />
Não tem paciên-cia para perguntas<br />
“bobas”. Muricy é sério. Seus jogadores<br />
sabem bem disso. A sexta-feira estava<br />
ensolarada. Alguns atletas cobravam faltas,<br />
descontraídos, quando Muricy reagiu<br />
em altos brados: “Vocês estão quase de<br />
férias e ainda não sabem como se faz?”<br />
Arrumou o posicionamento dos jogadores<br />
e mandou chutar: gol.<br />
Muricy faz valer a fama de rabugento<br />
e de não ter papas na língua. Por<br />
isso fui atrás dele. É difícil no meio<br />
esportivo encontrar alguém que não<br />
tem medo de falar o que pensa. Ele<br />
não tem. E ganha títulos. Lembra o<br />
obcecado Bernardinho do vôlei ou o<br />
inesquecível Telê Santana, o maior<br />
ídolo da torcida tricolor. Coincidência?<br />
Não, Muricy é pupilo do mestre.<br />
Telê foi técnico do meio-campista<br />
Muricy e o escolheu para sucedê-lo.<br />
Tarefa árdua: Telê ganhou duas Libertadores<br />
e dois títulos mundiais para o<br />
São Paulo. Telê tinha comando e olho<br />
clínico para revelar jogadores. Muricy<br />
tem o mesmo perfil. Projetou Kaká,<br />
ainda garoto. Agora é craque do Milan<br />
e o jogador do momento.<br />
Hoje, Muricy é considerado por muitos<br />
o melhor técnico do Brasil. Ele se<br />
define como um técnico moderno, um<br />
misto de treinador e empresário. Sabe<br />
que um treinador tem que dar retorno<br />
<br />
<br />
ao clube. E faz a lição de casa. Há seis meses revelou o menino Breno. Na época, o talentoso<br />
zagueiro valia zero, hoje vale US$ 18 milhões. A competência de Muricy chamou<br />
a atenção da CBF na troca de comando da seleção brasileira. Ainda não foi desta vez.<br />
Se um dia assumir a seleção promete um futebol capaz de reanimar a torcida canarinha.<br />
“Dá pra ter futebol arte com resultado”, garante. Mas o cargo mais almejado por qualquer<br />
treinador do planeta tem seu preço. Muricy estaria disposto a pagar? Sobre o fracasso<br />
da Copa da Alemanha ele é taxativo. “Aquilo lá foi uma festa. Ganharam muito dinheiro,<br />
mas vê se o povo está feliz? O povo quer ganhar.” Muricy é assim. Quem quiser que<br />
compre. E também sabe ser muito gentil. Na saída do treino, ele veio do campo em<br />
minha direção. Me apresentei. Disse que não era da imprensa esportiva mas queria uma<br />
entrevista, de pelo menos uma hora. Sabia que sua agenda estava lotada. Além disso,<br />
Muricy comemorava 52 anos naquele dia. Ele pensou, pensou... “Se você esperar eu<br />
atender todo mundo, falo com você”, disse. Conversamos durante duas horas. E parece<br />
que o tempo nem passou.<br />
Você teve mais reconhecimento como campeão pelo São Paulo do que quando foi<br />
campeão pelo São Caetano. É mais difícil ser campeão com o São Paulo ou com<br />
o São Caetano?<br />
Os dois têm dificuldades muito grandes. No São Caetano não tem pressão para ser campeão,<br />
não tem grande torcida. Pensam exclusivamente em negócios. Por outro lado, não<br />
têm nenhuma estrutura, não tinha nem campo pra treinar lá. No São Paulo a dificuldade<br />
é a de time grande. Tem muita gente que pensa diferente, tem sua vaidade, preferência.<br />
Você é considerado por muitos hoje o melhor técnico do Brasil. O que é preciso<br />
para ser um bom técnico?<br />
Sou valorizado no meio do futebol, recebo convite a toda hora pra ganhar muito mais<br />
do que no São Paulo. Isso porque dou título e dinheiro para o clube. Tenho facilidade<br />
de revelar jogadores. Há seis meses tínhamos um jogador que valia zero e hoje ele vale<br />
US$ 18 milhões, que é o Breno (zagueiro). No Internacional idem, Rafael Sobis, Edinho,<br />
Nilmar. Vejo futebol como técnico e como empresa.<br />
E no trato com os jogadores?<br />
Tem clube que a estrutura é pouca, você não recebe em dia, tem que ter outro comportamento<br />
para motivar os jogadores. Sei lá, chegar para o cara e dizer: meu filho,<br />
aqui não tem dinheiro, mas se você não ganhar não vai para lugar melhor. No São<br />
Paulo não precisa dar motivação. Os jogadores têm que saber que o clube dá estrutura,<br />
paga em dia, dá prêmio, cuida do cara como a coisa mais importante do mundo.<br />
O meu papel aqui é cobrar objetivos, a disciplina, tem que ir para o campo e correr<br />
como um louco. Tem que devolver alguma coisa para o clube. Agora, meu relacionamento<br />
com os jogadores, além de ser chato, porque cobro pra caramba, tem o outro<br />
lado. Eu os defendo. Quando acaba um ano como este, se você perguntar para os jogadores<br />
se eles estão satisfeitos, vão falar que estão. A vida deles melhorou muito no<br />
sentido financeiro, como pessoa, a auto-estima, como profissional.
O São Paulo é o clube mais bem estruturado do Brasil. Vê outros nesse caminho?<br />
O São Paulo faz isso há muitos anos, sua filosofia é de sempre inovar. Vários clubes<br />
passaram a seguir o São Paulo. O Cruzeiro tem dois centros de treinamento enormes e<br />
bem equipados. O Atlético Paranaense é muito forte nessa estrutura. O Santos se modernizou.<br />
O São Paulo é exemplo pra muita gente.<br />
Quais técnicos você admira hoje e na história do futebol mundial?<br />
Gosto do Wanderley Luxemburgo aqui no Brasil. De fora, gosto do (Rafa) Benitz, do Liverpool,<br />
da Inglaterra, ele é muito bom. De todos os tempos, claro, admiro o Telê Santana,<br />
foi meu professor. O Rubens Minelli foi o melhor que vi. Há os técnicos disciplinadores,<br />
comandantes e outros mais táticos e técnicos. Minelli foi completo.<br />
Fale sobre o Telê. O que ele representou na tua vida profissional e pessoal?<br />
O Telê foi importante na vida de muitas pessoas. Minha formação como técnico foi<br />
com ele. O São Paulo tinha um projeto, em 1994, de preparar um técnico para o lugar<br />
do Telê e ele me chamou para trabalhar com ele. Tenho um pouco o gênio dele, por<br />
isso a gente se dava bem. Às vezes a gente ficava dez dias sem se falar, sem falar bom<br />
dia, e tudo bem. O que o Telê tinha de melhor era o comando muito forte. Num clube<br />
como o São Paulo se você não tiver comando forte não vira um mês aqui dentro. Telê<br />
trabalhou com os melhores craques que tinha, e craque é complicado de trabalhar.<br />
São cheios de manias, ficam ricos, compram carros importados, e não querem treinar.<br />
O Telê não aceitava isso, era duríssimo com esses caras. No jeito de procurar dar<br />
exemplo para os jogadores, trabalhando duro, sou muito parecido com ele. Fico o dia<br />
todo aqui, sou doido por trabalho, esqueço da minha vida. Se não for assim, não se<br />
consegue as coisas. O Telê foi tudo na minha vida.<br />
Quais os maiores craques do futebol?<br />
Goleiro eu posso falar do Rogério Ceni, porque o conheço há anos. Coloquei<br />
Rogério como titular, e depois para cobrar faltas.<br />
Você o incentivou a bater falta?<br />
Um time de futebol é assim. Quem é que<br />
bate escanteio? Hoje é o Jorge Wagner.<br />
Quem é que bate falta lateral? É fulano. É<br />
tudo determinado. E aí, quem bate falta<br />
central de frente para o goleiro? O Rogério<br />
Ceni. Então falei, o Rogério vai bater.<br />
Diziam que eu era louco, que estava inventando<br />
coisa. Como no meu time quem<br />
bate é quem treina, ele era o que mais<br />
treinava. Mas também trabalhei com jogadores<br />
como o Leonardo, aqui no São<br />
Paulo: um dos profissionais mais corretos<br />
que vi. O Zico foi o jogador mais completo<br />
de todos. É o que a gente chama de<br />
craque, chutava com as duas pernas, cabeceava<br />
bem, cruzamento, parte física.<br />
Rivelino também foi um fora-de-série. Do<br />
Pelé a gente nem fala. O Pelé é rei.<br />
Até a Copa de 1986 a seleção brasileira<br />
era admirada pelo talento dos<br />
jogadores e pelo estilo ofensivo de<br />
jogo. Depois disso, a sensação é que<br />
o futebol ficou burocrático. O que<br />
aconteceu?<br />
As pessoas querem ver o futebol do<br />
passado no presente. Só que no passado<br />
um jogador corria 4 quilômetros em<br />
No último<br />
treino do ano,<br />
o bicampeão<br />
brasileiro<br />
mostra um<br />
semblante<br />
mais sereno:<br />
missão<br />
cumprida
SaladeEstar<br />
O técnico<br />
Muricy vibra<br />
com as boas<br />
jogadas do<br />
time, fruto da<br />
repetição<br />
nos treinos<br />
média por jogo. Hoje corre 13. A velocidade<br />
aumentou um absurdo, os campos<br />
continuam iguais e têm muito menos<br />
espaços. Não é o futebol do Brasil, é o<br />
mundial. Os saudosistas (também sou,<br />
gosto do meu tempo) têm que deixar<br />
isso de lado, o futebol mudou. Só que o<br />
brasileiro não se conforma com isso. O<br />
Brasil é considerado o melhor futebol<br />
do mundo, não aceitamos que outros<br />
lugares do mundo evoluíram. Antes se<br />
dizia que a tínhamos a técnica e eles a<br />
força, só que eles evoluíram na técnica.<br />
As pessoas têm que avaliar o futebol<br />
hoje, o antigo já passou.<br />
Me fale sobre a sua infância, teus<br />
pais, onde você nasceu, cresceu?<br />
Nasci em Pinheiros (bairro de São Paulo).<br />
Morava perto do Clube Piratininga,<br />
onde jogava bola. Minha infância foi<br />
assim, sempre atrás de bola. Com 9 anos<br />
meu tio Roberto, que era sócio do São<br />
<br />
<br />
Paulo, me levou lá para treinar. Nem pensava nesse negócio de futebol, mas ele achou<br />
que eu ia dar jogador, me levou e fiquei até hoje.<br />
E os teus pais?<br />
Não tenho mais meus pais, infelizmente. Perdi meu pai quando ele tinha 56 anos. O futebol<br />
te dá as coisas, mas te tira as coisas também. Eu não vi meu pai sendo enterrado,<br />
Foi num domingo, eu estava jogando no México. A minha mãe teve um derrame, eu<br />
cheguei e ela já estava em coma. Morreu dois dias depois. Minha filha eu conheci com<br />
três meses. Então, aniversários, essas coisas, fiquei sem. O futebol é assim, tira.<br />
Você é casado?<br />
Sou casado com a mesma mulher há 28 anos.<br />
Parabéns.<br />
Parabéns pra ela (risos). Tenho três filhos, o caçula Fabinho, 13 anos, o Muricy, que é o<br />
Junior, 18 anos, e a Fabíola, 25 anos. Essa é a minha turma que não quer sair de casa.<br />
Algum joga bola?<br />
O Muricy, o que coloquei o meu nome. Está na escolinha do São Paulo e sabe jogar.<br />
Quando o futebol surgiu na sua vida? Lembra de quando ganhou a primeira bola?<br />
Pra eu ganhar uma bola era uma dificuldade, meu pai não tinha dinheiro. Ele trabalhava<br />
no mercadão de Pinheiros, tinha uma barraca de verduras. Ficava muito distan-
"Hoje já não tem mais<br />
Michael Jordan,Rivelino e Zico"<br />
Muricy, sobre os craques que decidiam jogo<br />
te da gente, saía às 2 horas da manhã. Quando eu fazia alguma coisa errada, meu pai<br />
me levava com ele na marra. O que me despertou para o futebol foi o campeonato<br />
Dente de Leite que a Tupi criou para os jogadores iniciantes. Eu tinha13 anos e participei.<br />
Ali a gente começou a sentir uma coisa diferente. Passava na televisão, as pessoas<br />
conheciam a gente. Davam prêmio, o melhor em campo ganhava uma bicicleta.<br />
Ganhei, e eu não tinha bicicleta. Depois ganhei mais cinco, era sempre o melhor em<br />
campo. A primeira que ganhei andei dois dias direto, depois até vendi. Ali comecei a<br />
pensar: eu vou dar jogador.<br />
Você apanhava do teu pai?<br />
Tomava uns tapas na orelha, meu pai era brabo pra caramba. Ele ficava me procurando<br />
e se não me achava... Duas horas da manhã eu tinha que estar de pé pra ir ao<br />
mercadão. Ia de ônibus, dormia no caixote de tomate. Puxa, o que eu sofri... Mas era<br />
a punição que se tinha antigamente. Entendia bem meu pai e ele deu muita força pra<br />
eu ser jogador de futebol.<br />
Você estudou até...<br />
O primeiro colegial.<br />
Depois ficou no futebol?<br />
É. Fui para o Pontagrossense (PR). O São Paulo me emprestou para eu pegar experiência,<br />
pra sofrer mesmo. E lá era um sofrimento, era frio pra caramba, tinha que<br />
acordar cedo pra treinar. Voltei com 17 anos já jogando no time de cima. Daí fui<br />
vendido para o Puebla, do México, fiquei quase seis anos lá. Voltei para o América,<br />
do Rio, joguei lá um ano. Voltei para o Puebla e encerrei minha carreira por lá.<br />
Você já jogava como meia desde o tempo de pelada ou alguém descobriu essa<br />
posição para você?<br />
Não era meia, jogava como criança. Sei lá, joga aí, quero jogar, correr atrás da bola.<br />
Mas qual posição você gostava?<br />
Gostava de criação, porque pra ser meia tem que pensar. Achava bonito pegar a bola,<br />
passar, organizar o time. Depois que você vai para um time é o técnico que tem obrigação<br />
de identificar a posição.<br />
Mas já era posição de que você gostava?<br />
Claro. E tenho certeza que se ele (técnico) escolhesse outro lugar eu ia dizer que não,<br />
porque era meio respondão (risos).<br />
Lembra de um golaço que você fez?<br />
Fiz um gol no Morumbi no Santos, no<br />
Paulista de 1976. Driblei quase a defesa<br />
todinha, uma coisa bonita mesmo, de<br />
driblar, driblar, driblar. Aí o goleiro saiu,<br />
driblei-o também e fiz o gol.<br />
Você teve uma contusão que prejudicou<br />
sua carreira?<br />
Contusão séria no joelho direito. Ia<br />
para a Copa de 1978. Na posição, era<br />
eu e o Zico. Com certeza o Zico ia ser<br />
o titular, ele era fera. Na posição éramos<br />
os melhores do país. Estava muito<br />
bem, sabe quando você está no<br />
melhor da sua vida? Na época não<br />
tinha operação que dava garantia pra<br />
voltar jogar. Perdi a Copa.<br />
Ficou deprimido?<br />
É uma frustração do caramba, tava perto<br />
da coisa mais importante que o jogador<br />
quer e de repente ela foge assim, em<br />
segundos. Depois joguei por muito tempo<br />
ainda. Daí comecei a ouvir dos colegas<br />
que eu dava jeito como técnico,<br />
sempre fui meio comandante. No Puebla<br />
amadureci a idéia de estudar o futebol,<br />
fiz curso. Voltei ao Brasil, fiz mais cursos<br />
e fui trabalhar com os pequenininhos.<br />
Aí começou a minha carreira.<br />
O que fazer com time sem craques?<br />
Ele é o mais importante nesse sentido.<br />
Quando se tinha craque, a coisa tava<br />
muito feia no campo, se falava: cadê o<br />
Rivelino? Dá pro Rivelino decidir o jogo.<br />
No Flamengo, dá pro Zico. É igual o Mi-
Muricy não<br />
pára quieto<br />
à beira do<br />
campo: "Tem<br />
que ficar<br />
louco. Senão<br />
você não<br />
chega a lugar<br />
nenhum".<br />
SaladeEstar<br />
chel Jordan no Chicago Bulls. Dava a<br />
bola para ele que ele decidia. Hoje já<br />
não tem Michael Jordan, Rivelino e Zico.<br />
Então o técnico tem que trabalhar o<br />
conjunto. Como? Repetição de posicionamento,<br />
cruzamento, cabeceio.<br />
Hoje durante o treino você falou<br />
bravo com os jogadores que cobravam<br />
falta....<br />
Aí saiu o gol, você estava aqui e viu, né?<br />
Você tem que gostar de fazer isso, porque<br />
é um negócio chato, o jogador não gosta.<br />
Quando você tem um craque, de vez em<br />
quando pode depender dele. Como o<br />
meu time só tem um craque que é o<br />
goleiro, ele pode decidir numa falta ou<br />
agarrar uma bola lá no gol. Mas o time<br />
depende do conjunto.<br />
Assistiu Corinthians e Vasco, penúltima<br />
rodada do Brasileirão? Ficou com<br />
dó daquela molecada de 17, 18 anos<br />
em campo tendo que decidir o jogo?<br />
É claro que fiquei triste, a gente tem sensibilidade.<br />
O problema no futebol é o de<br />
saber lançar o jogador na hora certa.<br />
<br />
<br />
Aqui no São Paulo, no Internacional, sofri pressão, tem que pôr não sei quem, tem que<br />
pôr fulano. Não tem que pôr nada. Aqui o especialista sou eu e ponho na hora que achar<br />
que devo, porque vocês (imprensa) não sabem nada.<br />
Você fala isso pra qualquer um aqui no São Paulo?<br />
Pra qualquer um. Sou preparado, joguei, já lancei não sei quantos jogadores. Para lançar<br />
um jogador não é só com a emoção. Estou no dia-a dia-aqui, sei quando ele está preparado.<br />
Num momento como esse de dificuldade para o Corinthians pôr um garoto como o<br />
Lulinha em campo é um terror. Ele não é preparado pra segurar a pressão. Você pode<br />
acabar com o cara. O Breno mesmo, demorei um ano pra lançar. Falo pra imprensa, que<br />
eles sabem 10% do que é um time de futebol, porque isso aqui é muito complicado. São<br />
muitos interesses, sentimentos. Me preocupo com esses meninos aí. A imprensa é irresponsável,<br />
não pensa no que pode acontecer. Sei o que o Lulinha deve estar sentindo. Eu<br />
joguei, também fui lançado. Você entra no Morumbi, 70 mil pessoas (São Paulo x América<br />
de Natal), jogo em que o tricolor se consagrou campeão por número de pontos...<br />
Eu estava lá, te olhando. Você estava louco...<br />
Louco não, muito louco. Porque sei que aquilo é uma responsabilidade terrível.<br />
Eram 70 mil ali e não sei quantos milhões fora dali que acreditam em você. Imagina<br />
pra você que dirige, aquilo não dar certo. É uma frustração terrível para o<br />
povo. Fico enlouquecido, cara, ali na beira do campo. Tem que ficar louco, senão<br />
você não chega a lugar nenhum.<br />
A imprensa esportiva diz que você é rabugento. Você é rabugento?<br />
Sou rabugento no meu trabalho. Nosso time já faz um mês que é campeão e não tem<br />
um que chega atrasado. Quer ser campeão tem que fazer sacrifício. No ano passado<br />
fomos campeões, esse ano de novo. Quando você faz a conta final vai ver que é muito
SaladeEstar<br />
bom pra você, se sente muito bem, as pessoas te admiram na rua, ganha mais dinheiro.<br />
O ser humano é desafio. Não só no futebol, em qualquer profissão você quer vencer.<br />
Agora, sou um chato necessário. Porque num clube como esse, você chega ali no estacionamento<br />
só tem carro importado. Os caras têm grana. E se você não pegar no pé, eles<br />
se acomodam. Dou exemplo. Durmo com eles quando estamos concentrados.<br />
E com os filhos você também é rabujento?<br />
Em casa, sou o cara mais tranqüilo do mundo, sou de ficar num canto, vendo meus<br />
jogos, meu time. Eles falam: esse aí não é meu pai na televisão. Claro que tem a<br />
parte de pai, tem que ter a disciplina. Sei que não sou um cara agradável no que diz<br />
respeito à parte social. Venho aqui, trabalho, almoço e volto para casa. Dependo de<br />
resultado. Se não ganhar, eles me mandam embora. Então me dedico demais ao<br />
trabalho. Minha família sabe disso.<br />
No penúltimo jogo do Brasileirão, o São Paulo já era campeão e perdia de 2x0<br />
para o Botafogo. Você estava furioso, chutou agasalho. Você não sabe perder?<br />
Não sei perder. A pior coisa da minha vida é perder um jogo. Fico doente, não como<br />
direito, não durmo, fico mal-humorado. Nesse jogo tinha 30 mil pessoas, era a entrega<br />
do troféu e a gente tava uma vergonha em campo. Fomos para o vestiário no intervalo<br />
e falei umas boas pra eles.<br />
O que você falou?<br />
Trinta mil pessoas aí, meu filho, entrega de taça e nós nessa moleza! Temos que voltar lá e, no<br />
mínimo, empatar. Eles empataram.<br />
O torcedor são-paulino ou de qualquer time pode ficar tranqüilo, então, você<br />
está sempre pensando nele?<br />
Eu sou representante deles. Tem técnicos que usam palestras de multinacionais, com<br />
a mulher, o filho falando... Isso tira a concentração. Quando preciso motivá-los pego<br />
um vídeo da torcida, mostro nossa chegada ao Morumbi, que é a coisa mais linda do<br />
mundo em jogo da Libertadores. Eles cercam o ônibus, é a coisa mais gostosa que<br />
existe. Os caras têm que saber que o torcedor não tem dinheiro, vai ao Morumbi,<br />
mora longe, o jogo é tarde. Isso mexe com nosso time.<br />
<br />
<br />
Você ainda joga bola?<br />
Não jogo mais. Quando os amigos jogam,<br />
tomo conta do churrasco.<br />
Como conter a exportação de jogadores?<br />
Tem que mudar a lei. Uma lei razoável<br />
é o jogador permanecer um pouco<br />
mais depois do primeiro contrato. Os<br />
clubes sofrem demais, investem, depois<br />
vem um cara e leva embora. Já está<br />
amadurecendo uma idéia no Congresso<br />
para melhorar isso.<br />
Pode haver um retrocesso nesse processo<br />
de mercantilização do futebol?<br />
Futebol está na onda do mundo globalizado<br />
e o vento está a favor do mundo<br />
todo. É uma loucura um jogador custar<br />
50 milhões de euros. Hoje, mesmo que<br />
os países errem, e o nosso erra demais,<br />
está dando tudo certo. Mas não está. As<br />
economias vão mudar e não vai ser tudo<br />
isso. Se você olha a bolsa (de valores),<br />
há quanto tempo está embalada? O futebol<br />
acompanha.<br />
Podemos sonhar com o futebol arte?<br />
Acho que sim. Tem jogadores que ainda<br />
fazem isso: Kaká, Gaúcho, Robinho. O<br />
Robinho é um artista da bola. Só que a<br />
gente não os vê , eles vão embora. Nosso<br />
futebol não é bonito mesmo, mas é competitivo,<br />
tanto é que o São Paulo é três<br />
vezes campeão mundial. O Corinthians<br />
vendeu um garoto, o Willian, que poderia<br />
ser diferente. Por 18 milhões de euros foi<br />
pra Rússia. O torcedor pode ter essa expectativa<br />
se houver proteção para os<br />
craques não irem embora. A fábrica não<br />
parou, continua revelando.<br />
Por que perdemos a Copa de 2006?<br />
(pausa) Porque o Brasil fez a festa antes
SaladeEstar<br />
da conquista. Aquilo que fizeram lá na<br />
Alemanha... Do jeito que penso o futebol,<br />
não poderia ser técnico da seleção.<br />
Sou amigo e fui auxiliar do Parreira, só<br />
que não concordo com aquilo. Jogadores<br />
treinando, mulher entrando em campo,<br />
abraçando Robinho. Aquilo não é<br />
time de futebol. Esqueceram que foram<br />
lá jogar futebol.<br />
É o dinheiro falando mais alto?<br />
É claro, vou chegar nisso. Por esse motivo<br />
não sei se vou chegar lá (na seleção).<br />
Aquilo não é sério. Já começou<br />
de novo com essa seleção aí: transmitindo<br />
treino ao vivo. Time de futebol<br />
tem que ter um momento só seu. O time<br />
da Alemanha não estava concentrado,<br />
tomou um gol que não podia.<br />
Falta de concentração e de consideração.<br />
Estavam distraídos, se prepararam<br />
mal. Juntaram um monte de craques,<br />
como se futebol fosse só isso. É preciso<br />
motivá-los. Foi mal organizado, festa<br />
todo dia. Treino não é festa, é ensaio<br />
para o jogo. É claro, a CBF vive disso aí,<br />
negócio. Mas tem que saber escolher,<br />
você quer o título ou ficar rico? Ganharam<br />
muito dinheiro, mas vê se o povo<br />
está feliz? O povo quer ganhar.<br />
Você acha que tem o perfil de técnico<br />
da seleção?<br />
Tenho o perfil de técnico. Meu nome foi<br />
citado nessa troca de comando. Mas<br />
desse jeito é ruim pra mim. Uma vez uns<br />
caras do Internacional vieram me contratar,<br />
era uma soma legal e eu disse:<br />
voltem para Porto Alegre e daqui a cinco<br />
dias me falem se sou eu mesmo. Investiguem<br />
a minha vida, pode ser que<br />
não seja eu, meu filho. Sou bom técnico,<br />
mas tenho defeitos. Não quero que se<br />
metam no meu trabalho.<br />
<br />
<br />
Se você for convidado para treinar a seleção brasileira vai falar isso pra CBF?<br />
Vou ter que falar. Não concordo com o que foi feito lá.<br />
Você acompanha a vida política do Brasil, o que você pensa de tanta corrupção?<br />
É a pior coisa que temos no nosso país. O povo mais uma vez ficando pra trás, ouvindo<br />
que está tudo certo, que o país está crescendo. Cresce porque o mundo está crescendo.<br />
Mas as pessoas continuam morrendo de fome, matando nas ruas. Estamos no discurso.<br />
Isso que eu não me conformo, ninguém dá uma porrada na mesa. Agora é a hora. Mas<br />
continuamos com o mesmo discurso, um governo demagogo e populista.<br />
Você votou no Lula? Ele te decepcionou?<br />
Não votei. Eu gostava daquele Lula antigo. Se ele fosse ele, do jeito que ele pensa, acho<br />
que seria legal. Mas ele se juntou com muita gente que não pensa como ele.<br />
Você se acha poderoso?<br />
Não. Eu não gosto de poder na mão de ninguém. Não gosto que ninguém mande em<br />
mim. Não sou poderoso pra nada. É claro que as pessoas me dão privilégios, acham que<br />
técnico é importante, me convidam pra shows, dão camarote.<br />
Você aproveita os privilégios?<br />
Não, não gosto de muito barulho.<br />
Por que o sucesso vira a cabeça?<br />
Dizem que se você quer conhecer a pessoa basta dar poder a ela. A gente é ser humano,<br />
começa a achar que é o bambambã. Não sou melhor do que ninguém. Às vezes tem<br />
amigos que não encontro há tempos, aí, de repente, chego num bar e eles dizem: não é<br />
possível que você esteja aqui. Eu digo, não é possível por que, cacete? Sou o mesmo<br />
cara, mas pensam que você é um objeto estranho. Nunca mudei meus hábitos, continuo<br />
não me vestindo bem, tenho carro por obrigação. Quero paz. Por isso vou parar logo<br />
com o futebol. É desgastante, muito técnico fica depressivo, adquire doenças, como<br />
aconteceu com o Seu Telê. Não quero isso pra mim.<br />
Quando vai parar?<br />
Não vou além de cinco anos mais. Depois posso supervisionar uma base, algo mais light.<br />
Nada que eu tenha que decidir. Decisão todo dia é muito pesado.<br />
Você falou que ganhará a Libertadores em 2008. É otimismo ou fórmula infalível?<br />
Sou otimista, mas sem fórmula mágica. Tenho que fazer o que a torcida pensa. Puxo a<br />
responsabilidade para mim e para o clube. Não posso falhar. Essa semana fizemos exames<br />
no elenco, a preparação da pré-temporada, e falamos sobre contratações.Tem que<br />
ter essa noção de realidade, senão fica no discurso.<br />
Você falou outro dia que o São Paulo tem um craque na manga, quem é ele?<br />
É um menino que a lei não protegia. O São Paulo fez uma excursão na Espanha e ficou
com ele lá até que completasse 16 anos<br />
e assinasse contrato com o clube. O Oscar<br />
é uma esperança. É da posição do Kaká,<br />
estilo parecido. Se achamos que ele pode<br />
ser um novo Kaká, cuidamos dele.<br />
Se treinar a seleção um dia, o torcedor<br />
pode esperar futebol arte ou de<br />
resultado?<br />
(risos) Ai, gosto dos dois. Também gosto<br />
de filé mignon, salmão, essas coisas boas.<br />
Não gosto só de osso. Futebol arte é uma<br />
imagem que querem passar. Se você perguntar<br />
ao torcedor hoje, tenho certeza<br />
que ele vai dizer que quer ganhar. Se um<br />
dia for técnico da seleção, vou querer<br />
futebol arte, até porque ali estão os melhores<br />
craques. Dá pra ter futebol arte<br />
com resultado.<br />
O que você mais te diverte?<br />
Gosto de futebol porque é a minha profissão.<br />
Não gosto que me perguntem sobre<br />
um jogador que está no Japão e eu não<br />
saiba responder. De um dirigente me chamar<br />
para uma reunião e eu não saber<br />
responder. Não gosto que me cobrem, então<br />
me preparo. Mas o que mais gosto é de<br />
ficar com a minha família, na minha casinha<br />
de campo, em Ibiúna (SP), no meio<br />
do mato. Lá tem piscina, buguinho, moto,<br />
essas coisas todas. Gosto de reunir todos<br />
eles e fazer um churrasco. Gosto de andar<br />
descalço, ver bicho. E gosto muito de ficar<br />
com a minha mulher. Fiquei quase nove<br />
anos longe dos meus filhos. Fui um pai<br />
ausente. Isso me machuca um pouco, porque<br />
também fui um filho ausente, aconteceu<br />
tudo aquilo com os meus pais. Gosto<br />
de ver meus amigos antigos,os amigos<br />
mesmo, que têm orgulho e prazer de ficar<br />
comigo. Tem um barzinho em Pinheiros<br />
que nos encontramos para tomar cerveja.<br />
E, se for na calçada mesmo, melhor.
Es pa çoei déias<br />
Como fazer de um cômodo da casa<br />
o lugar preferido de toda a família<br />
<br />
<br />
Play<br />
<br />
ground<br />
da família
Es pa çoei déias
que fazer quando os filhos crescem<br />
O e a casa parece dobrar de tamanho.<br />
Ou quando não se tem filhos e sobram<br />
dormitórios em casa. Ou ainda quando<br />
a casa é cheia, mas os moradores mal se<br />
encontram, pois ficam isolados cada um<br />
em seu dormitório? Nessas três situações<br />
e em muitas outras possibilidades há<br />
uma solução simples que pode mudar<br />
a rotina, o ritmo, a alegria e até a decoração<br />
de seu apartamento. Ela nada mais<br />
é do que transformar um simples dormitório<br />
no “quarto da família”. Com um ar<br />
mais intimista do que a sala de estar, esse<br />
dormitório transformado pode garantir<br />
bons momentos ao lado dos familiares.<br />
APROVEITANDO OS ESPAÇOS<br />
Uma casa com três suítes, um living amplo,<br />
um escritório e uma pequena área<br />
de lazer. Parecia estar tudo bem, mas a<br />
família ainda sentia falta de um espaço<br />
mais aconchegante para que pudessem<br />
ficar juntos. Em um espaço bem pequeno<br />
resolveu colocar um sofá e uma televisão.<br />
Não adiantou. O local não atraía os moradores,<br />
que preferiam assistir televisão<br />
cada um em seu quarto. A solução encontrada<br />
foi a construção de um family room<br />
no sótão da casa. Aí, sim, a rotina mudou<br />
e a família pôde desfrutar de momentos<br />
de intimidade e conforto. A decoradora<br />
Neza César foi a responsável pelo projeto.<br />
O sotão virou destaque<br />
da casa com a reforma do<br />
espaço. Tem bancada para<br />
brincar de quebra-cabeça<br />
(acima), mesa para comer<br />
uma pizza com os amigos<br />
(à esq.). Tudo decorado<br />
com objetos pessoais que<br />
dão personalidade<br />
ao ambiente
Es pa çoei déias<br />
Es pa çoei déias<br />
<br />
A adega dá um charme<br />
especial ao cantinho da família.<br />
As luzes embutidas na<br />
escada (pág. ao lado) permitem<br />
que as pessoas circulem sem<br />
atrapalhar quem assiste TV<br />
<br />
Ponto de partida do projeto, a sala de TV<br />
tem teto rebaixado,mais intimista, sofás<br />
confortáveis e cores fortes para quebrar<br />
o gelo dos aparelhos eletrônicos<br />
“Eles queriam um lugar mais alegre na<br />
casa, tirei a televisão do living e mobiliamos<br />
o sótão para ter diversas situações<br />
em um único espaço”, diz Neza. O ambiente<br />
ainda tem duas mesas, uma especialmente<br />
usada para a hora do lanche<br />
ou da pizza. A outra serve tanto para<br />
abrigar o laptop da família, quanto para<br />
montar o quebra-cabeça – um passatempo<br />
adorado pela família. Aproveitando<br />
o teto baixo e algumas restrições para a<br />
construção do novo espaço, a decoradora<br />
resolveu brincar com as alturas. O<br />
teto em diagonal dá um ar ainda maior<br />
de intimidade para ao local.<br />
O cantinho que modificou a rotina da<br />
família paulistana hoje é cobiçado pelos<br />
filhos adolescentes. O casal de filhos costuma<br />
sortear quem irá convidar os amigos<br />
para festinhas. Os pais têm o prazer<br />
de emprestar o quarto da família para<br />
que os filhos se reúnam com os amigos.<br />
“Assim eles também podem receber seus<br />
convidados no living sem problemas<br />
com espaço, já que os filhos preferem ficar<br />
no sótão”, diz Neza. Apesar de normalmente<br />
possuir uma televisão, o quarto de<br />
família não deve ser um home theater. “O<br />
legal é misturarmos tecnologia com um<br />
ambiente mais agradável”, diz a decoradora.<br />
O family room dessa família paulistana<br />
é um bom exemplo de um espaço<br />
bem aproveitado. Além de uma pequena<br />
geladeira e de uma adega, objetos como<br />
pratos, copos e talheres à mostra dão um<br />
ar mais moderno ao espaço. Pequenas<br />
luzes em diversos locais, como na escada,<br />
são excelentes recursos para auxiliar a<br />
decoração. “Assim se alguém precisa ir ao<br />
banheiro, por exemplo, não precisa acender<br />
as luzes e atrapalhar o filme dos outros”,<br />
diz Neza. Uma simples solução de<br />
realocação dos espaços que ajuda a unir<br />
as famílias dos tempos modernos.
Uma simples solução de<br />
readequação dos espaços<br />
ajuda a unir as famílias<br />
dos tempos modernos
Es pa çoei déias<br />
O cantinho da vovó<br />
Os filhos cresceram, se casaram e a casa ficou grande demais. A decoradora<br />
<br />
<br />
<br />
Adecoradora Clarisse Gaudio soube<br />
e muito bem transformar os<br />
antigos quartos das filhas no cômodo<br />
mais aconchegante da casa. Com sua<br />
experiência em decoração e noções<br />
de arquitetura ela resolveu “desmontar”<br />
o apartamento. Dos dois dormitórios<br />
ela fez apenas um. “É o lugar mais<br />
gostoso da casa. Além de receber meus<br />
netos e minhas filhas, é aqui que passo<br />
a maior parte do tempo.” Como se fosse<br />
uma extensão da sala, mais aconchegante,<br />
o quarto de família de Clarisse<br />
transforma-se conforme a situação.<br />
Além da sala de televisão, música<br />
e leitura, o local é o preferido para<br />
bate-papos e jogos de carta. “Toda semana<br />
minha filha Luciana vem com<br />
as amigas jogar baralho, pois aqui é um<br />
lugar mais tranqüilo”, diz Clarisse, que<br />
não gosta tanto assim de cartas, mas
Clarisse Gaudio criou um espaço especial para manter a família por perto
Es pa çoei déias<br />
<br />
Detalhes como a coleção de espelhos de<br />
Clarisse (acima) ou o porta-controles<br />
remotos (ao lado), feito com suas<br />
próprias mãos, fazem a diferença. O<br />
computador é para falar com os filhos<br />
distantes ou divertir os netos
Os tons neutros, com destaque para o azul e branco, suavizam o ambiente. Para virar um quarto de hóspede, basta fechar a porta de correr<br />
não recusa um pedido da neta primogênita,<br />
Ana Paula. “Eu gosto de jogar,<br />
mas prefiro mesmo é bater papo”, diz<br />
a anfitriã. A neta Ana Paula confirma o<br />
prazer da avó em receber visitas. “Sempre<br />
que posso venho aqui. Além de<br />
jogar, montamos quebra-cabeça”, conta.<br />
“O melhor é que se eu quiser ficar<br />
por aqui é só fechar as janelas e as<br />
portas e vira um quarto delicioso”, diz<br />
a neta. Para aproveitar melhor ainda o<br />
espaço Clarisse improvisou um pequeno<br />
escritório no mesmo ambiente. Em<br />
um armário embutido, a mesa e o computador<br />
podem ou não ficar expostos.<br />
O computador faz até mesmo com que a família fique ainda mais completa já que<br />
as outras duas filhas moram longe e se comunicam via internet.<br />
A decoradora, que hoje dá consultoria sobre o assunto, também ressalta a<br />
importância da escolha das cores e dos objetos para tornar o quarto da família<br />
ainda mais agradável. “A melhor opção são sempre as cores neutras para tornar<br />
o ambiente mais suave e acolhedor”, diz. Clarisse é uma mulher ativa que, além<br />
de decorar, pinta quadros e até constrói pequenos móveis. Praticamente todos<br />
os objetos que estão no cômodo foram confeccionados por ela. Durante anos,<br />
além de criar ambientes e apartamentos modelos, Clarisse deu aulas em importantes<br />
centros de decoração como na Escola Panamericana de Arte. Hoje suas<br />
consultorias são extremamente personalizadas. Ela percorre lojas com suas clientes<br />
à procura de objetos ideais para determinados ambientes. Os do quarto de<br />
família dela são mais especiais ainda, foram feitos pelas mãos da dona da casa.<br />
“Eu gosto de construir e decorar. Um dos meus maiores orgulhos é ter montado<br />
justamente esse quarto tão especial”, exalta.
P u b l i e d i t o r i a l<br />
A bordo de um Discovery 3, a expedição pelo charmoso “Camino de las Nubes” na Argentina<br />
NAS NUVENS COM<br />
UM LAND ROVER
euniu o charme de cenários rústicos com o conforto de um Land Rover<br />
P assar<br />
três dias inteiros na Argentina e<br />
percorrer o inesquecível “Camino de las<br />
Nubes” aos pés da Cordilheira dos Andes é<br />
um sonho que poucos podem realizar. Acrescentar<br />
a tudo isso um veículo com o conforto<br />
e o luxo de um Land Rover faz as pessoas que<br />
participaram desta expedição promovida<br />
pela marca britânica de automóveis sentirem-se<br />
verdadeiramente privilegiadas.<br />
A viagem começou em Cafayate, cidade<br />
a noroeste da Argentina, famosa pelos vinhos<br />
de alta qualidade, e percorreu 650<br />
km em direção a Salta, cidade na fronteira<br />
com o Chile e situada aos pés da Cordilheira<br />
dos Andes. A paisagem árida despertava<br />
um sentimento de que tudo aquilo se<br />
tratava de um filme de aventura. Eram oito<br />
carros todos ainda limpos e brilhantes,<br />
imagem que mudaria consideravelmente<br />
logo nos primeiros minutos de estrada.<br />
Ao dirigir o Discovery 3 equipado com<br />
motor V6 diesel turbinado de 2.7 litros, a<br />
fama de ser um dos melhores veículos utilitários<br />
do mundo é confirmada. O câmbio<br />
automático de seis marchas com opção<br />
para trocas manuais, proporciona uma<br />
dirigibilidade macia e confortável. O computador<br />
de bordo com GPS nos transmite<br />
segurança, mesmo estando em um dos<br />
lugares mais remotos do globo.<br />
Durante todo o percurso, passamos por<br />
subidas, descidas, areia, lama e asfalto e,<br />
em qualquer uma destas situações, o car-<br />
ro se comportou de forma impecável,<br />
mantendo a segurança e a establidade<br />
que justificam a boa fama da Land Rover<br />
em situações fora de estrada.<br />
O conforto do carro dotado de bancos<br />
em couro, ar condicionado com regulagem<br />
independente para motorista e passageiros,<br />
computador de bordo e amplo espaço<br />
interno com capacidade para até sete<br />
adultos, nos permite apreciar uma das<br />
mais belas paisagens que se pode vivenciar.<br />
Os tons de cinza e amarelo da<br />
terra seca e árica se mesclam com o<br />
branco da neve avistado ao longe no<br />
topo das montanhas. A altitude que<br />
em certos pontos superava os 5 mil<br />
metros, nos dava um pouco de<br />
tontura e dificuldade para respirar,<br />
por causa do ar rarefeito. Mas<br />
este é o preço por se estar em um<br />
lugar deslumbrante, de cenários<br />
lúdicos e superfícies instigantes<br />
para um Land Rover.<br />
Durante o último dia de<br />
percurso, quando a cidade<br />
de Salta — localizada<br />
aos pés da Cordilheira<br />
dos Andes — surgia entre<br />
as montanhas de<br />
pedra e a poeira da estrada,<br />
um sentimento<br />
de que a aventura poderia<br />
durar mais era<br />
forte. Os dias que se passaram após esta<br />
viagem só aumentavam a vontade de<br />
fazer parte desta “família” Land Rover<br />
que, mais do que veículos, trabalha com<br />
um fantástico estilo de vida.
Pon to de fu ga<br />
Nos Emirados Árabes, terra do petróleo, onde dinheiro<br />
não é problema e os prédios alcançam o céu, surge uma<br />
Dubai mística que nos envolve em suas raízes culturais<br />
Novo<br />
rico<br />
rábias<br />
das
Hotel Burj al Arab
Vista do hotel<br />
Burj al Arab<br />
a partir do resort<br />
Medinat Jumeirah<br />
(acima). Ao lado,<br />
fachada do Resort<br />
Medinat Jumeirah<br />
Pon to de fu ga<br />
<br />
<br />
ssim que o<br />
avião pousou<br />
no Terminal<br />
Sheikh Rashid, em Dubai, nos Emirados<br />
Árabes, a primeira surpresa. Um imponente<br />
Rolls- Royce branco nos aguardava<br />
na saída do aeroporto para nos<br />
levar ao hotel. Nada mal para quem<br />
enfrentou mais de 15 horas de vôo. No<br />
trajeto deu para notar que estávamos<br />
num lugar diferente de tudo o que havíamos<br />
visto até então. O que mais chama<br />
a atenção ao passar por largas avenidas<br />
são os arranha-céus, construções<br />
modernas que têm como característica<br />
principal formas geométricas inusitadas,<br />
de esferas a pirâmides. Além dos<br />
inúmeros canteiros de obras espalhados<br />
por todos os cantos. De repente, um<br />
clarão chamou nossa atenção. Vinha de<br />
um suntuoso prédio fincado em pleno<br />
alto-mar, que emitia um belíssimo jogo<br />
de luzes e se parecia com um imenso<br />
barco a vela. Estávamos diante do Burj<br />
al Arab, o hotel que escolhemos para<br />
uma estada de cinco dias. Antes de colocar<br />
os pés no saguão não fazíamos<br />
idéia do que era um hotel sete estrelas<br />
– é preciso ficar claro que essa é uma<br />
autoclassificação do empreendimento,<br />
já que o setor hoteleiro mundial, por<br />
enquanto, só reconhece estabelecimentos<br />
até cinco estrelas. Mas essa discussão<br />
perde a importância assim que a<br />
porta de entrada do Burj al Arab se abre<br />
e começamos a entender o que é ter o<br />
mundo aos nossos pés. Fomos recepcionados<br />
com chás, tâmaras, spray de água<br />
francesa Evian e toalhas geladas. Sentamos<br />
diante de uma linda e mágica<br />
fonte colorida, na qual as águas dançam<br />
conforme a música. Boquiabertos,<br />
assistimos a um show de música, ao<br />
lado de um majestoso aquário, rodeados<br />
por paredes brancas revestidas em
ouro. Quando olhamos para cima, nossos<br />
olhos vagaram até o topo do edifício,<br />
que nos remetia a um lindo céu<br />
iluminado. Ao nosso redor, lindas turistas<br />
com seus vestidos decotados e<br />
curtos misturavam-se a mulheres islâmicas<br />
cobertas de preto. Nesse momento<br />
já estávamos completamente<br />
hipnotizados pelo exotismo e forte<br />
aroma que vinha das essências florais<br />
espalhadas pelo ambiente.<br />
Muita emoção para um dia só. Hora<br />
de um descanso merecido. Ao entrar<br />
na suíte, não deu para disfarçar o deslumbramento.<br />
Um dúplex de mais de<br />
200 metros quadrados, com sala de<br />
estar, sala de jantar, mesa de reuniões,<br />
escritório, cozinha, e dois quartos e<br />
uma jacuzzi no andar de cima. Parecia<br />
uma casa, decorada com cores<br />
fortes e objetos suntuosos. Enquanto<br />
ainda desvendávamos os vários ambientes<br />
do quarto, a campainha tocou<br />
e as quatro TVs de plasma acenderam,<br />
mostrando o rosto de quem estava do<br />
lado de fora. Mas afinal, acabamos de<br />
chegar, quem tocaria a campainha? O<br />
mordomo. Isso mesmo, cada quarto<br />
tem seu próprio mordomo. Ele desfaz<br />
as malas, serve cafezinho e um maravilhoso<br />
docinho de pistache com a<br />
maior alegria. Para fechar com chave<br />
de ouro o primeiro dia em Dubai, uma<br />
pausa em uma bela jacuzzi, antes de<br />
um magnífico jantar à luz de velas ao<br />
som de música árabe. Tudo preparado<br />
por nosso fiel escudeiro e regado a<br />
muita champanhe.<br />
Dubai é a capital de mesmo nome de<br />
um dos sete estados que compõe os<br />
Emirados Árabes Unidos. A cidade de<br />
arquitetura futurista é jovem, foi construída<br />
em pouco mais de 30 anos. Originalmente,<br />
Dubai era uma aldeia de pesca-<br />
dores. Em 1830, membros da tribo Bani Yas, liderados pela família dos Al Maktoum,<br />
ali se instalaram e recusaram obediência a Abu Dhabi. O legado passou de pai<br />
para filho e até hoje os Maktoum estão no poder. A descoberta do petróleo, em<br />
1971, mudou a cara do lugar. O antigo vilarejo de 20 mil habitantes multiplicou-se<br />
para mais de 1 milhão de habitantes, sendo que apenas 20% deles são formados<br />
pela população nativa. Com o dinheiro dos petrodólares o comércio desenvolveuse<br />
e as obras de condomínios residenciais e comerciais foram substituindo a<br />
paisagem árida do deserto. Na década de 90, um estudo previu o fim das reservas<br />
petrolíferas para 2010. Um grande desafio para o xeique Mohamed Al Maktoum.<br />
Ele não titubiou. Mudou a vocação econômica da cidade e passou a investir<br />
parte da receita em comércio e turismo. Atualmente, a maior parte da renda<br />
do emirado vem da Zona Franca Jebel Ali, endereço de 140 multinacionais<br />
que desfrutam de vantajosas isenções comerciais e fiscais, e do porto de<br />
Dubai, o 13º mais movimentado do mundo, estrategicamente localizado entre<br />
a Ásia e o Ocidente. As atividades relacionadas ao turismo também trazem<br />
Sete estrelas: vista<br />
da marina (acima)<br />
e do interior do<br />
hotel Burj al Arab
Loja da<br />
Starbucks<br />
em shoppings<br />
de Dubai<br />
Pon to de fu ga<br />
divisas para a economia local, com<br />
projetos arrojados e luxuosos que desencadearam<br />
um fabuloso boom do<br />
mercado imobiliário.<br />
O hotel Burj al Arab é um bom exemplo<br />
dessa exuberância imobiliária que<br />
tomou conta de Dubai nos últimos<br />
anos. Construído em uma ilha artificial,<br />
a torre tem uma altura de 320 metros,<br />
os quartos têm vista deslumbrante do<br />
mais profundo mar azul. O hotel dispõe<br />
de spa, piscina, parque aquático,<br />
praia particular, marina com modernos<br />
iates e um batalhão de serviçais para<br />
realizar todos os desejos dos clientes.<br />
O projeto foi executado pelo arquiteto<br />
inglês Thomas Wright, demorou cinco<br />
anos para ficar pronto e custou US$<br />
650 milhões. Virou reduto de famosos.<br />
Brad Pitt, Angelina Jolie, David e Victoria<br />
Beckham, Tiger Woods e Ronaldinho<br />
já passaram por ali.<br />
<br />
<br />
Tradição e modernidade<br />
Segundo dia em Dubai. Dia de bater perna pela cidade. A primeira parada foi<br />
no shopping Emirates Mall, um enorme centro de compras com as mais conceituadas<br />
lojas do cenário da moda internacional, praça de alimentação e<br />
cinemas. O que surpreende são os preços acessíveis dos produtos, resultado<br />
de uma política fiscal vantajosa. Vitrines tentadoras à parte – até a Daslu fincou<br />
bandeira por lá – o que mais chama a atenção é o povo árabe. Homens e<br />
mulheres vestidos de burcas, roupa típica da região, que deixa à mostra apenas<br />
o rosto. Num primeiro momento é estranho, principalmente pelo clima<br />
quente da região. Mas aos poucos passamos a admirar os costumes locais. O<br />
islamismo, seguido por 90% da população, é uma religião que segue preceitos<br />
rígidos. Os fiéis acreditam num só Deus e têm em Maomé o seu profeta. Devem<br />
ir ao menos uma vez na vida à Meca, jejuar no Ramadã e rezar cinco vezes<br />
ao dia. É comum ouvir chamados ao louvor soarem por todos os lados ao<br />
longo do dia. É a convocação dos sacerdotes para a população rezar para<br />
Alá. Todos correm para as mesquitas ou estendem um tapete onde estiverem,<br />
na rua, no shopping ou no trabalho e fazem suas preces.<br />
Mesmo cobertas dos pés à cabeça, as mulheres chamam muita atenção. Aprendi<br />
a enxergá-las de um outro modo depois de conhecer um pouco do universo<br />
islâmico. Elas se escondem embaixo das burcas por serem comparadas a tesouros<br />
ocultos que ninguém pode ver. Vivem num mundo muito belo e particular.<br />
Fazem hena nas mãos, se arrumam, perfumam a casa e os filhos e esperam
O Mall of<br />
Emirates<br />
(ao lado) tem<br />
pistas de esqui<br />
com 80 metros<br />
de altura e<br />
neve artificial<br />
Pon to de fu ga<br />
pelo marido. Poucas trabalham fora de casa, só as que precisam se sustentar.<br />
Foram criadas seguindo o preceito islâmico de que seus maridos podem ter<br />
até quatro mulheres, todas com direitos iguais. Isso é natural para a maioria<br />
delas. Pareceram-me felizes.<br />
Quando achávamos que já tínhamos visto o bastante, numa simples manhã<br />
nos deparamos com uma estação de esqui. Em pleno deserto. De um lado do<br />
vidro, 40 graus, do outro, neve. Em torno da pista de esqui, restaurantes e cafés<br />
servem comida típica da montanha: fondues, queijos e vinhos. Sentamos em<br />
uma das casas e almoçamos ao lado de uma lareira, vendo a neve cair.<br />
À tarde saímos para um passeio. É um grande canteiro de obras. As tamareiras<br />
naturais dividem espaço com ilhas artificiais, espigões com arquitetura<br />
moderna e muitos hotéis – só neste ano foram inaugurados mais de 150 unidades.<br />
Passamos por condomínios temáticos que abrigam escritórios e serviços<br />
voltados para a saúde, o lazer e os esportes. O condomínio esportivo é impressionante:<br />
são nove torres que comportam ao seu redor campo de golfe, quadra<br />
de futebol, academia, entre outras atrações. Tudo em Dubai é superlativo. Para<br />
o fim de 2008 está prevista a inauguração do Burj Dubai, torre de mais de 700<br />
metros que promete ser a mais alta do mundo.<br />
Passamos por mesquitas deslumbrantes, onde a entrada de turistas é<br />
<br />
<br />
proibida, e no auge do passeio pegamos<br />
um pequeno barco para atravessar<br />
o canal em direção a Deira, um<br />
bairro modesto onde está o mercado<br />
de ouro e especiarias mais famoso de<br />
Dubai. No meio do trajeto, cruzamos<br />
com outros barcos vendendo especiarias<br />
e objetos turísticos e foi ali que<br />
compramos nossas próprias burcas.<br />
No mercado, encontramos barracas e<br />
muitas lojas que vendiam todo tipo<br />
de jóias, a maior parte réplicas de famosas<br />
joalherias. Nas barracas, temperos:<br />
curry, açafrão, hortelã e coentro.<br />
A palavra-chave do mercado é “barganhar”.<br />
Em 10 minutos de conversa<br />
conseguimos comprar uma pulseira<br />
de ouro de US$ 350 por US$ 100. Na<br />
saída do mercado, vários restaurantes<br />
flutuantes. Terminamos o dia jantando<br />
num maravilhoso barco em pleno<br />
Golfo Pérsico, com decoração exótica<br />
e comidas muito bem temperadas:<br />
pão sírio torrado na hora para comer<br />
com coalhada ou pasta de grão-debico,<br />
vários tipos de salada, quibe,<br />
esfiha, carne com pistache, arroz com<br />
amêndoas, charutos de folha de uva,<br />
pimentão ou abobrinha recheados<br />
com arroz e carne moída. De sobremesa,<br />
um maravilhoso folhado de<br />
nozes com calda de água de rosas e<br />
um cafezinho turco para arrematar.<br />
Um oásis no deserto<br />
Em Abu Dhabi, a paisagem muda logo<br />
na entrada, o tom amarelado do deserto<br />
vai sendo substituído por muitas<br />
árvores. A capital federal dos Emirados,<br />
a 120 quilômetros de Dubai, é<br />
uma benção em pleno deserto. O líder<br />
político dos Emirados, Khalifa Bin<br />
Zayed Al Nahyan, reside ali. Vimos edi
fícios parlamentares, ministérios federais,<br />
embaixadas estrangeiras. A arquitetura<br />
da cidade mistura edifícios<br />
antigos com modernos arranha-céus.<br />
Os Emirados Árabes Unidos reúnem<br />
sete países (Abu Dhabi, Dubai, Ajman,<br />
Fujeira, Rasal-khaimah, Sharjah e<br />
Umm-al- Qiwain) que se localizam ao<br />
longo da costa oriental do Golfo Pérsico.<br />
A população de Abu Dhabi é a<br />
maior dentre todos os emirados: 1,6<br />
milhão de habitantes. Lá a religiosidade<br />
é mais ortodoxa. As mulheres nem<br />
mostram os olhos, ficam cobertas dos<br />
pés à cabeça parecendo uma torre<br />
preta. Mas há sinais de vaidade. Usam<br />
bolsas chamativas de grifes badaladas<br />
como Gucci, Chanel ou Dior. É curioso<br />
ver os homens andando pelas ruas<br />
ao lado de uma de suas mulheres e<br />
seguidos pelas outras três esposas.<br />
Em Abu Dhabi visitamos o Emirates<br />
Palace, o hotel mais suntuoso de todos<br />
dos emirados. Foi o palácio de um xeique<br />
em tempos passados. Dentro dele,<br />
um museu abriga os futuros projetos<br />
para a cidade. Os empreendedores de<br />
Abu Dhabi estão seguindo os passos de<br />
Dubai e começam a criar seus próprios<br />
projetos, que não deixam nada a desejar<br />
às exuberantes construções da vizinha.<br />
Entre eles, a quinta maior mesquita<br />
do mundo e o museu de Abu Dhabi,<br />
que busca inspiração em nada mais<br />
nada menos do que o francês Louvre e<br />
o espanhol Gugenheim Bilbao.<br />
De volta a Dubai aproveitamos o<br />
resto do dia na piscina e no spa. O<br />
ator Jean Claude Van Damme estava<br />
por lá se refrescando e relaxando. À<br />
noite, cansados de tantas andanças,<br />
decidimos ficar no hotel. Jantamos<br />
no maravilhoso Al Mahara, restauran-<br />
te submarino do hotel, ladeado por um gigantesco aquário, especializado<br />
em peixes e frutos do mar.<br />
Na última noite fomos conhecer o deserto de perto. Saímos num carro 4x4<br />
até chegar em uma duna bem alta para ver o pôr-do-sol, onde tinha um acampamento<br />
montado. Andamos de camelo, fizemos hena nas mãos, fumamos<br />
muito narguilé e jantamos um belo churrasco, assistindo a um espetáculo de<br />
dança do ventre. Estávamos envolvidos pelo doce balançar da música árabe<br />
e pelo aroma de seus incensos de jasmin. Era hora de nos despedirmos de<br />
Dubai. Nada melhor do que deitar sobre um tapete persa, encostar a cabeça<br />
em largas almofadas e só ter o céu estrelado como cenário.<br />
<br />
Hotel<br />
Burj al Arab – O pacote de cinco dias e<br />
quatro noites de hospedagem inclui caféda-manhã,<br />
city tour, passeio e rali no<br />
deserto com guia privativo e visita a Abu<br />
Dhabi (a capital federal dos Emirados<br />
Árabes). A partir de U$$ 3.869 por pessoa<br />
em quarto duplo.<br />
Queensberry Agência de Viagens e<br />
Turismo: tel.: (11) 3365-4000<br />
Teresa Perez Tour: (11) 3217-7200<br />
Companhia Aéreas<br />
A Emirates tem vôos diretos São Paulo–<br />
Dubai, seis dias por semana. O valor da<br />
passagem em classe econômica<br />
é de US$ 1.590.<br />
Informações: www.emirates.com<br />
Restaurantes<br />
Al Mahara – Restaurante do hotel Burj<br />
Dubai, especializado em peixes e frutos do<br />
mar, é garantia de uma boa refeição. O<br />
charme fica por conta do enorme aquário<br />
instalado no ambiente. O preço por casal é<br />
de US$ 500. É preciso fazer reserva. Homens<br />
devem usar blazer.<br />
Informações: www.burj-al-arab.com<br />
Dubai Boat – Jantar dançante em barco<br />
flutuante, com espetáculo de dança do<br />
ventre. A culinária típica da região é<br />
maravilhosa.<br />
Melhor época para visitar Dubai<br />
Alta estação – De dezembro a março as<br />
temperaturas variam em torno de<br />
25 graus centígrados.<br />
Baixa estação – De junho a setembro, a<br />
temperatura passa dos 40 graus<br />
centígrados, mas os preços são<br />
mais em conta.<br />
Passeios imperdíveis<br />
Mall of Emirates, estação de esqui artificial,<br />
que fica no shopping Emirates Mall.<br />
Mercado de ouro e especiarias, em Deira,<br />
bairro a 20 minutos do centro da cidade.<br />
Passeio de helicóptero – Custa US$ 600,<br />
por casal.<br />
Todos os passeios podem ser contratados<br />
no hotel Burj al Arab ou na Alpha Tours:<br />
tel.: 971-4-2949888 ou pelo site<br />
www.alphatoursdubai.com<br />
Roupas<br />
É recomendável não abusar dos decotes e<br />
short muito curtos. Em Dubai a população<br />
é muito religiosa.<br />
Maiores informações no site: www.dubai.com<br />
Loja de objetos<br />
típicos no<br />
mercado<br />
de especiarias
Coisas sem<br />
as quais...<br />
<br />
Com um portfólio de destaque no<br />
cenário nacional e participação<br />
em exposições como Casa Cor SP, Equipotel<br />
e Projeto Casa da Criança, a decoradora<br />
Camilla Matarazzo dedica-se,<br />
há duas décadas, a projetos que primam<br />
pelo conforto e adequação de<br />
ambientes. Sua casa não podia ser diferente.<br />
Há poucos meses mudou-se de<br />
um apartamento de 630 metros quadrados,<br />
nos Jardins, em São Paulo, para um<br />
de 120, em Perdizes, “mais prático”, conforme<br />
diz. Deixou a maioria dos móveis<br />
<br />
<br />
e objetos de decoração num depósito,<br />
levando aquilo que é de extremo valor<br />
sentimental. Quando abre a porta de<br />
seu novo lar, sorridente, e acompanhada<br />
da yorkshire Mira – nome dado em<br />
homenagem à artista concretista Mira<br />
Schendel –, já se percebe que a decoradora<br />
respira arte desde a infância.<br />
Para quem não sabe, ela é sobrinha do<br />
mecenas Ciccilo Matarazzo, que aparece,<br />
pontualmente, aqui e ali, nas telas<br />
– como não podia deixar de ser – cadeiras,<br />
enfim, em pequenos mimos...<br />
2<br />
1
4<br />
5<br />
3<br />
6<br />
<br />
1 DEUSA NEGRA “Comprei numa feira<br />
de rua, na Nigéria. A cada viagem que<br />
faço, trago muitos objetos neste estilo.”<br />
2 MEIA-LUZ “Sempre que faço uma Casa<br />
Cor acabo levando prejuízo”, brinca. A<br />
luminária de Simone Rodrigues fazia<br />
parte de um ambiente que criou para<br />
uma mostra na década de 90. 3 INSPIRA-<br />
ÇÃO A prateleira de livros traz raridades<br />
como diários de Warhol, cadernos de<br />
desenhos de Cocteau, entre dezenas de<br />
outros livros, que ela folheia antes de se<br />
deitar. 4 CHINA Camilla adora tudo o<br />
que vem de lá. As frutas em<br />
cerâmica faziam parte da<br />
decoração da casa de seu<br />
avô, Nicola. 5 MARFIM Não<br />
importa onde mora, no banheiro<br />
de Camilla sempre<br />
está o conjunto de escovas<br />
com suas iniciais. Um presente<br />
de quando ainda era<br />
bebê. 6 SURPRESA “Certa<br />
vez, uma repórter da Vogue<br />
perguntou-me o que eu gostaria<br />
de ganhar de presente<br />
de Natal. Fui a uma galeria e apontei o<br />
quadro do modernista Aldo Bonadei.<br />
Dias depois, meu marido aparece com<br />
o quadro e diz: ‘É seu’”. 7 PÚRPURA O<br />
sofá de plumas de ganso foi desenhado<br />
pela maison de designer<br />
Cassino & Dantas<br />
especialmente para<br />
Camilla. “Quando<br />
chegou não sabia<br />
ao certo se era<br />
roxo, lilás...”<br />
7
SocialJá<br />
Provavelmente, a primeira coisa que<br />
vem à cabeça de qualquer um ao ouvir<br />
histórias de crianças e adolescentes<br />
com um enredo triste ou trágico é pensar<br />
alguma forma de fazer com que aquele fato<br />
ou ato seja esquecido. Mas será mesmo possível<br />
apagar más lembranças? Será que existe<br />
a possibilidade de tirarmos de pequenos<br />
cidadãos as marcas internas de violência,<br />
maus-tratos, descaso ou abandono? O ideal<br />
é que houvesse uma espécie de magia com<br />
tal poder. Mas não há, pelo menos até hoje,<br />
ra<br />
nenhum antídoto mágico contra experiências<br />
dolorosas. E como utopia não ajuda a<br />
solucionar os problemas, a psicóloga Cláudia<br />
Vidigal resolveu ir na contramão do pensamento<br />
coletivo e fazer com que crianças que<br />
vivem em abrigos registrassem sua vida e<br />
recuperassem seu passado. “Percebi que<br />
precisávamos dar a chance de resgatar a identidade<br />
dessas crianças”, diz. Foi da percepção<br />
de Cláudia que surgiu um programa chamado<br />
uma<br />
Fazendo Minha História, em 2002. Três anos<br />
mais tarde, com o sucesso da iniciativa, nasceu<br />
o Instituto Fazendo Minha História, que<br />
ez...<br />
realiza esse e outros trabalhos sociais.<br />
Quando Cláudia ainda estava no quinto<br />
ano da faculdade, em 1999, ela foi estagiar<br />
em um abrigo. Antes as instituições para<br />
acolher crianças eram conhecidas como<br />
orfanatos. No início dos anos 90, com a mudança<br />
no Estatuto da Criança e do Adolescente,<br />
esses lugares passaram a se chamar<br />
<br />
<br />
ONG paulista resgata o passado de crianças em
livros e faz renascer a esperança em olhares inocentes<br />
Júlia Eid, colaboradora da Ong: "O resgate da história e o registro do presente são lembranças que as crianças levarão por toda a vida"
SocialJá<br />
<br />
O álbum revela talentos, como o<br />
dom de desenhar que o garoto<br />
pretende transformar em profissão<br />
abrigos e pelo respaldo da Lei só poderiam<br />
acolher até 20 crianças. O abrigo funciona<br />
como uma instituição de zelo, tanto que a<br />
maioria das crianças não é órfã. Ele é um<br />
local provisório. “Ainda tem muita coisa pra<br />
melhorar, mas o Brasil está em um caminho<br />
bom”, acredita a psicóloga.<br />
Abuso, violência, pobreza, falta de condições<br />
psicológicas e descaso são algumas<br />
das razões que fazem com que crianças sejam<br />
retiradas de suas famílias pela justiça e<br />
encaminhadas a um abrigo. O objetivo é<br />
tentar oferecer um futuro melhor para esses<br />
pequenos seres que tão cedo têm de enfrentar<br />
uma dura realidade. Com a revisão do<br />
Estatuto os abrigos passaram a buscar uma<br />
nova forma de organização. “Antes as roupas<br />
eram de todos, não havia privacidade.<br />
Hoje, na maioria das casas que trabalhamos<br />
cada criança tem seu armário”, diz Cláudia.<br />
Apesar de terem melhorado a situação nos<br />
abrigos, nem todos conseguem cumprir as<br />
regras à risca. E aí que o trabalho de ONGs<br />
(organizações não-governamentais), como<br />
<br />
a Fazendo Minha História, têm facilitado o dia-a-dia. O projeto de Cláudia parece<br />
simples, mas envolve muita sensibilidade e comprometimento. Na prática,<br />
ela criou um mecanismo para incentivar a leitura e a escrita.<br />
O resultado desse trabalho faz com que as crianças registrem sua própria<br />
história em um livro, que é único e particular. E extremamente especial. Chamado<br />
de “álbum” pelos coordenadores do projeto, essa verdadeira obra de arte e<br />
vida traz as histórias das crianças, experiências vividas dentro do abrigo e resgata<br />
as raízes e os problemas da vida de cada uma delas. “Quando começamos<br />
vi que havia crianças que não sabiam nem a própria data do aniversário”, diz<br />
Cláudia. Com a criação do álbum as crianças são capazes de conhecer um pouco<br />
melhor de si mesmas, registrar uma vivência, um período importante da vida<br />
e encarar seus problemas para assim poder resolvê-los ou, no mínimo, superálos.<br />
Grande parte dos problemas está na família.<br />
A equipe da revista Cyrela teve a oportunidade de acompanhar a rotina de um<br />
dos abrigos parceiros da ONG, no Educandário Dom Duarte, na capital paulista.<br />
Fomos recepcionados com muito carinho pelas crianças. Mesmo com passado<br />
sofrido elas ensinam uma grande lição de amor. E o que é melhor. É possível ver<br />
que são verdadeiros anjinhos, que ainda guardam esperança no olhar. Apesar do
álbum ser extremamente pessoal, Diego,<br />
Jeferson, Paulo, Renato (nomes<br />
fictícios) e as outras 16 crianças abrigadas<br />
fazem questão de mostrar sua<br />
vida naquelas páginas. Jonathan, por<br />
exemplo, mostra seus desenhos com<br />
orgulho e não se intimida ao ver que<br />
lemos a página ao lado contando o<br />
dia em que seu pai saiu de casa e não<br />
voltou mais. “Tem crianças que se<br />
abrem mais rapidamente, outras nem<br />
tanto. Não obrigamos elas a nada,<br />
nem mesmo a fazer os encontros”, diz<br />
Júlia Eid, colaboradora técnica há<br />
dois anos do Fazendo Minha História.<br />
“Trabalhamos por temas. Sempre procuro<br />
associar os livros que vamos ler<br />
aos temas que podemos tratar no álbum”,<br />
completa.<br />
Outro álbum marcante é o do pequeno<br />
Diego. Empolgado, ele exalta<br />
as fotos da família e fala o tempo<br />
todo do seu irmão mais novo que<br />
nasceu há pouco. As primeiras páginas<br />
do livro de Diego, de apenas<br />
7 anos, mostram sua tristeza ao<br />
chegar o abrigo. Ele escreveu em<br />
letras bem grandes que não queria<br />
estar ali. Mas, ao continuar virando<br />
as folhas, percebemos que ele está<br />
tendo uma infância na medida do<br />
possível normal, com atividades<br />
esportivas e muitas brincadeiras.<br />
“Esse registro da rotina deles também é importante, pois é a história que vão<br />
carregar para o resto da vida”, diz Júlia.<br />
Apesar de aprovado por especialistas e pelas crianças, a própria mentora<br />
do projeto reconhece que não sabe o papel e a importância dos álbuns na<br />
vida futura dessas crianças. “Até porque elas estão ali de passagem. E costumam<br />
ser reintegradas às famílias ou são encaminhadas para adoção”, diz<br />
Cláudia. Uma experiência vivida em um dos abrigos que assiste mostra que<br />
ela está em um bom caminho. “Uma vez uma garota de mais ou menos 20<br />
anos entrou em um dos abrigos, onde haviam morado um dia. Ela tinha ido<br />
resgatar sua história. Ao se deparar com o projeto caiu em lágrimas e disse<br />
algo que me marcou muito. `Daria a vida para saber quem eu era e para ter<br />
um álbum próprio`”, lembra Cláudia.<br />
O sucesso do Fazendo Minha História não ocorreu por acaso. Anualmente,<br />
o instituto trabalha em mais de 15 abrigos, o que significa por baixo mais de<br />
300 crianças. Cláudia não poderia nem teria tempo de se dedicar a cada uma<br />
delas sozinha. E aí que entra em cena os colaboradores, sem os quais o sucesso<br />
da ONG ficaria comprometido. Já passam de 100 o número de pessoas<br />
que aderiram à causa. Para começar, Cláudia não gosta que eles sejam chamados<br />
de voluntários, pois acredita que o nome correto é mesmo o de colaborador.<br />
Para ela, para entrar no projeto é preciso muito mais do que vontade<br />
de ajudar. É necessário haver comprometimento e preparo. “Faço uma<br />
seleção rigorosa, não é justo que as crianças se apeguem a algum colaborador<br />
que vai abandonar o trabalho no meio do caminho”, diz Cláudia. Realmente<br />
não ajuda em nada deixar o trabalho incompleto e fazer com que as<br />
crianças sintam novamente a sensação de abandono. Mas para os que garantem<br />
comprometimento, há sim espaço e muito.<br />
“Há uma série de abrigos conveniados, portanto, precisamos sempre de mais<br />
colaboradores.” A carga horária é relativamente leve, é preciso dedicar-se uma vez<br />
por semana, por três horas. Cada colaborador fica com uma criança por cerca de<br />
uma hora. Mas como é preciso planejar o encontro, é preciso dedicar mais uma<br />
hora para a preparação. A outra hora restante que Cláudia contabiliza para a dedicação<br />
é por conta da locomoção. Depois disso, o colaborador participa a cada dois<br />
meses de reuniões de supervisão. “É um trabalho gratificante. Não atrapalha minha<br />
rotina de trabalho. É totalmente viável”, diz Nina Franco, colaboradora desde março.<br />
“O pouco tempo que dedicamos às crianças é muito para elas.”<br />
Quem pensa em ir além e tem como meta na vida construir uma sociedade mais<br />
justa e humana, Cláudia aconselha: “Primeiro faça, faça e faça. Acredite sempre. Só<br />
depois busque parceiros e patrocinadores. Quando as coisas começarem a dar certo,<br />
saia contando para os outros para que sua boa ação se multiplique”, finaliza.<br />
A elaboração do<br />
álbum incentiva<br />
o hábito da<br />
leitura e a<br />
criatividade da<br />
criançada
Garfo e taça<br />
O MELHOR DA GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA<br />
<br />
Portugal<br />
Descubra<br />
O país, com suas uvas regionais e enólogos de primeiro<br />
time, faz cada vez mais vinhos de alta gama, instigantes<br />
e que não devem nada aos grandes rótulos do mundo
S e você já não agüenta mais ouvir falar e degustar vinhos do chamado Novo Mundo,<br />
principalmente da Argentina e do Chile, está na hora de conhecer os vinhos<br />
portugueses. Até pouco tempo vistos com desconfiança por sua rusticidade e falta de<br />
um caráter, digamos, mais internacional, os portugueses deram a volta por cima e<br />
agora estão produzindo vinhos que não ficam devendo nada aos dos outros grandes<br />
países da Europa. E, com outra grande vantagem, o país explora como poucos suas<br />
uvas regionais – algumas de nomes pitorescos --, o que é outro atrativo para aqueles<br />
que já estão fartos da trilogia Chardonnay, Cabernet e Merlot. Em Portugal, os brancos<br />
são elaborados com uvas como Arinto, Antão Vaz, Fernão Pires ou Malvasia Fina. Já os<br />
tintos com Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Roriz, Aragonês e uma<br />
francesa adotada, a Alicante Bouschet.<br />
O Alentejo e o Douro podem até estar um passo a frente, mas regiões como o Dão,<br />
o Ribatejo, a Estremadura e a Bairrada vão reagindo e mostrando grande potencial.<br />
Abaixo, uma pequena seleção de vinhos que merecem ser degustados.<br />
Ao lado, vinhedos nas<br />
encostas do Douro, uma<br />
das regiões vinícolas<br />
mais bonitas. Garrafas<br />
do Esporão e do<br />
Abandonado: dois<br />
grandes vinhos<br />
Alentejo<br />
CORTES DE CIMA RESERVA 2003<br />
Mescla das uvas Syrah, Aragonês e<br />
Touriga Nacional, que mostra muita<br />
cor, denso, com fruta vermelha predominando<br />
e muito corpo.<br />
www.adegaalentejana.com.br<br />
ESPORÃO PRIVATE SELECTION<br />
GARRAFEIRA 2004<br />
Alentejo – Tinto de cor granada, aroma<br />
intenso de fruta com notas de<br />
madeira, além de especiarias, muito<br />
atraente e elegante.<br />
www.qualimpor.com.br<br />
HERDADE DOS GROUS RESERVA 2005<br />
Exuberante nos aromas frutados, com<br />
sabores florais, corpo sedoso e notas<br />
de madeira de grande qualidade.<br />
www.epice.com.br<br />
Douro<br />
DOMINGOS ALVES DE SOUSA<br />
ABANDONADO 2004<br />
Grandioso no aroma e com muita estrutura<br />
veio confirmar o grande momento<br />
desse produtor. Vinho longo e elegante.<br />
www.decanter.com.br<br />
Bairrada<br />
QUINTA DAS BACELADAS 2004<br />
Rico corte de Cabernet Sauvignon e<br />
Merlot e um pouco de Baga. Elegante,<br />
gostoso e longo.<br />
www.santaluzia.com.br
Garfo e taça<br />
O MELHOR DA GASTRONOMIA E DICAS PARA A COZINHA<br />
Amadas cerejas<br />
Fim de ano marca a desejada chegada dessa fruta<br />
doce e maravilhosa no mercado brasileiro<br />
Fotos Tadeu Brunelli<br />
Todo fim de ano é a mesma coisa. Uma leva de produtos diferentes<br />
e sazonais aparecem no mercado para alegrar ainda<br />
mais a mesa do brasileiro. Nos últimos anos, a cereja tem sido uma<br />
delas e transformou-se em uma das frutas mais festejadas e procuradas.<br />
Em São Paulo, por exemplo, é vendida até nos sinais de<br />
trânsito. Alem de ser uma delícia quando consumida ao natural,<br />
casa muito bem em receitas. Para confirmar isso, pedimos ao talentoso<br />
chef Píer Paolo Picchi que criasse receitas com a fruta. O<br />
resultado são sobremesas deliciosas.<br />
De origem asiática, a cereja é uma fruta que precisa de estações<br />
definidas para obter êxito em seu consumo. Pede inverno muito frio<br />
e verão ameno e seco. O Chile é o principal país exportador.<br />
A fruta, de paladar adocicado, no Brasil ainda é muito consumida<br />
em conservas, compotas e licores, mas seu consumo in natura<br />
aumenta a cada estação. A fruta fresca tem propriedades refrescantes,<br />
diuréticas e laxativas, é rica em vitaminas A e C, além de fornecer<br />
sais minerais como cálcio, ferro e fósforo. Já na cozinha, é extremamente<br />
versátil. “Engana-se quem pensa que cereja é para<br />
decorar um prato”, diz o chef Píer Paolo Picchi, do restaurante<br />
Picchi, badalado restaurante no bairro do Itaim.<br />
Portanto, aproveite a temporada de cerejas e faça a festa,<br />
lembrando que a fruta combina perfeitamente com champanhe<br />
e com espumantes brasileiros.<br />
<br />
<br />
CROSTATA DE CEREJA<br />
20 porções<br />
Massa sablé<br />
300 g | de manteiga<br />
5 g | de sal<br />
187,5 g | de açúcar<br />
100 g | de ovos<br />
500 g | de farinha de trigo<br />
2,5 g | de fermento químico<br />
Creme patissier<br />
3 | gemas<br />
100 g | de açúcar<br />
25 g | de amido de milho<br />
25 g | de farinha de trigo<br />
500 g | de leite<br />
30 g | de cereja chilena<br />
Baunilha e hortelã a gosto<br />
Modo de preparo<br />
Massa sablé<br />
1. Bata a manteiga, o sal e o açúcar. 2. Em seguida, adicione<br />
os ovos e bata até a massa ficar homogênea. 3.<br />
Acrescente a farinha e o fermento químico. 4. Deixe a<br />
massa descansar e, depois, enforme-as.<br />
Creme patissier<br />
1. Bata a gema com açúcar até branquear. 2. Em seguida,<br />
adicione o amido de milho e a farinha de trigo. Misture<br />
bem. 3. Ferva o leite com a baunilha e jogue na mistura<br />
acima e volte para o fogo baixo até engrossar. 4. Retire<br />
do fogo e misture as cerejas picadas.<br />
Montagem<br />
Recheie as crostatas (tortas) com creme patissier e por<br />
cima decore com cerejas chilenas e hortelã.
ESPUMA DE CHOCOLATE<br />
BRANCO COM CEREJAS<br />
24 porções<br />
Espuma de chocolate branco<br />
300 g | de chocolate branco<br />
300 g | de clara<br />
300 g | de creme de leite<br />
100 g | de cereja batida e coada<br />
2 cápsulas | de chantilly<br />
Modo de preparo<br />
Espuma de chocolate branco<br />
1. Junte a calda de cereja com o creme de leite e leve ao fogo. 2. Derreta o chocolate<br />
branco picado com o creme de leite quente. 3. Passe numa peneira, misture com a clara<br />
e coloque tudo no sifão. 4. Acrescente as cápsulas de chantilly e deixe em banho-maria.<br />
Montagem<br />
Sirva a espuma em uma taça de dry martini.<br />
*RICARDO CASTILHO É DIRETOR DA REVISTA PRAZERES DA MESA
C a r a v e l a<br />
<br />
<br />
1001<br />
discos que fizeram história<br />
m meados dos anos 50, o avanço tecnológico<br />
da gravação e da reprodução de som transformou<br />
a maneira de ouvir – e de vender – música.<br />
Os discos de longa duração (ou long playing<br />
records, hoje jurássicos LPs) decretaram a morte<br />
da bolacha de 78 rotações por minuto,<br />
trouxeram maior fidelidade sonora e permitiam<br />
ao ouvinte continuar dançando ou bebendo seu uisquinho<br />
no sofá sem ter de trocar de lado a cada música (só uma<br />
vez a cada lado). Mas a revolução em 33 RPM não se restringia<br />
apenas ao conforto e à qualidade sonora. Diante da possibilidade<br />
de juntar um punhado de músicas em um só disco<br />
(no comecinho, em 10 polegadas, logo em seguida em 12),<br />
alguns artistas logo perceberam que ali havia uma chance<br />
de desenvolver suas carreiras de uma maneira totalmente<br />
diferente. Nasciam os discos conceituais – aqueles que “defendem<br />
uma idéia”, contam uma história por meio das várias<br />
historinhas contidas nas letras, criam determinado “clima”<br />
ou servem como veículo para estudos de estilo. Frank Sinatra<br />
<br />
foi um dos primeiros a lançar mão da novidade, gravando In<br />
The Wee Small Hours, disco de canções exclusivamente tristíssimas<br />
em que os temas recorrentes eram amores desfeitos,<br />
desilusões, saudade, corações partidos – o de Sinatra e o dos<br />
ouvintes que se dispusessem a sofrer daquele jeito. Com arranjos<br />
do jovem Nelson Riddle (que se tornaria um dos maiores<br />
maestros de estúdio da música americana), Sinatra viu sua<br />
carreira, precocemente tida como decadente, renascer.<br />
É com In The Wee Small Hours, de 1955, que começa a viagem<br />
por 1001 álbuns selecionados e comentados por 90 críticos internacionais,<br />
abrangendo quase seis décadas de produção musical, do LP ao<br />
CD e ao MP3. No momento em que o conceito de álbum (um conjunto<br />
de músicas que se relacionam, embalado por uma idéia visual) é posto<br />
em xeque pelo compartilhamento de arquivos via internet, é interessante<br />
passar a limpo a história da música popular de acordo com esse<br />
formato. Obra fundamental para qualquer pessoa interessada em<br />
música pop, 1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer apresenta<br />
cronologicamente obras-primas de diversas vertentes – com maior<br />
apego ao rock´n´roll. Os trabalhos que “mudaram tudo” estão
1001 DISCOS PARA<br />
OUVIR ANTES DE MORRER<br />
Prefácio de Michael Lydon<br />
e edição de Robert Dimery<br />
960 págs, R$ 59,90 – Sextante<br />
<br />
aqui: o lançamento de Garota de Ipanema e da bossa nova ao mun-<br />
do em Getz/Gilberto (João Gilberto e Stan Getz), a canção folk em<br />
Highway 61 Revisited (Bob Dylan), a psicodelia em Pet Sounds e<br />
Sgt. Pepper´s Lonely Hearts Club Band (Beach Boys e Beatles, respectivamente),<br />
a loucura lisérgica em Are You Experienced (Jimi<br />
Hendrix), o grito da soul music em Lady Soul (Aretha Franklin), o<br />
jazz eletrificado em Bitches Brew (Miles Davis), obras-primas do<br />
rhythm´n´blues como What´s Going On e Talking Book (Marvin<br />
Gaye e Stevie Wonder), o rock´n´roll sem frescura em Sticky Fingers<br />
(Rolling Stones), o rock cerebral em Transformer (Lou Reed),<br />
a explosão do reggae em Catch a Fire (Bob Marley), a virada punk<br />
em Never Mind The Bollocks (Sex Pistols) e tantos mais (só para<br />
ficar nos anos 60 e 70). Os discos mais importantes vêm acompanhados<br />
de fotos dos artistas e quase todos os 1001, com reproduções<br />
das capas. Nomes obscuros, que não fizeram tanto sucesso<br />
comercial mas seguem influenciando gerações, também<br />
estão representados: Van Morrison, Nick Drake, Randy Newman,<br />
John Martyn e outros bardos.<br />
É um livro de gringo, sem dúvida, focado primordialmente<br />
no que aconteceu nos Estados Unidos e na Inglaterra. Mas a<br />
música brasileira é bem representada na obra por Caetano Veloso,<br />
Mutantes (ambos com seus discos de estréia), Milton Nascimento<br />
e Lô Borges (com o grande álbum duplo Clube da Esquina),<br />
Bebel Gilberto (com o CD Tanto Tempo, que lançou para<br />
o mundo a bossa nova eletrônica) e alguns mais. O troféu mico<br />
da edição vai para o sujeito que indica a coletânea Vento de<br />
Maio, de Elis Regina, nada mais que um picadinho de sua obra,<br />
lançado depois da sua morte, em 1982, pela EMI (onde ela gravou<br />
pouco), como se fosse um álbum original da diva, para enganar<br />
trouxa. Este foi tapeado. Mas será possível que ele nunca ouviu<br />
dizer que, em 1974, a cantora gravou com nosso maior compositor<br />
popular um certo álbum chamado Elis & Tom?<br />
Enfim, o deslize, embora feio, não chega a estragar a delícia<br />
de ler e folhear o livrão, relembrar a trilha sonora de bons momentos<br />
da sua vida ou procurar ouvir aquele disco importante<br />
para o qual você nunca deu bola. E aguarde novidades: a Editora<br />
Sextante promete, para 2008, o lançamento dos volumes 1001<br />
Filmes e 1001 Livros – para ver e ler antes de morrer...
VALE TUDO<br />
O SOM E A<br />
FÚRIA DE<br />
TIM MAIA<br />
Nelson Motta<br />
392 págs,<br />
R$ 49,90<br />
Objetiva<br />
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O PRAZER DE FICAR<br />
EM CASA<br />
Letícia Ferreira<br />
Braga<br />
82 págs., 14,90 -<br />
Casa da Palavra<br />
<br />
Astro superlativo<br />
Só um amigo inteligente e bom de prosa como Nelson Motta para escrever uma biografia tão carinhosa e divertida<br />
como Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia. Nelson acompanhou a carreira de Tim desde seu lançamento em<br />
um dueto com Elis Regina (em 1969, no álbum Em Pleno Verão, de Elis, que produziu) até os últimos momentos, no fim<br />
dos anos 90, quando os excessos de uma vida regada a álcool e drogas combaliam definitivamente a saúde do vozeirão<br />
mais possante e cheio de ritmo da música brasileira. Logo no começo do texto, o autor já avisa que ficcionista algum<br />
seria capaz de inventar uma personagem como Tim Maia, e narra sua vida desde a infância como entregador de marmitas<br />
da pensão do pai no bairro carioca da Tijuca, onde começou a se reunir a turma da Jovem Guarda (Tim ensinou<br />
um bocado de música a Roberto e Erasmo Carlos), até momentos de glória e de profunda solidão. Sem rodeios, o ídolo<br />
é descrito em suas várias faces, todas superlativas como o tamanho de sua pança e o volume de sua voz: era capaz de<br />
atos de grande generosidade e também de extrema ingratidão (sobrando até para Nelson em certo<br />
episódio). Mas aqui não há juízo de valores – e a obra, além de trazer passagens engraçadíssimas<br />
envolvendo namoradas, músicos, credores, aditivos químicos e os célebres<br />
canos que dava em seus shows, presta tributo à obra do talentoso e inimitável artista.<br />
Quem viveu paixões ao som de Primavera e Você, ou dançou com Descobridor dos Sete<br />
Mares e Vale Tudo, não pode deixar de ler. E de rir com as máximas do cantor, como a<br />
com que costumava definir sua popularidade: “É uma questão de equilíbrio. Metade das<br />
minhas músicas é esquenta-sovaco. A outra metade é mela-cueca”.<br />
<br />
Vida simples<br />
A carioca<br />
Letícia Ferreira Braga é<br />
advogada e entende de viver<br />
bem como ninguém. Mas, para a autora,<br />
estar em harmonia doméstica<br />
não é cercar-se de luxos e facilidades<br />
tecnológicas. É encontrar, no lar, o<br />
perfeito refúgio para o mundo que<br />
ruge lá fora. Numa época em que somos<br />
bombardeados com informações<br />
e enfrentamos situações pra lá<br />
de estressantes no caminho casatrabalho-trabalho-casa,<br />
Letícia propõe<br />
entender sua morada como um<br />
templo. E não estamos falando de religiões,<br />
mas de um estilo de vida que<br />
pode transformar seu “casulo” num<br />
lugar de paz e de boas vibrações, ideal<br />
para o exercício da criatividade e do<br />
convívio gostoso com família e amigos.<br />
Num livrinho sucinto, simpático e<br />
rápido de ler, ela dá dicas de como<br />
melhorar o astral do pedaço lançando<br />
mão de aromas, banhos relaxantes,<br />
técnicas de meditação, livrando-se do<br />
que é desnecessário (“cinco jarras<br />
d´água, 12 toalhas de mesa? Não!”,<br />
diz) e organizando tudo na base do<br />
“quanto menos complicado, melhor”.<br />
Se você é do tipo que demora horas<br />
para encontrar algum objeto que a<br />
casa resolveu simplesmente “engolir”,<br />
talvez seja hora de prestar atenção<br />
aos sábios ensinamentos contidos em<br />
O Prazer de Ficar em Casa.
Receba as chaves EMS para<br />
o seu empreendimento Cyrela<br />
As Portas Blindadas EMS são fabricadas com compostos balísticos<br />
testados e certifi cados pelo Exército Brasileiro, incluindo na sua<br />
composição fechaduras e cilindros com tecnologia Suiça, proporcionando<br />
maior segurança e conforto para sua família.<br />
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CELEBRIDADES COMO<br />
VOCÊ NUNCA VIU<br />
Welison Calandria – 100<br />
páginas, R$ 99<br />
À venda:<br />
www.submarino.com.br/<br />
celebridades<br />
Sete Comunicação<br />
<br />
<br />
A outra face<br />
Sangalo, de chef de<br />
I vete<br />
cozinha. Renata Fan, de<br />
pijama, Maguila, de empresário,<br />
Mara Maravailha, de<br />
lavadeira. Essas são algumas<br />
das mais de 30 personalidades<br />
clicadas pelo fotógrafo<br />
Welison Calandria<br />
para o livro Celebridades<br />
Como Você Nunca Viu. O projeto<br />
tem causa nobre. Toda<br />
a renda arrecadada com a<br />
venda da publicação será<br />
revertida para a Sociedade<br />
Pestalozzi de São Paulo,<br />
uma instituição beneficente<br />
de utilidade pública, que há<br />
55 anos atende crianças e<br />
adolescentes com deficiência<br />
intelectual. Ana Hickman,<br />
aparece com vestidinho<br />
acinturado e fita na cabeça,<br />
figurino típico dos anos 60,<br />
abençoou o projeto: ela é<br />
madrinha da entidade. Calandria<br />
fotografa desde 1989<br />
nas áreas editoriais e de publicidade.<br />
Hoje comanda a<br />
FrameStudio e ministra cursos<br />
de fotografia no Senac,<br />
em São Paulo. Além do Brasil,<br />
seus trabalhos já foram<br />
publicados nos Estados<br />
Unidos, na Inglaterra, em<br />
Portugal, no México e na<br />
Argentina.
C a r a v e l a<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Roedor<br />
de bico<br />
doce<br />
Não é preciso ser gourmet de carteirinha ou diploma para se divertir – e<br />
muito! – com Ratatouille, a mais recente animação da Disney/Pixar. Mas<br />
se você é apaixonado pela alquimia culinária dos restaurantes estrelados (ou<br />
do trivial requintado) e perdeu o filme no cinema, reserve já sua cópia em DVD.<br />
Sem querer fazer trocadilho, Ratatouille é uma delícia. Tudo começa numa<br />
casa de campo, onde nosso herói, o ratinho francês Remy, assiste sorrateiramente<br />
a programas culinários na televisão e folheia o livro de seu ídolo, o renomado<br />
chef Auguste Gusteau, autor de Qualquer um Pode Cozinhar. Inspirado<br />
pelo mundo de sabores que descobre em suas incursões à cozinha, pela<br />
leitura do mestre (sim, é um rato alfabetizado) e pelas combinações de ingredientes<br />
que experimenta, o roedor de bico doce se vê em Paris, mais precisamente<br />
na cozinha de Gusteau, que acaba de morrer e cujo restaurante é disputado<br />
por um chef mau-caráter, porém talentoso, e um herdeiro legítimo,<br />
o jovem Linguini, que não entende nada do riscado. Remy une-se a Linguini<br />
e atua como seu ghost cook, escondido no chapéu de mestrecuca<br />
do rapaz, e as hilárias confusões começam a acontecer. O desafio<br />
da dupla é impressionar o pernóstico crítico gastronômico Ego (com a<br />
voz de Peter O´Toole na versão original). Não pense que este filme destina-se<br />
apenas às crianças, que riem a valer com a história (principalmente<br />
com os malabarismos aloprados de Linguini e Remy), mas não entendem<br />
boa parte das piadas cheias de referências ao mundo das caçarolas – estas,<br />
feitas para os pais, tios e avós. Além do roteiro genial, a técnica dos animadores<br />
da Pixar é outro espetáculo. E se você não acabar de assistir ao desenho<br />
tomado por um desejo incontrolável de degustar um prato fenomenal,<br />
aquele dos deuses, deve consultar um médico imediatamente, para<br />
averiguar o que anda errado com seus sentidos.
C a r a v e l a<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Rock é rock mesmo<br />
Se você acha que está faltando um som, digamos,<br />
mais pesado e substancial em sua vida, é tempo<br />
aposentado CD, a banda preparou dois biscoitinhos<br />
finos – ou melhor, três. O primeiro é o álbum duplo<br />
de voltar no tempo e curtir de novo o Led Zeppelin. O Mothership, com 24 faixas escolhidas pelo guitarrista<br />
quarteto inglês que deu origem ao som que mais tar- Jimmy Page, pelo cantor Robert Plant e pelo baixista<br />
de seria denominado heavy metal (embora não tives- John Paul Jones (o baterista John Bonham, integrante da<br />
se nada a ver com caveiras, morcegos e outras diabru- formação inaugural do Led, morreu em 1980). Além de<br />
ras) volta com a corda toda nos palcos (reuniu-se re- definir o repertório, eles acompanharam a remastecentemente<br />
em Londres para um show de caridade) rização das músicas. Ou seja, serviço completo. Clás-<br />
e em relançamentos que vão alucinar os fãs. Para cosicos como Stairway to Heaven, Kashmir ou Whole<br />
meço de conversa, a obra completa da banda é final- Lotta Love nunca soaram tão bem. Como revival poumente<br />
lançada oficialmente na internet, para quem tem o co é bobagem, o Led Zeppelin também coloca nas<br />
hábito politicamente correto de pagar pelos MP3 que baixa lojas uma nova versão, com seis faixas inéditas, de<br />
na rede. Os oito álbuns de estúdio do grupo, mais o The Song Remains the Same, concerto histórico de<br />
clássico “ao vivo” The Song Remains the Same e algu- 1973 no Madison Square Garden, em Nova York, que<br />
mas compilações estão disponíveis para download rendeu um longa-metragem (no Brasil, com o título<br />
nos melhores sites do ramo (procure em www.itunes.<br />
com), com som cristalino e remasterizado. Para os que<br />
ainda preferem ocupar as prateleiras com o semi-<br />
“doidão” de Rock É Rock Mesmo).
Quanto vale o<br />
SHOW?<br />
Enquanto o Led Zeppelin lança sua discografia completa<br />
para downloads oficiais (sendo que a obra já navega<br />
há um bom tempo ilegalmente nos sites de compartilhamento<br />
de arquivos), outra banda inglesa, o Radiohead,<br />
encara a briga e dá a cara a tapa, fazendo a pergunta que<br />
não quer calar: afinal, num tempo em que é possível piratear<br />
qualquer disco, filme ou livro virtualmente, quanto está valendo<br />
o show? Antes de lançar seu oitavo disco (gravado à própria<br />
custa, sem apoio de gravadora alguma) da maneira tradicional, para ser comprado nas lojas, a banda colocou o álbum In Rainbows<br />
no endereço www.radiohead.com à disposição de quem quiser baixá-lo, pelo preço que o internauta se dispuser a pagar.<br />
Preço que varia de 0,00 libra esterlina (isso mesmo, zero) até quanto o bolso ou a consciência permitam. De acordo com a pesquisa<br />
divulgada pelo próprio Radiohead, a maioria resolveu baixar o disco de graça. Em média, os pagantes andam desembolsando<br />
cerca de 8 libras para ter em seu computador as canções melancólicas bem ao gosto de Thom Yorke e sua turma, como All I Need<br />
ou Weird Fishes. Ou a balançada 15 Step, que abre o disco. Para quem não abre mão do suporte físico, o quinteto caprichou: é<br />
possível comprar, também via internet, uma caixa contendo o CD, dois discos em vinil, um segundo CD (com canções extras e<br />
fotos digitais) e um livro artístico com as letras das músicas. Pelo preço – tabelado – de 40 libras.<br />
Encontro de bambas<br />
Chick Corea (um dos mais importantes e hábeis pianistas do jazz moderno) e Béla Fleck<br />
(o maior instrumentista de banjo do planeta, líder da banda The Flecktones) já<br />
namoravam musicalmente havia um tempinho. Um participava do disco do outro, outro<br />
dava uma canja no show de um. Até que resolveram juntar os instrumentos e partir para<br />
a gravação do dueto que os fãs tanto lhes cobravam. O álbum The Echantment é mesmo<br />
o que o título promete: uma festa de virtuosismo, técnica, sensibilidade e musicalidade.<br />
Em algumas faixas, às vezes confundimos o que é banjo e o que é piano, quem toca o quê,<br />
tamanha a sincronia entre os bambas. Ouça a aceleradíssima Spectacle (outro título justo)<br />
e tire a prova. Mas, além da “pauleira”, há vários momentos suaves, como a doce<br />
Waltse for Abby ou a meditativa faixa que dá nome ao disco. O som dos dois casase<br />
tão bem quanto queijo branco e goiabada, arroz e feijão, carne-seca e abóbora,<br />
num cardápio capaz de aplacar a fome musical mais voraz. Béla e Chick alternamse<br />
na autoria das peças, e o único compositor “convidado” é o nosso Ary Barroso...<br />
adivinha com que música? Aquarela do Brasil, ora.
Pontodevista<br />
<br />
HORA DE RELAXAR<br />
tempo de férias e a ordem é se divertir. Que tal conhecer melhor o Brasil?<br />
É Se a idéia é recarregar as energias, há várias opções de resorts e hotéis<br />
muito aconchegantes, onde a ordem é relaxar e curtir momentos inesquecíveis<br />
com a família ou alguém muito especial. A única tarefa agora é escolher<br />
o destino. Com as temperaturas em elevação, as praias de Norte a Sul do<br />
país são um convite irresistível.<br />
Vamos começar pelo Rio de Janeiro, que hoje, para nós, paulistas, virou uma cidade<br />
balneária. Lá a melhor parada é o Hotel Fasano. Recém-inaugurado, ele é a união<br />
perfeita da vocação paulistana de receber bem com a descontração do povo carioca.<br />
Eu adorei! Especialmente o Lounge Bar Baretto/Londra, embalado pelo melhor do<br />
rock clássico, pocket shows e ambiente intimista. No último andar, onde fica a piscina,<br />
só para hóspedes, uma das mais deslumbrantes vistas da Cidade Maravilhosa: a famosa<br />
praia de Ipanema, com o Morro Dois Irmãos de um lado e o Arpoador de outro.<br />
Tudo isso mais as atrações culturais e de lazer que o Rio reserva para os turistas.<br />
Para quem não conhece a Bahia de todos os santos e ritmos e o jeito descansado<br />
do baiano tem um ótimo motivo para arrumar as malas e aterrissar<br />
por lá. O pequeno balneário de Itacaré, no litoral sul, é uma maravilha. Ainda<br />
mais se a estada for no Txai Resort, caracterizado pelos seus bangalôs extremamente<br />
confortáveis, cercados de natureza por todos os lados, atendimento<br />
impecável e gastronomia sofisticada. Fica na paradisíaca praia de Itacarezinho.<br />
É imperdível. A cerca de 50 quilômetros dali, em Ilhéus, terra do cacau<br />
e palco de inspiração para os famosos romances de Jorge Amado, uma dica<br />
preciosa, o Hotel Fazenda da Lagoa, um propriedade de coco e dendê. Localizado<br />
entre o mar e o Rio Aliança, junto aos manguezais e uma lagoa belís-<br />
<br />
<br />
<br />
É PROMOTER E EMPRESÁRIA CULTURAL DAS<br />
MAIS RESPEITADAS DO PAÍS E AUTORA DO LIVRO<br />
NINGUÉM É PERFEITO, MAS PODE MELHORAR<br />
sima, é o refúgio ideal para quem<br />
quer se proteger da civilização.<br />
Fora do país, mas muito próximo da<br />
gente, a vizinha Argentina é uma alternativa<br />
muito prática e bacana para quem<br />
procura ares europeus em plena América<br />
do Sul. Ficar no bairro da Recoleta é a<br />
melhor pedida. Hospede-se no cinco-estrelas<br />
Hotel Alvear, que fica no coração<br />
do bairro mais charmoso de Buenos Aires,<br />
e esqueça da vida. Comer no Munich<br />
Recoleta é um vício. As especialidades da<br />
casa são o bife de chorizo e supremas de<br />
pollo. De sobremessa, deixe a dieta de<br />
lado e se entregue ao crepe de dulce de<br />
leche. Simplesmente divino!<br />
Eu já escolhi o meu roteiro para as<br />
férias: Porto de Galinhas, em Pernambuco.<br />
Depois conto como foi. O que importa<br />
nesse momento é dar uma parada,<br />
ficar juntinho das pessoas queridas<br />
e voltar para 2008 novinho em folha.<br />
Bom descanso e um regresso cheio de<br />
novas conquistas a todos.
Cyrela<br />
Aqui você encontra seu imóvel<br />
A cobiçada Chácara Flora<br />
Com uma atmosfera cosmopolita e sofisticada, o bairro paulistano lembra<br />
<br />
Perspectiva<br />
ilustrada das<br />
piscinas adulto<br />
e infantil do<br />
Les Jardins<br />
<br />
Acrescente busca por áreas verdes, espaçosas e com segurança garantida<br />
tem feito com que o bairro da Chácara Flora seja um dos endereços mais<br />
cobiçados de São Paulo. Com uma localização privilegiada, acesso a importantes<br />
avenidas e ótimos serviços, a concentração de condomínios fechados, mansões<br />
luxuosas e apartamentos sofisticados elevam ainda mais o padrão da região. O<br />
bairro já é conhecido até mesmo por ser o reduto da comunidade européia em<br />
São Paulo. A infra-estrutura da região também é um ponto extremamente positivo<br />
para seu desenvolvimento. Importantes instituições de ensino como Pueri<br />
Domus, Magno e Escola Suíço-Brasileira estão presentes no bairro. Sem falar o<br />
amplo acesso a shoppings, hipermercados, teatros e cinemas que fazem com<br />
que o morador da Chácara Flora desfrute da vida com qualidade.
um pedacinho da charmosa Paris em plena capital paulista<br />
Foi justamente pensando em ampliar<br />
o conforto e a tranqüilidade da<br />
região que a Cyrela e a Tecnisa criaram<br />
o Les Jardins Chácara Flora. O<br />
conceito – já utilizado com sucesso<br />
pelas construtoras no Alto de Pinheiros<br />
– chega à Chácara Flora para sofisticar<br />
ainda mais o bairro. Em uma<br />
área de mais de 19 mil metros quadrados<br />
o Les Jardins é um condomínio<br />
inspirado nos principais modelos<br />
neoclássicos e com uma área de lazer<br />
extensa. Apartamentos de quatro<br />
suítes, dúplex e ainda magníficas<br />
maisons que permitem com que o<br />
morador desfrute da mesma liberdade<br />
e privacidade de morar em uma casa.<br />
Perspectivas ilustradas das fachadas<br />
(acima); do túnel perfumado<br />
(abaixo) e Pet Care do Les Jardins<br />
LES JARDINS<br />
CHÁCARA FLORA<br />
Rua Belterra, 151 – tel.: 11 5521-5953<br />
www.lesjardins.com.br<br />
A sofisticação do Les Jardins se<br />
estende nas áreas externas. São<br />
tantas opções de lazer, que um morador<br />
do Les Jardins vai desfrutar<br />
do melhor lado da vida. Quadra de<br />
tênis e esportiva, piscinas, playgrounds,<br />
pet care, bosque, lan hou-<br />
se, fitness, rock center, brinquedoteca<br />
e ateliê são apenas alguns<br />
exemplos das possibilidades de<br />
diversão para todas as idades. O<br />
projeto arquitetônico é de Itamar<br />
Berezin. São quatro torres com<br />
duas unidades por andar. As opções<br />
de metragem variam de 310 metros<br />
quadrados privativos a 533 metros<br />
quadrados privativos, com, no<br />
mínimo, quatro vagas na garagem.
Cyrela<br />
Aqui você encontra seu imóvel<br />
Os encantos de Perdizes<br />
Parque, colégios, comércio e localização central fazem do bairro<br />
paulistano um dos mais cobiçados da capital<br />
<br />
<br />
Perspectivas ilustradas da fachada (ao lado), do espaço gourmet<br />
(acima) e da churrasqueira com forno para pizza (à dir.)<br />
Morar perto de um parque é um privilégio em qualquer parte do mundo. Ainda<br />
mais para quem mora numa metrópole do porte de São Paulo. A população que<br />
vive no bairro de Perdizes, zona oeste da capital paulista, tem mais motivos para<br />
apreciar o local. Além do Parque da Água Branca, o lugar acomoda harmonicamente<br />
áreas residenciais e comerciais e diversos colégios e faculdades que se estabeleceram<br />
por ali. Tudo isso com a vantagem adicional de estar localizado numa região próxima<br />
ao centro da cidade e aos bairros que concentram grande parte dos eventos culturais<br />
e de lazer da cidade, caso dos Jardins, conhecido pelas lojas de grifes famosas, restaurantes<br />
badalados e salas de cinema e teatros. Portanto, para se divertir é só escolher<br />
entre as inúmeras vias de acesso que o bairro oferece, tais como as avenidas<br />
Francisco Matarazzo, Sumaré, Pacaembu e muitas outras.<br />
Mas não é preciso sair do bairro para estudar, ir às compras, freqüentar<br />
academia, fazer cursos de línguas, entre outras necessidades do dia-a-dia. Sem<br />
contar os shoppings West Plaza, o futuro Shopping Bourbon e os ótimos restaurantes<br />
e cafés localizados na região.<br />
VERGÊ PERDIZES<br />
Rua Turiassu, 507 – tel.: 11 3871-4747<br />
www.vergeperdizes.com.br<br />
O condomínio reúne duas torres de apartamentos no tamanho ideal para quem<br />
procura espaços menores ou não tão pequenos assim. A Torre Ipê dispõe de<br />
plantas que vão de 49 a 66 metros quadrados. A Torre Figueira dispõe de plantas<br />
de 83 a 166 metros quadrados privativos. Destaque para as amplas varandas e<br />
as áreas de lazer. São mais de 20 itens de lazer para distrair a criançada e entreter<br />
os adultos. Piscina adulto e infantil com solarium e deque molhado, espaço<br />
gourmet, salão de festas, quiosque com churrasqueira e forno para pizza, playground,<br />
trilha para caminhada, entre outras atrações.
Uma cidade repleta de encantos<br />
A Cyrela escolhe Bragança Paulista para lançar seu primeiro<br />
empreendimento da área de desenvolvimento urbano<br />
Uma das cidades que formam o<br />
pólo mais rico do Estado de São<br />
Paulo, Bragança Paulista tem atraído<br />
olhares e conquistado admiradores.<br />
Uma das principais razões para o sucesso<br />
do município é a natureza da<br />
região. Com o título de estância climática,<br />
a região é conhecida por ter<br />
um dos melhores climas do mundo,<br />
com temperatura média de 22oC e brisa<br />
permanente da Serra da Mantiqueira.<br />
Uma cidade que carrega consigo<br />
riquezas históricas que remontam ao<br />
período colonial, Bragança Paulista<br />
surpreende também por ter uma visão<br />
moderna, sempre investindo em infraestrutura<br />
e serviços de qualidade.<br />
Considerando todos esses aspectos<br />
naturais e apostando no potencial de<br />
mercado, a Cyrela, em uma iniciativa<br />
inédita, apresenta o Portal de Bragança,<br />
um loteamento fechado com terrenos<br />
Foto do lago do<br />
empreendimento<br />
(ao lado). Ilustrações<br />
artísticas<br />
do clube (abaixo, à<br />
esquerda)<br />
e da portaria<br />
residenciais de 500 a 1.200 metros quadrados, cercados por mais de 150 mil metros<br />
quadrados de área verde. “Com apenas três meses de lançamento já alcançamos mais<br />
de 83% de vendas e o mercado local já considera esse produto como referência de<br />
qualidade”, comemora Marcelo Puntel, executivo comercial da área de desenvolvimento<br />
urbano da Cyrela. Além de muito espaço e lazer, o Portal de Bragança<br />
também possui um verdadeiro marco histórico, pois está situado na área<br />
mais nobre da Fazenda Santa Helena, que abriga o casarão colonial que foi sede<br />
e residência da família Alexandre Markowicz. Com um lindíssimo lago rodeado<br />
de palmeiras imperiais, toda a estrutura da casa sede será preservada. E o que<br />
é melhor, os moradores do Portal de Bragança poderão desfrutar de momentos<br />
de lazer com a família nessa jóia histórica da arquitetura que guarda consigo<br />
riquezas e histórias dos tempos de auge do ciclo do café.<br />
PORTAL DE BRAGANÇA<br />
Avenida Salvador Markowicz, s/nº<br />
Além da casa colonial restaurada o Portal de Bragança tem uma infra-estrutura<br />
completa para os proprietários dos terrenos, com sistema de drenagem de águas<br />
pluviais, pavimentação, abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto,<br />
rede de energia e paisagismo. E no quesito diversão o clube do loteamento é<br />
completo com piscinas, quadra de tênis, lounge, fitness, espaço zen, quadras e<br />
trilhas com estação de ginástica. Lazer para todas as idades. Mais informações:<br />
www.visiteportaldebraganca.com.br
Cyrela<br />
Aqui você encontra seu imóvel<br />
As cores do Jardim da Saúde<br />
<br />
<br />
Antigo bairro paulista é uma opção de<br />
para quem quer tranqüilidade e natureza<br />
Acaracterística mais forte do Jardim<br />
da Saúde está expressa até<br />
mesmo no seu nome. Conhecido pela<br />
enorme quantidade de árvores e<br />
praças, o bairro tem outra peculiaridade<br />
bastante importante: foi um<br />
dos poucos que cresceram de forma<br />
planejada. A sua construção inicial<br />
foi idealizada pelo Engenheiro Jorge<br />
de Macedo Vieira, no fim da década<br />
de 30. Sua localização também é excelente.<br />
Cercada pelos bairros do<br />
Ipiranga, Vila Mariana e Aclimação<br />
a região possui um ritmo de vida<br />
mais descontraído. O bairro dispõe<br />
de múltiplos acessos, por estar próximo<br />
a vias como a Ricardo Jafet,<br />
Vergueiro, Cursino e o Bosque da<br />
Saúde. Em 2002, o bairro foi tombado<br />
como patrimônio da cidade pelo<br />
Conpresp (Conselho de Preservação<br />
do Patrimônio Histórico, Urbanístico,<br />
Paisagístico e Ambiental do Município<br />
de São Paulo). O tombamento<br />
garante aos moradores a preservação<br />
da história e da cultura do local, sem<br />
esquecer é, claro, da tranqüilidade.<br />
Com o objetivo de ressaltar a vida<br />
e garantir o conforto do Jardim da<br />
Saúde a Cyrela apresenta o Viva Cor,<br />
um condomínio feito para levar a be-<br />
Perspectivas ilustradas da fachada<br />
da Torre Mosaico (ao lado) e do<br />
terraço do apartamento de 103 m 2<br />
leza e a energia das cores em um ambiente<br />
harmonioso para se viver.<br />
VIVA COR<br />
Rua São Daniel, 66 – tel.: 11 5061-6090<br />
www.vivacorsaude.com.br<br />
Com duas torres e opções de apartamentos<br />
de 68, 80 e 103 metros quadrados<br />
privativos o Viva Cor possui<br />
um terreno de mais de 5,3 mil metros<br />
quadrados com espaços e itens de<br />
lazer para todas as idades. O projeto<br />
paisagístico possui linhas suaves que<br />
valorizam ainda mais o verde, trazendo<br />
a natureza para mais perto dos<br />
moradores. O orquidário e o redário<br />
existentes enfeitam e relaxam. Assim<br />
como a sala de massagem e o espaço<br />
mulher. Para a prática do esporte,<br />
além da quadra recreativa coberta a<br />
estação ginástica e a trilha de caminhada<br />
complementam as opções.
A natureza<br />
invade<br />
Santo André<br />
m Santo André, cidade do ABC paulista, localiza-se o Parque Prefeito Celso<br />
E Daniel, repleto de verde por todos os lados. Entre as atrações, pistas, lagos<br />
com peixes, quadras poliesportivas, playground, anfiteatro, trilhas para caminhada<br />
e muito ar puro. Destaque para a majestosa figueira de mais de 150 anos<br />
de vida. Já pensou em ser vizinho de toda essa natureza? E ainda estar perto do<br />
ABC Plaza Shopping, faculdades, escolas, bares, restaurantes, muitos serviços<br />
e comércio? Pois é, a localização do Club House oferece tudo isso. E também<br />
vias de acesso importantes como as avenidas do Estado e D. Pedro II, que levam<br />
à capital paulista e suas várias atrações. É esse local privilegiado que a Cyrela<br />
escolheu para lançar seu quinto empreendimento.<br />
CLUB HOUSE SANTO ANDRÉ<br />
Alameda Gaspar Nogueira, 162 – tel.: 11 4432-1260<br />
www.clubhouse.com.br<br />
Um projeto para agradar quem gosta de morar com conforto e muito espaço. O<br />
Club House possui duas torres com apartamentos de 89 metros quadrados privativos,<br />
três dormitórios (com suíte) e 116 metros quadrados privativos, com quatro<br />
dormitórios. Cada apartamento conta com duas vagas de garagem. O espaço<br />
de lazer dispõe de praças, descanso com sauna, fitness, home office, piscinas<br />
infantil e adulto climatizadas, quadra, playgrounds, espaço gourmet, salão de<br />
festas adulto e infantil, brinquedoteca, entre outros atrativos, tudo cercado de<br />
muito verde e com a garantia de segurança 24 horas.<br />
Perspectivas ilustradas das fachadas e piscina, à esq.<br />
A Cyrela lança o quinto empreendimento no bairro mais<br />
nobre da cidade e confirma sua presença na região<br />
Perspectivas ilustradas<br />
da brinquedoteca e da<br />
quadra poliesportiva
Cyrela<br />
Aqui você encontra seu imóvel<br />
A valorização da zona leste<br />
Região paulistana que abriga bairros como<br />
Mooca e Vila Prudente tem futuro promissor<br />
Ofuturo vai chegar sob trilhos na região da Mooca e da Vila Prudente, em São<br />
Paulo. A chegada da linha 2 – verde do Metrô, prevista para 2010 – acelera o<br />
crescimento da zona leste e chama a atenção do mercado imobiliário. Estimativas<br />
apontam que os novos empreendimentos da região devem ter uma valorização<br />
de, no mínimo, 30% por causa dessa nova via de acesso que ligará a zona leste à<br />
Avenida Paulista em poucos minutos. A região leste de São Paulo é uma área caracterizada<br />
por sua formação de colônias, principalmente a italiana. Na Mooca,<br />
por exemplo, ainda há um forte caráter de cidade de interior, o que pode ser retratado<br />
pela tranqüilidade das suas ruas e pela simplicidade de seus moradores.<br />
Segundo uma pesquisa da Data Folha este ano o bairro da Mooca foi apontado<br />
como o melhor local para se viver na cidade de São Paulo. Tal título orgulhou os<br />
moradores tradicionais e atraiu ainda mais a atenção de um público que busca<br />
qualidade de vida e segurança. Aliás, um dos pontos fortes da região é justamente<br />
o baixo índice de criminalidade. Outro fator positivo da região leste é seu desenvolvimento<br />
constante que tem atraído serviços de qualidade e melhorado<br />
significativamente a infra-estrutura do local. Um exemplo disso é a nova unidade<br />
da Universidade de São Paulo (USP) na zona leste.<br />
Para destacar ainda mais as qualidades da região a Cyrela anuncia o lançamento<br />
do Bellíssimo – Clube Residencial, um empreendimento singular na região que<br />
oferece aos moradores inúmeras opções de lazer e conforto. Uma forma de destacar<br />
ainda mais o potencial da região.<br />
BELLÍSSIMO – CLUBE RESIDENCIAL<br />
Rua do Orfanato, 411 – tel.: 11 2219-1590<br />
www.bellissimo.com.br<br />
Em um terreno de mais de 5 mil metros quadrados, o Bellíssimo reúne um verdadei-<br />
<br />
<br />
Perspectiva ilustrada do spa e<br />
Perspectiva ilustrada da torre Mondo<br />
ro clube para toda a família com espaço<br />
e conforto nos apartamentos. São duas<br />
torres com opções de três e quatro<br />
dormitórios com metragens de 70, 91<br />
e 120 metros quadrados. Na área externa<br />
a diversão é garantida. Piscina de 25<br />
metros, piscina infantil, quadra, salas<br />
de ginástica e spinning, sauna e sala de<br />
massagem são alguns dos espaços comuns.<br />
Ainda há muito verde e natureza<br />
na praça dos aromas, jardim dos jerivás<br />
e no jardim dos bambus.
Cyrela<br />
Aqui você encontra seu imóvel<br />
Perspectiva ilustrada da fachada do Condomínio Gardênia<br />
Um bairro em ascensão<br />
Zona leste mistura desenvolvimento com natureza<br />
AVila Ema, bairro da zona leste de<br />
São Paulo, tem como vizinhos<br />
importantes bairros como Mooca,<br />
Tatuapé e Vila Prudente. A região<br />
leste tem apresentado um desenvolvimento<br />
acelerado e promissor, mesmo<br />
assim, em locais como na Vila<br />
Ema é possível encontrar espaços<br />
com muitas praças. O franco crescimento<br />
residencial do bairro tem feito<br />
com que sua infra-estrutura seja ainda<br />
melhorada. O entorno da Vila Ema<br />
é repleto de conveniências e bons<br />
serviços. A localização também é um<br />
fator chave. Importantes avenidas e<br />
vias de acesso cercam a região, que<br />
com a chegada da futura linha do<br />
Metrô será ainda mais valorizada.<br />
A Cyrela e a Magik resolveram enfatizar<br />
a vocação natural da Vila Ema<br />
e apresenta o Fiore Clube Jardim –<br />
Condomínio Gardênia, um espaço<br />
que une natureza e diversão. Um empreendimento<br />
que promete favorecer<br />
ainda mais o desenvolvimento e<br />
<br />
<br />
a consolidação da Vila Ema como um<br />
dos bairros mais agradáveis para se<br />
viver na capital.<br />
FIORE CLUBE JARDIM<br />
Rua Caioaba x Rua Domingos Afonso x<br />
Rua Marius – tel.: 11 2024-4210<br />
www.fioreclubejardim.com.br<br />
Com apartamentos de 61 e 90 metros<br />
quadrados privativos e até duas vagas<br />
na garagem, o Condomínio Gardênia<br />
terá sua portaria exclusica e<br />
áreas externas próprias. No condomínio,<br />
diversas opções de lazer, como<br />
piscina adulto climatizada, com<br />
raia de 25 metros, churrasqueira e<br />
forno para pizza, salão de jogos, quadra<br />
poliesportiva, praça central e<br />
brinquedoteca. Além disso, play zôo,<br />
play aventura e fitness center.<br />
Perspectiva ilustrada<br />
da piscina adulta<br />
climatizada (acima)<br />
e brinquedoteca do<br />
Condomínio Gardênia
Cyrela<br />
Aqui você encontra seu imóvel<br />
Perspectiva ilustrada da fachada do Condomínio Gardênia<br />
Um bairro em ascensão<br />
Zona leste mistura desenvolvimento com natureza<br />
AVila Ema, bairro da zona leste de<br />
São Paulo, tem como vizinhos<br />
importantes bairros como Mooca,<br />
Tatuapé e Vila Prudente. A região<br />
leste tem apresentado um desenvolvimento<br />
acelerado e promissor, mesmo<br />
assim, em locais como na Vila<br />
Ema é possível encontrar espaços<br />
com muitas praças. O franco crescimento<br />
residencial do bairro tem feito<br />
com que sua infra-estrutura seja ainda<br />
melhorada. O entorno da Vila Ema<br />
é repleto de conveniências e bons<br />
serviços. A localização também é um<br />
fator chave. Importantes avenidas e<br />
vias de acesso cercam a região, que<br />
com a chegada da futura linha do<br />
Metrô será ainda mais valorizada.<br />
A Cyrela e a Magik resolveram enfatizar<br />
a vocação natural da Vila Ema<br />
e apresenta o Fiore Clube Jardim -<br />
Condomínio Gardênia, um espaço<br />
que une natureza e diversão. Um empreendimento<br />
que promete favorecer<br />
ainda mais o desenvolvimento e<br />
<br />
<br />
a consolidação da Vila Ema como um<br />
dos bairros mais agradáveis para se<br />
viver na capital.<br />
FIORE CLUBE JARDIM<br />
Rua Caioaba x Rua Domingos Afonso x<br />
Rua Marius – tel.: 11 2024-4210<br />
www.fioreclubejardim.com.br<br />
Com apartamentos de 61 e 90 metros<br />
quadrados privativos e até duas vagas<br />
na garagem, o Condomínio Gardênia<br />
terá sua portaria exclusica e<br />
áreas externas próprias. No condomínio,<br />
diversas opções de lazer, como<br />
piscina adulto climatizada, com<br />
raia de 25 metros, churrasqueira e<br />
forno para pizza, salão de jogos, quadra<br />
poliesportiva, praça central e<br />
brinquedoteca. Além disso, play zôo,<br />
play aventura e fitness center.<br />
Perspectiva ilustrada<br />
da piscina adulta<br />
climatizada (acima)<br />
e brinquedoteca do<br />
Condomínio Gardênia
Cyrela<br />
Aqui você encontra seu imóvel<br />
Cidade mais do<br />
que maravilhosa<br />
Um verdadeiro<br />
bairro construído<br />
pela RJZ Cyrela em<br />
parceira com a<br />
Carvalho Hosken<br />
promete dar ainda<br />
mais brilho ao Rio<br />
de Janeiro<br />
cidade do Rio de Janeiro é reco-<br />
A nhecida mundialmente pelas suas<br />
belezas naturais. O título de cidade<br />
maravilhosa faz jus as suas encantadoras<br />
praias e paisagens. Além disso,<br />
é possível encontrar bairros com condomínios<br />
que oferecem aos cariocas<br />
um jeito de morar mais seguro e tranqüilo.Pensando<br />
em ressaltar suas<br />
belezas e garantir ainda mais qualidade<br />
de vida para os moradores a RJZ<br />
Cyrela em parceria com a Carvalho<br />
Hosken promete revolucionar a cidade.<br />
Em uma área de 512 mil metros<br />
quadrados, próximo às facilidades<br />
que a Barra da Tijuca oferece, está<br />
sendo construído o Cidade Jardim,<br />
um bairro planejado, seguro e tranqüilo,<br />
com condomínios de alto padrão.<br />
O primeiro condomínio, o Reserva<br />
Jardim, teve a sua primeira<br />
fase totalmente vendida em poucos<br />
dias e a infra-estrutura do bairro já<br />
está em construção. Todo o local é<br />
completamente planejado dentro dos<br />
<br />
<br />
Detalhe da fachada do Edifício Jacarandá
mais inovadores conceitos urbanísticos,<br />
com muita área verde, ruas largas,<br />
segurança e uma infra-estrutura<br />
extremamente moderna. O bairro Cidade<br />
Jardim é um projeto ousado que<br />
surge como uma nova opção para<br />
moradores dos mais diversos pontos<br />
da cidade, que buscam maior contato<br />
com a natureza, segurança e diversas<br />
opções de lazer. O bairro já nasce<br />
atento a questões ambientais, comprometido<br />
em preservar recursos<br />
naturais, focando no bem-estar e na<br />
garantia do futuro das pessoas. Apesar<br />
de ter um olhar voltado para o<br />
futuro, o Cidade Jardim busca resgatar<br />
as coisas boas da vida e o viver<br />
bem como antigamente.<br />
A localização do empreendimento é<br />
mais do que privilegiada. Junto às avenidas<br />
Abelardo Bueno e Imperatriz<br />
Leopoldina, ao lado do futuro centro<br />
metropolitano, na área que mais se<br />
valoriza na Barra, e se projeta para a<br />
sua consolidação definitiva. Os condomínios<br />
do novo bairro obedecerão a<br />
normas de um plano diretor, com redes<br />
subterrâneas de telefonia, água,<br />
esgoto e iluminação pública. Tudo para<br />
garantir uma ocupação equilibrada<br />
e a preservação estética e ambiental,<br />
que proporcione maior integração entre<br />
os moradores e a natureza. Aliás,<br />
Fotomontagem da região (acima, à esq) ,<br />
Salão de Festas (acima) e do<br />
Aquaspinning do Espaço Aquático<br />
o verde será predominante no novo<br />
bairro. No Cidade Jardim cada família<br />
terá uma árvore com seu nome, é o<br />
primeiro bairro do Rio com árvore privativa.<br />
Uma forma de incentivar ainda<br />
mais o cuidado com a natureza. São<br />
infinitos cuidados com o meio ambiente,<br />
a coleta seletiva, por exemplo, além<br />
de diminuir o impacto sobre o meio<br />
ambiente poderá beneficiar o bairro<br />
com reciclagem. Outras medidas, como<br />
a reutilização das águas da chuva<br />
também gerarão economia nos recursos<br />
naturais. Enfim, um bairro que<br />
promete virar modelo.
Cyrela<br />
Aqui você encontra seu imóvel<br />
Outros diferenciais existentes no<br />
Cidade Jardim, que certamente servirão<br />
de referência para outros bairros<br />
e cidades, são os projetos de segurança<br />
e transporte. Viver com liberdade<br />
sentindo-se absolutamente seguro. O<br />
que pode parecer difícil nos dias de<br />
hoje transforma-se em uma oportunidade<br />
real e concreta. No Cidade Jardim<br />
haverá sistemas de segurança de última<br />
geração, com monitoramento feito<br />
por meio de câmeras, controle eletrônico<br />
dos condomínios e rondas 24<br />
horas. Assim, os moradores poderão<br />
aproveitar o melhor do condomínio,<br />
do bairro e da cidade ao redor. Em relação<br />
ao transporte, o novo bairro terá<br />
um sistema privado, que ligará os moradores<br />
aos principais pontos de conexão<br />
da Barra e que será definido por<br />
eles a melhor forma de complementá-<br />
<br />
<br />
lo. Além disso, as alamedas do bairro<br />
convidam os moradores a andar e pedalar<br />
nos deslocamentos mais curtos.<br />
Um novo jeito de viver e morar e de<br />
deixar a cidade do Rio de Janeiro e a<br />
vida ainda mais bela.<br />
RESERVA JARDIM<br />
Expo Cidade Jardim<br />
Av. Abelardo Bueno, 1000 - Barra<br />
Tel. 21 3503-1320<br />
O primeiro condomínio do novo bairro<br />
é composto por oito edifícios.<br />
Com apartamentos de dois, três e<br />
quatro quartos, com metragens de<br />
78 a 150 metros quadrados, todos<br />
com qualidade e espaço para garantir<br />
mais conforto para a sua família.<br />
Na área de lazer, inúmeras opções para<br />
divertir a todos. Mais informações:<br />
www.bairrocidadejardim.com.br<br />
Ilustração artística<br />
da Praça<br />
Monumental do<br />
Reserva Jardim (foto<br />
maior) , da sala<br />
ampliada do<br />
apartamento de<br />
três quartos (acima)<br />
e da sala ampliada<br />
do apartamento de<br />
quatro quartos
Perspectiva ilustrada da fachada do Edifício Jacarandá
Cyrela<br />
Aqui você encontra seu imóvel<br />
Um ano de sucesso<br />
Living, marca criada pela Cyrela, para facilitar o acesso ao<br />
<br />
Acima, imagem do<br />
novo site da living<br />
www.livingweb.com.br<br />
<br />
ACyrela Brasil Realty é considerada uma das empresas mais sólidas e admiradas<br />
do setor da construção civil. Com mais de quatro décadas de<br />
atuação e mais de 5,3 milhões de metros quadrados construídos, a empresa<br />
que já havia conquistado o público pela qualidade e magnitude de seus empreendimentos,<br />
comemora um ano de sucesso da marca Living. Criada com o<br />
objetivo de facilitar o acesso ao primeiro imóvel e garantir maior acesso ao<br />
sonho da casa própria, a nova marca é um verdadeiro sucesso. Além de atender<br />
ao público que está conquistando pela primeira vez um imóvel próprio, a<br />
Living representa também uma série de empreendimentos que aparecem como<br />
uma ótima oportunidade de investimento. “A Cyrela tinha o desejo de atuar<br />
em outros segmentos de mercado e ampliar o leque de clientes”, diz Antônio<br />
Guedes, presidente de novos negócios da Cyrela. Com projetos inteligentes e<br />
diferenciados, o conceito Living engloba imóveis com valores de R$ 50 a 180<br />
mil. As plantas são inteligentes e contemplam funcionalidades feitas sob medida<br />
para o cliente. No quesito de lazer e segurança, os imóveis da marca Living
primeiro imóvel, completa um ano de existência<br />
não deixam a desejar. Como herança da Cyrela, os empreendimentos Living<br />
possuem uma estrutura completa de lazer para toda a família. E o que há de<br />
melhor em segurança para manter a tranqüilidade.<br />
Todos os empreendimentos da marca contam com uma localização privilegiada,<br />
que são estudadas minuciosamente pelos especialistas da empresa. Praticidade,<br />
facilidade de acesso e infra-estrutura eficiente são algumas das vantagens que um<br />
morador Living pode encontrar bem próximo a sua residência.<br />
Nesse primeiro ano a Living lançou 18 empreendimentos e alguns desses se tornaram<br />
case de sucesso como o Líber Vila Matilde, em parceria com a Tecnum, que<br />
conquistou o Top Imobiliário na categoria performance em vendas. Entre outros que<br />
foram sucesso de vendas podemos citar o Vitória Vila Matilde (SP), Vitória Vila Prudente<br />
(SP), Mérito (SP), Vivare (RS), Paradiso (ES) e Vita (BA), que tiveram 100% de<br />
suas unidades comercializadas em apenas 15 dias. Hoje a Living está presente em São<br />
Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul e no Espírito Santo.<br />
O ano de 2007 foi um sucesso de vendas e 2008 promete ser ainda melhor.<br />
Perspectivas<br />
ilustradas<br />
do Edifício<br />
Mérito, o<br />
mais recente<br />
sucesso da<br />
marca Living
Valores em % realizada<br />
<br />
<br />
NÚMERO DE<br />
DORMITÓRIOS<br />
(planta<br />
básica)<br />
PREPARO DO TERRENO<br />
FUNDAÇÃO<br />
ESTRUTURA<br />
VEDAÇÃO<br />
FACHADA<br />
INSTALAÇÃO<br />
ACABAMENTO<br />
PINTURA E LIMPEZA<br />
ENTREGA<br />
PREVISÃO DE ENTREGA<br />
ALLORI VILA ROMANA Vila Romana 4 100 95 15 Abril-09<br />
ÁPICE SANTANA Santana 4 100 80 10 Junho-09<br />
CAMAROTTE CAMPO BELO Campo Belo 4 95 Dezembro-09<br />
CENNARIO Hípica Santo Amaro 4 100 100 100 100 99 95 50 45 Maio-08<br />
Dellacorte, Fifith Av, The Mark, The Plaza e Lincoln<br />
CENTRAL PARK MOOCA Mooca 3 e 4 78 56 5 2<br />
Plaza: jun/09 Pierre, Madison, The Belvedere e<br />
Metropolitan: jun/10<br />
CHÁCARA DOS PÁSSAROS São Bernardo do Campo 3 e 4 100 100 100 100 100 100 100 100 50 Março-08<br />
CONTEMPORÂNEO CAMPO BELO Campo Belo 3 e 4 100 100 Setembro-09<br />
ESSÊNCIA ALPHAVILLE Alphaville 3 e 4 60 10 Novembro-09<br />
FLORAE PARQUE DA ACLIMAÇÃO Aclimação 4 70 90 Outubro-09<br />
GRAND LIFE BOSQUE SAÚDE Bosque da Saúde 4 100 100 99 92 5 38 22 Setembro-08<br />
HLI 120 Itaim Bibi 4 100 100 85 40 10 Julho-08<br />
HUMANARI Brooklin 3 e 4 100 100 100 90 30 55 30 Cyan: jul/08 Magenta e Rubine: ago/08<br />
NOVA KLABIN Chácara Klabin 4 100 100 75 40 15 Abril-09<br />
ORNATO MOEMA Moema 4 100 60 Outubro-09<br />
PARC EVIAN Higienópolis 3 100 100 100 95 80 90 85 50 Janeiro-08<br />
PATEO POMPEIA Pompéia 3 100 100 90 50 15<br />
Sumaré e Pacaembu: set/08 Perdizes: mar/09<br />
Pompéia: set/09<br />
PAULISTÂNIA Brooklin 4 100 100 100 90 25 60 20 Dezembro-08<br />
PLATEAU JARDINS Jardins 4 100 100 100 100 30 55 70 15 Março-08<br />
REFERENCE KLABIN Chácara Klabin 4 95 95 8 Julho-09<br />
RESERVA JARDIM Jardim Avelino 4 100 95 8 Agosto-09<br />
SARAU PINHEIROS Pinheiros 4 100 100 95 85 55 10 Janeiro-09<br />
THE CITY Itaim Bibi com 100 100 100 100 95 85 65 65 Janeiro-08<br />
THE COLONY Cidade Jardim 4 100 100 100 100 100 90 90 90 41 Novembro-07<br />
THE PARLIAMENT Pacaembu 4 100 100 100 95 90 85 80 75 Janeiro-08<br />
VARANDA PAULISTA Paraíso 2 e 3 100 100 100 100 75 90 45 25 Março-08<br />
VENTURA Santo André 4 30 Dezembro-09<br />
VEREDA IPIRANGA Ipiranga 3 e 4 100 98 82 48 35 8 Novembro-08<br />
VERTENTES GRANJA VIAJA Granja Viana 4 95 Maio-09<br />
VIA PAULISTA HOME STAY Paraíso 2 100 100 35 Março-09<br />
VITALE MOOCA Mooca 4 100 100 5 Agosto-09<br />
WALK VILA NOVA CONCEIÇÃO Vila Nova Conceição 4 100 100 90 55 45 15 Agosto-08<br />
ÁPPIA LORENA Jardins 3 e 4 LANÇAMENTO Março-10<br />
CENTRAL PARK PRIME Tatuapé 4 LANÇAMENTO Ago/2010 e Ago/2011<br />
CRISTALL Aclimação 4 LANÇAMENTO Agosto-10<br />
DOMÍNIO MARAJOARA Jardim Marajoara 3 e 4 LANÇAMENTO Set/10 e Set/11<br />
GRAND LIFE IPIRANGA Ipiranga 4 LANÇAMENTO Janeiro-10<br />
PASSEIO BROOKLIN Brooklin 4 LANÇAMENTO Dezembro-09<br />
VANILLA HOUSE & GARDEN Alto de Pinheiros 3 e 4 LANÇAMENTO Junho-09<br />
VARANDA POMPÉIA Pompéia 2 LANÇAMENTO Abril-10<br />
VERGÊ PERDIZES Perdizes 2 e 3 LANÇAMENTO Outubro-10<br />
VIA IBIRAPUERA Ibirapuera 1 e 2 LANÇAMENTO Maio-10<br />
VILLA LOBOS OFFICE PARK Alto de Pinheiros comercial LANÇAMENTO Agosto-10<br />
<br />
ATAULFO CORPORATE Leblon Com 100 50 Setembro-09<br />
ATMOSFERA - AMBIANCE Península da Barra 4 100 100 100 100 95 85 75 30 Março-08<br />
ATMOSFERA - ESSENCE Península da Barra 4 100 100 100 100 90 80 70 20 Março-08<br />
ATMOSFERA- VERVEINE Península da Barra 4 100 100 100 100 50 70 30 Agosto-08<br />
ATMOSFERA - POEME Península da Barra 4 100 100 100 100 20 50 20 Agosto-08<br />
BARRA FAMILY - LAGUNA BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 90 60 75 20 Agosto-08<br />
BARRA FAMILY - LONG BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 90 60 75 15 Agosto-08<br />
BARRA FAMILY - PALM BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 90 65 75 15 Agosto-08<br />
BARRA FAMILY - SUNSET BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 100 80 10 85 40 Agosto-08<br />
BARRA FAMILY - VENICE BEACH Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 50 20 20 5 Agosto-08<br />
BELLE ÉPOQUE - DEGAS Freguesia 2 e 3 100 100 10 Outubro-08<br />
BELLE ÉPOQUE - MONET Freguesia 2 e 3 100 80 Outubro-08<br />
BELLE ÉPOQUE - RENOIR Freguesia 2 e 3 100 65 Outubro-08<br />
COSMOPOLITAN Barra da Tijuca Com 100 85 70 15 5 Abril-08<br />
FRONT LAKE - LAKE VIEW Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 60 10 5 Agosto-08<br />
FRONT LAKE - LAKE VISION Barra da Tijuca 2 e 3 100 100 95 60 45 Agosto-08
GOLF VILLAGE - BLUE São Conrado 4 100 100 100 100 85 90 60 15 Janeiro-08<br />
GOLF VILLAGE - GREEN São Conrado 4 100 100 100 100 70 90 60 15 Janeiro-08<br />
GOLF VILLAGE CASA São Conrado 4 100 100 100 100 60 90 60 15 Janeiro-08<br />
GRAND LIFE BOTAFOGO Botafogo 4 100 100 100 100 100 100 95 100 Dezembro-07<br />
LANAI SPA Barra da Tijuca 2 100 100 100 100 80 85 75 20 Fevereiro-08<br />
L. R. DE MONACO - BEAU SOLEIL Barra da Tijuca 4 100 70 90 15 17 Outubro-08<br />
L. R. DE MONACO - CAP D'AIL Barra da Tijuca 4 100 100 100 65 18 Outubro-08<br />
L. R. DE MONACO - CAP MARTIN Barra da Tijuca 4 100 30 80 0 17 Outubro-08<br />
L. R. DE MONACO - CONDAMINE Barra da Tijuca 4 100 100 100 50 18 Outubro-08<br />
L. R. DE MONACO - MONTE CARLO Barra da Tijuca 4 100 100 80 25 17 Outubro-08<br />
L. R. DE MONACO - RIVIERA MARRIOT Barra da Tijuca 4 100 100 100 60 18 Outubro-08<br />
LE MONDE - HONG KONG 1000 / 2000 / 3000 Barra da Tijuca Com 100 100 100 100 100 90 90 90 Março-08<br />
LE MONDE - LONDRES Barra da Tijuca Com 100 100 70 Dezembro-08<br />
LE MONDE - TORONTO 1000 / 2000 / 3000 Barra da Tijuca Com 100 100 100 100 100 98 98 95 Janeiro-07<br />
MAISON LEBLON - CASAS Leblon 3 100 100 100 100 90 80 70 15 Dezembro-07<br />
MAISON LEBLON - GÓIS Leblon 3 e 4 100 100 100 100 70 60 50 5 Dezembro-07<br />
RISERVA UNO - BOLZANO Barra da Tijuca 5 e 6 100 100 80 25 25 Dezembro-08<br />
RISERVA UNO - FIRENZE Barra da Tijuca 4 e 5 100 100 70 10 15 Dezembro-08<br />
RISERVA UNO - MILANO Barra da Tijuca 4 e 5 100 100 75 20 15 Dezembro-08<br />
RISERVA UNO - ROMA Barra da Tijuca 5 e 6 100 100 70 30 20 Dezembro-08<br />
RISERVA UNO - VENEZIA Barra da Tijuca 4 e 5 100 100 70 10 15 Dezembro-08<br />
SAINT BARTH - FLAMANDS, SAINT JEAN, LE<br />
PETIT ANSE<br />
Península da Barra 4 100 35 1 Setembro-09<br />
SAINT BARTH - LORIENT E GOUVERNEUR Península da Barra 4 100 Abril-10<br />
SAINT MARTIN - MARIGOT, COLE BAY E<br />
GRAND CASE<br />
Península da Barra 2, 3 e 4 100 90 15 Setembro-09<br />
SAINT MARTIN - GRAND ILET E SAINT LOUIS Península da Barra 2, 3 e 4 100 70 Setembro-09<br />
PAÇO REAL - MIRANTE São Cristovão 2 e 3 100 90 10 Outubro-08<br />
PAÇO REAL - BOA VISTA São Cristovão 2 e 3 60 50 5 Outubro-08<br />
UP SIDE ICARAÍ Niterói 1 e 2 50 20 Junho-09<br />
<br />
PROVENCE HORTO Horto Florestal 3 e 4 LANÇAMENTO Março-10<br />
<br />
ALDEIA PARQUE CONDOMÍNIO IGUATEMI Norte Sul 3 e 4 80 a definir<br />
CAIOBAS Laranjeiras 3 e 4 100 95 85 75 10 65 40 Agosto-08<br />
GRAND PARC RESIDENTIAL RESORT Enseada do Suá 4 LANÇAMENTO Março-10<br />
<br />
NÚMERO DE<br />
DORMITÓRIOS<br />
(planta<br />
básica)<br />
<br />
Valores em % realizada<br />
SKY LIFE Setor Bueno 4 LANÇAMENTO Maio-10<br />
<br />
GRAND LIDER OLYMPUS Vila da Serra 4 e 5 85 90 15 1<br />
<br />
"1° fase: mar/09<br />
2° fase: mar/10<br />
3° fase: mar/11"<br />
CONTEMPORÂNEO Iguatemi 2 e 3 100 98 80 30 30 Março-09<br />
CENNARIO 3 LANÇAMENTO a definir<br />
PÁTEO LINDÓIA Jardim Lindóia 2 e 3 LANÇAMENTO Dezembro-09<br />
VARANDA ZONA SUL Tristeza 3 LANÇAMENTO Junho-09<br />
VIVARE Jardim Itália 2 e 3 LANÇAMENTO Novembro-10<br />
PRAIA DE BELAS PRIME OFFICES Praia de Belas Com LANÇAMENTO Dezembro-09<br />
PREPARO DO TERRENO<br />
FUNDAÇÃO<br />
ESTRUTURA<br />
VEDAÇÃO<br />
FACHADA<br />
INSTALAÇÃO<br />
ACABAMENTO<br />
PINTURA E LIMPEZA<br />
ENTREGA<br />
PREVISÃO DE ENTREGA<br />
Referência: Dezembro/07
Pontofinal<br />
O SHOW DOS PAIS CORRETOS<br />
T<br />
ento aprender numa revista um método interessantíssimo de eliminar as células<br />
mortas dos pés e dos cotovelos, mas o segundo mergulho-bombinha a poucos<br />
metros de minha espreguiçadeira me respinga inteira e encharca nossas batatas fritas.<br />
O que mesmo que essas mães estão dizendo tão alto?<br />
– Chisitos, não, Ana Carolina! Se você quiser uma fruta a mamãe dá. Pelo menos tem<br />
alguma vitamina.<br />
– Toma um suco, João Pedro, tão gostoso... (entredentes) Você já tomou seis Sprites!<br />
– Larga o joguinho agora, Marina. Vem pro sol! A gente combinou que joguinho<br />
era só se chovesse.<br />
Cutuco meu marido. “É show dos pais”. Ele me olha intrigado.<br />
Nossos filhos são grandes, ele já esqueceu essa história. Basta juntar alguns<br />
adultos no papel de pais e começa imediatamente essa demonstração ansiosa de<br />
que eles fazem tudo certo, de que eles são os campeões da educação de filhos.<br />
Os pais das reuniões da pré-escola, sentados nas cadeirinhas das crianças, levantando<br />
a mão, loucos para contar à professora que, na casa deles, só programas<br />
educativos, só em companhia de um adulto, só carne branca; que, “ah, só depois<br />
de fazer a lição”. E as professoras, que já viram aquele filme exaustivamente – e<br />
na manhã seguinte escutam as histórias do Ratinho que as crianças estavam assistindo<br />
em casa –, ali impassíveis, cansadas.<br />
No show dos pais de bebês, os bebês são sempre tranqüilos. Tranqüilo deixou de ser<br />
um estado passageiro, que se alterna com ansiedade ou com agitação – tornou-se uma<br />
virtude, um enésimo atestado, não sei ao certo se do caráter dos pais e da competência<br />
dos bebês ou se é o contrário – o caráter dos bebês e... Não importa. Mas os bebês deles<br />
só acordam para mamar, tomam suco de cenoura e adoram, devoram pratos de sopa<br />
de legumes, mesmo aquelas esverdeadas. Eles freqüentam o pediatra certo, claro. Mais<br />
tarde, estudam na escolinha certa, nadam na natação certa, passam férias no acampamento<br />
certo. E alguns anos depois, começam a se encontrar na sala de espera da psicopedagoga<br />
certa, na fonoaudióloga certa, no psicólogo certo...<br />
Será que a gente inventou crianças que acordam às vezes às 3 da manhã e querem<br />
ir dormir na nossa cama? E aquelas que só adormecem se a gente der uma volta de<br />
carro no quarteirão? E aquelas que são loucas por fandangos? E aquelas que mordem<br />
o bracinho do “amigo” na escola, e voltam a fazer xixi na cama quando nasce o irmão?<br />
Aquelas crianças que não querem ir à natação – querem assistir à Xuxa, e confundem<br />
"p" e "b" na alfabetização. São filhas de quem essas crianças? Da Bia Falcão?<br />
“Falcão, Falcão”, repete meu marido, para me convencer de que estava ouvindo<br />
tudo o que eu falava.<br />
E aquelas mães que arrancam os cabelos quando os filhos brigam para decidir quem<br />
<br />
<br />
POR MARTHA GÓES*<br />
vai dentro do carrinho do supermercado<br />
– elas também não existem? E aquelas<br />
que, em vez de dizer logo “Não, prefiro<br />
morrer”, falam com ódio: “Então tá,<br />
vamos ao Playcenter!”. E compram fandangos.<br />
Será que ninguém conhece<br />
mães assim?<br />
Uma voz estridente interrompe meus<br />
debates íntimos.<br />
– Marina, se você não largar esse diabo<br />
desse jogo agora eu vou moer ele no<br />
processador. Você está me ouvindo, Marina?<br />
Não vai sobrar um parafusinho. Me<br />
dá isso aqui, Marina!<br />
Baque surdo, guinchos estridentes.<br />
– Aiiii! Socorro, pai! A mamãe jogou<br />
meu Gameboy no estacionamento! Ela<br />
tá me beliscando! Paiêee!<br />
Um pai se aproxima com passos<br />
rápidos.<br />
– Marlene, por favor!<br />
Silêncio, um vento gelado percorre<br />
a piscina.<br />
Marlene se retira, soterrada em canga,<br />
sacola, chapéu e bóias, as lágrimas<br />
rompendo o fator de proteção solar<br />
50. Pescoços altivos giram à sua passagem.<br />
Mais um mergulho-bombinha<br />
encharca de vez as células mortas, as<br />
batatas fritas e, desta vez, o jornal do<br />
meu marido, que olha irritado na direção<br />
do jorro gelado.<br />
– Coitada da Marlene – eu suspiro<br />
– Ela é a única que fracassou no<br />
show dos pais.<br />
Ele me olha perplexo, mas eu me limito<br />
a lhe jogar a toalha.<br />
* Martha Góes é jornalista e dramaturga
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