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Livro em PDF - Racionalismo Cristão

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ESTA PUBLICAÇÃO É UMA DAS<br />

HOMENAGENS PRESTADAS NO DIA<br />

14 DE JUNHO DE 2008, POR OCASIÃO DA<br />

COMEMORAÇÃO DOS VINTE E CINCO ANOS<br />

DA DATA DE SUA POSSE NA PRESIDÊNCIA<br />

DO RACIONALISMO CRISTÃO<br />

Jubileu<br />

Admirável<br />

Com<strong>em</strong>oração dos 25 anos da posse de<br />

Dr. Humberto Machado Rodrigues<br />

na Presidência do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong><br />

capa_final.indd 1 6/6/2008 11:07:59


2008<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 1


Prezados leitores:<br />

Em 14 de junho de 1983, assumiu a presidência internacional do<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> o Dr Humberto Machado Rodrigues. Racionalista<br />

cristão de berço, nasceu <strong>em</strong> 23 de maio de 1929, na cidade<br />

do Rio de Janeiro, Brasil. Filho de Manoel Machado Rodrigues<br />

e D. Delphina Cottas Rodrigues, casou -se <strong>em</strong> 1968 com a senhora<br />

Marluce de Oliveira Rodrigues. O ilustre casal t<strong>em</strong> um fi lho, o<br />

médico Humberto Cottas Rodrigues.<br />

Humberto Machado Rodrigues é sobrinho de Antonio Cottas.<br />

Ações e ex<strong>em</strong>plos dignifi cantes do nosso presidente retratam os ensinamentos<br />

que absorveu do querido mestre, seu educador e conselheiro,<br />

conforme suas próprias palavras.<br />

Seus setenta e nove anos de existência mostram a brilhante<br />

trajetória de vida de uma pessoa extr<strong>em</strong>amente sensível às diferenças<br />

do gênero humano, sabendo compreendê-lo <strong>em</strong> suas idiossincrasias.<br />

Daí resulta o admirável t<strong>em</strong>peramento conciliador,<br />

marca indelével de sua atuação na presidência da Doutrina <strong>em</strong><br />

todo o planeta.<br />

Poucos se deram conta do legado que este bravo hom<strong>em</strong> recebeu:<br />

o de suceder um dos três grandes mestres, o consolidador Antonio<br />

Cottas, que permaneceu à frente do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> por<br />

cinqüenta e sete anos.<br />

Os vinte e cinco anos da gestão de Humberto Machado Rodrigues<br />

como presidente mostram grandes realizações, materializadas<br />

<strong>em</strong> seu ideal ao assumir a presidência: expandir a Doutrina, para<br />

levar seus ensinamentos a todos os cantos do mundo.<br />

2 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 3


Nesse longo e profícuo período de realizações, autorizou a abertura<br />

de 71 casas racionalistas cristãs, destacando e enaltecendo que<br />

o grande mérito das inaugurações ocorridas se devia não a ele, Humberto<br />

Machado Rodrigues, mas aos presidentes e militantes locais.<br />

Tão logo assumiu a presidência do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, Humberto<br />

Machado Rodrigues, observador atento à realidade da vida,<br />

percebeu que a competitividade no trabalho e os obstáculos de ord<strong>em</strong><br />

material presentes no dia-a-dia das pessoas, como transporte e<br />

segurança nas grandes cidades, difi cultavam o comparecimento de<br />

assistentes e militantes <strong>em</strong> nossas Casas. Por isso, tomou decisão<br />

corajosa e sábia para contornar esses contrat<strong>em</strong>pos: <strong>em</strong> dez<strong>em</strong>bro<br />

de 1983, reduziu de 13 para 5 o número de sessões espiritualistas<br />

realizadas na s<strong>em</strong>ana, o que impulsionou a expansão da Doutrina<br />

<strong>em</strong> todo o mundo, haja vista o signifi cativo aumento de novas Casas<br />

durante sua gestão na presidência.<br />

Sobressai <strong>em</strong> sua administração a implantação das normas internas<br />

do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, para que a gestão e a coordenação<br />

das casas racionalistas cristãs, assim como o relacionamento delas<br />

com o poder público e com terceiros, ocorram ao abrigo da lei e do<br />

bom relacionamento entre si, de modo a divulgar<strong>em</strong> e praticar<strong>em</strong> a<br />

Doutrina de forma correta e coesa.<br />

Quanto à difusão dos princípios doutrinários, são vários os feitos,<br />

desde a publicação de novos livros e a revisão de boa parte deles<br />

até o aprimoramento do conteúdo do jornal A Razão, passando pela<br />

internet, o revolucionário veículo eletrônico de informação, consulta<br />

e difusão dos mais variados t<strong>em</strong>as de interesse humano.<br />

Ao autorizar o uso da internet como meio de divulgação da<br />

Doutrina, Humberto Machado Rodrigues mostrou sua perspicácia,<br />

sua agudeza de espírito, vislumbrando no sist<strong>em</strong>a eletrônico que<br />

tornou o mundo pequeno a maneira mais rápida de difundir pela<br />

humanidade nossos princípios espiritualistas. Recent<strong>em</strong>ente, ainda<br />

com sua concordância e entusiasmo, foram inauguradas as web<br />

Rádio e TV A Razão, transmitindo palestras, mesas redondas e debates<br />

de interesse da Doutrina e da sociedade, b<strong>em</strong> como reuniões<br />

públicas seguidas de festividades cívico-espiritualistas realizadas<br />

<strong>em</strong> casas racionalistas cristãs.<br />

Mas nada melhor para destacar a índole humanista do nosso<br />

presidente do que rel<strong>em</strong>brar sua feliz decisão de autorizar a criação<br />

das “Salas das Crianças”, celeiro de racionalistas cristãos que<br />

irão crescer convivendo nas “Salas dos Jovens” até chegar<strong>em</strong> à idade<br />

adulta, quando, então, já providos do <strong>em</strong>basamento espiritual conquistado,<br />

estarão preparados para ser<strong>em</strong> pessoas corretas, trabalhadoras,<br />

cidadãos conscientes dos deveres e obrigações.<br />

Para com<strong>em</strong>orar o Jubileu de Prata de Humberto Machado<br />

Rodrigues na presidência do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, editamos<br />

este folheto, que contém doutrinações de Luiz de Mattos e Antonio<br />

Cottas <strong>em</strong> reunião pública realizada na Casa-Chefe no dia 1º<br />

de julho de 1983, sendo que a de Luiz de Mattos foi a derradeira<br />

do grande mestre no plano físico. Nosso presidente nunca se interessou<br />

<strong>em</strong> divulgá-las, mas julgamos oportuno fazê-lo agora. A<br />

publicação cont<strong>em</strong>pla ainda quatro magnífi cos e signifi cativos<br />

discursos por ele proferidos de improviso <strong>em</strong> reuniões cívico-espiritualistas,<br />

a saber:<br />

<strong>em</strong> 21 de junho de 1987, na com<strong>em</strong>oração dos 75 anos de inauguração<br />

da sede da Filial Santos do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> – <strong>em</strong><br />

que destaca trecho do discurso proferido pelo mestre Luiz de<br />

Mattos naquela data histórica;<br />

<strong>em</strong> 7 de maio de 1988, na inauguração da sede da Filial Jersey<br />

City do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> – mostrando a importância de divulgar<br />

a Doutrina na língua do país <strong>em</strong> que é explanada e praticada.<br />

Nessa oportunidade conheceu várias casas racionalistas<br />

cristãs localizadas nos Estados Unidos da América do Norte;<br />

<strong>em</strong> 31 de agosto de 1990, na com<strong>em</strong>oração dos 60 anos de fundação<br />

da Filial Porto do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> – <strong>em</strong> que pronuncia<br />

uma aula sobre o que é ser racionalista cristão. Fez esse<br />

pronunciamento por ocasião da ida a Portugal, quando visitou<br />

casas racionalistas cristãs erguidas na pátria dos fundadores<br />

e do consolidador do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>; e<br />

4 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 5<br />

1.<br />

2.<br />

3.


4.<br />

<strong>em</strong> 27 de nov<strong>em</strong>bro de 1993, na inauguração da Filial Taubaté<br />

do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> – <strong>em</strong> que destaca e enaltece a participação<br />

das mulheres no meio racionalista cristão.<br />

Em nome dos militantes, colaboradores, amigos e seguidores<br />

dos princípios racionalistas cristãos, esperamos com esta publicação<br />

– signifi cativa pelo que representa seu conteúdo – prestar justa<br />

homenag<strong>em</strong> a Humberto Machado Rodrigues, ainda que singela, <strong>em</strong><br />

razão da magnitude d’alma do homenageado.<br />

Rio de Janeiro, 14 de junho de 2008.<br />

Gilberto Silva<br />

Presidente <strong>em</strong> exercício do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong><br />

CASA-CHEFE DO RACIONALISMO CRISTÃO<br />

Sessão Pública de Limpeza Psíquica de 1º de Julho de 1983<br />

DOUTRINAÇÃO DE LUIZ DE MATTOS<br />

Os minutos passam e não posso permanecer aqui por muito t<strong>em</strong>po.<br />

Comentarei <strong>em</strong> poucas palavras, nos poucos minutos que tenho, o<br />

que fi z durante muitos anos, quer <strong>em</strong> corpo físico, quer na presidência<br />

do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> <strong>em</strong> plano astral.<br />

Manifestei-me por ocasião da desencarnação de Antonio Cottas<br />

e sua elevação a Presidente Astral da Doutrina. Foram palavras<br />

breves, para confortar os presentes àquela sessão pública. Nessa<br />

oportunidade, disse-lhes que fi caria no Espaço, Espaço grandioso e<br />

belo. Aquele dia não foi propício para uma despedida, devido à <strong>em</strong>oção<br />

de que todos estavam tomados, pela saudade imensa, pelo vazio<br />

que Antonio Cottas deixou.<br />

Por isso, decidi que, <strong>em</strong> momento certo, viria não mais para<br />

cumprir deveres com a Doutrina, mas trazer o meu alerta, o meu<br />

estímulo, a minha palavra amiga para todos os militantes da Doutrina,<br />

para os que no futuro virão prestar serviço ao <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> e para os assistentes desta sessão pública. Trata-se de um<br />

conselho de qu<strong>em</strong> viveu poucos anos dedicado à causa humana na<br />

última encarnação, mas que <strong>em</strong> corpo astral permaneceu esses<br />

anos todos a esclarecer e orientar espiritualmente os seres, a fi m<br />

de incentivá-los, com o uso da razão, a trabalhar <strong>em</strong> seu benefício<br />

e, a partir desse benefício próprio, ter<strong>em</strong> condições de benefi ciar<br />

os s<strong>em</strong>elhantes.<br />

Aqui estou pela última vez, feliz, e, por que não dizer, para que<br />

negar, com saudade do convívio entre os seres humanos, quando<br />

chegava às correntes fl uídicas, <strong>em</strong>bora com sacrifício, para esclarecer<br />

a humanidade sobre a vida fora da matéria.<br />

6 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 7


Então, aqui está o espírito de Luiz de Mattos, a qu<strong>em</strong> tanto<br />

respeitam, de qu<strong>em</strong> tanto l<strong>em</strong>bram <strong>em</strong> todos os momentos de suas<br />

vidas. De onde estiver s<strong>em</strong>pre enviarei fl uidos benéfi cos para todos<br />

os seres humanos, para toda a humanidade, porque no mundo astral<br />

o espírito não t<strong>em</strong> inimigo n<strong>em</strong> escolhe amigo. O estimado Antonio<br />

Cottas partiu para o seu mundo de luz, um plano espiritual de grandes<br />

lutas e trabalhos, onde assumiu galhardamente a presidência<br />

astral do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, com a grandeza, com o valor, com a<br />

corag<strong>em</strong> que descobri nele nos primeiros momentos que o conheci.<br />

Por isso, a Doutrina continua sua marcha evolutiva e assim<br />

continuará, tendo agora no comando astral o espírito de Antonio<br />

Cottas e no comando material Humberto Machado Rodrigues.<br />

Cabe a ti, querido amigo, des<strong>em</strong>penhar essa incumbência na Terra.<br />

Cumpre o teu dever, não fujas a ele! Antonio Cottas deixou o<br />

ex<strong>em</strong>plo. Mira-te nesse espelho por toda a vida física. Jamais fujas<br />

do dever. Orienta os auxiliares com energia cristã, com raciocínio<br />

lúcido e corag<strong>em</strong>.<br />

Antonio Cottas! Como me ajudou, ele na Terra e eu à frente<br />

da plêiade do Astral Superior! Agora, tudo se repete. Faz o mesmo,<br />

Humberto Machado Rodrigues, faz o mesmo que Antonio Cottas<br />

fez. Certamente não tanto, pois ele começou nos primórdios da<br />

Doutrina. Já começas com ela a galope, expandindo-se por toda<br />

parte. Cabe a ti a direção do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> no planeta. Por<br />

isso, trabalha com afi nco, mas cuidando de ti. Antonio Cottas dedicou-se<br />

de corpo e alma à Doutrina. Faz o mesmo, mas não o imita<br />

<strong>em</strong> tudo, pois Antonio Cottas descuidou-se de si mesmo. Era um<br />

jov<strong>em</strong>, cheio de energia, quase um menino, e por isso teve condições<br />

físicas para fazer o necessário. Tens saúde, Humberto, mas<br />

dou um conselho: olha um pouco para ti próprio, sente a pujança<br />

destas palavras. Depois de te preparar, de te organizar, dedica-te<br />

ao teu s<strong>em</strong>elhante, com ação, corag<strong>em</strong> e valor espiritual. Vim às<br />

correntes fl uídicas desta sessão pública para deixar a mensag<strong>em</strong><br />

que deverá ser l<strong>em</strong>brada s<strong>em</strong>pre, para encorajar a ti, presidente<br />

Humberto Machado Rodrigues, por toda a tua vida física.<br />

O t<strong>em</strong>po passou. Devo partir, irradiando por todos os companheiros<br />

e assistentes queridos e assíduos da Doutrina. Sejam bons<br />

para si e para o s<strong>em</strong>elhante, dê<strong>em</strong> ex<strong>em</strong>plos por seus atos e suas<br />

atitudes, caminh<strong>em</strong> com segurança por este mundo de dor, de angústia<br />

e de sofrimento, algumas vezes de alegria.<br />

Era o que tinha a dizer, neste momento solene do <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong>. Partirei para o meu mundo de luz defi nitivamente.<br />

Deste momento <strong>em</strong> diante não descerei mais para incorporar, não<br />

transmitirei mais mensagens, a não ser – para b<strong>em</strong> compreender<strong>em</strong><br />

– a não ser <strong>em</strong> momento muito especial que ocorra no plano<br />

físico, comparecendo então com minha assistência astral.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> fi ca entregue no plano espiritual, exclusivamente,<br />

ao espírito do querido batalhador que foi Antonio<br />

Cottas, e na Terra ao também querido Humberto Machado Rodrigues.<br />

Aqui encerro a minha missão espiritual no plano físico, falando<br />

através de um instrumento mediúnico. Os médiuns desenvolvidos<br />

nas correntes fl uídas do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> e no rigor<br />

da sua disciplina, friso b<strong>em</strong>, dev<strong>em</strong> ser conservados <strong>em</strong> nossas<br />

Casas para a posteridade, como instrumentos do Astral Superior<br />

para o esclarecimento da humanidade.<br />

DOUTRINAÇÃO DO PRESIDENTE DA SESSÃO,<br />

HUMBERTO MACHADO RODRIGUES<br />

A doutrinação que acabamos de ouvir foi a derradeira do<br />

grande mestre Luiz de Mattos. Desde jov<strong>em</strong> aprendi a respeitar a<br />

grandeza desse espírito extraordinário. Em todos os momentos da<br />

minha vida, no íntimo dos meus pensamentos, s<strong>em</strong>pre soube render-lhe<br />

homenag<strong>em</strong>, tendo admiração indefi nível pelo grande mestre<br />

espiritual, que dedicou os últimos 16 anos de sua vida física ao<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. Em plano astral, a dedicação foi por mais<br />

de meio século. Enquanto Antonio Cottas lutava na Terra, Luiz de<br />

Mattos lutava na plêiade do Astral Superior. Com a desencarnação<br />

do nosso presidente Antonio Cottas a sucessão se fez presente,<br />

como se fará s<strong>em</strong>pre, pois a transmissão dos encargos de presidente<br />

se verifi ca tanto no plano astral como no físico. Assim será pelos<br />

8 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 9


séculos afora, para que o esclarecimento propiciado pela Doutrina<br />

benefi cie a humanidade <strong>em</strong> sua evolução espiritual contínua.<br />

Ao nosso Luiz de Mattos: Grande Foco etc.<br />

DOUTRINAÇÃO DO PRESIDENTE ASTRAL ANTONIO COTTAS<br />

Que brilhante, que bela doutrinação de Luiz de Mattos! Percebi<br />

a <strong>em</strong>oção e a alegria que todos sentiram, quando aquele que<br />

dirigia o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> <strong>em</strong> corpo astral veio fazer a sua<br />

despedida. Foi momento de <strong>em</strong>oção, de alegria e até de lágrimas.<br />

Fico no lugar do mestre Luiz de Mattos como Presidente<br />

Astral do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> e, no plano físico, Humberto Machado<br />

Rodrigues assume a responsabilidade de presidente do <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> <strong>em</strong> todo o planeta. A corag<strong>em</strong> que agora foi<br />

transmitida pelo espírito de Luiz de Mattos a Humberto Machado<br />

Rodrigues eu também a recebi como o novo Presidente Astral. Sei<br />

como os aqui presentes estão sentindo essas vibrações. Procur<strong>em</strong><br />

aumentar a luz espiritual, irradiando essa vibração superior para a<br />

humanidade. Dediqu<strong>em</strong>-se à Doutrina, na medida do possível. Em<br />

suas doutrinações como Presidente Astral, Luiz de Mattos s<strong>em</strong>pre<br />

me admoestava quando me excedia no trabalho. Eu escutava, mas<br />

lhe dizia <strong>em</strong> pensamento: “Mestre, a Doutrina caminha, há muito<br />

que fazer! Ao partir, hei-de deixá-la consolidada. Por isso, mestre,<br />

deixa-me fazer o que minha consciência ordena, como o dever me<br />

obriga. Deixa-me fazer, pois sois test<strong>em</strong>unha da minha vontade,<br />

do meu querer.”<br />

Dediquei-me de corpo e alma ao <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. Não<br />

me arrependo disso. Já tive a recompensa no plano físico por tudo<br />

que fi z e deixei, ao receber a amizade e o respeito dos racionalistas<br />

cristãos. Agora, são os novos compromissos e as grandes responsabilidades<br />

que assumi. Aonde estou, tenho conhecimento total do<br />

que seja a Doutrina. Não há lugar para vacilações, apenas certeza,<br />

valor e corag<strong>em</strong>.<br />

Assim sendo, o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> continua <strong>em</strong> marcha.<br />

Estou no seu comando no Astral Superior. Na Terra, Humberto<br />

Machado Rodrigues está no comando da Casa-Chefe para todo o<br />

mundo, para todo o planeta. A ele aconselho: procure fazer amigos,<br />

mas não se deixe dobrar; caminhe com fi rmeza, mantenha o seu<br />

ponto de vista quando tiver convicção dele e confi e na sua capacidade,<br />

para que a expansão do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> seja feita com<br />

segurança; não vacile n<strong>em</strong> por uma fração de segundo, porque a<br />

Doutrina é sábia e grandiosa, ela pertence ao Todo.<br />

Deixo minha irradiação de amigo que partiu há pouco e de<br />

qu<strong>em</strong> ainda restam saudades e l<strong>em</strong>branças. Deixo o incentivo e a<br />

corag<strong>em</strong> irradiada pelo grande mestre Luiz de Mattos, que acaba<br />

de seguir para um mundo espiritual mais diáfano. Deixo a orientação<br />

precisa de qu<strong>em</strong> foi, de qu<strong>em</strong> é e de qu<strong>em</strong> será para s<strong>em</strong>pre<br />

amigo de todos.<br />

10 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 11


75º Aniversário de Inauguração da sede da Filial Santos do <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong>, <strong>em</strong> 21 de Junho de 1987<br />

DISCURSO DO Dr. HUMBERTO MACHADO RODRIGUES<br />

Companheiros e amigos:<br />

Inicialmente, dev<strong>em</strong>os manifestar nossas desculpas porque<br />

de fato estávamos <strong>em</strong> débito com a casa racionalista cristã de<br />

Santos. Em quatro anos de gestão presidencial, é a primeira vez<br />

que a visitamos. Várias vezes t<strong>em</strong>os vindo ao Estado de São Paulo,<br />

mas o nosso companheiro Pompeu Cantarelli é test<strong>em</strong>unha de<br />

que projetávamos a vinda para Santos, mas no último momento<br />

não era mais possível vir. Quanto às solenidades que aqui se realizaram,<br />

surgiram s<strong>em</strong>pre probl<strong>em</strong>as na vida material que nos<br />

impediram de comparecer. Felizmente, aqui nunca faltou o nosso<br />

querido Pompeu Cantarelli, que, na sua idade, dá ex<strong>em</strong>plos aos jovens<br />

como hom<strong>em</strong> dinâmico, e quer<strong>em</strong>os ainda o seja por muitos e<br />

muitos anos. Assim sendo, ele veio nos representar, e representar<br />

também a Casa-Chefe <strong>em</strong> várias solenidades. Mas agora, <strong>em</strong> uma<br />

data importantíssima como a de hoje, tínhamos que comparecer, e<br />

aqui estamos muito gratos, satisfeitos e <strong>em</strong>ocionados.<br />

Como todos sab<strong>em</strong>, o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> foi fundado por<br />

dois homens admiráveis que t<strong>em</strong>os obrigação de venerar s<strong>em</strong>pre.<br />

Um grande fi nancista e um grande fi lósofo se uniram para fundar<br />

esta Doutrina, cada um exercendo seu papel: Luiz Thomaz, na<br />

parte fi nanceira, e Luiz de Mattos, na fi losófi ca. E na consolidação<br />

da Doutrina? Na consolidação tiv<strong>em</strong>os alguém que exerceu os<br />

dois papéis, com um trabalho hercúleo, que somente um hom<strong>em</strong><br />

de ferro como Antonio Cottas poderia exercer. Mas, no que concerne<br />

à fundação, houve um espírito incumbido da grande missão de<br />

codifi car princípios transcendentes, para estabelecer os alicerces<br />

fi losófi cos que caracterizam o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. Na realidade,<br />

Luiz de Mattos teria que se preocupar somente com a parte espiritual,<br />

dada a magnitude dessa missão, sendo por isso perfeitamente<br />

compreensível e aceitável que ele jamais poderia se ocupar com<br />

a parte material. Então, os últimos 16 anos de sua vida física foram<br />

totalmente dedicados a grandes divagações fi losófi cas, a pesquisas<br />

sobre a vida fora da matéria. Não resta a menor dúvida, um<br />

trabalho gigantesco!<br />

Como focalizaram oradores que nos antecederam, Luiz de<br />

Mattos não teria cumprido sua nobre missão se não tivesse o grande<br />

Luiz Thomaz ao seu lado. Como se costuma dizer <strong>em</strong> nossa Doutrina,<br />

tudo v<strong>em</strong> a seu t<strong>em</strong>po, dentro justamente da coordenação<br />

da marcha evolutiva da humanidade. L<strong>em</strong>bramos disso há poucos<br />

minutos, quando ouvimos trecho importante do discurso feito por<br />

Pompeu Cantarelli, ao citar a fi gura de Giordano Bruno.<br />

Giordano Bruno foi um pioneiro da fi losofi a moderna, com<br />

idéias avançadas para a época, tendo sido cont<strong>em</strong>porâneo do<br />

não menos conhecido astrônomo, fi lósofo e mat<strong>em</strong>ático Galileu<br />

Galilei que, inteligente e ardilosamente, para se livrar da fogueira<br />

inquisitorial <strong>em</strong> 1632, se retratou e negou o sist<strong>em</strong>a heliocêntrico,<br />

registrando a lenda sua célebre frase, murmurada entre<br />

dentes – “Eppur si muove!” – ou seja, “contudo ela se move”,<br />

querendo dizer que a Terra t<strong>em</strong> o movimento de translação <strong>em</strong><br />

torno do Sol. Giordano Bruno, <strong>em</strong>bora partidário do sist<strong>em</strong>a heliocêntrico,<br />

o que ainda não era considerado como heresia, não<br />

se retratou de suas afi rmações revolucionárias, e por isso foi<br />

queimado vivo <strong>em</strong> 1600.<br />

Fiz<strong>em</strong>os referência a esse evento histórico da humanidade,<br />

l<strong>em</strong>brando a grande missão de Luiz de Mattos. Muitas vezes t<strong>em</strong>os<br />

dito, <strong>em</strong> sessões públicas na Casa-Chefe, que se Luiz de Mattos tivesse<br />

vivido na Idade Média e tentasse o advento de uma doutrina<br />

como esta, seria fatalmente queimado vivo nas fogueiras da Inquisição.<br />

Eis por que tudo v<strong>em</strong> a seu t<strong>em</strong>po. Então, de fato, o século<br />

vinte foi o adequado para a implantação de uma doutrina profunda<br />

como é o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>.<br />

12 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 13


Voltando a falar sobre Luiz de Mattos e Luiz Thomaz, esclarec<strong>em</strong>os<br />

que antes de viajar para Santos, pesquisando arquivos da Casa-<br />

Chefe, encontramos um relatório de 1913 do tesoureiro desta Filial, <strong>em</strong><br />

que está patenteado, de modo dignifi cante, o papel de relevo que Luiz<br />

Thomaz representou para seu grande amigo Luiz de Mattos, cada um<br />

na sua seara, cada um no des<strong>em</strong>penho dos respectivos encargos, mas<br />

igualmente amigos inseparáveis e incondicionais. Um não exigia do<br />

outro prestações de contas. Luiz de Mattos, preocupado com as bases<br />

fi losófi cas da Doutrina, jamais exigia contas de Luiz Thomaz, e<br />

delas n<strong>em</strong> queria saber. Por sua vez, Luiz Thomaz também não pedia<br />

satisfações sobre a parte espiritual, que cabia a Luiz de Mattos. Que<br />

ex<strong>em</strong>plo grandioso para a história do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>!<br />

Vamos ler um parágrafo do relatório <strong>em</strong> que é patenteado o<br />

mérito de Luiz Thomaz na construção deste edifício <strong>em</strong> 1912:<br />

“Em 9 de abril de 1911, Luiz Thomaz, que já tinha doado ao <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> um terreno de 16 metros de frente por 50 de fundos<br />

na Avenida Ana Costa, <strong>em</strong> Santos, colocou à disposição a quantia<br />

necessária para a construção de um edifício no referido terreno,<br />

destinado aos trabalhos da Doutrina.”<br />

Aceita a proposta, foi assinado o respectivo contrato de construção<br />

com a fi rma Domingos Pinto e Cia. pela quantia de quarenta<br />

contos de réis, de acordo com a planta apresentada. Mas, no<br />

transcorrer da obra, Luiz Thomaz resolveu modifi car a planta e<br />

ampliar o <strong>em</strong>preendimento. Essa modifi cação não só elevou o custo<br />

do prédio como retardou sua inauguração. Com os acréscimos<br />

extracontratuais, o valor fi nal foi de 125 contos de réis. O total da<br />

construção ascendia soma que pod<strong>em</strong>os classifi car como fabulosa,<br />

sendo tudo patrocinado por Luiz Thomaz naquela ocasião.<br />

Prosseguindo a leitura do relatório de 1913:<br />

“Em 28 de julho de 1912, conforme consta da ata da reunião então<br />

realizada, Luiz Thomaz declarou que fazia doação ao <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> dessa importância, doravante constituindo seu patrimônio.”<br />

O gesto de fi lantropia seria digno dos mais justos encômios,<br />

se esse grande colaborador não fosse a modéstia personifi cada e<br />

não praticasse o ato de ben<strong>em</strong>erência pela satisfação de o fazer,<br />

com os rasgos de dedicação que nossos companheiros conhec<strong>em</strong>.<br />

Assim, <strong>em</strong> razão da generosidade de Luiz Thomaz, a Casa de Santos<br />

foi construída, obteve sua manutenção e se tornou perene e<br />

próspera. Essa é uma página indelével, que deverá fi gurar para<br />

s<strong>em</strong>pre na história do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>.<br />

Nas solenidades <strong>em</strong> outras casas racionalistas cristãs de que<br />

t<strong>em</strong>os participado, <strong>em</strong> todas há a marca da passag<strong>em</strong> de Antonio<br />

Cottas por elas. Foram Casas que inaugurou ou visitou <strong>em</strong> datas<br />

festivas. Por isso, nas reuniões cívico-espiritualistas que presidimos,<br />

sentimo-nos na obrigação de citar algum trecho de discurso<br />

proferido por essa grande fi gura, por ocasião do seu comparecimento<br />

nessas festividades.<br />

Hoje, estamos numa Casa que, <strong>em</strong>bora visitada inúmeras<br />

vezes por Antonio Cottas, não teve sua presença na inauguração,<br />

porque ainda não militava no <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. Assim sendo,<br />

neste momento, ao invés de citação de algum trecho de discurso de<br />

Antonio Cottas aqui proferido, vamos recordar a palavra sapiente<br />

do fundador Luiz de Mattos. A inauguração deste prédio foi presidida<br />

pelo mestre querido <strong>em</strong> junho de 1912. No mesmo ano, no<br />

mês de dez<strong>em</strong>bro, portanto 6 meses após, ele inaugurava edifício<br />

idêntico, <strong>em</strong> Vila Isabel, no Rio de Janeiro, agora o Solar Luiz de<br />

Mattos, destinado a amparar a velhice.<br />

A seguir, ter<strong>em</strong>os a honra de ler trecho do discurso do mestre<br />

Luiz de Mattos. Choramos de <strong>em</strong>oção quando rel<strong>em</strong>os esse discurso<br />

dias atrás, pronunciamento que é verdadeira aula. Naquela época,<br />

havia mais t<strong>em</strong>po disponível para se proferir discursos longos, o<br />

que a vida moderna difi culta. Luiz de Mattos, com sua eloqüência<br />

exuberante, pronunciou extenso discurso. Era um texto substancioso,<br />

e nos pareceu estar lendo uma de suas notáveis conferências.<br />

Nos relatos históricos que pesquisamos, há a descrição inicial<br />

da solenidade de inauguração deste prédio, que também vale<br />

a pena recordar:<br />

14 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 15


“No dia 21 de junho de 1912, às 19h45m, dado o sinal de silêncio,<br />

apareceu junto às grades do estrado que serve de recinto às sessões<br />

mediúnicas a fi gura imponente do presidente Luiz de Mattos, que<br />

começou uma vibrante saudação de improviso, dirigida a uma grande<br />

e compacta assistência, compostas de autoridades convidadas e<br />

pessoas do povo <strong>em</strong> geral.”<br />

Essa foi a descrição do ambiente. Realmente, a saudação inicial<br />

de Luiz de Mattos foi admirável. No longo pronunciamento,<br />

verdadeira aula de história e fi losofi a, exaltou a fi gura histórica de<br />

sua preferência, a sublime Joana D’Arc, e o signifi cado da missão<br />

desse grande espírito perante a evolução da humanidade. Quiséramos<br />

ter mais t<strong>em</strong>po para ler o discurso na íntegra, o que não<br />

é possível. Assim sendo, selecionamos o trecho fi nal, importante<br />

para conhecimento de todos. Vamos então, respeitosamente, ouvir<br />

a palavra do mestre:<br />

“Minha convicção sobre o que é o espiritismo não foi alcançada<br />

lendo Allan Kardec ou os ocultistas. Foi especialmente <strong>em</strong> Claude<br />

Bernard, fi siologista francês, e <strong>em</strong> Louis Büchner, fi lósofo al<strong>em</strong>ão.<br />

Foram eles, esses dois homens, que me <strong>em</strong>basaram na codifi cação<br />

do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. Foi Claude Bernard que me disse que a<br />

matéria, <strong>em</strong>bora pareça viva, é inerte, e que só se movimenta, só se<br />

incita com um el<strong>em</strong>ento que v<strong>em</strong> de fora dela.<br />

Foi, pois, esse el<strong>em</strong>ento que tratei de procurar, para saber onde<br />

ele residia e como ele se organizava, incitava e movimentava a matéria,<br />

por si só imóvel. E cheguei ao resultado desejado. Foi Louis<br />

Büchner que, <strong>em</strong>bora materialista, me disse, “s<strong>em</strong> o querer”, que os<br />

fenômenos espíritas, verifi cados que foss<strong>em</strong>, viriam deitar por terra<br />

toda a ciência dos homens.<br />

O espiritismo, portanto, d<strong>em</strong>onstrando a existência do mundo<br />

espiritual e suas relações com o mundo material, dá a chave da<br />

compreensão não só a uma multidão de fenômenos, que são por isso<br />

mesmo considerados como inadmissíveis por certa classe de pensadores,<br />

como também a chave dos porquês de tudo quanto existe.<br />

É, pois, desse el<strong>em</strong>ento atuando sobre a matéria que deve partir a<br />

ciência da Terra, para chegar à descoberta da verdade necessária<br />

a essa mesma ciência material. Pod<strong>em</strong>os atrair pelo pensamento<br />

a grande força que existe entre nós, mas da qual pouco sab<strong>em</strong>os<br />

para fazer uso consciente. É na Inteligência Universal que reside o<br />

segredo de tudo quanto existe, que a ciência material ignora e que<br />

agora será dado conhecimento aos que, de boa vontade, e pondo<br />

de parte vaidades e preconceitos, quiser<strong>em</strong> vir modestamente, s<strong>em</strong><br />

idéia preconcebida, mas com desejo de aprender, ou partilhar dos<br />

nossos trabalhos aqui <strong>em</strong> Santos, no Rio de Janeiro ou <strong>em</strong> todas<br />

as casas que for<strong>em</strong> dirigidas pelo Astral Superior. É assim o espiritismo<br />

que nós praticamos à luz do dia, publicamente, para os que<br />

quiser<strong>em</strong> progredir.<br />

Para esse fi m, esta casa foi construída; é onde se provará a<br />

fartar a existência da alma e de tudo que v<strong>em</strong> de dentro ou de fora<br />

de nós, inclusive o pensamento, essa grande força que nos faz fortes<br />

ou fracos, alegres ou tristes, conforme o uso do nosso livre-arbítrio,<br />

provando, assim, o axioma espírita de que ‘cada um t<strong>em</strong> o que quer<br />

ter ou o que merece’, <strong>em</strong> virtude dos pensamentos que irradia.<br />

O desconhecimento da vida espiritual, que é a orig<strong>em</strong> de todos<br />

os males, desaparecerá do planeta Terra, quando os homens<br />

conhecer<strong>em</strong> as leis naturais e imutáveis que tudo reg<strong>em</strong> no Universo.<br />

Aqui, pois, nos quedamos à inteira disposição dos governos, dos<br />

cientistas e dos que sofr<strong>em</strong> física e moralmente, para que mais rápido<br />

seja o progresso de todos (aplausos).”<br />

Meus queridos amigos: sab<strong>em</strong>os que neste momento não é<br />

possível a presença astral do grande espírito de Luiz de Mattos,<br />

pois já alçou a zonas espirituais mais diáfanas, porque aos espíritos<br />

mais adiantados, pela lei da evolução, não lhes é mais possível<br />

se aproximar de um planeta como este. Mas nós t<strong>em</strong>os certeza da<br />

presença astral dos inesquecíveis Luiz Thomaz e Antonio Cottas,<br />

que agora não são mais Luiz Thomaz ou Antonio Cottas fi sicamente<br />

falando, pois são espíritos superiores trabalhando pelo b<strong>em</strong> da<br />

humanidade, por sua evolução.<br />

Sab<strong>em</strong>os também que o espírito de Antonio Cottas, <strong>em</strong> sua<br />

nova missão de sucessor de Luiz de Mattos, é seu mensageiro, e,<br />

16 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 17


lendo nossa aura, observa o amor que dedicamos não somente a<br />

ele, Antonio Cottas, como a Luiz Thomaz e Luiz de Mattos.<br />

Ainda éramos adolescentes quando começamos a leitura dos<br />

livros de autoria de Luiz de Mattos, de conferências e pronunciamentos<br />

magistrais, como a proclamação aos acadêmicos, de 1918.<br />

S<strong>em</strong>pre nos <strong>em</strong>ocionávamos quando líamos essas páginas admiráveis.<br />

Em nosso íntimo, alimentamos a grande tristeza de não<br />

termos tido a honra que tiveram Antonio Cottas e outros companheiros<br />

de abraçar Luiz de Mattos, de cumprimentá-lo ou de afagálo<br />

carinhosamente, d<strong>em</strong>onstrando toda nossa admiração, reconhecimento<br />

e amor fraternal.<br />

O mundo físico é o mundo físico! Quando encarnamos, Luiz de<br />

Mattos já havia desencarnado, mas amamos esse espírito como se<br />

o tivéss<strong>em</strong>os conhecido fi sicamente. Embora sentíss<strong>em</strong>os grande<br />

consternação por não o ter conhecido pessoalmente, jamais poderíamos<br />

supor que um dia teríamos a incomensurável honra de estar<br />

à cabeceira desta mesa de trabalhos espirituais, neste lugar que foi<br />

por ele ocupado há setenta e cinco anos, de repetir suas palavras sábias<br />

de fi lósofo, de sociólogo, de espiritualista de escol, um hom<strong>em</strong><br />

que tudo deu <strong>em</strong> termos de amor, de espiritualidade e de cultura à<br />

humanidade! Esta honra t<strong>em</strong>os agora e declaramos aos nossos queridos<br />

amigos: receb<strong>em</strong>os neste dia o maior prêmio que poderíamos<br />

almejar <strong>em</strong> nossa vida física, ou seja, o de estarmos no mesmo lugar<br />

que Luiz de Mattos ocupou no dia da inauguração deste prédio, e<br />

podermos recordar seu des<strong>em</strong>penho há cerca de sete décadas! Desse<br />

prêmio pod<strong>em</strong>os nos orgulhar, dessa honra pod<strong>em</strong>os nos regozijar.<br />

Portanto, é com alegria, felicidade espiritual e <strong>em</strong>oção que reverenciamos<br />

esses grandes mestres – Luiz de Mattos, Luiz Thomaz e<br />

Antonio Cottas – não para elogiá-los, pois não quer<strong>em</strong> saber de elogios,<br />

mas para enaltecermos seus feitos, objetivando o incentivo das<br />

gerações vindouras do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, para que a Doutrina<br />

prossiga s<strong>em</strong>pre, a fi m de cumprir, através dos séculos, o seu desiderato,<br />

qual seja o de esclarecer espiritualmente a humanidade!<br />

Luiz de Mattos dizia que o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> seria a pedra<br />

de toque fi nal, porque defi nitivo, fundamental, para o esclarecimento<br />

espiritual. A humanidade pode ter evoluído materialmente, o que<br />

observamos através dos avanços científi cos que vêm possibilitando<br />

a sofi sticação da mais moderna tecnologia nos diversos ramos do<br />

conhecimento humano. Mas está faltando o esclarecimento espiritual<br />

autêntico. Tanto assim é que, apesar de todo esse progresso<br />

material e científi co, os seres humanos viv<strong>em</strong> mergulhados no que<br />

se denomina vazio existencial, aplicando-se a terminologia dos psicólogos<br />

e psicanalistas modernos. O que caracteriza a humanidade<br />

<strong>em</strong> seu viver, de um modo geral, é justamente o vazio que a domina.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> propõe preencher esse vazio, extirpando-o<br />

através de um esclarecimento espiritual realista. Assim,<br />

a humanidade, esclarecida pela fi losofi a codifi cada e implantada<br />

por Luiz de Mattos, terá condições de progredir materialmente,<br />

a par da inexorável evolução espiritual. É para isso que estamos<br />

aqui. Por isso, a Doutrina t<strong>em</strong> que progredir, para que esse desiderato<br />

seja cumprido, e honrados os grandes ideais de nossa causa<br />

espiritualista.<br />

Era o que tínhamos a dizer, queridos amigos, além de externamos<br />

nossa profunda satisfação com a presença de todos, com a<br />

organização de inúmeras caravanas, vindas de várias localidades,<br />

para prestigiar este momento inesquecível. O nosso sincero agradecimento<br />

<strong>em</strong> nome dos mestres Luiz de Mattos, Luiz Thomaz e<br />

Antonio Cottas. Muito obrigado. (aplausos).<br />

18 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 19


Inauguração da fi lial Jersey City do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>,<br />

<strong>em</strong> 7 de maio de 1988<br />

DISCURSO DO Dr. HUMBERTO MACHADO RODRIGUES<br />

Companheiros e amigos:<br />

Todos sab<strong>em</strong> que t<strong>em</strong>os o grande ideal de a nossa querida Doutrina<br />

expandir-se por todos os recantos da Terra, um idealismo que<br />

representa a vontade sincera de ver a humanidade esclarecida, mais<br />

feliz e liberta dos grilhões que a v<strong>em</strong> mantendo presa durante séculos<br />

a sofrimentos desnecessários, <strong>em</strong> sua maioria advindos da falta de<br />

conhecimento pleno do que seja o espiritualismo, do que seja a vida<br />

fora da matéria. O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> foi viabilizado com grande<br />

dest<strong>em</strong>or, sacrifício e amor à causa do b<strong>em</strong> comum. Está implantado<br />

e consolidado na Terra pelo trabalho pioneiro e grandioso de três valorosos<br />

homens: Luiz de Mattos, Luiz Thomaz e Antonio Cottas. Apesar<br />

de todo o esforço até aqui despendido, estamos a uma distância imensa<br />

do ideal, o que ainda d<strong>em</strong>andará longos anos de muito trabalho e<br />

espírito de renúncia, até que a Doutrina seja plenamente conhecida.<br />

Partir<strong>em</strong>os daqui amanhã com a convicção de que nesta Casa<br />

e nas d<strong>em</strong>ais existentes neste país se fortifi cará a chama do nosso<br />

ideal, que é o de esclarecer espiritualmente o povo norte-americano,<br />

que construiu um país conhecido como a maior potência mundial<br />

<strong>em</strong> termos materiais, mas desprovido desse esclarecimento.<br />

Cabe ao <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> o papel preponderante de fazê-lo.<br />

Porém, para que esse grande ideal seja atingido ampla e objetivamente<br />

é fundamental que a divulgação da Doutrina seja feita <strong>em</strong><br />

inglês, idioma da nação norte-americana.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> v<strong>em</strong> atingindo importante e fundamental<br />

desenvolvimento graças ao valor do povo cabo-verdiano,<br />

que vai instalando diversas Casas não só nos Estados Unidos da<br />

América do Norte, como na Europa e na África. Porém, há necessidade<br />

pr<strong>em</strong>ente da diss<strong>em</strong>inação e divulgação da Doutrina através<br />

do idioma local, para que haja maior impulso e amplitude, de modo<br />

que esses núcleos não fi qu<strong>em</strong> circunscritos ao idioma português.<br />

Isto porque as casas racionalistas cristãs não estão instaladas<br />

apenas <strong>em</strong> países de expressão portuguesa, mas também na Holanda,<br />

na França, no Senegal, <strong>em</strong> Lux<strong>em</strong>burgo.<br />

Ont<strong>em</strong>, na sessão pública que aqui presidimos, afi rmamos<br />

que o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> não aspira à heg<strong>em</strong>onia e n<strong>em</strong> quer se<br />

confrontar n<strong>em</strong> pol<strong>em</strong>izar com outras idéias fi losófi cas. A doutrina<br />

racionalista cristã só pretende que a humanidade se conscientize<br />

do quanto são elevados os seus princípios, que, se adotados<br />

no viver das pessoas, permit<strong>em</strong> novos rumos para a evolução de<br />

cada ser. Tanto assim é que nosso querido e saudoso Antonio Cottas<br />

dizia muitas vezes, e nós s<strong>em</strong>pre repetimos, que no dia <strong>em</strong><br />

que a humanidade estiver espiritualmente esclarecida não haverá<br />

mais necessidade da existência de casas racionalistas cristãs.<br />

Todavia, elas são necessárias tanto hoje como serão por muitos e<br />

muitos séculos vindouros, porque a humanidade ainda não t<strong>em</strong><br />

conhecimento total do espiritualismo que praticamos. Assim sendo,<br />

nossa obrigação é explanar e motivar as pessoas para o caminho<br />

do b<strong>em</strong>, mostrando o que somos e quais os nossos propósitos.<br />

Nos Estados Unidos da América do Norte, como nos d<strong>em</strong>ais países<br />

<strong>em</strong> que não se fala a língua portuguesa, há necessidade imperiosa<br />

de se romper as limitações de uma língua alienígena, para que,<br />

rompendo essa barreira lingüística, se possa dar ao <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> condições de se desenvolver plenamente no país, explanando-o<br />

no idioma local. Exatamente por considerarmos esta<br />

uma questão fundamental é que far<strong>em</strong>os desse propósito a tônica<br />

de nosso pronunciamento.<br />

E para simbolizar o nosso idealismo pelo uso da língua local,<br />

com o pensamento voltado para os cidadãos norte-americanos<br />

e companheiros desta fi lial, os estimados Lee e Bird, dedicamos<br />

algumas palavras <strong>em</strong> inglês (vertidas para o português, <strong>em</strong><br />

seguida):<br />

20 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 21


“Nesta feliz oportunidade <strong>em</strong> que tenho a honra de inaugurar<br />

a sede própria da Filial Jersey City do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> dirijome<br />

a todos os m<strong>em</strong>bros desta Casa, <strong>em</strong> especial aos cidadãos norte-americanos,<br />

com o objetivo de enfatizar o importante papel do<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> neste país.<br />

A Doutrina já está implantada <strong>em</strong> terras norte-americanas. Todavia,<br />

o trabalho de expandir seus conhecimentos terá ainda que se<br />

estender pelo futuro. O bravo povo americano é constituído de seres<br />

humanos s<strong>em</strong>elhantes a todos os d<strong>em</strong>ais existentes no mundo, com<br />

seus probl<strong>em</strong>as, obstáculos a vencer e sofrimentos advindos da convivência<br />

<strong>em</strong> sociedade, ensejando assim a necessidade de um esclarecimento<br />

espiritual autêntico, que a realidade da vida impõe.<br />

Exatamente por isso, ao dirigir-me a todos <strong>em</strong> inglês, tenho o<br />

pensamento alteado <strong>em</strong> irradiação vibrante, no sentido de incentivar<br />

e contribuir para a difusão do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> nos Estados<br />

Unidos da América do Norte. Creio estar desta forma colaborando<br />

para as primeiras iniciativas da nossa querida Doutrina na<br />

nação de George Washington, Abrahão Lincoln e Thomaz Jefferson.<br />

Com as vibrações espirituais dos mestres Luiz de Mattos, Luiz<br />

Thomaz, Antonio Cottas e Felino Alves de Jesus, este último, Presidente<br />

Astral desta Casa, deixo minha mais ardente aclamação voltada<br />

para o esclarecimento espiritual do povo norte-americano.”<br />

Felino Alves de Jesus, aquele que <strong>em</strong> nossa adolescência tanto<br />

admiramos e respeitamos! Serias o sucessor de Antonio Cottas<br />

e teríamos a grande honra de ser teu braço direito. Agora, porém,<br />

<strong>em</strong> circunstâncias diferentes, continuamos sendo teu braço direito,<br />

<strong>em</strong>bora estejas no plano astral e nós, no físico. Nada impede<br />

que continu<strong>em</strong>os juntos a servir o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. Pelas imprevisões<br />

próprias deste mundo, desencarnastes pr<strong>em</strong>aturamente,<br />

mas aqui estamos a altear o pensamento à tua grandiosidade espiritual.<br />

Esta é a homenag<strong>em</strong> que desejamos prestar ao teu espírito.<br />

Em vida física, eras tão simples que jamais querias saber de homenagens<br />

e elogios e muito menos agora como espírito da plêiade do<br />

Astral Superior. Porém, ao te reverenciar, d<strong>em</strong>onstramos apenas<br />

a nossa disposição de servir-te. Tu és o primeiro Presidente Astral<br />

<strong>em</strong> terras norte-americanas, lugar que muito amavas e que muitas<br />

vezes visitaste <strong>em</strong> teu trabalho na Força Aérea Brasileira. Agora<br />

estás <strong>em</strong> plano astral. Mas continuamos unidos, lutando pelo <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> não apenas nos Estados Unidos da América do<br />

Norte, mas <strong>em</strong> todas as partes do mundo. Essa é a grande reverência<br />

que queríamos fazer, dirigida às dimensões astrais <strong>em</strong> que te<br />

encontras, envolto na tua grandeza espiritual.<br />

Não t<strong>em</strong>os palavras para traduzir toda a <strong>em</strong>oção que sentimos<br />

no início desta solenidade, com o profundo signifi cado do<br />

desfi le das bandeiras do Brasil, de Portugal, de Cabo Verde e dos<br />

Estados Unidos da América do Norte, símbolos da nacionalidade,<br />

ao ser<strong>em</strong> encaminhadas ao estrado.<br />

Embora nós, racionalistas cristãos, sejamos mais universalistas<br />

que nacionalistas, por amarmos todos os povos, <strong>em</strong>ocionamos-nos<br />

ao ver perfi lados esses símbolos de tão grandiosas nações.<br />

Pessoalmente, não compreend<strong>em</strong>os o sentimento nacionalista<br />

atrelado à xenofobia. Não pod<strong>em</strong>os ser xenófobos. Embora sejamos<br />

amantes da pátria <strong>em</strong> que nasc<strong>em</strong>os, acima de tudo amamos<br />

toda a humanidade. Essas bandeiras têm grande signifi cado para<br />

cada país que representam e, com profundo amor à humanidade,<br />

pod<strong>em</strong>os afi rmar que o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> v<strong>em</strong>-se difundindo<br />

entre as nacionalidades representadas pelas bandeiras do Brasil,<br />

de Portugal, de Cabo Verde e dos Estados Unidos da América do<br />

Norte. Começou na nação brasileira. Mas qu<strong>em</strong> descobriu o Brasil?<br />

Portugal. Qu<strong>em</strong> fundou a doutrina racionalista cristã? Os cidadãos<br />

portugueses Luiz de Mattos e Luiz Thomaz. Luiz de Mattos,<br />

mesmo sendo português – foi Vice-cônsul de Portugal na cidade<br />

de Santos – considerava-se brasileiro, tamanho era seu amor ao<br />

Brasil. Descoberto <strong>em</strong> 1492, os Estados Unidos da América do Norte,<br />

ele próprio agora descobre o espiritualismo autêntico. E Cabo<br />

Verde? O que dizer de Cabo Verde? A maioria dos presentes, não<br />

só aqui mas na França, na Holanda, na Bélgica, <strong>em</strong> Lux<strong>em</strong>burgo,<br />

bravos cabo-verdianos, são os pioneiros intimoratos, os que espalham<br />

pelo mundo os salutares princípios da fraternidade espiritual,<br />

através do conhecimento pleno do que cada um representa<br />

como um composto de Força e Matéria. Em Cabo Verde, exist<strong>em</strong><br />

22 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 23


várias casas racionalistas cristãs, sendo o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> a<br />

fi losofi a mais difundida nesse valoroso país. S<strong>em</strong> pretensões heg<strong>em</strong>ônicas,<br />

diz<strong>em</strong>os que são os princípios racionalistas cristãos<br />

os mais acatados e seguidos naquele país irmão.<br />

Esse bravo povo, presente <strong>em</strong> todos os recantos do planeta,<br />

leva <strong>em</strong> sua alma os ensinamentos espiritualistas adquiridos na<br />

terra natal, para que sejam transmitidos a outros povos. Pois foi<br />

assim que surgiram nos Estados Unidos da América do Norte um<br />

José Roberto de Almeida, um Joaquim Gomes, um Antônio Lima,<br />

um Herculano Andrade; isso s<strong>em</strong> falar no grande baluarte Vitorino<br />

Chantre, cuja dinâmica atuação v<strong>em</strong> impulsionando e possibilitando<br />

o surgimento de inúmeras casas racionalistas cristãs no<br />

norte da Europa. São cabo-verdianos desejosos de expandir cada vez<br />

mais nossa querida Doutrina <strong>em</strong> outros países. Entre tantos outros,<br />

pod<strong>em</strong>os também citar o cidadão português Armando Rocha, também<br />

enfi leirado aos cabo-verdianos no esforço de transmitir os ensinamentos<br />

desta bela Doutrina a todos os povos do mundo.<br />

T<strong>em</strong>os valorosas pessoas dedicadas e leais à Casa-Chefe, o<br />

que constatamos pela vasta correspondência que mant<strong>em</strong>os com<br />

racionalistas cristãos cabo-verdianos. Esses bravos militantes,<br />

que implantaram o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> <strong>em</strong> vários recantos do<br />

planeta, precisam, contudo, transpor o limite lingüístico dos núcleos<br />

que criaram, para que se integr<strong>em</strong> à comunidade <strong>em</strong> que<br />

estão instalados. Este é um dos motivos principais da nossa presença<br />

nos Estados Unidos da América do Norte, é o incentivo que<br />

traz<strong>em</strong>os pessoalmente do Brasil, para que o nosso ideal se torne<br />

realidade no mais breve t<strong>em</strong>po, ideal que também é de todos os<br />

presentes, com certeza.<br />

Há muito pretendíamos visitar as casas racionalistas cristãos<br />

norte-americanas, mas s<strong>em</strong>pre retardamos o momento de<br />

partilharmos da companhia de tão dedicados companheiros, impossibilitados<br />

de nos ausentar da Casa-Chefe <strong>em</strong> razão dos inúmeros<br />

afazeres que lá nos prendiam. Hoje aqui estamos, não só<br />

para atender ao chamamento dos queridos amigos como pela determinação<br />

de que estamos imbuídos, qual seja a de tornar o <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> cada vez mais conhecido e praticado <strong>em</strong> todos<br />

os cantos do mundo. Paulatinamente, o ideal de levar os princípios<br />

doutrinários a um número maior de pessoas vai-se tornando<br />

uma realidade, pelas mãos fi rmes e vontade forte de racionalistas<br />

cristãos cabo-verdianos, valorosos espíritos que se aventuram<br />

mundo afora com dest<strong>em</strong>or e corag<strong>em</strong>, qualidades que ostentam<br />

de forma inigualável.<br />

Finalmente, quer<strong>em</strong>os ressaltar nossa mais profunda <strong>em</strong>oção<br />

ao vermos tão grande número de meninas e meninos, fi lhos de pais<br />

racionalistas cristãos, a prestar-nos tão bonita homenag<strong>em</strong>. Com<br />

<strong>em</strong>oção, fi rmamos nossos olhos nesses s<strong>em</strong>blantes infantis tão graciosos<br />

e neles vislumbramos o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> do futuro.<br />

Por essa razão, quer<strong>em</strong>os motivar os jovens, incentivando<br />

sua participação <strong>em</strong> nosso meio desde a infância. Aplaudimos a<br />

criação de salas das crianças e a organização de grupos de jovens<br />

nas casas racionalistas cristãs.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> t<strong>em</strong> que continuar através dos t<strong>em</strong>pos<br />

e essa continuidade só será possível se a infância e a juventude<br />

tiver<strong>em</strong> seu espaço dentro da Doutrina, ou seja, se nos aliarmos<br />

às preocupações resultantes de um mundo moderno e à refl exão<br />

do que esse momento histórico signifi ca <strong>em</strong> termos evolutivos.<br />

Dediqu<strong>em</strong>os toda nossa atenção aos homens e mulheres de amanhã.<br />

O convívio com a juventude, estejam certos, dará à Doutrina o<br />

entusiasmo e o dinamismo necessários, tanto quanto deram e dão<br />

ainda os que já se encontram na última fase da vida, porque esse<br />

intercâmbio de idéias e experiências, não t<strong>em</strong>os dúvida, serão as<br />

grandes molas propulsoras da renovação e do progresso do <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong>.<br />

Avante, racionalistas cristãos do futuro!<br />

Avante, racionalistas cristãos da América!<br />

Avante, <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, que indica à humanidade o caminho<br />

da evolução, pavimentado com um espiritualismo autêntico<br />

e realista!<br />

Com as vibrações espirituais de nossos mestres Luiz de Mattos,<br />

Luiz Thomaz, Antonio Cottas e Felino Alves de Jesus, declaramos<br />

encerrada esta grandiosa e inesquecível solenidade. Muito<br />

obrigado (aplausos).<br />

24 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 25


60º aniversário de fundação da fi lial Porto<br />

do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, <strong>em</strong> 31 de agosto de 1990<br />

DISCURSO DO Dr HUMBERTO MACHADO RODRIGUES,<br />

NA ABERTURA DAS SOLENIDADES<br />

Companheiros e amigos:<br />

Vivamente <strong>em</strong>ocionados, <strong>em</strong> nosso nome, no de minha esposa<br />

e no da Casa-Chefe do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, agradec<strong>em</strong>os as<br />

palavras sábias e amáveis do ilustre presidente desta valorosa Filial<br />

Porto.<br />

Agradec<strong>em</strong>os ainda toda a gentileza, todo este calor humano<br />

e espiritual dirigido a um ideal autêntico, que é o de espiritualizar<br />

a humanidade, através da diss<strong>em</strong>inação dos princípios racionalistas<br />

cristãos.<br />

Não haja dúvida que ao <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> é reservado um<br />

grande papel perante a evolução espiritual da humanidade. Para<br />

esse fi m foi ele implantado na Terra, e é profundamente dignifi -<br />

cante usufruirmos do calor humano encontrado <strong>em</strong> várias casas<br />

racionalistas cristãs que t<strong>em</strong>os a honra de ter visitado no Brasil,<br />

nos Estados Unidos da América e agora <strong>em</strong> Portugal, participando<br />

de uma espiritualidade envolvente no sentido mais autêntico.<br />

No refulgir destes pensamentos elevados, captamos as infl uências<br />

vibratórias que nos envolv<strong>em</strong> no momento, para que nos<br />

sintamos cada vez mais reanimados e assim motivados <strong>em</strong> prosseguir<br />

a luta por esse grande ideal.<br />

Essa vibração espiritual, esse intercâmbio de espiritualidade<br />

e de calor humano é, na verdade, algo fulgurante para aqueles<br />

que de fato sab<strong>em</strong> senti-los. Vi<strong>em</strong>os para esta reunião bastante<br />

fatigados pela maratona vivida <strong>em</strong> terras lusas. Todavia, este intercâmbio<br />

espiritual, como se fosse uma renovação anímica, nos<br />

dá alento, não nos deixa esmorecer, nos incita a prosseguir nas<br />

grandes realizações do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>.<br />

É no ambiente espiritual que encontramos <strong>em</strong> nossas Casas<br />

que renovamos as energias anímicas, para não nos deixarmos subjugar<br />

pelo cansaço, às vezes pela tristeza, perante acontecimentos<br />

que ocorr<strong>em</strong>, não <strong>em</strong> razão da Doutrina – intocável e infalível<br />

– mas por conta do procedimento humano, desses seres falíveis,<br />

pela insignifi cância que representam perante a grandiosidade do<br />

universo espiritual que nos cerca, tão b<strong>em</strong> explicado por nossa fi -<br />

losofi a. É este revigoramento que nos anima na concretização do<br />

grande ideal de reformular a humanidade no sentido mais espiritual<br />

que se possa conceber.<br />

O estimado presidente desta Filial, Dr Madeira Pina, <strong>em</strong> seu<br />

pronunciamento, falou sobre nossos grandes mestres Luiz de Mattos,<br />

Luiz Thomaz e Antonio Cottas, fundadores e consolidador do<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, e do que representam na história da Doutrina<br />

e no idealismo expansionista <strong>em</strong> que todos estamos envolvidos.<br />

Infelizmente não tiv<strong>em</strong>os a felicidade de conviver fi sicamente<br />

com Luiz de Mattos e Luiz Thomaz, mas espiritualmente sim,<br />

lendo seus escritos e relatórios arquivados na Casa-Chefe, seguindo<br />

as lições dignifi cantes que nos deixaram. Já com Antonio Cottas<br />

tiv<strong>em</strong>os um convívio venturoso e feliz. Foi nosso grande educador<br />

e instrutor. Com sua austeridade inconfundível – severo, mas sensível<br />

– era um hom<strong>em</strong> de personalidade forte, que soube dar-nos<br />

ex<strong>em</strong>plos a ser<strong>em</strong> seguidos, a princípio talvez difíceis de ser<strong>em</strong><br />

adotados. Mas que não o são, pois se o grande mestre os praticou,<br />

também pod<strong>em</strong>os praticá-los, bastando para isso a força de vontade<br />

e a energia espiritual encontradas no interior de cada um, <strong>em</strong>bora<br />

saibamos que não pod<strong>em</strong>os nos nivelar a esse grandioso espírito.<br />

Não resta dúvida que o ser humano age de acordo com suas<br />

tendências, de acordo com sua individualidade, sua personalidade.<br />

Assim aconteceu com os três grandes mestres racionalistas cristãos.<br />

Nenhum foi igual a outro n<strong>em</strong> poderia ser.<br />

Luiz de Mattos foi um hom<strong>em</strong> imponente. Orador de rara eloqüência<br />

e escritor pleno de exuberância, infl amava a todos que o<br />

ouviam ou liam. Sua imensa bagag<strong>em</strong> intelectual aliada à grande<br />

26 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 27


espiritualidade permitiram que Luiz de Mattos codifi casse a doutrina<br />

racionalista cristã.<br />

Luiz Thomaz tinha personalidade diferente do inseparável<br />

amigo Luiz de Mattos, pois foi hom<strong>em</strong> mais ligado a assuntos de<br />

ord<strong>em</strong> econômica e fi nanceira. Todavia, possuidor já de grande<br />

espiritualidade, valeu-se de sua capacidade como fi nancista para<br />

arquitetar e poder fi ncar os alicerces materiais com que o <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> foi edifi cado na Terra, pois sab<strong>em</strong>os que uma<br />

instituição como esta não pode vicejar n<strong>em</strong> progredir dentro da<br />

sociedade se não possuir um arcabouço fi nanceiro mínimo para<br />

sua sustentação.<br />

Já Antonio Cottas, <strong>em</strong> mais de meio século de atividades profícuas<br />

e incansáveis, conseguiu consolidar o grande legado espiritualista<br />

de Luiz de Mattos e Luiz Thomaz. E, decorrente da consolidação<br />

desse legado também histórico, nosso Antonio Cottas<br />

deixou-nos como seu continuador, b<strong>em</strong> como aos futuros continuadores,<br />

a responsabilidade de divulgar a Doutrina e expandir sua<br />

faina espiritualizadora.<br />

Por isso, s<strong>em</strong>pre repetimos, os três grandes mestres racionalistas<br />

cristãos encarnaram no planeta com atribuições distintas<br />

e adequadas à personalidade de cada um. Luiz de Mattos para escrever<br />

um conjunto de princípios espiritualistas estabelecido <strong>em</strong><br />

um código de conduta denominado <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. Luiz<br />

Thomaz para viabilizar o arcabouço material de sua sustentação e<br />

Antonio Cottas para tornar sólida e segura a prática dessa fi losofi<br />

a, que a torna única e inconfundível perante as d<strong>em</strong>ais doutrinas<br />

fi losófi cas existentes.<br />

Essa é a grande realidade espiritualista e material que destacamos<br />

como própria da nossa Doutrina. Nós, racionalistas cristãos, t<strong>em</strong>os<br />

por obrigação de, desprovidos de presunção ou vaidade, encarar<br />

essa realidade. As inúmeras fi losofi as espiritualistas que exist<strong>em</strong><br />

há séculos e outras novas que vão surgindo apontam caminhos s<strong>em</strong>pre<br />

de natureza extr<strong>em</strong>ada. Observamos nelas o fanatismo sectário,<br />

que procura incutir <strong>em</strong> seus seguidores a somente pensar nos seus<br />

dogmas. De maneira fanática, como elas ensinam, obrigam seus<br />

adeptos a fi car o dia inteiro meditando, s<strong>em</strong> nada produzir de objeti-<br />

vo, de concreto, s<strong>em</strong> voltar o pensamento para um sentido altamente<br />

positivo. De que adiantam as mentalizações feitas por místicos<br />

que fi cam dias, meses e anos só meditando, s<strong>em</strong> nada fazer? De que<br />

adianta a concepção materialista de certas fi losofi as que não admit<strong>em</strong><br />

a existência e imortalidade da alma? Que não admit<strong>em</strong> a lei das<br />

reencarnações n<strong>em</strong> os postulados que caracterizam uma fi losofi a<br />

espiritualista, que diz<strong>em</strong> praticar. Por outro lado, os materialistas<br />

não admit<strong>em</strong> que existe algo de superior além da matéria que é palpável,<br />

que por eles é vista fi sicamente.<br />

E o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>?<br />

No seu patamar de elevada concepção espiritualista, a Doutrina<br />

nos mostra o verdadeiro caminho da evolução. Pela racionalidade,<br />

d<strong>em</strong>onstra que não pod<strong>em</strong>os degenerar para conceitos<br />

fi losófi cos extr<strong>em</strong>ados. O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> nos ensina que dev<strong>em</strong>os<br />

seguir paralelamente a vida espiritual e a física, pois somos<br />

espíritos encarnados. Seguindo seus princípios, os seres humanos<br />

têm condições de saber viver as duas vidas, s<strong>em</strong> as confundir. Eis<br />

um dos mais frisantes preceitos doutrinários: saber viver a vida<br />

física e a vida espiritual, s<strong>em</strong> se deixar envolver pelos sentimentos<br />

materializados, s<strong>em</strong> degenerar para os extr<strong>em</strong>ismos do misticismo<br />

e do sectarismo.<br />

O <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> mostra o caminho da evolução espiritual<br />

e existe para os que quer<strong>em</strong> raciocinar. Aprend<strong>em</strong>os seus ensinamentos<br />

com a leitura dos livros editados e sentimos sua vibração<br />

espiritual com a prática realizada <strong>em</strong> nossas Casas, tanto nas reuniões<br />

públicas como nas particulares de desdobramento. O estudo da<br />

Doutrina e sua prática possibilitam aos seus seguidores conquistar<br />

a felicidade relativa que está nas mãos de cada um, através de pensamentos<br />

elevados e do exercício do livre-arbítrio voltado para o b<strong>em</strong>.<br />

Perante a elevada magnitude espiritual com que o <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> se faz presente, pod<strong>em</strong>os entender a limitação da<br />

mente humana para alcançar a grandeza do Universo, mas que é<br />

sufi ciente para nos direcionar no caminho do b<strong>em</strong>.<br />

A luta do b<strong>em</strong> contra o mal ainda existirá por muitos séculos<br />

na face da Terra. A concepção do erro e do acerto varia de acordo<br />

com o grau de espiritualidade do agente que o pratica. Por isso, os<br />

28 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 29


acionalistas cristãos sab<strong>em</strong> distinguir o b<strong>em</strong> do mal. A Doutrina<br />

ensina o ser humano a discernir sobre tudo isso, mostra a verdade<br />

espiritual. Como diss<strong>em</strong>os, o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> nos permite<br />

conquistar a felicidade relativa que este mundo oferece, porque<br />

a felicidade total só é conseguida quando o espírito ascende aos<br />

planos superiores da evolução, rompendo de vez os grilhões que o<br />

prendiam a este planeta.<br />

Que bela Doutrina que nos ensina tudo isso! Muitas outras falam<br />

algo s<strong>em</strong>elhante, mas não chegam à concepção exata, correta,<br />

apurada, do que seja a verdadeira espiritualidade. Nossa Doutrina<br />

não foi implantada à s<strong>em</strong>elhança de outras tantas que exist<strong>em</strong> por<br />

aí, não para enganar a humanidade, mas para lhe mostrar a realidade.<br />

Se assim não fosse, poderíamos, como elas, ditar palavras<br />

melosas ao sabor da mística humana, dizer palavras ilusórias, enganosas,<br />

cheias de fantasias. Mas, basta analisar o signifi cado de<br />

cada palavra de nossas irradiações para nos convencermos da realidade<br />

espiritual que o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> d<strong>em</strong>onstra, realidade<br />

concebida dentro da racionalidade.<br />

Portanto, vamos amar com grandeza d’alma tudo que nos é<br />

ensinado, tudo que nos foi legado por esses três grandes mestres<br />

que acabamos de citar e que também foram citados por nosso ilustre<br />

presidente, Dr Madeira Pina. Vamos benefi ciar a humanidade<br />

com princípios salutares. Mas para isso é preciso que primeiramente<br />

saibamos nos aprimorar, aperfeiçoando a personalidade,<br />

educando o t<strong>em</strong>peramento, aprimorando nossa espiritualidade,<br />

tendo assim condição moral e ex<strong>em</strong>plar para transmitir esses ensinamentos<br />

a todos que chegam às casas racionalistas cristãs. É o<br />

que nossa querida Doutrina quer de cada um.<br />

Reiteramos agora nosso agradecimento pelas palavras amáveis<br />

do ilustre amigo Dr. Madeira Pina e pela atenção, ternura e afeto<br />

espiritual d<strong>em</strong>onstrados <strong>em</strong> todos os recantos da terra lusa desde<br />

o primeiro dia que aqui chegamos. Esta nossa alegria serve para<br />

nos conscientizar do papel de racionalistas cristãos que dev<strong>em</strong>os<br />

des<strong>em</strong>penhar, e que alguns se ufanam de proclamar. Muitos que<br />

freqüentam o meio racionalista cristão diz<strong>em</strong> que o são, mas não<br />

colocam <strong>em</strong> prática o que diz<strong>em</strong>. Não basta irradiar às horas certas<br />

e ter freqüência assídua <strong>em</strong> nossas Casas. Ser racionalista cristão é<br />

pôr <strong>em</strong> prática os princípios doutrinários <strong>em</strong> todos os momentos da<br />

vida quotidiana, na luta que cada um <strong>em</strong>preende neste mundo.<br />

É o que o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> quer das criaturas. Para isso<br />

foi implantado na Terra. Como frisamos reiteradas vezes no meio<br />

racionalista cristão, num ambiente de alta espiritualidade e de<br />

elevado psiquismo como este, é necessário que as pessoas saibam<br />

compreender-se, saibam tolerar-se, pois não existe o ser infalível,<br />

não existe o gênero humano perfeito.<br />

A Doutrina é intocável e seus princípios imutáveis, como as<br />

próprias leis naturais. Mas nós, seus instrumentos, somos falíveis.<br />

Então, é necessário que o militante saiba se vigiar, faça sua autocrítica,<br />

se analise, para que consiga de fato projetar-se no meio racionalista<br />

cristão com ex<strong>em</strong>plos dignifi cantes. Qu<strong>em</strong> assim procede<br />

não se deixa dominar por vaidades ou pelo encantamento ilusório<br />

do cargo que ocupa <strong>em</strong> nossas Casas. Não se deixa dominar pela<br />

incompreensão ou pela intolerância, sabe, portanto, compreender e<br />

tolerar o s<strong>em</strong>elhante, dentro dos limites da racionalidade. Não pod<strong>em</strong>os<br />

permitir, contudo, as falhas ditas imperdoáveis, como o vício e<br />

a maledicência, que tanto prejuízo traz ao próprio agente.<br />

Mas, como s<strong>em</strong>pre ressaltamos, exist<strong>em</strong> as pequeninas falhas,<br />

as arestas que precisam ser aparadas dentro de cada um. No<br />

meio racionalista cristão, saibamos efetivamente cultivar a mais<br />

alta capacidade de compreensão e tolerância, para que, de fato,<br />

viceje e prossiga diss<strong>em</strong>inando princípios com ex<strong>em</strong>plos dignifi<br />

cantes por parte de seus militantes. O assistente deve observar<br />

dignidade, moral e elevação de sentimentos <strong>em</strong> cada colaborador<br />

presente <strong>em</strong> nossas Casas.<br />

Não nos cansar<strong>em</strong>os de enfatizar esses ex<strong>em</strong>plos superiores<br />

entre os militantes racionalistas cristãos de todo o mundo, para<br />

que as gerações futuras, nos séculos vindouros, prossigam no esclarecimento<br />

total da humanidade, através da prática do nosso espiritualismo.<br />

Esta é a mensag<strong>em</strong> que traz<strong>em</strong>os da Casa-Chefe para a Casa<br />

pioneira de nossa querida Doutrina <strong>em</strong> Portugal, neste dia solene.<br />

Há sessenta anos, Diamantino Correia dos Reis, o grande precursor,<br />

30 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 31


trocava as primeiras cartas com nosso inolvidável Antonio Cottas.<br />

De modesto correspondente a fi lial, são sessenta anos de trabalho<br />

profícuo <strong>em</strong> prol da humanidade.<br />

Homenageamos então o pioneirismo desse grande espírito<br />

que foi <strong>em</strong> vida física Diamantino Correia dos Reis, b<strong>em</strong> como de<br />

seus bravos colaboradores e seguidores. Ninguém pode fazer algo<br />

superior sozinho, isolado, todos precisam de colaboradores inestimáveis.<br />

Quantos e quantos pioneiros, nos mais diversos recantos<br />

do Brasil, da África, da América, da Europa e de Cabo Verde, implantaram<br />

o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>, para esclarecer espiritualmente<br />

a humanidade! Em exaltação à grandiosidade desses espíritos,<br />

manifestamos profunda admiração pela beleza espiritual que encontramos<br />

nesta Filial e <strong>em</strong> outras tantas Casas, e pelo trabalho<br />

hercúleo, de muita abnegação e dedicação, desses pioneiros progressistas<br />

e valorosos.<br />

Enaltec<strong>em</strong>os fi nalmente os núcleos racionalistas cristãos que<br />

vão surgindo como chama bruxuleante. Chama que tenderá a crescer<br />

até se tornar um foco de luz espiritual, um núcleo que se tornará<br />

fi lial pelo esforço de seus componentes, desde o presidente aos d<strong>em</strong>ais<br />

militantes, com companheirismo, tolerância e abnegação.<br />

Por tudo isso, t<strong>em</strong>os certeza de que o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong><br />

possibilitará ao ser humano atingir o mais alto patamar da evolução<br />

no planeta, cumprindo sua nobre e dignifi cante missão de<br />

espiritualizar a humanidade.<br />

Era o que tínhamos a dizer. Muito obrigado (aplausos).<br />

Inauguração da fi lial Taubaté do <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>,<br />

<strong>em</strong> 27 de nov<strong>em</strong>bro de 1993<br />

DISCURSO DO Dr HUMBERTO MACHADO RODRIGUES<br />

Companheiros e amigos:<br />

Mais uma vez visitamos o progressista Estado de São Paulo,<br />

nesta oportunidade, para inaugurar a Filial Taubaté do <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong>.<br />

Os grandes feitos da humanidade só se concretizaram com<br />

idealismo, <strong>em</strong> especial, quando direcionado para o b<strong>em</strong> comum. O<br />

<strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> é grande ex<strong>em</strong>plo de idealismo, com a característica<br />

de ser uma doutrina praticada <strong>em</strong> conjugação com forças<br />

astrais superiores, o que a torna uma fi losofi a incomum. Começou<br />

com o despertar de Luiz de Mattos para os estudos da vida espiritual.<br />

Nesses estudos, buscou aprofundar seus conhecimentos fi losófi<br />

cos e pesquisar a fenomenologia espírita, desde a Antiguidade<br />

até sua época. Assim começou o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>.<br />

Em seus primórdios, a Doutrina contava com não mais que<br />

meia dúzia de Casas. Naquele momento, tão importante para a explanação,<br />

difusão e continuidade do espiritismo codifi cado por Luiz<br />

de Mattos, eis que ele desencarna. Assume então a presidência o nosso<br />

saudoso Antonio Cottas, que não somente consolidou a Doutrina<br />

como estimulou a abertura de novas casas racionalistas cristãs.<br />

De lá para cá, s<strong>em</strong>pre com muita luta, o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong><br />

v<strong>em</strong> conseguindo desenvolver-se, porque acima de nós, seres encarnados,<br />

está a assistência do Astral Superior.<br />

Sab<strong>em</strong>os, tanto pela convivência que tiv<strong>em</strong>os com Antonio<br />

Cottas, como pelo que nos foi dado observar durante os últimos<br />

dez anos, que a Doutrina não pode parar. Exist<strong>em</strong> os obstáculos<br />

32 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 33


próprios deste mundo, a maioria deles criados pelo gênero humano,<br />

<strong>em</strong> conseqüência do mau uso que faz do livre-arbítrio. Mas,<br />

acima das imperfeições humanas e das contingências próprias<br />

do viver terreno, estão as Forças Superiores nos direcionando,<br />

para continuarmos seguindo nosso caminho inexorável, no cumprimento<br />

do seu desiderato maior: o esclarecimento espiritual da<br />

humanidade. Não t<strong>em</strong>os ilusões. Essa é uma luta para vários séculos,<br />

porque o ser humano ainda t<strong>em</strong> o viver b<strong>em</strong> materializado.<br />

Mas, os vindouros continuarão observando o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong><br />

se expandir pelo mundo, através dos livros que edita, dos trabalhos<br />

realizados <strong>em</strong> suas Casas e de seus militantes, com a postura<br />

retilínea e fi rmeza de convicção que s<strong>em</strong>pre d<strong>em</strong>onstraram e<br />

d<strong>em</strong>onstrarão no auxílio que prestam às Forças Superiores.<br />

Aspecto que consideramos da maior relevância é o atual posicionamento<br />

da mulher na sociedade. A mulher moderna lançouse<br />

na luta pela vida ao lado do hom<strong>em</strong>, e por isso a enaltec<strong>em</strong>os<br />

com admiração e respeito pelo talento e pela virtude aliada à corag<strong>em</strong><br />

que d<strong>em</strong>onstra, pois se trata de glorioso <strong>em</strong>penho por maior<br />

e melhor participação no mercado de trabalho. Verifi camos que<br />

as mulheres mostram uma atuação admirável nos mais variados<br />

campos do conhecimento, inclusive <strong>em</strong> nossa querida Doutrina.<br />

Atualmente, várias mulheres presid<strong>em</strong> casas racionalistas cristãs,<br />

tanto no Brasil como <strong>em</strong> Cabo Verde, nos Estados Unidos da<br />

América do Norte e <strong>em</strong> vários países europeus. Nessas Casas, observamos<br />

a relevância da mulher a serviço do espiritualismo.<br />

Diss<strong>em</strong>os que no <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> o idealismo está conjugado<br />

à ação das Forças Superiores. Isso não se deve entender<br />

como proteção ou privilégio, mas como manifestação natural da<br />

lei de atração, da qual não faltam registros na história do <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong> e na história universal. Um desses fatos históricos<br />

marcantes são os grandes feitos de Joana D’Arc, que, no século<br />

quinze, na França, venceu os exércitos ingleses – até então considerados<br />

invencíveis – na Guerra dos C<strong>em</strong> Anos. Embora fosse uma<br />

jov<strong>em</strong> guerreira inexperiente, com apenas dezoito anos de idade,<br />

estava a serviço das Forças Superiores. Com os êxitos militares alcançados,<br />

surgiu nova era do pensamento político, com uma visão<br />

inovadora da concepção de Estado, até aquele momento inexistente,<br />

o que originou os valores do patriotismo e da nacionalidade.<br />

O mesmo se pode dizer de Afonso Henriques. No século doze, pequeno<br />

número de despreparados soldados sob seu comando obteve,<br />

<strong>em</strong> condições adversas, heróica vitória na Batalha de Ourique,<br />

vencendo forte exército de cinco reis mouros. Proclamando-se rei,<br />

Afonso Henriques elevou Portugal à condição de primeira nação<br />

européia a se estabelecer como Estado independente, inclusive<br />

com idioma próprio. Esses feitos se realizaram através do milagre,<br />

do sobrenatural? É evidente que não! S<strong>em</strong> nenhuma dúvida, nós,<br />

racionalistas cristãos, sab<strong>em</strong>os que <strong>em</strong> tais casos há um somatório<br />

de valores humanos e espirituais que viabilizam os grandes feitos,<br />

estabelecendo-se então, através do idealismo, da determinação, da<br />

força de vontade, os necessários pólos de atração dos planos superiores<br />

da espiritualidade.<br />

Então, foi do Astral Superior que partiu, atraída pela vontade<br />

humana – no caso de Afonso Henriques – a força espiritual, a mesma<br />

que acompanha os momentos marcantes da história universal.<br />

Repetindo: grandes feitos dirigidos para o b<strong>em</strong> comum s<strong>em</strong>pre se<br />

verifi cam sob a assistência das Forças Superiores.<br />

Assim também aconteceu no <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong>. Percebe-se<br />

a presença das Forças Superiores regendo a codifi cação, a<br />

consolidação e a expansão da Doutrina, que continuará através<br />

dos t<strong>em</strong>pos. O Astral Superior t<strong>em</strong> respaldo e apoio nos pensamentos<br />

elevados e nas atitudes positivas dos militantes racionalistas<br />

cristãos, que, no cumprimento de seus deveres, muito<br />

contribu<strong>em</strong> para as grandes realizações espirituais <strong>em</strong> benefício<br />

da humanidade.<br />

A Casa-Chefe conta com programação para viabilizar a continuidade<br />

de expansão da Doutrina. Novas Casas surg<strong>em</strong> no Brasil<br />

e <strong>em</strong> outros países. Assim sendo, nós e os vindouros chegar<strong>em</strong>os a<br />

outras regiões deste mundo, s<strong>em</strong>pre atentos ao objetivo de benefi -<br />

ciar a humanidade, às vezes tão sofredora, para que perceba o verdadeiro<br />

sentido da espiritualidade, de tal forma que possa entender<br />

a importância da vida material e a grandeza da vida espiritual,<br />

vivendo ambas de forma equilibrada.<br />

34 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 35


Para isso, o <strong>Racionalismo</strong> <strong>Cristão</strong> vicejará s<strong>em</strong>pre. Hoje, estamos<br />

inaugurando esta Casa, construída com grande sacrifício<br />

e espírito de renúncia pela senhora Bartira de Toledo Aguiar, que<br />

merece o nosso respeito e a nossa admiração. Da mesma forma, homenageamos<br />

os que a ajudaram nessa nobre tarefa: os militantes<br />

desta Filial e os de outras casas racionalistas cristãs adjacentes.<br />

Perante tudo isso, t<strong>em</strong>os, realmente, que nos orgulhar das<br />

realizações das mulheres racionalistas cristãs <strong>em</strong> benefício da<br />

humanidade, d<strong>em</strong>onstrando nossa gratidão no momento <strong>em</strong> que<br />

se inaugura mais uma Casa, um novo marco histórico do <strong>Racionalismo</strong><br />

<strong>Cristão</strong>.<br />

Muito obrigado a todos (aplausos).<br />

36 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 37


Na página anterior<br />

Antonio Cottas e Humberto Machado Rodrigues <strong>em</strong> compromisso social<br />

no Rio de Janeiro na década de 1970.<br />

Acima<br />

Humberto Machado Rodrigues <strong>em</strong> seu gabinete de trabalho<br />

na Casa-Chefe.<br />

38 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 39


Na página anterior<br />

Humberto Machado Rodrigues discursando nas com<strong>em</strong>orações dos 50<br />

anos de fundação da Filial São Paulo, com a presença dos então Secretário<br />

Pompeu Cantarelli (ao fundo) e Presidente Antônio Flor, que plantou<br />

muda de pau-brasil alusiva à data (set<strong>em</strong>bro de 1985).<br />

Acima<br />

Humberto Machado Rodrigues e esposa por ocasião da inauguração<br />

da Biblioteca Infantil Antonio Cottas, localizada nas dependências da<br />

Associação Cultural Maria Cottas, da Casa-Chefe (nov<strong>em</strong>bro de 2000).<br />

40 RACIONALISMO CRISTÃO<br />

RACIONALISMO CRISTÃO 41


Acima<br />

Humberto Machado Rodrigues e esposa,<br />

senhora Marluce de Oliveira Rodrigues.<br />

42<br />

RACIONALISMO CRISTÃO

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