Livro em PDF - Racionalismo Cristão

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“No dia 21 de junho de 1912, às 19h45m, dado o sinal de silêncio, apareceu junto às grades do estrado que serve de recinto às sessões mediúnicas a fi gura imponente do presidente Luiz de Mattos, que começou uma vibrante saudação de improviso, dirigida a uma grande e compacta assistência, compostas de autoridades convidadas e pessoas do povo em geral.” Essa foi a descrição do ambiente. Realmente, a saudação inicial de Luiz de Mattos foi admirável. No longo pronunciamento, verdadeira aula de história e fi losofi a, exaltou a fi gura histórica de sua preferência, a sublime Joana D’Arc, e o signifi cado da missão desse grande espírito perante a evolução da humanidade. Quiséramos ter mais tempo para ler o discurso na íntegra, o que não é possível. Assim sendo, selecionamos o trecho fi nal, importante para conhecimento de todos. Vamos então, respeitosamente, ouvir a palavra do mestre: “Minha convicção sobre o que é o espiritismo não foi alcançada lendo Allan Kardec ou os ocultistas. Foi especialmente em Claude Bernard, fi siologista francês, e em Louis Büchner, fi lósofo alemão. Foram eles, esses dois homens, que me embasaram na codifi cação do Racionalismo Cristão. Foi Claude Bernard que me disse que a matéria, embora pareça viva, é inerte, e que só se movimenta, só se incita com um elemento que vem de fora dela. Foi, pois, esse elemento que tratei de procurar, para saber onde ele residia e como ele se organizava, incitava e movimentava a matéria, por si só imóvel. E cheguei ao resultado desejado. Foi Louis Büchner que, embora materialista, me disse, “sem o querer”, que os fenômenos espíritas, verifi cados que fossem, viriam deitar por terra toda a ciência dos homens. O espiritismo, portanto, demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, dá a chave da compreensão não só a uma multidão de fenômenos, que são por isso mesmo considerados como inadmissíveis por certa classe de pensadores, como também a chave dos porquês de tudo quanto existe. É, pois, desse elemento atuando sobre a matéria que deve partir a ciência da Terra, para chegar à descoberta da verdade necessária a essa mesma ciência material. Podemos atrair pelo pensamento a grande força que existe entre nós, mas da qual pouco sabemos para fazer uso consciente. É na Inteligência Universal que reside o segredo de tudo quanto existe, que a ciência material ignora e que agora será dado conhecimento aos que, de boa vontade, e pondo de parte vaidades e preconceitos, quiserem vir modestamente, sem idéia preconcebida, mas com desejo de aprender, ou partilhar dos nossos trabalhos aqui em Santos, no Rio de Janeiro ou em todas as casas que forem dirigidas pelo Astral Superior. É assim o espiritismo que nós praticamos à luz do dia, publicamente, para os que quiserem progredir. Para esse fi m, esta casa foi construída; é onde se provará a fartar a existência da alma e de tudo que vem de dentro ou de fora de nós, inclusive o pensamento, essa grande força que nos faz fortes ou fracos, alegres ou tristes, conforme o uso do nosso livre-arbítrio, provando, assim, o axioma espírita de que ‘cada um tem o que quer ter ou o que merece’, em virtude dos pensamentos que irradia. O desconhecimento da vida espiritual, que é a origem de todos os males, desaparecerá do planeta Terra, quando os homens conhecerem as leis naturais e imutáveis que tudo regem no Universo. Aqui, pois, nos quedamos à inteira disposição dos governos, dos cientistas e dos que sofrem física e moralmente, para que mais rápido seja o progresso de todos (aplausos).” Meus queridos amigos: sabemos que neste momento não é possível a presença astral do grande espírito de Luiz de Mattos, pois já alçou a zonas espirituais mais diáfanas, porque aos espíritos mais adiantados, pela lei da evolução, não lhes é mais possível se aproximar de um planeta como este. Mas nós temos certeza da presença astral dos inesquecíveis Luiz Thomaz e Antonio Cottas, que agora não são mais Luiz Thomaz ou Antonio Cottas fi sicamente falando, pois são espíritos superiores trabalhando pelo bem da humanidade, por sua evolução. Sabemos também que o espírito de Antonio Cottas, em sua nova missão de sucessor de Luiz de Mattos, é seu mensageiro, e, 16 RACIONALISMO CRISTÃO RACIONALISMO CRISTÃO 17

lendo nossa aura, observa o amor que dedicamos não somente a ele, Antonio Cottas, como a Luiz Thomaz e Luiz de Mattos. Ainda éramos adolescentes quando começamos a leitura dos livros de autoria de Luiz de Mattos, de conferências e pronunciamentos magistrais, como a proclamação aos acadêmicos, de 1918. Sempre nos emocionávamos quando líamos essas páginas admiráveis. Em nosso íntimo, alimentamos a grande tristeza de não termos tido a honra que tiveram Antonio Cottas e outros companheiros de abraçar Luiz de Mattos, de cumprimentá-lo ou de afagálo carinhosamente, demonstrando toda nossa admiração, reconhecimento e amor fraternal. O mundo físico é o mundo físico! Quando encarnamos, Luiz de Mattos já havia desencarnado, mas amamos esse espírito como se o tivéssemos conhecido fi sicamente. Embora sentíssemos grande consternação por não o ter conhecido pessoalmente, jamais poderíamos supor que um dia teríamos a incomensurável honra de estar à cabeceira desta mesa de trabalhos espirituais, neste lugar que foi por ele ocupado há setenta e cinco anos, de repetir suas palavras sábias de fi lósofo, de sociólogo, de espiritualista de escol, um homem que tudo deu em termos de amor, de espiritualidade e de cultura à humanidade! Esta honra temos agora e declaramos aos nossos queridos amigos: recebemos neste dia o maior prêmio que poderíamos almejar em nossa vida física, ou seja, o de estarmos no mesmo lugar que Luiz de Mattos ocupou no dia da inauguração deste prédio, e podermos recordar seu desempenho há cerca de sete décadas! Desse prêmio podemos nos orgulhar, dessa honra podemos nos regozijar. Portanto, é com alegria, felicidade espiritual e emoção que reverenciamos esses grandes mestres – Luiz de Mattos, Luiz Thomaz e Antonio Cottas – não para elogiá-los, pois não querem saber de elogios, mas para enaltecermos seus feitos, objetivando o incentivo das gerações vindouras do Racionalismo Cristão, para que a Doutrina prossiga sempre, a fi m de cumprir, através dos séculos, o seu desiderato, qual seja o de esclarecer espiritualmente a humanidade! Luiz de Mattos dizia que o Racionalismo Cristão seria a pedra de toque fi nal, porque defi nitivo, fundamental, para o esclarecimento espiritual. A humanidade pode ter evoluído materialmente, o que observamos através dos avanços científi cos que vêm possibilitando a sofi sticação da mais moderna tecnologia nos diversos ramos do conhecimento humano. Mas está faltando o esclarecimento espiritual autêntico. Tanto assim é que, apesar de todo esse progresso material e científi co, os seres humanos vivem mergulhados no que se denomina vazio existencial, aplicando-se a terminologia dos psicólogos e psicanalistas modernos. O que caracteriza a humanidade em seu viver, de um modo geral, é justamente o vazio que a domina. O Racionalismo Cristão propõe preencher esse vazio, extirpando-o através de um esclarecimento espiritual realista. Assim, a humanidade, esclarecida pela fi losofi a codifi cada e implantada por Luiz de Mattos, terá condições de progredir materialmente, a par da inexorável evolução espiritual. É para isso que estamos aqui. Por isso, a Doutrina tem que progredir, para que esse desiderato seja cumprido, e honrados os grandes ideais de nossa causa espiritualista. Era o que tínhamos a dizer, queridos amigos, além de externamos nossa profunda satisfação com a presença de todos, com a organização de inúmeras caravanas, vindas de várias localidades, para prestigiar este momento inesquecível. O nosso sincero agradecimento em nome dos mestres Luiz de Mattos, Luiz Thomaz e Antonio Cottas. Muito obrigado. (aplausos). 18 RACIONALISMO CRISTÃO RACIONALISMO CRISTÃO 19

“No dia 21 de junho de 1912, às 19h45m, dado o sinal de silêncio,<br />

apareceu junto às grades do estrado que serve de recinto às sessões<br />

mediúnicas a fi gura imponente do presidente Luiz de Mattos, que<br />

começou uma vibrante saudação de improviso, dirigida a uma grande<br />

e compacta assistência, compostas de autoridades convidadas e<br />

pessoas do povo <strong>em</strong> geral.”<br />

Essa foi a descrição do ambiente. Realmente, a saudação inicial<br />

de Luiz de Mattos foi admirável. No longo pronunciamento,<br />

verdadeira aula de história e fi losofi a, exaltou a fi gura histórica de<br />

sua preferência, a sublime Joana D’Arc, e o signifi cado da missão<br />

desse grande espírito perante a evolução da humanidade. Quiséramos<br />

ter mais t<strong>em</strong>po para ler o discurso na íntegra, o que não<br />

é possível. Assim sendo, selecionamos o trecho fi nal, importante<br />

para conhecimento de todos. Vamos então, respeitosamente, ouvir<br />

a palavra do mestre:<br />

“Minha convicção sobre o que é o espiritismo não foi alcançada<br />

lendo Allan Kardec ou os ocultistas. Foi especialmente <strong>em</strong> Claude<br />

Bernard, fi siologista francês, e <strong>em</strong> Louis Büchner, fi lósofo al<strong>em</strong>ão.<br />

Foram eles, esses dois homens, que me <strong>em</strong>basaram na codifi cação<br />

do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. Foi Claude Bernard que me disse que a<br />

matéria, <strong>em</strong>bora pareça viva, é inerte, e que só se movimenta, só se<br />

incita com um el<strong>em</strong>ento que v<strong>em</strong> de fora dela.<br />

Foi, pois, esse el<strong>em</strong>ento que tratei de procurar, para saber onde<br />

ele residia e como ele se organizava, incitava e movimentava a matéria,<br />

por si só imóvel. E cheguei ao resultado desejado. Foi Louis<br />

Büchner que, <strong>em</strong>bora materialista, me disse, “s<strong>em</strong> o querer”, que os<br />

fenômenos espíritas, verifi cados que foss<strong>em</strong>, viriam deitar por terra<br />

toda a ciência dos homens.<br />

O espiritismo, portanto, d<strong>em</strong>onstrando a existência do mundo<br />

espiritual e suas relações com o mundo material, dá a chave da<br />

compreensão não só a uma multidão de fenômenos, que são por isso<br />

mesmo considerados como inadmissíveis por certa classe de pensadores,<br />

como também a chave dos porquês de tudo quanto existe.<br />

É, pois, desse el<strong>em</strong>ento atuando sobre a matéria que deve partir a<br />

ciência da Terra, para chegar à descoberta da verdade necessária<br />

a essa mesma ciência material. Pod<strong>em</strong>os atrair pelo pensamento<br />

a grande força que existe entre nós, mas da qual pouco sab<strong>em</strong>os<br />

para fazer uso consciente. É na Inteligência Universal que reside o<br />

segredo de tudo quanto existe, que a ciência material ignora e que<br />

agora será dado conhecimento aos que, de boa vontade, e pondo<br />

de parte vaidades e preconceitos, quiser<strong>em</strong> vir modestamente, s<strong>em</strong><br />

idéia preconcebida, mas com desejo de aprender, ou partilhar dos<br />

nossos trabalhos aqui <strong>em</strong> Santos, no Rio de Janeiro ou <strong>em</strong> todas<br />

as casas que for<strong>em</strong> dirigidas pelo Astral Superior. É assim o espiritismo<br />

que nós praticamos à luz do dia, publicamente, para os que<br />

quiser<strong>em</strong> progredir.<br />

Para esse fi m, esta casa foi construída; é onde se provará a<br />

fartar a existência da alma e de tudo que v<strong>em</strong> de dentro ou de fora<br />

de nós, inclusive o pensamento, essa grande força que nos faz fortes<br />

ou fracos, alegres ou tristes, conforme o uso do nosso livre-arbítrio,<br />

provando, assim, o axioma espírita de que ‘cada um t<strong>em</strong> o que quer<br />

ter ou o que merece’, <strong>em</strong> virtude dos pensamentos que irradia.<br />

O desconhecimento da vida espiritual, que é a orig<strong>em</strong> de todos<br />

os males, desaparecerá do planeta Terra, quando os homens<br />

conhecer<strong>em</strong> as leis naturais e imutáveis que tudo reg<strong>em</strong> no Universo.<br />

Aqui, pois, nos quedamos à inteira disposição dos governos, dos<br />

cientistas e dos que sofr<strong>em</strong> física e moralmente, para que mais rápido<br />

seja o progresso de todos (aplausos).”<br />

Meus queridos amigos: sab<strong>em</strong>os que neste momento não é<br />

possível a presença astral do grande espírito de Luiz de Mattos,<br />

pois já alçou a zonas espirituais mais diáfanas, porque aos espíritos<br />

mais adiantados, pela lei da evolução, não lhes é mais possível<br />

se aproximar de um planeta como este. Mas nós t<strong>em</strong>os certeza da<br />

presença astral dos inesquecíveis Luiz Thomaz e Antonio Cottas,<br />

que agora não são mais Luiz Thomaz ou Antonio Cottas fi sicamente<br />

falando, pois são espíritos superiores trabalhando pelo b<strong>em</strong> da<br />

humanidade, por sua evolução.<br />

Sab<strong>em</strong>os também que o espírito de Antonio Cottas, <strong>em</strong> sua<br />

nova missão de sucessor de Luiz de Mattos, é seu mensageiro, e,<br />

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