avaliação da resistência insulínica na síndrome de turner ...
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intrínseca da síndrome, relacionada à haploinsuficiência de genes do cromossomo X, com prejuízo no funcionamento das células beta. O Bogalusa Heart Study avaliou crianças e adolescentes (123 indivíduos com BPN e 296 controles) e não encontrou diferença estatisticamente significativa entre o HOMA-IR dos grupos (1,7±1,2 versus 1,6±1,0 em crianças com e sem BPN e 3,0±2,4 versus 2,7±2,0 em adolescentes com e sem BPN) 104 , em concordância com os resultados do presente estudo. Porém, os autores encontraram taxas mais altas de glicose no grupo de adolescentes com BPN (p=0,02) 104 , achado não evidenciado no presente estudo (p=0,28). Lévy-Marchal e cols., em estudo populacional francês, avaliaram mais de 1500 indivíduos com 22 anos de idade e observaram valores de QUICKI significativamente menores no grupo com BPN, além de redução da SI em torno de 20% neste mesmo grupo através da realização de clamp euglicêmico hiperinsulinêmico 105 . Gravholt e cols. compararam 54 mulheres com ST com 55 controles pareadas para idade, que foram avaliadas pelo HOMA-IR e por densitometria quanto à RI e composição corporal, respectivamente, e observaram aumento de IMC e massa gorda e diminuição de massa magra no grupo com ST, enquanto a insulinemia de jejum e HOMA- IR foram similares em ambos os grupos 106 . Estes mesmos autores não encontraram diferença estatisticamente significativa nos parâmetros estudados entre os grupos de cariótipos 45,X, 45,X/46,XX, com isocromossomos ou deleções de X, com cromossomo Y e com cromossomo marcador ou em anel 106 . No presente estudo, também não foi encontrada diferença nas variáveis clínicas, laboratoriais e índices de RI entre os diferentes grupos de cariótipos. O tipo de cariótipo parece não exercer influências no metabolismo da glicose na ST 107 . Ao estratificar as pacientes da pesquisa de acordo com o estadiamento puberal foi necessário excluir as pacientes púberes da análise estatística, pois a baixa representatividade da amostra (n=4) seria um fator interferente. O achado de maiores níveis de glicose (p=0,0003) nas impúberes poderia ser explicado pela maior frequência 52 52
de uso de GH nestas pacientes (9 no grupo impúbere versus 1 no grupo adulto), pelo seu provável efeito hiperglicemiante, principalmente quando utilizado em doses supra- fisiológicas, como na ST 70 . Apesar da ausência de significância estatística, a média de glicemia das pacientes usuárias de GH foi discretamente superior à das não usuárias. As pacientes de padrão sexual adulto apresentaram valores do índice HOMA-beta mais elevados (p=0,0002) do que as impúberes, sugerindo atividade secretória das células beta pancreáticas mais intensa naquelas pacientes. Porém, ainda não existe padronização da interpretação de tal índice, uma vez que indivíduos normais não secretam insulina de forma semelhante para um mesmo valor de glicemia. Sabe-se que o HOMA-beta estima a capacidade funcional das células beta e que seus valores podem estar aumentados em estados de hiperinsulinismo, como no pré-diabetes 53 . Sugere-se que as pacientes de padrão sexual adulto deste estudo encontram-se com níveis significativamente mais elevados de insulina e de HOMA-beta, porém sem conseqüências evidenciáveis no metabolismo da glicose, já que a glicemia de jejum, o HOMA-IR e o QUICKI foram semelhantes aos das pacientes impúberes. Ao analisar o uso exclusivo de GH na faixa etária pediátrica, observou-se que não houve diferença entre usuárias ou não de GH quanto aos parâmetros clínicos, laboratoriais e índices de RI. Diversos autores observaram que o tratamento com GH na infância pode contribuir para o aumento da RI 2,8,9,10 . Corroborando com estes achados, Gravholt e cols. avaliaram a administração de GH à curto prazo em 3 grupos de indivíduos (ST em uso de GH, ST em uso de placebo e controles), em estudo duplo-cego, e evidenciaram intolerância à glicose e aumento da RI no grupo com ST que fez uso do hormônio, além de redução da massa corporal gorda e aumento da massa magra nestas pacientes 9 . Em relação à estrogenioterapia, optou-se pela realização de análise estatística descritiva de 22 pacientes em uso de estrógeno + AMP, por ser este um grupo homogêneo quanto à medicação utilizada dentre a diversidade da casuística. Este grupo apresentou valores das médias de glicose, insulina, HOMA-IR e QUICKI semelhantes aos 53 53
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intrínseca <strong>da</strong> <strong>síndrome</strong>, relacio<strong>na</strong><strong>da</strong> à haploinsuficiência <strong>de</strong> genes do cromossomo X,<br />
com prejuízo no funcio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong>s células beta.<br />
O Bogalusa Heart Study avaliou crianças e adolescentes (123 indivíduos com<br />
BPN e 296 controles) e não encontrou diferença estatisticamente significativa entre o<br />
HOMA-IR dos grupos (1,7±1,2 versus 1,6±1,0 em crianças com e sem BPN e 3,0±2,4<br />
versus 2,7±2,0 em adolescentes com e sem BPN) 104 , em concordância com os resultados<br />
do presente estudo. Porém, os autores encontraram taxas mais altas <strong>de</strong> glicose no grupo<br />
<strong>de</strong> adolescentes com BPN (p=0,02) 104 , achado não evi<strong>de</strong>nciado no presente estudo<br />
(p=0,28).<br />
Lévy-Marchal e cols., em estudo populacio<strong>na</strong>l francês, avaliaram mais <strong>de</strong> 1500<br />
indivíduos com 22 anos <strong>de</strong> i<strong>da</strong><strong>de</strong> e observaram valores <strong>de</strong> QUICKI significativamente<br />
menores no grupo com BPN, além <strong>de</strong> redução <strong>da</strong> SI em torno <strong>de</strong> 20% neste mesmo<br />
grupo através <strong>da</strong> realização <strong>de</strong> clamp euglicêmico hiperinsulinêmico 105 .<br />
Gravholt e cols. compararam 54 mulheres com ST com 55 controles parea<strong>da</strong>s<br />
para i<strong>da</strong><strong>de</strong>, que foram avalia<strong>da</strong>s pelo HOMA-IR e por <strong>de</strong>nsitometria quanto à RI e<br />
composição corporal, respectivamente, e observaram aumento <strong>de</strong> IMC e massa gor<strong>da</strong> e<br />
diminuição <strong>de</strong> massa magra no grupo com ST, enquanto a insulinemia <strong>de</strong> jejum e HOMA-<br />
IR foram similares em ambos os grupos 106 .<br />
Estes mesmos autores não encontraram diferença estatisticamente significativa<br />
nos parâmetros estu<strong>da</strong>dos entre os grupos <strong>de</strong> cariótipos 45,X, 45,X/46,XX, com<br />
isocromossomos ou <strong>de</strong>leções <strong>de</strong> X, com cromossomo Y e com cromossomo marcador ou<br />
em anel 106 . No presente estudo, também não foi encontra<strong>da</strong> diferença <strong>na</strong>s variáveis<br />
clínicas, laboratoriais e índices <strong>de</strong> RI entre os diferentes grupos <strong>de</strong> cariótipos. O tipo <strong>de</strong><br />
cariótipo parece não exercer influências no metabolismo <strong>da</strong> glicose <strong>na</strong> ST 107 .<br />
Ao estratificar as pacientes <strong>da</strong> pesquisa <strong>de</strong> acordo com o estadiamento puberal foi<br />
necessário excluir as pacientes púberes <strong>da</strong> análise estatística, pois a baixa<br />
representativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> amostra (n=4) seria um fator interferente. O achado <strong>de</strong> maiores<br />
níveis <strong>de</strong> glicose (p=0,0003) <strong>na</strong>s impúberes po<strong>de</strong>ria ser explicado pela maior frequência<br />
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