avaliação da resistência insulínica na síndrome de turner ...

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Gravholt e cols. afirmaram que as mulheres com ST apresentam não somente um aumento da gordura corporal, mas principalmente uma composição corporal andrógena, que responde ao tratamento com hormônios sexuais de forma discreta, com aumento da massa magra, porém sem mudanças significativas no IMC ou na relação cintura-quadril (RCQ) 74 . Sas e cols. concluíram que o tratamento a longo prazo (4 anos) com altas doses de GH em pacientes com ST não causou efeitos adversos no metabolismo da glicose, mas induziu aumento nos valores de insulina plasmática, indicando uma RI relativa. Constataram ainda, que após 6 meses da descontinuação do GH ocorreu diminuição da insulinemia para níveis similares aos pré-tratamento 8 . Posteriormente, em outro estudo, os mesmos autores também encontraram diminuição da RI 6 meses após a descontinuação de 8,8 anos de tratamento com GH 10 . Caprio e cols. realizaram estudos com clamp euglicêmico hiperinsulinêmico associado à calorimetria indireta, e sugeriram a existência de um distúrbio metabólico precoce na história natural da ST, atribuída a um defeito na via não-oxidativa do metabolismo da glicose intracelular, causando RI 75 . Bakalov e cols. propuseram que o defeito no metabolismo da glicose na ST não é secundário à obesidade ou ao hipogonadismo, mas trata-se de uma entidade distinta caracterizada por diminuição da secreção de insulina, sugerindo que a haploinsuficiência de genes do cromossomo X prejudica o funcionamento da célula beta pancreática e predispõe as pacientes com ST ao diabetes mellitus 6 . Recentemente, Salgin e cols. avaliaram a RI em um grupo de pacientes com ST não diabéticas, em terapia de reposição hormonal sem uso de GH, e em um grupo controle saudável pareado para sexo, idade e peso, através do clamp euglicêmico hiperinsulinêmico e do HOMA. Após serem realizadas correções nas diferenças de altura das pacientes, o percentual de massa magra tornou-se similar em ambos os grupos, embora as pacientes com ST tenham apresentado maior grau de RI 68 . 24 24

2.4 - Baixo Peso ao Nascer e Alterações Metabólicas O baixo peso ao nascer (BPN) é definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um peso de nascimento menor que 2,5 Kg 76 , e pode ser conseqüente à prematuridade (gestação com duração menor que 37 semanas) e/ou ao retardo de crescimento intra-uterino (RCIU) 13,14 . Sabe-se que a plasticidade exibida pelos seres humanos na vida intra-uterina permite que seu crescimento e desenvolvimento sejam adaptáveis ao ambiente de nutrientes em que se encontram através de alterações hormonais e na sua sensibilidade tecidual 77 . Estas mudanças promovem diminuição do metabolismo e redistribuição do fluxo sanguíneo objetivando proteger os órgãos considerados nobres, em especial, o cérebro. Quando tais adaptações por escassez de nutrientes ocorrem durante o desenvolvimento fetal, surgem mudanças na estrutura e funcionamento corporais por toda a vida 78 – fenômeno conhecido como programação fetal (programming) 15 . Assim, esta informação de escassez de nutrientes recebida pelo feto é interpretada como uma previsão do ambiente nutricional que estará disponível após o nascimento. Porém, a modernidade acompanhou-se de maior oferta e ingestão de alimentos e sedentarismo, tornando as adaptações fetais não mais benéficas. O desenvolvimento de RI, intolerância a glicose e DM2 são algumas das consequências 78 . Em 1992, Hales e Barker propuseram a teoria do fenótipo econômico (thrifty phenotype hypothesis), para explicar a chamada small baby syndrome 79 , na qual fatores ambientais intra-uterinos, em especial a subnutrição, estariam relacionados com o BPN e posterior desenvolvimento de DM2 80 . Pode-se inferir da hipótese do fenótipo econômico a concepção de que alterações precoces no ambiente intra-uterino podem originar doenças que serão expressas somente em um período posterior da vida, quando não houver mais o mecanismo agressor 16 . Termos como nutritional programming e imprinting são também usados para descrever esta teoria 81 . Sabe-se que o fenótipo econômico predispõe a criança com BPN a um crescimento de recuperação (catch-up) acelerado, tendendo a restabelecer o crescimento 25 25

Gravholt e cols. afirmaram que as mulheres com ST apresentam não somente um<br />

aumento <strong>da</strong> gordura corporal, mas principalmente uma composição corporal andróge<strong>na</strong>,<br />

que respon<strong>de</strong> ao tratamento com hormônios sexuais <strong>de</strong> forma discreta, com aumento <strong>da</strong><br />

massa magra, porém sem mu<strong>da</strong>nças significativas no IMC ou <strong>na</strong> relação cintura-quadril<br />

(RCQ) 74 .<br />

Sas e cols. concluíram que o tratamento a longo prazo (4 anos) com altas doses<br />

<strong>de</strong> GH em pacientes com ST não causou efeitos adversos no metabolismo <strong>da</strong> glicose,<br />

mas induziu aumento nos valores <strong>de</strong> insuli<strong>na</strong> plasmática, indicando uma RI relativa.<br />

Constataram ain<strong>da</strong>, que após 6 meses <strong>da</strong> <strong>de</strong>scontinuação do GH ocorreu diminuição <strong>da</strong><br />

insulinemia para níveis similares aos pré-tratamento 8 . Posteriormente, em outro estudo,<br />

os mesmos autores também encontraram diminuição <strong>da</strong> RI 6 meses após a<br />

<strong>de</strong>scontinuação <strong>de</strong> 8,8 anos <strong>de</strong> tratamento com GH 10 .<br />

Caprio e cols. realizaram estudos com clamp euglicêmico hiperinsulinêmico<br />

associado à calorimetria indireta, e sugeriram a existência <strong>de</strong> um distúrbio metabólico<br />

precoce <strong>na</strong> história <strong>na</strong>tural <strong>da</strong> ST, atribuí<strong>da</strong> a um <strong>de</strong>feito <strong>na</strong> via não-oxi<strong>da</strong>tiva do<br />

metabolismo <strong>da</strong> glicose intracelular, causando RI 75 .<br />

Bakalov e cols. propuseram que o <strong>de</strong>feito no metabolismo <strong>da</strong> glicose <strong>na</strong> ST não é<br />

secundário à obesi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou ao hipogo<strong>na</strong>dismo, mas trata-se <strong>de</strong> uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> distinta<br />

caracteriza<strong>da</strong> por diminuição <strong>da</strong> secreção <strong>de</strong> insuli<strong>na</strong>, sugerindo que a haploinsuficiência<br />

<strong>de</strong> genes do cromossomo X prejudica o funcio<strong>na</strong>mento <strong>da</strong> célula beta pancreática e<br />

predispõe as pacientes com ST ao diabetes mellitus 6 . Recentemente, Salgin e cols.<br />

avaliaram a RI em um grupo <strong>de</strong> pacientes com ST não diabéticas, em terapia <strong>de</strong><br />

reposição hormo<strong>na</strong>l sem uso <strong>de</strong> GH, e em um grupo controle saudável pareado para<br />

sexo, i<strong>da</strong><strong>de</strong> e peso, através do clamp euglicêmico hiperinsulinêmico e do HOMA. Após<br />

serem realiza<strong>da</strong>s correções <strong>na</strong>s diferenças <strong>de</strong> altura <strong>da</strong>s pacientes, o percentual <strong>de</strong><br />

massa magra tornou-se similar em ambos os grupos, embora as pacientes com ST<br />

tenham apresentado maior grau <strong>de</strong> RI 68 .<br />

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