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Regresso à (dura) - Associação Nacional dos Industriais de ...

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CONCURSO<br />

“MELHOR QUEIJO 2012”<br />

REALIZA-SE EM<br />

20 E 21 DE SETEMBRO<br />

EM AVEIRO<br />

ANIL<br />

I N F O R M A Ç Ã O<br />

ANO XII NÚMERO 07 AGOSTO 2012<br />

PARCA COMPILA<br />

PROPOSTAS DE<br />

ALTERAÇÃO À<br />

LEGISLAÇÃO SOBRE<br />

RELAÇÕES ENTRE<br />

FORNECEDORES E<br />

DISTRIBUIDORES<br />

DEPUTADOS DO<br />

PSD/AÇORES QUESTIONAM<br />

MAMAOT SOBRE O<br />

SECTOR DO LEITE<br />

COMISSÃO EUROPEIA<br />

ENCOMENDA ESTUDO<br />

PARA AVALIAÇÃO DO<br />

FUTURO PÓS-QUOTAS


NACIONAL<br />

R.A.AÇORES<br />

U. EUROPEIA<br />

LEGISLAÇÃO<br />

Decreto-Lei n.º 169/2012<br />

2012.08.01, MEE<br />

Cria o Sistema da Indústria Responsável, que regula o<br />

exercício da ativida<strong>de</strong> industrial, a instalação e exploração<br />

<strong>de</strong> zonas empresariais responsáveis, bem como o processo<br />

<strong>de</strong> acreditação <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s no âmbito <strong>de</strong>ste Sistema.<br />

Portaria n.º 229/2012<br />

2012.08.03, MEE<br />

Cria a medida <strong>de</strong> Apoio <strong>à</strong> Contratação via Reembolso da<br />

Taxa Social Única.<br />

Decreto-Lei n.º 180/2012<br />

2012.08.03, MAMAOT<br />

Proce<strong>de</strong> <strong>à</strong> segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 181/2006<br />

e transpõe a Directiva n.º 2010/79/UE, que adapta ao progresso<br />

técnico o anexo III da Directiva n.º 2004/42/CE,<br />

relativa <strong>à</strong> limitação das emissões <strong>de</strong> compostos orgânicos<br />

voláteis.<br />

Portaria n.º 233-A/2012<br />

2012.08.06, MEE<br />

Portaria n.º 88/2012<br />

2012.08.17, SRAM<br />

Fixa os montantes das taxas a cobrar pela entida<strong>de</strong> gestora<br />

do SCE e pelos serviços inspetivos da administração regional<br />

autónoma dom competência em matéria <strong>de</strong> energia.<br />

Regulamento (UE) n.º 760/2012<br />

2012.08.22, L 226<br />

Altera o Regulamento (CE) n.º 595/2004 no que respeita <strong>à</strong><br />

intensida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> controlos efetua<strong>dos</strong> pelos Esta<strong>dos</strong>-<br />

Membros no âmbito do regime <strong>de</strong> quotas leiteiras.<br />

2 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

Altera o Regulamento do Sistema <strong>de</strong> Incentivos <strong>à</strong> Qualificação<br />

e Internacionalização <strong>de</strong> Pequenas e Médias Empresas<br />

(SI Qualificação PME), aprovado pela Portaria n.º<br />

1463/2007.<br />

Decreto-Lei n.º 194/2012<br />

2012.08.23, MEE<br />

Aprova a orgânica da Autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Segurança Alimentar e<br />

Económica (ASAE).<br />

Decreto-Lei n.º 195/2012<br />

2012.08.23, MAMAOT<br />

Aprova a orgânica do Instituto <strong>de</strong> Financiamento da Agricultura<br />

e Pescas, I. P. (IFAP)<br />

Decreto-Lei n.º 198/2012<br />

2012.08.24, MF<br />

Estabelece medidas <strong>de</strong> controlo da emissão <strong>de</strong> faturas e<br />

outros documentos com relevância fiscal, <strong>de</strong>fine a forma da<br />

sua comunicação <strong>à</strong> Autorida<strong>de</strong> Tributária e Aduaneira e<br />

cria um incentivo <strong>de</strong> natureza fiscal <strong>à</strong> exigência daqueles<br />

documentos por adquirentes pessoas singulares.


ANO XII<br />

N.º 08<br />

DATA AGOSTO. 2012<br />

NESTA EDIÇÃO<br />

Legislação do mês 2<br />

<strong>Regresso</strong> <strong>de</strong> férias. <strong>Regresso</strong> <strong>à</strong>s aulas.<br />

<strong>Regresso</strong> <strong>à</strong> (<strong>dura</strong>) realida<strong>de</strong>...<br />

Agenda 4<br />

Regulamento do concurso Melhor Queijo 2012 5<br />

Números em imagem e newsletter SIMA 6<br />

PARCA: propostas <strong>de</strong> revisão da legislação 8<br />

Comissão Europeia encomenda estudo sobre<br />

o pós-quotas<br />

Contratualização no sector agrícola 22<br />

PAC 2020 e pós-quotas em questão 24<br />

Saloio premiada no International Cheese<br />

Awards<br />

SPL avançou com greve ao trabalho<br />

suplementar<br />

Unileite mostra o seu novo rosto 29<br />

Cerelac leva leite <strong>dos</strong> Açores <strong>à</strong> Europa e ao<br />

Médio Oriente<br />

Açores produzem mais 28 milhões <strong>de</strong> litros 33<br />

“Fim das quotas po<strong>de</strong> ser catastrófico...” 34<br />

Que mo<strong>de</strong>lo para a agricultura açoriana<br />

no pós-quotas<br />

Produtores concordam com a negociação 36<br />

CNC abre processo contra empresas lácteas 37<br />

Pascual reduz lucros em 35 por cento 38<br />

Comissão Europeia abre consulta sobre o<br />

pós-quotas<br />

Lactalis mantém forte secretismo 40<br />

Quebra <strong>de</strong> resulta<strong>dos</strong> da Campina na Rússia 41<br />

Entregas francesas voltam a acelerar 42<br />

MAMAOT admite menos fiscalização nos<br />

produtos agro-alimentares<br />

Empresa suíça que protege marcas portuguesas 44<br />

Um terço <strong>dos</strong> apoios para 140 operadores 45<br />

Governo vai rever práticas abusivas e sanções 46<br />

Primeiro <strong>de</strong> Maio gera 10 milhões <strong>de</strong> prejuízos 47<br />

Multas valem menos <strong>de</strong> meia-hora <strong>de</strong> vendas 48<br />

Ofensiva contra taxas/comissões generaliza-se 49<br />

Oportunida<strong>de</strong>s para produtos <strong>de</strong>slactosa<strong>dos</strong> 50<br />

LTO: Junho com quebra <strong>de</strong> 7,4% face a 2011 51<br />

Aveiro recebe concurso Melhor Queijo 2012 52<br />

3<br />

20<br />

27<br />

28<br />

32<br />

35<br />

39<br />

43<br />

NOTA DE ABERTURA<br />

REGRESSO DE FÉRIAS. REGRESSO ÀS AULAS.<br />

REGRESSO À (DURA) REALIDADE<br />

Setembro é, tradicionalmente, um mês <strong>de</strong> regressos: regresso <strong>de</strong> férias, regresso<br />

das crianças <strong>à</strong>s aulas e regresso <strong>dos</strong> adultos <strong>à</strong> <strong>dura</strong> realida<strong>de</strong> do dia-a-dia, <strong>de</strong>pois<br />

do quase idílico período do Verão, das férias e do recarregar <strong>de</strong> baterias.<br />

Setembro é também, tradicionalmente, um mês complicado para as empresas,<br />

pois a um mês <strong>de</strong> alguns ‘excessos’, se segue um outro em que as famílias - em<br />

especial as que incluem crianças em ida<strong>de</strong> escolar - têm que fazer face a um<br />

acréscimo <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas, o que obriga muitas <strong>de</strong>las a ser mais contidas nas suas<br />

compras, mesmo <strong>dos</strong> produtos mais básicos.<br />

Acresce a tudo isto, que a crise que o país atravessa, a diminuição do rendimento<br />

disponível (forçado pelo crescimento brutal da fiscalida<strong>de</strong>), o aumento galopante<br />

do <strong>de</strong>semprego e o facto <strong>de</strong> o numeroso grupo <strong>dos</strong> funcionários públicos haver<br />

sido penalizado adicionalmente com o não recebimento <strong>de</strong> subsídio <strong>de</strong> férias (e,<br />

em Dezembro, do <strong>de</strong> Natal), está a fazer uma enorme mossa nas vendas das<br />

empresas. Quando se analisam os da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> mercado em volume, ainda se tem<br />

alguma ilusão pois a quebra das vendas, em muitos produtos, não ultrapassará os<br />

5-7%, mas as mesmas vendas em valor apresentam quebras muito mais drásticas...<br />

e mais graves ainda quando apenas <strong>de</strong> lê os da<strong>dos</strong> relaciona<strong>dos</strong> apenas com as<br />

marcas <strong>de</strong> fabricante, pois as ‘marcas brancas’ vão resistindo menos mal...<br />

Chegam-nos to<strong>dos</strong> os dias informações muito preocupantes, <strong>de</strong> empresas associadas<br />

que referem fortíssimas quebras <strong>de</strong> vendas, pesadas quebras <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong>,<br />

uma crescente dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> diluir as suas <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> estrutura e uma situação<br />

trágica ao nível <strong>de</strong> tesouraria, seja pelo acréscimo <strong>de</strong> atrasos <strong>de</strong> pagamento,<br />

seja pelo contagioso número <strong>de</strong> insolvências e o correspon<strong>de</strong>nte rasto <strong>de</strong> dívidas.<br />

Estamos, pois, em pleno túnel, sem perceber muito bem, se o pior já passou, ou<br />

se vêm aí dias ainda piores? Se o tempo é <strong>de</strong> aguentar ou <strong>de</strong> quebrar? Se os sacrifícios<br />

actuais nos trarão alguma recompensa, ou apenas nos arrastarão para um<br />

futuro ainda mais sombrio e penoso?<br />

No entanto, se não <strong>de</strong>vemos enterrar a cabeça e limitarmo-nos a esperar que o<br />

‘mau tempo’ passe e também não nos po<strong>de</strong>mos limitar a esperar que os outros<br />

resolvam aquilo que também a nós nos diz respeito... Este é também o momento<br />

<strong>de</strong> antecipar possibilida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> aproveitar oportunida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> reforçar as bases<br />

para um futuro melhor, que quero crer, mais cedo ou mais tar<strong>de</strong>, vai chegar.<br />

Assim, já em Setembro (por força da antecipação do calendário da Agrovouga)<br />

iremos realizar o nosso já tradicional concurso "Melhor Queijo", ampliado para<br />

<strong>de</strong>zassete diferentes categorias e que, esperamos, voltara a ter uma forte participação<br />

<strong>de</strong> empresas e <strong>dos</strong> seus produtos mais representativos.<br />

Setembro será também o mês em que serão retoma<strong>dos</strong> <strong>dos</strong>siers importantes<br />

para o futuro do sector: o da contratualização da compra-e-venda <strong>de</strong> leite, o da<br />

revisão da legislação relativa <strong>à</strong>s relações com a mo<strong>de</strong>rna distribuição, o da avaliação<br />

do mercado europeu no pós-quotas ou o do estabelecimento <strong>de</strong> uma estratégia<br />

concertada para a internacionalização do sector agroalimentar português.<br />

Estas são matérias que, logicamente, nos caberá a nós - enquanto associação mais<br />

representativa da indústria láctea nacional - acompanhar <strong>de</strong> perto, assumir posições<br />

em <strong>de</strong>fesa <strong>dos</strong> interesses das empresas nossas associadas, mas ter a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> contribuir <strong>de</strong>cisivamente para que ferramentas, estu<strong>dos</strong> ou estratégias<br />

sejam instrumentos efectivos <strong>de</strong> melhoria do sector lácteo português e da economia<br />

nacional.<br />

A fileira do leite vive um momento crítico e nem todas as suas condicionantes<br />

<strong>de</strong>rivam da difícil situação económica que Portugal atravessa. Estou, também por<br />

isso, convicto que será do seio do sector que parte das soluções irá surgir.<br />

Pedro Pimentel<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 3


EVENTOS<br />

Food Safety & Authenticity 2012<br />

2012.09.18-20<br />

Bruxelas (Bélgica)<br />

http://foodsafety.agraevents.com/<br />

O Novo Regulamento <strong>de</strong> Informação<br />

ao Consumidor<br />

2012.09.20-21 (Lisboa)<br />

2012.09.24-25 (Porto)<br />

www.fipa.pt<br />

Concurso “Melhor Queijo 2012”<br />

2012.09.20-21<br />

Parque <strong>de</strong> Exposições (Aveiro)<br />

www.anilact.pt<br />

Presente e Futuro da Agricultura Portuguesa<br />

2012.09.21<br />

Parque <strong>de</strong> Exposições (Aveiro)<br />

www.aveiroexpo.pt<br />

The European Food Security Conference<br />

2012.09.25<br />

Bruxelas (Bélgica)<br />

www.foodsecurity2012.eu<br />

EDA World Dairy Forum<br />

2012.09.26<br />

Ljubljana (Eslovénia)<br />

http://euromilk.org/eda/<br />

A Inovação no Ponto <strong>de</strong> Venda<br />

2012.09.26<br />

Sana Malhoa Hotel Lisboa<br />

www.conferenciasdh.ife.pt<br />

IDF World Dairy Summit 2012<br />

2012.11.04-08<br />

Cape Town (Àfrica do Sul)<br />

www.wds2012.com<br />

IDF Conferences: Dairy Policies and Economics<br />

2012.11.05-06<br />

IDF Conferences: Emerging Dairy Sector<br />

2012.11.06<br />

Cape Town (Àfrica do Sul)<br />

www.wds2012.com<br />

FICHA TÉCNICA<br />

Responsável: Pedro Pimentel<br />

Colaboradores: Maria Cândida Marrramaque<br />

Cristina Pinto<br />

ANIL - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS INDUSTRIAIS DE LACTICÍNIOS<br />

Rua <strong>de</strong> Santa Teresa, 2C - 2.º 4050-537 Porto<br />

Tel.: (351) 222 001 229 Fax: (351) 222 056 450<br />

E-Agol: anilca@Agol.telepac.pt Website: www.anilact.pt<br />

4 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

FEIRAS<br />

Speciality & Fine Food Fair 2012<br />

2012.09.02-04<br />

Londres (Reino Unido)<br />

www.specialityandfinefoodfairs.co.uk<br />

Gida Worldfood Istambul 2012<br />

2012.09.06-09<br />

Istambul (Turquia)<br />

www.ite-gida.com<br />

World Food Moscow 2012<br />

2012.09.17-20<br />

Moscovo (Rússia)<br />

www.world-food.ru<br />

China Catering Expo 2012<br />

2012.09.21-23<br />

Macau (Chinaa)<br />

www.chinacateringexpo.org<br />

AgroVouga 2012—Feira <strong>Nacional</strong> da Agricultura<br />

e do Cavalo <strong>de</strong> Desporto<br />

2012.09.21-30<br />

Parque <strong>de</strong> Exposições (Aveiro)<br />

www.aveiroexpo.pt<br />

Intergal - Salão Internacional <strong>de</strong> Produtos<br />

Alimentares <strong>de</strong> Portugal<br />

2012.10.04-06<br />

Exposalão (Batalha)<br />

www.exposalao.pt<br />

Polagra Food 2012<br />

2012.10.08-11<br />

Poznan (Polónia)<br />

www.polagra-food.pl<br />

The World of Milk 2012<br />

2012.11.07-10<br />

Sofia (Bulgária)<br />

www.iec.bg<br />

Feileite 2012 - 6ª Feira Internacional da<br />

Ca<strong>de</strong>ia Produtiva do Leite<br />

2012.11.19-23<br />

São Paulo (Brasil)<br />

www.feileite.com.br<br />

SIAL 2012<br />

2012.10.21-25<br />

Paris (França)<br />

www.sialparis.com<br />

Essência do Gourmet 2012<br />

2012.11.23-25<br />

Palácio da Bolsa (Porto)<br />

www.essenciadogourmet.com<br />

SIAL Middle East-Abu Dhabi 2012<br />

2012.11.26-28<br />

Abu Dhabi (Emiratos Árabes Uni<strong>dos</strong>)<br />

www.sialme.com<br />

Iberia Expo 2012 - Exposição Anual <strong>de</strong> Produtos<br />

<strong>de</strong> Portugal e Espanha<br />

2012.11.28-30<br />

Fortaleza (Brasil)<br />

www.iberiaexpo.com


EM FOCO<br />

REGULAMENTO DO CONCURSO “MELHOR QUEIJO 2012”<br />

Com o objectivo <strong>de</strong> promover e divulgar os queijos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

elabora<strong>dos</strong> em Portugal, a ASSOCIAÇÃO NACIONAL<br />

DOS INDUSTRIAIS DE LACTICÍNIOS (ANIL) organiza,<br />

com a colaboração da AVEIROEXPO, EM, o concurso<br />

“MELHOR QUEIJO 2012”.<br />

A Organização <strong>de</strong>signa como Coor<strong>de</strong>nador do concurso a<br />

FULLSENSE – Análise Sensorial, cuja missão é a <strong>de</strong> garantir o<br />

cumprimento do presente regulamento, velar pelo perfeito<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da preparação e exame organoléptico das<br />

amostras, e pela comunicação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>.<br />

O presente concurso rege-se pelas seguintes normas:<br />

1. REGRAS DE ADMISSÃO<br />

A) QUEIJOS ADMITIDOS<br />

1. O concurso está aberto a to<strong>dos</strong> os fabricantes <strong>de</strong> queijo<br />

em Portugal.<br />

2. Po<strong>de</strong>m ser presentes a concurso, os queijos elabora<strong>dos</strong><br />

em Portugal, proce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> estabelecimentos <strong>de</strong>vida-<br />

mente autoriza<strong>dos</strong>, <strong>de</strong> acordo com o estabelecido nos<br />

Regulamentos (CE) n.º 852/2004 e 853/2004, do Parlamento<br />

Europeu e do Conselho e que correspondam a<br />

um lote <strong>de</strong>stinado <strong>à</strong> comercialização.<br />

3. Estão expressamente excluí<strong>dos</strong> os queijos Denominação<br />

<strong>de</strong> Origem Protegida (DOP), Indicação Geográfica Protegida<br />

(IGP) e as marcas <strong>de</strong> distribuidor (MDD).<br />

B) CATEGORIAS DE QUEIJOS<br />

São estabelecidas as seguintes categorias <strong>de</strong> queijo para o<br />

presente concurso:<br />

[VER TABELA]<br />

É necessário que se apresentem pelo menos cinco queijos<br />

diferentes por categoria para que mesma seja aberta a concurso.<br />

Caso não haja número suficiente <strong>de</strong> queijos por categoria,<br />

que permita a abertura do respectivo concurso, reserva-se<br />

a organização o direito <strong>de</strong> criar uma única categoria, on<strong>de</strong><br />

serão incluí<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os queijos da categoria em questão.<br />

Do facto será antecipadamente dada nota aos<br />

participantes.<br />

C) INSCRIÇÃO E ENVIO DE AMOSTRAS<br />

1. Inscrição<br />

a) Os queijos apresenta<strong>dos</strong> a concurso <strong>de</strong>verão<br />

ser <strong>de</strong> elaboração própria da empresa<br />

participante.<br />

b) Cada fabricante po<strong>de</strong>rá concorrer em<br />

quantas categorias <strong>de</strong>seje, no máximo com<br />

duas referências por categoria.<br />

c) A participação no concurso obriga ao completo<br />

preenchimento e envio da ficha <strong>de</strong><br />

inscrição até <strong>à</strong>s 18h do dia 12 <strong>de</strong> Setembro<br />

<strong>de</strong> 2012, bem como ao pagamento <strong>de</strong> uma<br />

taxa <strong>de</strong> inscrição no valor <strong>de</strong> 50€ por referência<br />

inscrita, através <strong>de</strong> cheque <strong>à</strong> or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> ANIL – <strong>Associação</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>dos</strong> <strong>Industriais</strong><br />

<strong>de</strong> Lacticínios, ou por transferência<br />

bancária para o NIB 0033 0000 0000 0104<br />

809 55 – MILLENNIUM BCP.(ANIL).<br />

d) Deverá ser preenchida uma ficha <strong>de</strong> inscrição<br />

por referência e enviada por fax:<br />

222056450 ou email: anilca@mail.telepac.pt,<br />

ao cuidado <strong>de</strong> Cristina Pinto.<br />

e) A acompanhar o envio da ficha <strong>de</strong> inscrição<br />

<strong>de</strong>verá ser enviada uma cópia da ficha <strong>de</strong><br />

especificação do produto e cópia do comprovativo<br />

<strong>de</strong> pagamento relativo <strong>à</strong> taxa <strong>de</strong><br />

inscrição.<br />

2. Envio e entrega <strong>de</strong> amostras<br />

a) As amostras <strong>de</strong> queijo a apresentar a concurso<br />

<strong>de</strong>vem constituir-se por queijos inteiros.<br />

b) Devem apresentar-se sem qualquer rótulo<br />

ou marca comercial, <strong>de</strong> forma a que a organização<br />

possa garantir o anonimato das<br />

amostras.<br />

(continua na página 18)<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 5


EVOLUÇÃO DA RECOLHA DE LEITE NA UE<br />

Office <strong>de</strong> l’Élevage, semana 31 / 2012<br />

ÍNDICE INLAC LEITE DE VACA<br />

INLAC, até Junho <strong>de</strong> 2012<br />

6 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

NÚMEROS EM IMAGEM<br />

EVOLUÇÃO DO PREÇO DE LEITE NA UE<br />

D. G. Agri, ManCom 2012.06.21


COTAÇÃO ÍNDICE DE PREÇOS PRODUTOS E PRODUÇÕES<br />

INDUSTRIAIS<br />

Office INE, <strong>de</strong> l’Élevage, até Janeiro semana <strong>de</strong> 2012 31 / 2012<br />

PREÇO DO LEITE NA ORIGEM<br />

GPP, até Junho <strong>de</strong> 2012<br />

RECOLHA E TRANSFORMAÇÃO<br />

INE, até Junho <strong>de</strong> 2012<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 7


8 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

NEWSLETTER SIMA - AGOSTO. 2012


■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 9


PARCA: PROPOSTAS DE REVISÃO DA LEGISLAÇÃO<br />

QUADRO-SÍNTESE DAS PROPOSTAS APRESENTADAS<br />

De acordo com o estabelecido em reunião plenária da PARCA, as entida<strong>de</strong>s que a integram<br />

- CAP, CNA e CONFAGRI, CIP, FIPA e CentroMarca, CCP e APED - foram convidadas<br />

a entregar um conjunto <strong>de</strong> propostas <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> legislação em matéria das relações<br />

entre a distribuição e os seus fornecedores. A Direcção-Geral das Activida<strong>de</strong>s Económicas<br />

(com o apoio do GPP) preparou o seguinte quadro-síntese.<br />

DL 370/93 alterado pelo DL 140/98<br />

Práticas individuais restritivas <strong>de</strong> comércio<br />

10 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

Artigo 1.º<br />

Aplicação <strong>de</strong> preços ou <strong>de</strong><br />

condições <strong>de</strong> venda discriminatórios<br />

1 — É proibido a um agente económico praticar em relação a<br />

outro agente económico preços ou condições <strong>de</strong> venda discriminatórios<br />

relativamente a prestações equivalentes, nomeadamente<br />

quando tal prática se traduza na aplicação <strong>de</strong> diferentes<br />

prazos <strong>de</strong> execução das encomendas ou <strong>de</strong> diferentes modalida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> embalamento, entrega, transporte e pagamento, não<br />

justificadas por diferenças correspon<strong>de</strong>ntes no custo <strong>de</strong> fornecimento<br />

ou do serviço.<br />

2 — São prestações equivalentes aquelas que respeitem a bens<br />

ou serviços similares e que não difiram <strong>de</strong> maneira sensível nas<br />

características comerciais essenciais, nomeadamente naquelas<br />

que tenham uma repercussão nos correspon<strong>de</strong>ntes custos <strong>de</strong><br />

produção ou <strong>de</strong> comercialização.<br />

3 — Não se consi<strong>de</strong>ram prestações equivalentes aquelas entre<br />

cujas datas <strong>de</strong> conclusão se tenha verificado uma alteração<br />

<strong>dura</strong>doura <strong>dos</strong> preços ou das condições <strong>de</strong> venda pratica<strong>dos</strong><br />

pelo ven<strong>de</strong>dor.<br />

4 — Não são consi<strong>de</strong>radas discriminatórias as ofertas <strong>de</strong> objectos<br />

<strong>de</strong>sprovi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> valor comercial.<br />

Artigo 3.o<br />

Venda com prejuízo<br />

1 — É proibido oferecer para venda ou ven<strong>de</strong>r um bem a um<br />

agente económico ou a um consumidor por um preço inferior<br />

ao seu preço <strong>de</strong> compra efectivo, acrescido <strong>dos</strong> impostos aplicáveis<br />

a essa venda e, se for caso disso, <strong>dos</strong> encargos relaciona<strong>dos</strong><br />

com o transporte.<br />

2 — Enten<strong>de</strong>-se por preço <strong>de</strong> compra efectivo o preço constante<br />

da factura <strong>de</strong> compra, após a <strong>de</strong>dução <strong>dos</strong> <strong>de</strong>scontos<br />

directamente relaciona<strong>dos</strong> com a transacção em causa que se<br />

encontrem i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> na própria factura ou, por remissão<br />

<strong>de</strong>sta, em contratos <strong>de</strong> fornecimento ou tabelas <strong>de</strong> preços e<br />

que sejam <strong>de</strong>termináveis no momento da respectiva emissão.<br />

3 — Enten<strong>de</strong>-se por <strong>de</strong>scontos directamente relaciona<strong>dos</strong> com<br />

a transacção em causa os <strong>de</strong>scontos <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>, os <strong>de</strong>scontos<br />

financeiros e os <strong>de</strong>scontos promocionais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que i<strong>de</strong>ntificáveis<br />

quanto ao produto, respectiva quantida<strong>de</strong> e período por<br />

que vão vigorar.<br />

4 — O disposto no n.o 1 não é aplicável a:<br />

a) Bens perecíveis, a partir do momento em que se encontrem<br />

ameaça<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>teriorização rápida;<br />

b) Bens cujo valor comercial esteja afectado, quer por ter<br />

<strong>de</strong>corrido a situação que <strong>de</strong>terminou a sua necessida<strong>de</strong>, quer<br />

por redução das suas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> utilização, quer por<br />

superveniência <strong>de</strong> importante inovação técnica;<br />

Propostas apresentadas<br />

Artigo 1.º<br />

[…]<br />

1- […]<br />

2 - […]<br />

3 - […]<br />

4 - […]<br />

5 - Um fornecedor, quando acusado <strong>de</strong> prática <strong>de</strong> preços ou<br />

condições <strong>de</strong> venda discriminatórios, po<strong>de</strong>rá excluir qualquer<br />

ilicitu<strong>de</strong> se a referida prática resultar <strong>de</strong> uma imposição ou <strong>de</strong><br />

uma pressão comercial anormal por parte <strong>de</strong> um distribuidor.<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA)<br />

6 - Caso seja invocada a causa <strong>de</strong> exclusão <strong>de</strong> ilicitu<strong>de</strong> referida<br />

no número anterior, caberá ao distribuidor <strong>de</strong>monstrar que os<br />

preços e condições <strong>de</strong> venda foram <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> livremente<br />

pelo fornecedor, não tendo o mesmo sofrido uma pressão<br />

comercial anormal por parte do distribuidor.<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA)<br />

7 – É proibido um distribuidor discriminar entre fornecedores<br />

das suas marcas e/ou <strong>de</strong> marcas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, que lhe forneçam<br />

bens ou serviços da mesma categoria, excepto quando<br />

existam razões objectivas, <strong>de</strong>signadamente por diferenças <strong>de</strong><br />

escala, rotação <strong>dos</strong> produtos, ou quantida<strong>de</strong>s adquiridas.<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA)<br />

Artigo 3º<br />

[...]<br />

1 - É proibido oferecer para venda ou revenda um bem, a um<br />

agente económico ou a um consumidor, fora do mesmo grupo<br />

económico, por um preço inferior ao seu preço <strong>de</strong> compra<br />

efetivo, incluindo os impostos aplicáveis a essa venda e, se for<br />

caso disso, os encargos relaciona<strong>dos</strong> com o transporte<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA)<br />

2 - Enten<strong>de</strong>-se por preço <strong>de</strong> compra efetivo, o preço unitário<br />

líquido constante da factura <strong>de</strong> compra, o qual correspon<strong>de</strong> ao<br />

preço constante da factura após a <strong>de</strong>dução <strong>dos</strong> <strong>de</strong>scontos<br />

diretamente relaciona<strong>dos</strong> com a transação em causa que se<br />

encontrem i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> na própria fatura<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA)<br />

Não tendo apresentado esta redação a CNA e a CONFAGRI consi<strong>de</strong>ram,<br />

também, que o preço <strong>de</strong> compra efetivo consi<strong>de</strong>rado para o<br />

efeito <strong>de</strong>ste diploma <strong>de</strong>verá ser o preço unitário líquido constante<br />

da fatura <strong>de</strong> compra.)<br />

A CONFAGRI e a CNA propõem, ainda que: 2 - A <strong>de</strong>terminação do<br />

preço <strong>de</strong> venda, <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar quaisquer <strong>de</strong>scontos ou bónus<br />

concedi<strong>dos</strong> pelo reven<strong>de</strong>dor, no momento da aquisição, ainda que<br />

relativamente <strong>à</strong> aquisição <strong>de</strong> outro produto, bem como a concessão<br />

<strong>de</strong> quaisquer <strong>de</strong>scontos ou bónus, posteriormente ao momento <strong>de</strong><br />

aquisição, relativamente <strong>à</strong> aquisições <strong>de</strong> outros bens, num <strong>dos</strong> estabelecimentos<br />

comerciais do reven<strong>de</strong>dor.<br />

3 – (revogado) CONFAGRI


c) Bens cujo reaprovisionamento se efectue a preço inferior,<br />

sendo então o preço efectivo <strong>de</strong> compra substituído pelo preço<br />

resultante da nova factura <strong>de</strong> compra;<br />

d) Bens cujo preço se encontre alinhado pelo preço praticado<br />

para os mesmos bens por um outro agente económico do<br />

mesmo ramo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> que se encontre temporal e espacialmente<br />

em situação <strong>de</strong> concorrência efectiva com o autor<br />

do alinhamento;<br />

e) Bens vendi<strong>dos</strong> em saldo ou liquidação.<br />

5 — Incumbe ao ven<strong>de</strong>dor a prova documental do preço <strong>de</strong><br />

compra efectivo, bem como das justificações previstas no<br />

número anterior.<br />

Artigo 4.º<br />

Recusa <strong>de</strong> venda <strong>de</strong> bens ou <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços<br />

1 — É proibido a um agente económico recusar a venda <strong>de</strong><br />

bens ou a prestação <strong>de</strong> serviços a outro agente económico,<br />

segundo os usos normais da respectiva activida<strong>de</strong> ou <strong>de</strong> acordo<br />

com as disposições legais ou regulamentares aplicáveis,<br />

ainda que se trate <strong>de</strong> bens ou <strong>de</strong> serviços não essenciais e que<br />

da recusa não resulte prejuízo para o regular abastecimento<br />

do mercado.<br />

2 — É equiparada <strong>à</strong> recusa <strong>de</strong> venda a subordinação da venda<br />

<strong>de</strong> um bem ou da prestação <strong>de</strong> um serviço <strong>à</strong> aquisição <strong>de</strong><br />

outro bem ou serviço.<br />

3 — São consi<strong>de</strong>radas causas justificativas <strong>de</strong> recusa:<br />

a) A satisfação das exigências normais da exploração industrial<br />

ou comercial do ven<strong>de</strong>dor, <strong>de</strong>signadamente a manutenção <strong>dos</strong><br />

seus stocks <strong>de</strong> segurança ou das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> consumo<br />

próprio;<br />

b) A satisfação <strong>de</strong> compromissos anteriormente assumi<strong>dos</strong><br />

pelo ven<strong>de</strong>dor;<br />

c) A <strong>de</strong>sproporção manifesta da encomenda face <strong>à</strong>s quantida<strong>de</strong>s<br />

normais <strong>de</strong> consumo do adquirente ou aos volumes habituais<br />

das entregas do ven<strong>de</strong>dor;<br />

d) A falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> do adquirente para, face <strong>à</strong>s características<br />

do bem ou serviço, assegurar a sua revenda em condições<br />

técnicas satisfatórias ou manter um a<strong>de</strong>quado serviço <strong>de</strong><br />

pós--venda;<br />

e) A fundada falta <strong>de</strong> confiança do ven<strong>de</strong>dor quanto <strong>à</strong> pontualida<strong>de</strong><br />

do pagamento pelo adquirente, tratando-se <strong>de</strong> vendas a<br />

crédito;<br />

4 – […]<br />

a) Bens perecíveis, constantes da lista anexa ao Despacho n.º<br />

1747-B/2010, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> Janeiro, a partir do momento em que<br />

se encontrem ameaça<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração rápida, mas <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

que o retalhista não anuncie, no exterior do estabelecimento<br />

comercial em causa, quaisquer <strong>de</strong>scontos <strong>dos</strong> referi<strong>dos</strong> bens;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI )<br />

b) […]<br />

c) Bens cujo reaprovisionamento se efetue a preço inferior,<br />

mediante comunicação, por carta registada ou através <strong>de</strong><br />

suporte electrónico com data anterior ao momento da aquisição,<br />

<strong>de</strong> nova tabela <strong>de</strong> preços ou alteração significativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontos,<br />

sendo então o preço efetivo <strong>de</strong> compra substituído<br />

pelo preço resultante da nova fatura <strong>de</strong> compra;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA)<br />

c) (revogado) CNA, CONFAGRI<br />

d) (revogado) CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI<br />

e) […]<br />

5 – […]<br />

6 - Cabe ao ven<strong>de</strong>dor do bem o ónus <strong>de</strong> provar que não<br />

incorreu na prática <strong>de</strong> venda com prejuízo.<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

CAP - A <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> venda com prejuízo <strong>de</strong>verá ser clarificada.<br />

CCP - Antes <strong>de</strong> se proce<strong>de</strong>r a uma alteração legislativa <strong>de</strong>veria promover-se<br />

um <strong>de</strong>bate sobre o conceito <strong>de</strong> venda com prejuízo visando<br />

uma maior transparência, analisando, nomeadamente, o que<br />

<strong>de</strong>ve constar da fatura e o que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado “<strong>de</strong>sconto<br />

promocional”.<br />

APED - As restrições <strong>à</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fixação <strong>de</strong> preços interferem<br />

com a própria competitivida<strong>de</strong> do país, colidindo com a liberda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> iniciativa económica.<br />

Artigo 4.º<br />

[…]<br />

1 – […]<br />

2 – […]<br />

3 - É consi<strong>de</strong>rada recusa <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviço a não justificação<br />

quer da recusa sistemática em referenciar um novo produto<br />

<strong>de</strong> um fornecedor quer a <strong>de</strong>sreferenciação unilateral <strong>de</strong><br />

um produto <strong>de</strong> prateleira.<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA)<br />

3 - É consi<strong>de</strong>rada recusa <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviço a recusa sistemática<br />

em referenciar um novo produto <strong>de</strong> um fornecedor<br />

quando essa recusa represente uma barreira <strong>à</strong> inovação, ou a<br />

retirada unilateral e não justificada <strong>de</strong> um produto <strong>de</strong> prateleira.<br />

(CNA e CONFAGRI)<br />

4 - (Anterior n.º 3). CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI<br />

5 - (Anterior n.º 4). CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 11


f) A existência <strong>de</strong> débitos venci<strong>dos</strong> e não liquida<strong>dos</strong> referentes<br />

a fornecimentos anteriores;<br />

g) A ocorrência <strong>de</strong> qualquer outra circunstância inerente <strong>à</strong>s<br />

condições concretas da transacção que, segundo os usos normais<br />

da respectiva activida<strong>de</strong>, tornaria a venda do bem ou a<br />

prestação do serviço anormalmente prejudicial para o ven<strong>de</strong>dor.<br />

4 — Incumbe ao ven<strong>de</strong>dor a prova das causas justificativas a<br />

que se refere o número anterior.<br />

Artigo 4.º-A<br />

Práticas negociais abusivas<br />

1 — É proibido obter <strong>de</strong> um fornecedor preços, condições <strong>de</strong><br />

pagamento, modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> venda ou condições <strong>de</strong> cooperação<br />

comercial exorbitantes relativamente <strong>à</strong>s suas condições<br />

gerais <strong>de</strong> venda.<br />

2 — Para efeitos do número anterior, consi<strong>de</strong>ram-se como<br />

exorbitantes relativamente <strong>à</strong>s condições gerais <strong>de</strong> venda do<br />

fornecedor os preços, condições <strong>de</strong> pagamento, modalida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> venda ou condições <strong>de</strong> cooperação comercial que se traduzam<br />

na concessão <strong>de</strong> um benefício ao comprador não proporcional<br />

ao seu volume <strong>de</strong> compras ou, se for caso disso, ao<br />

valor <strong>dos</strong> serviços por ele presta<strong>dos</strong> a pedido do fornecedor.<br />

12 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

Artigo 4.º-A<br />

[...]<br />

1 – […]<br />

2 – […]<br />

3 - Configuram práticas contratuais abusivas, nomeadamente:<br />

a) Aplicação <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong>s retroactivamente;<br />

b) Aplicação retractiva <strong>dos</strong> <strong>de</strong>scontos acorda<strong>dos</strong>;<br />

c) Aplicação <strong>de</strong> cláusulas <strong>de</strong> cliente mais favorecido.<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

4 - Configuram, nomeadamente, práticas unilaterais contratuais<br />

abusivas do distribuidor, na sua relação com os fornecedores:<br />

a) Rejeitar ou <strong>de</strong>volver os produtos entregues, com fundamento<br />

na menor qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> parte ou da totalida<strong>de</strong> da encomenda<br />

ou no atraso da entrega, sem que seja <strong>de</strong>monstrada, pelo<br />

comprador, a responsabilida<strong>de</strong> do fornecedor por esse facto;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA CONFAGRI)<br />

b) Obter ou tentar obter do fornecedor a garantia <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>terminada margem com a comercialização <strong>dos</strong> produtos<br />

forneci<strong>dos</strong> através <strong>de</strong> pagamentos diretos, aumento retractivo<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scontos ou qualquer outro meio;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

c) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer modo, um pagamento, diretamente<br />

ou sob a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, por não concretização das<br />

expectativas do distribuidor quanto ao volume ou valor das<br />

vendas;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

d) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer modo, um pagamento, diretamente<br />

ou sob a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, para introdução ou reintrodução<br />

<strong>de</strong> produtos (fee <strong>de</strong> referenciação);<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

e) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer modo, um pagamento inicial,<br />

diretamente ou sob a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, como condição para<br />

iniciar uma relação comercial com um fornecedor (fee <strong>de</strong><br />

acesso);<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

f) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer modo, um pagamento inicial,<br />

diretamente ou sob a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, para assegurar um<br />

melhor posicionamento visual ou aumentar o espaço <strong>de</strong> linear<br />

para quaisquer produtos <strong>de</strong>sse fornecedor num estabelecimento<br />

comercial;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

g) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer modo, uma redução do preço<br />

acordado ou aumento do <strong>de</strong>sconto combinado para qualquer<br />

produto, excepto se for emitido um aviso escrito a esse fornecedor<br />

com um prazo <strong>de</strong> antecedência razoável, nunca inferior<br />

a uma semana e sempre antes <strong>dos</strong> produtos serem expedi<strong>dos</strong>;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)


Artigo 5.º<br />

Infracções<br />

1 — Constituem contra-or<strong>de</strong>nações, quando cometidas por<br />

pessoa singular:<br />

a) As infracções ao disposto no n.o 1 do artigo 1.o, no n.º 1<br />

do artigo 3.o, nos n.ºs 1 e 2 do artigo 4.º e no n.º 1 do artigo<br />

4.º-A, puníveis com coima <strong>de</strong> 150 000$ a 750 000$;<br />

b) A infracção ao disposto nos n.º 1 e 3 do artigo 2.o, punível<br />

com coima <strong>de</strong> 50 000$ a 250 000$.<br />

2 — Constituem contra-or<strong>de</strong>nações, quando cometidas por<br />

pessoa colectiva:<br />

h) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer modo, direta ou indiretamente,<br />

a realização <strong>de</strong> uma promoção <strong>dos</strong> produtos do Fornecedor,<br />

ou quaisquer pagamentos enquanto contrapartida da promoção<br />

<strong>de</strong> produtos <strong>de</strong>sse Fornecedor, que o Gran<strong>de</strong> Grupo<br />

Retalhista tenha <strong>de</strong>cidido realizar unilateralmente;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA)<br />

i) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer modo, um pagamento, diretamente<br />

ou sob a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, como compensação pelos<br />

custos incorri<strong>dos</strong> pelo distribuidor em consequência <strong>de</strong> uma<br />

queixa do consumidor, excepto quando o Gran<strong>de</strong> Grupo<br />

Retalhista <strong>de</strong>monstre que essa queixa se <strong>de</strong>ve a negligência,<br />

falha ou incumprimento contratual do fornecedor;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

j) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer modo, um pagamento, diretamente<br />

ou sob a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, para cobrir qualquer <strong>de</strong>sperdício<br />

<strong>dos</strong> produtos <strong>de</strong>sse fornecedor, excepto se este se<br />

<strong>de</strong>ver a negligência, falha ou incumprimento contratual do fornecedor,<br />

cabendo ao Gran<strong>de</strong> Grupo Retalhista a <strong>de</strong>monstração<br />

<strong>de</strong>sta exceção;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

k) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer modo, um pagamento, diretamente<br />

ou sob a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, por custos relativos a<br />

transporte e armazenamento posteriores <strong>à</strong> entrega do produto;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

l) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer modo, um pagamento, diretamente<br />

ou sob a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, por promoções não acordadas<br />

previamente;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

m) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer forma, prazos <strong>de</strong> pagamento<br />

excessivos, qualificando-se como excessiva a previsão <strong>de</strong> prazos<br />

<strong>de</strong> pagamento superiores a 30 dias;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

n) Impor, ou exigir <strong>de</strong> qualquer forma, um pagamento, diretamente<br />

ou sob a forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto, como contribuição para<br />

abertura <strong>de</strong> novos estabelecimentos ou remo<strong>de</strong>lação <strong>dos</strong> existentes;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

o) Impor qualquer compensação contabilística automática e<br />

não autorizada por parte do fornecedor entre os pagamentos<br />

<strong>de</strong>vi<strong>dos</strong> ao GGR e alegadas dívidas do fornecedor;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA)<br />

p) Proibir ou limitar a utilização do mecanismo <strong>de</strong> cessão<br />

financeira (“factoring”) por parte do distribuidor.<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA)<br />

q)Efectuar o “fecho <strong>de</strong> conta” por referência <strong>à</strong> reclamação <strong>de</strong><br />

pendências que tenham ocorrido há 2 ou mais anos.<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA)<br />

CAP – <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> concretização e alargamento das praticas negociais<br />

abusivas.<br />

Artigo 5.º<br />

[...]<br />

1 – […]<br />

2 - Constituem contraor<strong>de</strong>nações, quando cometidas por pessoa<br />

colectiva:<br />

a) As infracções ao disposto no n.º 1 do artigo 1.º, no n.º 1 do<br />

artigo 3.º, nos n.ºs 1 e 3 do artigo 4.º e no n.º 1 do artigo 4.º-<br />

A, sendo puníveis com coima até 5% do volume <strong>de</strong> negócios,<br />

em Portugal, do grupo económico infractor no ano anterior ao<br />

da sua prática;<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 13


a) As infracções ao disposto no n.º 1 do artigo 1.º, no n.º 1 do<br />

artigo 3.o, nos n.ºs 1 e 2 do artigo 4.º e no n.º 1 do artigo 4.º-<br />

A, puníveis com coima <strong>de</strong> 500 000$ a 3 000 000$;<br />

b) A infracção ao disposto nos n.ºs 1 e 3 do artigo 2.º,<br />

3 — A competência para aplicação das respectivas coimas<br />

cabe ao director-geral do Comércio e da Concorrência.<br />

4 — A negligência é punível.<br />

Artigo 6.º<br />

Fiscalização e instrução <strong>dos</strong> processos<br />

A fiscalização do cumprimento do disposto no presente diploma<br />

compete <strong>à</strong> Inspecção-Geral das Activida<strong>de</strong>s Económicas e a<br />

instrução <strong>dos</strong> respectivos processos cabe <strong>à</strong> Direcção-Geral do<br />

Comércio e da Concorrência.<br />

14 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

3 – […]<br />

4 – […]<br />

5 – As coimas aplicáveis <strong>à</strong>s infracções sancionadas nos termos<br />

da alínea a) e b) do artigo anterior não po<strong>de</strong>rão, em nenhum<br />

caso, exce<strong>de</strong>r 10 milhões <strong>de</strong> euros e 3 milhões <strong>de</strong> euros, respetivamente.<br />

(CENTROMARCA CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

6 – A mol<strong>dura</strong> sancionatória e os limites <strong>à</strong>s coimas serão elevadas<br />

para o dobro quando estiver em causa uma infracção<br />

perpetrada por um Gran<strong>de</strong> Grupo Retalhista, consi<strong>de</strong>rando-se<br />

como tal qualquer ca<strong>de</strong>ia retalhista cuja re<strong>de</strong> <strong>de</strong> estabelecimentos<br />

comerciais, <strong>de</strong> pequeno a gran<strong>de</strong> formato<br />

(minimerca<strong>dos</strong>, supermerca<strong>dos</strong> e hipermerca<strong>dos</strong>), se estenda<br />

no território nacional, bem como os Agrupamentos <strong>de</strong> Compra<br />

e/ou Negociação que estas integrem.<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA)<br />

7 - A reincidência na prática <strong>de</strong> qualquer uma das infracções<br />

prevista no presente Decreto-Lei constitui factor especialmente<br />

agravante da coima, a pon<strong>de</strong>rar pela entida<strong>de</strong> competente<br />

para a sua <strong>de</strong>terminação.<br />

(CENTROMARCA CIP, FIPA, CNA , CONFAGRI)<br />

8 - A aplicação das sanções administrativas previstas no presente<br />

diploma em nada obsta a que o agente económico lesado<br />

intente uma ação <strong>de</strong> in<strong>de</strong>mnização pelos prejuízos sofri<strong>dos</strong><br />

junto do Tribunal <strong>de</strong> Competência Especializada para a Concorrência,<br />

Regulação e Supervisão.<br />

(CENTROMARCA CIP, FIPA, CNA )<br />

CCP - O regime sancionatório não cumpre os objetivos sendo <strong>de</strong><br />

equacionar o aumento das contraor<strong>de</strong>nações e a diferenciação das<br />

mesmas em função do volume <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> quem comete e infração.<br />

CAP - O regime sancionatório <strong>de</strong>verá ser efectivamente dissuasor.<br />

Artigo 6.º<br />

[...]<br />

1. A fiscalização do cumprimento do disposto no presente<br />

diploma, bem como a instrução <strong>dos</strong> respectivos processos são<br />

da competência da Autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Segurança Alimentar e Económica<br />

(ASAE).<br />

(CENTROMARCA CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

2. Na instrução <strong>dos</strong> respectivos processos, a ASAE acautela o<br />

interesse legítimo das empresas, associações <strong>de</strong> empresas ou<br />

outras entida<strong>de</strong>s na não divulgação <strong>dos</strong> segre<strong>dos</strong> <strong>de</strong> negócio.<br />

(CENTROMARCA CIP, FIPA)<br />

3. A instrução <strong>de</strong>ve ser encerrada, sempre que possível, no<br />

prazo máximo <strong>de</strong> 4 meses a contar do <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong> abertura<br />

do processo. Sempre que se verificar não ser possível o cumprimento<br />

do prazo referido, a ASAE dá conhecimento <strong>à</strong><br />

empresa visada pelo processo <strong>de</strong>ssa circunstância e do período<br />

necessário para a conclusão do inquérito.<br />

(CENTROMARCA CIP, FIPA)<br />

GERAL APED – Defen<strong>de</strong> que este diploma carece <strong>de</strong> uma revisão profunda<br />

<strong>de</strong> modo a a<strong>de</strong>quá-lo <strong>à</strong> realida<strong>de</strong> nacional. Consi<strong>de</strong>ra que as restrições<br />

<strong>à</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> fixação <strong>de</strong> preços interferem com a própria<br />

competitivida<strong>de</strong> do país, colidindo com a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativa<br />

económica. No atual quadro normativo já existem diplomas que<br />

regulam estas situações, nomeadamente na Lei da Concorrência,<br />

recentemente alterada e os diplomas que regulam a proprieda<strong>de</strong><br />

industrial e a proibição da concorrência <strong>de</strong>sleal. Defen<strong>de</strong> a criação<br />

<strong>de</strong> legislação a<strong>de</strong>quada <strong>à</strong>s melhores práticas que o sector, a nível<br />

nacional e europeu, <strong>de</strong>ve prosseguir numa perspetiva virada para o<br />

século XXI.


DL 10/2003<br />

Autorida<strong>de</strong> da Concorrência<br />

Artigo 5.º<br />

Conselho da Concorrência e<br />

Direcção-Geral do Comércio e da Concorrência<br />

1 — … :<br />

a) …<br />

b) A Autorida<strong>de</strong> passa a exercer as competências conferidas <strong>à</strong><br />

Direcção-Geral do Comércio e da Concorrência pelo Decreto-<br />

Lei n.º 370/93, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> Outubro, na redacção que lhe foi dada<br />

pelo Decreto-Lei n.o 140/98, <strong>de</strong> 16 <strong>de</strong> Maio, sem prejuízo do<br />

disposto no número seguinte.<br />

DL 57/2008<br />

Práticas Comerciais Desleais<br />

Artigo 9.º<br />

Omissões enganosas<br />

1 — Tendo em conta todas as suas características e circunstâncias<br />

e as limitações do meio <strong>de</strong> comunicação, é enganosa, e<br />

portanto conduz ou é susceptível <strong>de</strong> conduzir o consumidor a<br />

tomar uma <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> transacção que não teria tomado <strong>de</strong><br />

outro modo, a prática comercial:<br />

a) …<br />

b) …<br />

c) …<br />

DL n.º 21/2009<br />

Regime <strong>de</strong> autorização a que estão sujeitos a<br />

instalação e a modificação <strong>de</strong> estabelecimentos<br />

<strong>de</strong> comércio a retalho e conjuntos comerciais<br />

Artigo 13.º<br />

Critérios <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão da COMAC<br />

1 — As <strong>de</strong>cisões da COMAC são emitidas após análise do relatório<br />

final efectuado pela DGAE, a que se refere o n.º 1 do<br />

artigo 9.º, sendo a apreciação <strong>dos</strong> processos efectuada com<br />

base nos seguintes critérios:<br />

a) …<br />

b) Contribuição positiva em matéria <strong>de</strong> protecção ambiental,<br />

valorizando projectos energeticamente mais eficientes e com<br />

menor impacte na envolvente, avaliada <strong>de</strong> acordo com a alínea<br />

e) do n.º 1 do artigo 10.º;<br />

…<br />

GERAL<br />

Propostas apresentadas<br />

Artigo 5.º<br />

[…]<br />

É eliminada a alínea b) do nº 1 do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º<br />

10/2003, <strong>de</strong> 18 <strong>de</strong> janeiro relativo <strong>à</strong> criação e aos estatutos da<br />

autorida<strong>de</strong> da concorrência.<br />

(CENTROMARCA, CIP, FIPA)<br />

Propostas apresentadas<br />

Artigo 9.º<br />

[…]<br />

1 - […]<br />

a) […]<br />

b) […]<br />

c) […]<br />

d) De utilizar embalagens, <strong>de</strong>signações e ilustrações <strong>de</strong> modo<br />

a que “os produtos pareçam semelhantes a outros produtos”<br />

(“cópia parasitária”), quando essa semelhança, conjugada<br />

ou não com o posicionamento do produto em prateleira, seja<br />

suscetível <strong>de</strong> confundir os consumidores em relação <strong>à</strong> origem<br />

comercial do produto.<br />

(CENTROMARCA CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

Propostas apresentadas<br />

Artigo 13.º<br />

[…]<br />

1 - […]<br />

a) ...<br />

b) Contribuição para a multiplicida<strong>de</strong> da oferta comercial avaliada<br />

<strong>de</strong> acordo com a alínea a) do nº 1 do artigo 10.º, enten<strong>de</strong>ndo-se<br />

que este critério não se encontra preenchido se o<br />

requerente <strong>de</strong>tiver, direta ou indiretamente, ou operarem sob<br />

a sua insígnia, estabelecimentos <strong>de</strong> comércio a retalho <strong>de</strong> bens<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> consumo não <strong>dura</strong>douro, que representem mais <strong>de</strong><br />

30% da área <strong>de</strong> venda existente num raio <strong>de</strong> 30 Km a partir da<br />

localização do estabelecimento projetado;<br />

(CENTROMARCA, CNA, CONFAGRI)<br />

APED – propõe alterações relacionadas com a plataforma eletrónica,<br />

taca <strong>de</strong> autorização <strong>de</strong> modificação, fusões e cisões <strong>de</strong> licenças,<br />

obrigação <strong>de</strong> titulo administrativo que admita a construção ou<br />

uso <strong>de</strong> estabelecimento, alterações posteriores <strong>à</strong> autorização.<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 15


DL 118/2010<br />

Prazos <strong>de</strong> pagamento obrigatórios<br />

Artigo 2.º<br />

Âmbito<br />

1 — O presente <strong>de</strong>creto-lei aplica -se aos casos em que o credor<br />

do preço seja uma micro ou pequena empresa cujo estatuto<br />

esteja certificado pelo Instituto <strong>de</strong> Apoio <strong>à</strong>s Pequenas e<br />

Médias Empresas e <strong>à</strong> inovação (IAPMEI).<br />

2 — O presente <strong>de</strong>creto -lei não se aplica:<br />

a) Aos casos em que o <strong>de</strong>vedor do preço seja uma micro ou<br />

pequena empresa cujo estatuto esteja certificado pelo IAPMEI;<br />

b) Aos contratos celebra<strong>dos</strong> em que uma das partes seja um<br />

estabelecimento <strong>de</strong> restauração e bebidas.<br />

3 — Para comprovar a certificação <strong>de</strong> micro ou pequena<br />

empresa, o titular do certificado <strong>de</strong>ve permitir a sua consulta<br />

no sítio da Internet da certificação PME, nos termos do disposto<br />

no artigo 11.º do Decreto -Lei n.º 372/2007, <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong><br />

Novembro.<br />

16 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

Propostas apresentadas<br />

Artigo 2.º<br />

[...]<br />

1 - O presente Decreto-Lei aplica-se a to<strong>dos</strong> os pagamentos<br />

efetua<strong>dos</strong> como remuneração <strong>de</strong> transações comerciais entre<br />

empresas relativas ao fornecimento <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

consumo não <strong>dura</strong>douros.<br />

(CENTROMARCA CIP, FIPA, CNA, CONFAGRI)<br />

2 - Os produtos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> consumo não <strong>dura</strong>douros incluem<br />

alimentação, comida para animais domésticos, bebidas alcoólicas<br />

ou não alcoólicas, produtos <strong>de</strong> limpeza, produtos <strong>de</strong> higiene<br />

pessoal e produtos para o lar.<br />

(CENTROMARCA CIP, FIPA, CNA)<br />

3 - (Revogado). CENTROMARCA CIP, FIPA, CNA<br />

CCP - Consi<strong>de</strong>ra justificável um alargamento do objeto do diploma<br />

a outros produtos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> consumo não <strong>dura</strong>douro, mas enten<strong>de</strong><br />

que <strong>de</strong>verá manter-se a distinção entre produtos alimentares perecíveis<br />

e os restantes bens <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> consumo não <strong>dura</strong>douro, admitindo-se<br />

que no primeiro caso os prazos possam ser mais curtos, tal<br />

como se resulta do atual enquadramento legal. Admite também um<br />

alargamento do âmbito <strong>de</strong> aplicação do diploma legal, promovendo<br />

a sua aplicação <strong>à</strong> generalida<strong>de</strong> do universo empresarial e não<br />

apenas nos casos em que o credor do preço seja uma micro ou<br />

pequena empresa. No entanto não <strong>de</strong>verá consi<strong>de</strong>rar-se a sua não<br />

aplicação apenas nos casos em que o <strong>de</strong>vedor do preço seja uma<br />

micro ou pequena empresa, com estatuto certificado pelo IAPMEI,<br />

mas também <strong>à</strong>s médias empresas, por forma a preservar um<br />

necessário equilíbrio entre os diversos formatos empresariais. Sugere,<br />

contudo, que antes <strong>de</strong> qualquer revisão, se avaliem os resulta<strong>dos</strong><br />

do regime em vigor, lembrando, ainda, que Portugal <strong>de</strong>verá<br />

transpor a Dir 2011/7/UE, que estabelece medidas <strong>de</strong> luta contra<br />

os atrasos <strong>de</strong> pagamento nas transações comerciais, pelo que se<br />

justifica uma abordagem integrada <strong>de</strong>stas questões, evitando-se<br />

ainda sucessivas alterações legislativas que em nada beneficiam um<br />

a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>senvolvimento da ativida<strong>de</strong> económica.<br />

CAP – Consi<strong>de</strong>ra que as organizações <strong>de</strong> produtores <strong>de</strong> fruta e<br />

hortícolas e os agrupamentos <strong>de</strong> produtores <strong>de</strong> carnes, que resultam<br />

do agrupamento <strong>de</strong> micro e pequenas empresas, <strong>de</strong>veriam<br />

beneficiar do prazo máximo <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> 30 dias. Recorda<br />

que a constituição <strong>de</strong> organizações <strong>de</strong> produtores tem sido incentivada<br />

pela política comunitária, as quais são constituídas por iniciativa<br />

<strong>dos</strong> produtores que continuam a ser micro e pequenas empresas.<br />

Consi<strong>de</strong>ra a exclusão <strong>de</strong>stas organizações/agrupamentos <strong>de</strong><br />

produtores da aplicação daquele prazo contraditório com o objetivo<br />

prosseguido, quer aos níveis comunitário e nacional <strong>de</strong> estímulo a<br />

este tipo <strong>de</strong> estruturas.<br />

APED – consi<strong>de</strong>ra que este diploma, que resulta das recomendações<br />

da AdC, protege os agentes económicos <strong>de</strong> prazos <strong>de</strong> pagamento<br />

excessivos. A sua aplicação a âmbitos mais generaliza<strong>dos</strong><br />

suscita-lhes sérias reservas porque po<strong>de</strong>rá criar sérias interferências<br />

numa relação contratual que é complexa e que não se resume <strong>à</strong><br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> preço, e porque seguramente não diferenciará a natureza,<br />

dimensão e capacida<strong>de</strong> económica <strong>dos</strong> diversos operadores,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a produção <strong>à</strong> indústria agroalimentar, <strong>de</strong> pequenos produtores<br />

e PME´s a gran<strong>de</strong>s multinacionais.<br />

Além disso, a situação económica atual tem impactos negativos<br />

neste e noutros sectores, pelo que introduzir alterações neste<br />

momento po<strong>de</strong>rá criar dificulda<strong>de</strong>s acrescidas e levar <strong>à</strong> <strong>de</strong>struição<br />

<strong>de</strong> valor no sector retalhista, com o encerramento <strong>de</strong> empresas,<br />

fecho <strong>de</strong> lojas, redução <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> venda, entre outros.


Artigo 3.º<br />

Prazo <strong>de</strong> vencimento<br />

1 — Nas transacções comerciais entre empresas que tenham<br />

por objecto produtos alimentares <strong>de</strong> carácter perecível, frescos<br />

e refrigera<strong>dos</strong>, <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> exclusivamente ao consumo<br />

humano, o vencimento da obrigação <strong>de</strong> pagamento do preço<br />

ocorre, imperativamente, até 30 dias após a efectiva entrega<br />

<strong>dos</strong> bens e da respectiva factura ao adquirente.<br />

2 — Quando as transacções comerciais tenham por objecto<br />

produtos alimentares <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> exclusivamente ao consumo<br />

humano, que não estejam incluí<strong>dos</strong> no número anterior, o<br />

vencimento da obrigação <strong>de</strong> pagamento do preço ocorre,<br />

imperativamente, até 60 dias após a efectiva entrega <strong>dos</strong> bens<br />

e da respectiva factura ao adquirente.<br />

3 - ....<br />

4 - ....<br />

5 - ....<br />

6 - ....<br />

Artigo 4.º<br />

Recepção e interpelação para pagamento<br />

1 — A entrega <strong>dos</strong> bens ao adquirente <strong>de</strong>ve ser comprovada<br />

pela competente guia <strong>de</strong> remessa ou documento equivalente,<br />

<strong>de</strong>vidamente assinada pelo fornecedor e pelo adquirente e da<br />

qual conste a data da recepção <strong>dos</strong> produtos e na qual se mencione<br />

que o pagamento se sujeita ao regime <strong>de</strong> vencimento<br />

constante do presente <strong>de</strong>creto-lei.<br />

2 — Para efeitos do disposto no presente <strong>de</strong>creto-lei a factura<br />

<strong>de</strong>ve:<br />

a) Conter a menção expressa do prazo <strong>de</strong> vencimento aplicável<br />

e da sua sujeição ao regime constante do presente <strong>de</strong>creto<br />

-lei;<br />

b) Incluir apenas os produtos abrangi<strong>dos</strong> pelo presente <strong>de</strong>creto-lei;<br />

c) Ser emitida separadamente, consoante se trate <strong>de</strong> produtos<br />

alimentares <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> exclusivamente ao consumo humano<br />

perecíveis ou não perecíveis.<br />

Preferência pela autorregulação<br />

Artigo 3.º<br />

[...]<br />

1 - Nas transações comerciais entre empresas que tenham por<br />

objeto produtos alimentares e não alimentares, o vencimento<br />

da obrigação <strong>de</strong> pagamento do preço ocorre, imperativamente,<br />

até 30 dias após a efetiva entrega <strong>dos</strong> bens e da respetiva<br />

fatura ao adquirente.<br />

(CENTROMARCA CIP, FIPA, CNA)<br />

2 - (Revogado). CENTROMARCA CIP, FIPA, CNA<br />

3 – […]<br />

4 – […]<br />

5 – […]<br />

6 – […]<br />

CCP - A instituição <strong>de</strong> um regime que <strong>de</strong>fina os prazos máximos <strong>de</strong><br />

pagamento obrigatórios para os contratos <strong>de</strong> compra e venda ou <strong>de</strong><br />

fornecimento <strong>de</strong> bens alimentares exclusivamente <strong>de</strong>stina<strong>dos</strong> ao<br />

consumo humano, <strong>de</strong>verá ter presente a diferenciação da especificida<strong>de</strong><br />

da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvida pelos diferentes sectores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>,<br />

nomeadamente entre os sectores grossista e retalhista.<br />

Na maioria das vezes o sector grossista <strong>de</strong>sempenha a função <strong>de</strong><br />

financiador da ativida<strong>de</strong> do sector retalhista, conce<strong>de</strong>ndo-lhe crédito<br />

na generalida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> casos, enquanto as empresas retalhistas realizam<br />

vendas exclusivamente contra pronto pagamento, não sendo<br />

razoável que as empresas grossistas sejam obrigadas a pagar aos<br />

seus fornecedores em prazos inferiores <strong>à</strong> média <strong>dos</strong> recebimentos.<br />

Artigo 4.º<br />

[…]<br />

1 – […]<br />

2 – […]<br />

3 - Quando uma fatura contiver um erro material em alguma<br />

das suas linhas, esse erro não afeta a fatura na sua integralida<strong>de</strong>,<br />

consi<strong>de</strong>rando-se cumprido o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong> interpelação para<br />

pagamento, relativamente a to<strong>dos</strong> os outros produtos e serviços.<br />

(CENTROMARCA CIP, FIPA, CNA)<br />

Diversos Propostas apresentadas<br />

Prudência e pon<strong>de</strong>ração no que respeita aos aspetos que se<br />

vão regular.<br />

APED – consi<strong>de</strong>ra que uma intervenção regulatória excessivamente<br />

restritiva ou condicionante da ativida<strong>de</strong> retalhista é suscetível <strong>de</strong><br />

gerar efeitos adversos <strong>de</strong> longo prazo, muitas vezes, contrários ao<br />

intuito que presidiu <strong>à</strong> regulamentação em causa e difíceis <strong>de</strong> reverter.<br />

Defen<strong>de</strong> que as soluções <strong>de</strong> índole consensual <strong>de</strong>vem ser privilegiadas<br />

e consi<strong>de</strong>ra que a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recolha e observação <strong>de</strong><br />

da<strong>dos</strong> fi<strong>de</strong>dignos ao longo da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor é indicativo da necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma análise mais profunda e informada do mercado,<br />

antes <strong>de</strong> se pon<strong>de</strong>rarem soluções <strong>de</strong> regulamentação mais abrangente<br />

da activida<strong>de</strong> da distribuição.<br />

Defen<strong>de</strong> ainda que <strong>de</strong>verá ser efetuada uma reflexão pon<strong>de</strong>rada e<br />

pru<strong>de</strong>nte sobre aspetos da legislação merecedores <strong>de</strong> atualização,<br />

melhoria ou modificação, pena <strong>de</strong> se comprometer a inovação, o<br />

dinamismo, a evolução tecnológica e a competitivida<strong>de</strong> que caracterizam<br />

o sector.<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 17


Decreto-Lei n.º 28/84<br />

(infrações antieconómicas e contra a saú<strong>de</strong> publica)<br />

18 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

Diversos Propostas apresentadas<br />

Decreto-Lei n.º 70/2007<br />

(vendas com redução <strong>de</strong> preços nos estabelecimentos <strong>de</strong><br />

comércio a retalho)<br />

Projecto <strong>de</strong> Lei<br />

que aprova o novo Regime Jurídico da Concorrência<br />

Nova legislação<br />

(projeto legislativo que regula as relações da gran<strong>de</strong><br />

distribuição com os fornecedores)<br />

(continuação da página 5)<br />

c) Para cada amostra <strong>de</strong>vem ser enviadas, no mínimo, 2 peças<br />

inteiras <strong>de</strong> queijo, num total <strong>de</strong> 2 kg. Caso o formato <strong>de</strong><br />

apresentação comercial do queijo não perfaça o peso indicado,<br />

<strong>de</strong>verão apresentar-se um número <strong>de</strong> peças que<br />

perfaçam 2 kg. Quando o tamanho do queijo exceda, numa<br />

peça só, os 3 kg <strong>de</strong> peso, será suficiente enviar um só<br />

queijo inteiro. As peças apresentadas <strong>de</strong>vem ser do mesmo<br />

lote.<br />

d) Os queijos apresenta<strong>dos</strong> tornam-se proprieda<strong>de</strong> da organização<br />

do Concurso.<br />

e) As amostras <strong>de</strong> queijo a concurso <strong>de</strong>verão ser entregues<br />

nas instalações do Parque <strong>de</strong> Exposições <strong>de</strong> Aveiro, ao<br />

cuidado da Sr.ª Dr.ª Sandra Carvalho nos dias 18 e 19 <strong>de</strong><br />

Setembro <strong>de</strong> 2012, entre as 9h e as 18h.<br />

f) Juntamente com cada artigo a concurso <strong>de</strong>ve ser enviada a<br />

respectiva Ficha <strong>de</strong> Entrega, <strong>de</strong>vidamente preenchida e<br />

com rótulo comercial do produto colado no verso <strong>de</strong>ssa<br />

mesma ficha, acondicionada em bolsa plástica fechada.<br />

g) As amostras <strong>de</strong>vem ser enviadas livres <strong>de</strong> encargos financeiros.<br />

APED - o diploma encontra-se ultrapassado e <strong>de</strong>sconforme com a<br />

realida<strong>de</strong> atual pelo que consi<strong>de</strong>ra imporem-se algumas alterações<br />

imprescindíveis, nomeadamente: o artigo 35.º, que consi<strong>de</strong>ra crime<br />

sujeito a pena <strong>de</strong> prisão a prática <strong>de</strong> especulação, o artigo 28.º<br />

sobre a figura do açambarcamento, artigo 28.º sobre publicação<br />

<strong>de</strong> sentença <strong>dos</strong> crimes, nomeadamente os previstos nossa artigos<br />

35.º e 28.º.<br />

APED - Consi<strong>de</strong>ra o diploma <strong>de</strong>sa<strong>de</strong>quado e afastado da realida<strong>de</strong><br />

do setor e sugere alterações ao n.º 3 do artigo 4.º (proibição <strong>de</strong><br />

anunciar como oferta <strong>de</strong> venda com redução <strong>de</strong> preços produtos<br />

adquiri<strong>dos</strong> após a data <strong>de</strong> inicio da venda com redução), n.º 3 do<br />

artigo 10.º (proibição <strong>de</strong> os produtos vendi<strong>dos</strong> em saldo <strong>de</strong> serem<br />

objeto <strong>de</strong> redução <strong>de</strong> preços no <strong>de</strong>curso do mês anterior ao início<br />

do período <strong>de</strong> sal<strong>dos</strong>), n.º 1 do artigo 11.º (impossibilida<strong>de</strong> da venda<br />

em promoção em simultâneo com uma venda em sal<strong>dos</strong>).<br />

CCP - comentários sobre os artigos 3.º (noção <strong>de</strong> empresa), 4.º<br />

(Serviços <strong>de</strong> interesse económico geral), 6.º e 8.º (atuações proibidas<br />

e exceções), 9º (abuso <strong>de</strong> posição dominante), 10ª (abuso <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pendência económica), 11.º a 13.º (processo), 35.º (contratação<br />

<strong>de</strong> empresas), 36.º (notificação previa), 37.º (conjunto <strong>de</strong> operações),<br />

38.º (volume <strong>de</strong> negócios), 40.º e 45º (operações <strong>de</strong> concentração),<br />

46.º (direito <strong>à</strong> informação), 61.º (inspeções e auditorias),<br />

63.º (auxílios públicos), 65.º a 72.º (infrações e sanções), 73.º a<br />

80.º (recursos).<br />

CENTROMARCA - apresenta projecto que visa aplicar-se <strong>à</strong>s relações<br />

comerciais e aos contratos <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo<br />

a GGR e aos fornecedores.<br />

Contém um conjunto muito pormenorizado <strong>de</strong> obrigações para os<br />

gran<strong>de</strong>s grupos retalhistas.<br />

Contempla um mecanismo <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> litígios e arbitragem e<br />

a instituição <strong>de</strong> um provedor.<br />

h) As amostras apresentadas para além das 18 horas do dia<br />

19 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2012 per<strong>de</strong>rão direito a participar<br />

no concurso, não sendo recebidas pela organização.<br />

i) A organização não se responsabiliza pela <strong>de</strong>terioração<br />

que a amostra possa sofrer <strong>dura</strong>nte o transporte.<br />

j) A organização responsabiliza-se pela armazenagem das<br />

amostra em condições óptimas <strong>de</strong> refrigeração.<br />

D) DESCLASSIFICAÇÃO<br />

São factores <strong>de</strong> <strong>de</strong>sclassificação e eliminação imediata da<br />

amostra:<br />

n o não cumprimento <strong>de</strong> qualquer das condições exigidas<br />

em C1 e C2<br />

n a falta <strong>de</strong> veracida<strong>de</strong> nos da<strong>dos</strong> submeti<strong>dos</strong> a concurso<br />

2. RECEPÇÃO E CONTROLO DE QUEIJOS<br />

n A Coor<strong>de</strong>nação do Concurso adoptará um sistema <strong>de</strong><br />

controlo, por registo, <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os queijos recebi<strong>dos</strong>,<br />

admiti<strong>dos</strong> e não admiti<strong>dos</strong> e respectivos documentos que<br />

os acompanhem.<br />

n Mediante os documentos entregues, classificará os queijos<br />

por categorias e informará to<strong>dos</strong> os membros do Júri<br />

<strong>dos</strong> diferentes tipos apresenta<strong>dos</strong> assim como das suas


principais características, possibilitando a uniformização <strong>dos</strong><br />

critérios <strong>de</strong> avaliação.<br />

n A cada queijo será atribuído um número <strong>de</strong> entrada e colocada<br />

a data <strong>de</strong> recepção.<br />

n A organização conservará os queijos recebi<strong>dos</strong> em condições<br />

ambientais a<strong>de</strong>quadas, para que estejam em perfeito<br />

estado <strong>dura</strong>nte as sessões <strong>de</strong> prova.<br />

n A organização po<strong>de</strong>rá fazer as análises laboratoriais pertinentes,<br />

em qualquer fase do concurso, para verificar os<br />

da<strong>dos</strong> <strong>de</strong>clara<strong>dos</strong> na ficha <strong>de</strong> inscrição, eliminando os que<br />

não correspondam ao aí <strong>de</strong>clarado.<br />

n No dia anterior ao concurso, os queijos serão coloca<strong>dos</strong><br />

numa sala a fim unificar a temperatura <strong>dos</strong> mesmos antes<br />

da prova. Neste momento, ser-lhe-á retirado o filme ou<br />

envoltório e serão codifica<strong>dos</strong>. Excepção consi<strong>de</strong>rada para<br />

os queijos frescos e requeijões que só serão retira<strong>dos</strong> em<br />

tempo necessário para a sua preparação.<br />

3. JÚRI (PAINEL DE PROVADORES)<br />

n O Júri será composto por 16 a 24 elementos, consoante o<br />

número amostras submetidas a concurso, provenientes <strong>de</strong><br />

diferentes meios, nomeadamente, representantes do sector,<br />

<strong>dos</strong> organismos <strong>de</strong> controlo e certificação, <strong>de</strong> instituições<br />

<strong>de</strong> ensino, da restauração e gastronomia, distribuição<br />

e <strong>dos</strong> meios <strong>de</strong> comunicação.<br />

n Os elementos do Júri são nomea<strong>dos</strong> a título pessoal, pelo<br />

que só a organização do concurso po<strong>de</strong>rá proce<strong>de</strong>r <strong>à</strong> sua<br />

substituição.<br />

n Após a <strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> elementos que formarão o júri, e tendo<br />

por fim esclarecer a sua missão, serão os mesmos convoca<strong>dos</strong><br />

para uma ou mais sessões <strong>de</strong> formação.<br />

4. CONCURSO<br />

Depen<strong>de</strong>ndo do número <strong>de</strong> queijos a concurso, po<strong>de</strong>rá o<br />

mesmo ser realizado em um ou mais dias. Antes do início da<br />

prova, a Coor<strong>de</strong>nação do Concurso:<br />

→ verificará a organização das sessões <strong>de</strong> prova, verificando a<br />

or<strong>de</strong>m por que serão apresenta<strong>dos</strong> os queijos ao Júri.<br />

→ adoptará os meios <strong>de</strong> controlo a<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> que assegurem o<br />

cumprimento <strong>dos</strong> requisitos necessários para levar a bom<br />

termo todas as fases do concurso.<br />

→ controlará as condições ambientais da sala <strong>de</strong> prova para<br />

que sejam as correctas. À sala <strong>de</strong> prova só terão acesso as<br />

pessoas directamente relacionadas com o Concurso e as<br />

habilitadas para o efeito.<br />

→ assegurará que o corte <strong>dos</strong> queijos seja feita em sala anexa,<br />

<strong>de</strong>vidamente preparada para o efeito.<br />

→ controlará o tratamento das amostras, evitando a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> erros, garantindo o segredo <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, até ao<br />

momento do seu anúncio, bem como o anonimato <strong>dos</strong><br />

participantes<br />

Na possibilida<strong>de</strong> da ocorrência <strong>de</strong> alguma dúvida, por parte<br />

<strong>de</strong> algum <strong>dos</strong> elementos do Júri, no <strong>de</strong>correr da prova <strong>de</strong><br />

queijos, o mesmo será resolvido pela Organização do Concurso,<br />

que empregará os recursos que consi<strong>de</strong>re oportunos<br />

para o efeito. A sua <strong>de</strong>cisão será inapelável.<br />

No final do concurso, a Organização reserva-se o direito <strong>de</strong><br />

utilizar as peças que sobrem do concurso, para fins <strong>de</strong> prova,<br />

doar aos colaboradores que a ajudaram graciosamente na sua<br />

organização ou a instituições sem fins lucrativos.<br />

O concurso será realizado em duas fases distintas: Fase Prévia<br />

e Final. Para tal, as amostras recebidas serão divididas,<br />

pela organização, em dois lotes <strong>de</strong> peças similares, sendo<br />

um <strong>de</strong>stes lotes utilizado na Fase Prévia e o segundo lote<br />

reservado para a Final, para ser utilizado no caso <strong>de</strong> o queijo<br />

passar a esta. To<strong>dos</strong> os participantes serão informa<strong>dos</strong><br />

da classificação obtida pelos queijos que apresentaram a<br />

concurso quer na Fase Prévia quer na Final.<br />

Fase Prévia<br />

n Na fase prévia o júri será dividido por equipas <strong>de</strong> júri,<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do número <strong>de</strong> amostras a concurso.<br />

n Os queijos serão distribuí<strong>dos</strong> aleatoriamente por séries<br />

<strong>de</strong> amostras e avalia<strong>dos</strong> por uma das equipas <strong>de</strong> júri.<br />

n A avaliação <strong>dos</strong> queijos inicia-se por uma Fase Visual,<br />

seguida da Fase Olfacto-gustativa. Para proce<strong>de</strong>r a avaliação,<br />

o Júri disporá <strong>de</strong> duas fichas diferentes para cada<br />

uma das fases.<br />

n Os três queijos que obtenham as melhores pontuações<br />

em cada uma das categorias a concurso, serão selecciona<strong>dos</strong><br />

para a final.<br />

n A classificação final é obtida pelo somatório das pontuações<br />

<strong>de</strong> cada característica avaliada.<br />

Final<br />

n To<strong>dos</strong> os queijos selecciona<strong>dos</strong> para esta fase serão avalia<strong>dos</strong><br />

por to<strong>dos</strong> os membros do Júri.<br />

n A metodologia, Fichas <strong>de</strong> prova e pon<strong>de</strong>rações, seguem<br />

as mesmas regras que as estabelecidas para a Fase Prévia.<br />

n O Queijo Vencedor, <strong>de</strong> cada categoria será o que obtiver<br />

maior pontuação global. Em caso <strong>de</strong> empate entre dois<br />

ou mais queijos, o Vencedor será o que obtiver maior<br />

pontuação na fase olfato-gustativa. Se ainda se mantiver o<br />

empate, o vencedor será eleito por <strong>de</strong>liberação do Júri.<br />

5. ENTREGA DE PREMIOS<br />

n Será atribuído um prémio por categoria, <strong>à</strong>quele que obtiver<br />

maior pontuação, e duas menções honrosas, aos que<br />

obtiverem classificação imediatamente a seguir.<br />

n Os resulta<strong>dos</strong> serão divulga<strong>dos</strong> e torna<strong>dos</strong> públicos em<br />

sessão própria.<br />

n Ao vencedor <strong>de</strong> cada categoria será atribuído um diploma<br />

e o direito <strong>de</strong> utilização do respectivo logotipo reprodutível<br />

nos rótulos comerciais, a usar <strong>de</strong> acordo com o estipulado<br />

no Manual <strong>de</strong> Utilização próprio.<br />

n Unicamente os premia<strong>dos</strong> po<strong>de</strong>rão fazer menção do prémio<br />

nas suas acções <strong>de</strong> promoção e publicida<strong>de</strong>, indicando<br />

sempre a categoria,e ano em que o mesmo foi outorgado.<br />

n As menções honrosas, apenas po<strong>de</strong>m comunicar a mesma<br />

nas diferentes acções <strong>de</strong> promoção e publicida<strong>de</strong>, mas não<br />

sobre o produto.<br />

n Os <strong>de</strong>mais participantes receberão um diploma <strong>de</strong> participação.<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 19


COMISSÃO ENCOMENDA ESTUDO SOBRE PÓS-QUOTAS<br />

EXCERTO DO RESPECTIVO CADERNO DE ENCARGOS<br />

Análise sobre a situação do sector do leite relativamente <strong>à</strong> entrada em vigor, em 2015, <strong>de</strong><br />

um novo quadro regulamentar on<strong>de</strong> as quotas <strong>de</strong>ixarão <strong>de</strong> ser aplicáveis. O objectivo do<br />

presente contrato consiste em i<strong>de</strong>ntificar as principais tendências futuras, factores impulsionadores,<br />

perspectivas e <strong>de</strong>safios do sector do leite da UE após a abolição do sistema <strong>de</strong><br />

quotas <strong>de</strong> leite em 2015, tendo por base as opiniões <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> peritos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

da maior reputação internacional. A análise centrar-se-<strong>à</strong> em 2 temas principais: (i)<br />

equilíbrio do mercado e competitivida<strong>de</strong> do sector do leite europeu; e (ii) produção sustentável<br />

<strong>de</strong> leite na UE, incluindo a respectiva dimensão territorial.<br />

1. OBJECTIVO DO CONTRATO<br />

1.1. Âmbito do contrato<br />

A organização comum <strong>de</strong> mercado no<br />

sector do leite e produtos lácteos passou<br />

por sucessivas reformas <strong>dura</strong>nte a<br />

última década. Com base nas orientações<br />

da Agenda 2000, a reforma <strong>de</strong><br />

2003 reduziu o preço <strong>de</strong> suporte para<br />

a manteiga e para o leite em pó <strong>de</strong>snatado<br />

(SMP) - em parte compensada por<br />

pagamentos directos - e começou a<br />

liberalizar o sistema <strong>de</strong> quotas leiteiras<br />

com vista ao seu <strong>de</strong>smantelamento em<br />

2015. Este prazo foi confirmado em<br />

2008 no quadro do exame <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da<br />

PAC, que estabeleceu aumentos progressivos<br />

<strong>dos</strong> níveis <strong>de</strong> quota, aboliu<br />

ajudas ao armazenamento sazonal <strong>de</strong><br />

certos tipos <strong>de</strong> queijo e <strong>à</strong> incorporação<br />

<strong>de</strong> manteiga em panificação/pastelaria e<br />

em gela<strong>dos</strong>. Os pagamentos directos<br />

foram dissocia<strong>dos</strong> da produção, mantendo<br />

a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> os Esta<strong>dos</strong>-<br />

Membros os reliagarem para fazer face<br />

ar <strong>de</strong>svantagens específicas que afectem<br />

os produtores em zonas economicamente<br />

vulneráveis ou ambientalmente<br />

sensíveis. Foram também reforçadas<br />

medidas <strong>de</strong> apoio <strong>à</strong>s áreas mais frágeis<br />

e para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos<br />

<strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maior valor acrescentado,<br />

no âmbito da política <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

rural.<br />

As propostas <strong>de</strong> reforma da PAC 2020<br />

movem-se no sentido do aprofundamento<br />

<strong>de</strong>stes aspectos. Os Esta<strong>dos</strong>-<br />

Membros beneficiarão <strong>de</strong> uma flexibilida<strong>de</strong><br />

alargada para apoiar certas áreas<br />

<strong>de</strong> maior fragilida<strong>de</strong> quer sob o 1.º pilares<br />

como sob o segundo. Por outro<br />

lado, um foco especial foi colocado na<br />

manutenção <strong>de</strong> pastagens permanentes<br />

sob obrigações do <strong>de</strong>signado ‘greening’,<br />

com um impacto potencial na produção<br />

<strong>de</strong> leite. Quanto aos mecanismos <strong>de</strong><br />

gestão do mercado, as propostas <strong>de</strong><br />

reforma mantê-los-ão praticamente<br />

inaltera<strong>dos</strong> para o sector do leite,<br />

enquanto o reforço das medidas hori-<br />

20 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

zontais <strong>de</strong> emergência permitirão dar<br />

uma resposta mais rápida <strong>à</strong>s perturbações<br />

do mercado em geral. Para além<br />

disso, é proposto um conjunto <strong>de</strong><br />

medidas ao nível da gestão do risco,<br />

inovação, transferência <strong>de</strong> conhecimento<br />

e cooperação ao nível da investigação,<br />

que <strong>de</strong>verão contribuir para reforçar,<br />

a longo prazo, a competitivida<strong>de</strong><br />

do sector.<br />

A reforma confirma o <strong>de</strong>smantelamento<br />

do sistema <strong>de</strong> quotas leiteiras em<br />

2015. Para um sector que usou, <strong>dura</strong>nte<br />

mais <strong>de</strong> 25 anos, limitações <strong>à</strong> produção,<br />

o fim do sistema <strong>de</strong> quotas cria<br />

<strong>de</strong>safios para os operadores económicos.<br />

Tendo em vista <strong>de</strong> prepará-los<br />

para o novo contexto, a Comissão propôs<br />

medidas <strong>de</strong>stinadas a fortalecer as<br />

organização <strong>dos</strong> produtores <strong>de</strong> leite e<br />

reforçar o seu po<strong>de</strong>r negocial e melhorar<br />

a cooperação e as relações entre os<br />

diferentes elos da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> abastecimento.<br />

Os principais elementos do<br />

chamado ‘Pacote Leite’ são: (i) as organizações<br />

<strong>de</strong> produtores passam a ser<br />

autorizadas a negociar colectivamente<br />

os termos do contrato com os processadores,<br />

(ii) <strong>de</strong>finição das condições<br />

básicas obrigatórias para os contratos<br />

nos Esta<strong>dos</strong>-Membros que <strong>de</strong>cidam<br />

impor contratos obrigatórios, (iii)<br />

reforço das organizações interprofissionais,<br />

(iv) obrigação <strong>de</strong> comunicação<br />

mensal das entregas <strong>de</strong> leite e (v) estabelecimento,<br />

se possível, <strong>de</strong> regulação<br />

ao nível do aprovisionamento para<br />

queijos que beneficiam <strong>de</strong> <strong>de</strong>nominações<br />

<strong>de</strong> origem protegidas (DOP) e <strong>de</strong><br />

indicações geográficas protegidas (IGP).<br />

1.2. Objectivo do contrato<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste contrato é reunir<br />

diferentes pontos <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> um conjunto<br />

<strong>de</strong> peritos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes sobre o<br />

sector leiteiro da União Europeia, no<br />

contexto futuro com a ausência <strong>de</strong><br />

quotas e, com base nessas informações,<br />

entregar uma análise prospectiva da<br />

evolução mais provável para o sector.<br />

Os pontos <strong>de</strong> vista <strong>dos</strong> especialistas<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>vem i<strong>de</strong>ntificar as<br />

tendências futuras e os principais factores<br />

<strong>de</strong> evolução, bem como as perspectivas<br />

e os <strong>de</strong>safios resultantes do <strong>de</strong>smantelamento<br />

do sistema <strong>de</strong> quotas<br />

leiteiras em 2015. Em particular, <strong>de</strong>vem<br />

ser aborda<strong>dos</strong> os seguintes temas:<br />

a) Equilíbrio do mercado e competitivida<strong>de</strong><br />

b) Produção <strong>de</strong> leite sustentável,<br />

incluindo a sua dimensão territorial<br />

[...]<br />

2. TAREFAS A EXECUTAR<br />

2.1. Âmbito do contrato<br />

2.1.1. Instrumentos a cobrir<br />

A análise abrangerá os sistemas organizacionais<br />

e os instrumentos <strong>de</strong> política<br />

disponíveis para o sector do leite e <strong>dos</strong><br />

produtos lácteos, conforme especificado<br />

no Regulamento (CE) n.º 1234/2007<br />

e suas <strong>de</strong>talhadas normas <strong>de</strong> execução.<br />

2.1.2. Outros elementos a consi<strong>de</strong>rar<br />

Para além disso, a análise <strong>de</strong>verá consi<strong>de</strong>rar<br />

o funcionamento das forças <strong>de</strong><br />

mercado no sector do leite num quadro<br />

regulamentar sem-quota.<br />

2.1.3. Cobertura geográfica<br />

A análise abrangerá a UE-27, com uma<br />

abordagem equilibrada entre as diversas<br />

regiões produtoras no seio da<br />

União Europeia com o objectivo <strong>de</strong><br />

abarcar os diferentes sistemas <strong>de</strong> produção<br />

e <strong>de</strong> processamento do leite.<br />

2.1.4. Período <strong>de</strong> análise<br />

A análise <strong>de</strong>ve centrar-se sobre a situação<br />

após o <strong>de</strong>smantelamento do sistema<br />

<strong>de</strong> quotas em 2015.<br />

2.1.5. Impactos a analisar<br />

A análise <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>finir os cenários mais<br />

prováveis após o <strong>de</strong>smantelamento do<br />

regime <strong>de</strong> quotas.<br />

Neste contexto, a análise <strong>de</strong>ve avaliar o<br />

papel das:<br />

n (i) forças <strong>de</strong> mercado,<br />

n (ii) sistemas organizacionais (em especial,<br />

organizações <strong>de</strong> produtores e<br />

organizações interprofissionais) e<br />

n (iii) medidas <strong>de</strong> política (incluindo<br />

ferramentas <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> mercado),<br />

na manutenção <strong>de</strong> um equilíbrio estável<br />

entre oferta e procura e melhor e<br />

mais rápida a<strong>de</strong>quação da oferta <strong>à</strong><br />

evolução da procura.<br />

A análise <strong>de</strong>ve explorar, em particular,<br />

o papel <strong>dos</strong> elementos acima referi<strong>dos</strong><br />

sobre os seguintes dois temas:<br />

Tema 1: Equilíbrio do mercado e competitivida<strong>de</strong><br />

A análise <strong>de</strong>ve incluir os vários componentes<br />

da competitivida<strong>de</strong> do sector,


tais como o valor acrescentado <strong>dos</strong><br />

produtos, a diferenciação do portfólio<br />

<strong>de</strong> produtos, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reagir<br />

rapidamente <strong>à</strong>s mudanças na procura, a<br />

nível interno e mundial, <strong>de</strong> atacar segmentos<br />

<strong>de</strong> mercado específicos, a participação<br />

no mercado mundial, o preço<br />

das matérias-primas e <strong>dos</strong> produtos<br />

termina<strong>dos</strong>, os investimentos nos sectores<br />

da produção e da transformação.<br />

Deverá também ser avaliada neste contexto<br />

a eficácia e exequibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

possível esquema <strong>de</strong> “buy-out”, conforme<br />

<strong>de</strong>scrito no relatório sobre o "soft<br />

landing" <strong>de</strong> 2010 (em que se refere que<br />

"em caso <strong>de</strong> grave <strong>de</strong>sequilíbrio, como<br />

ferramenta adicional para estabilizar o<br />

mercado e como medida excepcional,<br />

se outras medidas disponíveis no âmbito<br />

do OCM única forem insuficientes, a<br />

Comissão po<strong>de</strong>ria consi<strong>de</strong>rar um sistema<br />

com base no Artigo 186 da OCM<br />

única -"disturbance clause"- que permitiria<br />

aos produtores <strong>de</strong> leite, <strong>de</strong> forma<br />

voluntária, reduzir as suas entregas em<br />

contrapartida <strong>de</strong> uma compensação”).<br />

Tema 2: Produção <strong>de</strong> leite sustentável,<br />

incluindo a sua dimensão territorial<br />

A análise <strong>de</strong>ve avaliar a contribuição do<br />

sector do leite para o valor total do<br />

produto agrícola, bem como o seu<br />

papel na manutenção <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />

rurais vivas, especialmente nas áreas<br />

mais frágeis.<br />

A análise <strong>de</strong>ve i<strong>de</strong>ntificar as regiões em<br />

risco, <strong>de</strong>screver os elementos que<br />

po<strong>de</strong>m sustentar o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável do sector, incluindo a sua<br />

dimensão económica e territorial e<br />

sugerir as acções mais apropriadas.<br />

2.2. Abordagem<br />

Para cada um <strong>dos</strong> dois temas especifica<strong>dos</strong><br />

no ponto 2.1.5., serão avalia<strong>dos</strong> os<br />

pontos <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> três peritos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Os especialistas terão <strong>de</strong> fornecer respostas<br />

<strong>à</strong>s questões colocadas neste<br />

ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> encargos, fornecer opinião<br />

fundada e avançar com conclusões.<br />

O trabalho irá basear-se na análise <strong>de</strong><br />

literatura relevante, bem como <strong>de</strong><br />

da<strong>dos</strong> e <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los, a nível apropriado,<br />

bem como em conhecimento especializado.<br />

O trabalho <strong>de</strong>ve ser realizado em três<br />

partes: análise teórica, <strong>de</strong>scrição e análise<br />

preparatória e respostas <strong>à</strong>s perguntas<br />

listadas na secção 2.3<br />

2.2.1. Análise teórica<br />

A primeira parte inclui uma análise teórica<br />

<strong>dos</strong> objectivos, mecanismo e<br />

impactos espera<strong>dos</strong> do <strong>de</strong>smantela-<br />

mento do sistema <strong>de</strong> quotas leiteiras<br />

em 2015. Deve igualmente incluir uma<br />

<strong>de</strong>finição <strong>dos</strong> cenários mais prováveis<br />

disponíveis na literatura existente.<br />

2.2.2. Descrição e análise preparatória<br />

Esta parte, que <strong>de</strong>verá ser resumida<br />

num capítulo <strong>de</strong>scritivo, irá fornecer<br />

uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada e uma análise<br />

preliminar <strong>dos</strong> seguintes elementos:<br />

n Produção <strong>de</strong> leite nacional e regional<br />

(se disponível);<br />

n Balança nacional <strong>de</strong> leite (ou seja,<br />

superávit/déficit do conjunto <strong>de</strong> produtos<br />

lácteos, em equivalente-leite);<br />

n Quota da produção <strong>de</strong> leite consumida<br />

localmente versus parcela exportada;<br />

n Estrutura <strong>dos</strong> produtores <strong>de</strong> leite e<br />

<strong>dos</strong> processadores<br />

n Cobertura geográfica <strong>dos</strong> processadores<br />

n Quota das cooperativas leiteiras versus<br />

indústrias privadas<br />

n Utilização das ferramentas do ‘Pacote<br />

Leite’ nos Esta<strong>dos</strong>-Membros e nas<br />

regiões:<br />

- Número <strong>de</strong> organizações <strong>de</strong> produtores<br />

reconhecidas (OPs);<br />

- Número <strong>de</strong> organizações interprofissionais<br />

reconhecidas (OIPs);<br />

- Utilização <strong>de</strong> contratos escritos para<br />

a compra-e-venda <strong>de</strong> leite cru entre<br />

produtores <strong>de</strong> leite e processadores;<br />

- Utilização <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> regulação<br />

da oferta para queijos DOP/<br />

IGP.<br />

2.3. Questões analíticas<br />

A resposta <strong>à</strong>s questões analíticas é o<br />

núcleo principal do trabalho, e essas<br />

respostas serão também a parcela principal<br />

do relatório final.<br />

A resposta a cada uma das questões<br />

<strong>de</strong>ve incluir os seguintes aspectos:<br />

n interpretação e compreensão <strong>dos</strong><br />

aspectos fundamentais das perguntas<br />

<strong>de</strong> avaliação;<br />

n indicação <strong>dos</strong> critérios <strong>de</strong> análise que<br />

permitam respon<strong>de</strong>r <strong>à</strong>s perguntas e<br />

valida<strong>de</strong> da informação quantitativa e<br />

qualitativa utilizada;<br />

n <strong>de</strong>scrição <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> utiliza<strong>dos</strong> e<br />

indicação das respectivas limitações;<br />

n <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada do raciocínio<br />

seguido na análise, indicando, nomeadamente,<br />

as hipóteses subjacentes e<br />

os limites <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> e<br />

n as conclusões para cada questão<br />

<strong>de</strong>vem ser retiradas diretamente da<br />

análise e ser apresentadas <strong>de</strong> uma<br />

forma concisa.<br />

A fim <strong>de</strong> estabelecer conclusões fundadas<br />

sobre o impacto do <strong>de</strong>smantelamento<br />

das quotas leiteiras em 2015, a<br />

análise <strong>de</strong>ve levar em conta todo o<br />

espectro <strong>de</strong> factores económicos,<br />

sociais, culturais e psicológicos relevantes.<br />

As respostas <strong>de</strong>vem distinguir a análise<br />

com base nas diferentes situações i<strong>de</strong>ntificadas<br />

no capítulo <strong>de</strong>scritivo.<br />

As questões analíticas em que os peritos<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes (três por tema)<br />

<strong>de</strong>vem respon<strong>de</strong>r são as seguintes:<br />

2.3.1. Tema 1: Equilíbrio do mercado<br />

e competitivida<strong>de</strong><br />

1. Como é que o equilíbrio entre oferta<br />

e a procura será afectado pelas<br />

forças <strong>de</strong> mercado, pelos sistemas<br />

organizacionais da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> abastecimento<br />

(em particular as OPs e as<br />

OIPs) e pelas medidas <strong>de</strong> política,<br />

incluindo mecanismos <strong>de</strong> suporte ao<br />

mercado, num enquadramento regulamentar<br />

sem-quotas?<br />

2. Como é que esses elementos irão<br />

afectar a competitivida<strong>de</strong> do sector<br />

em termos <strong>de</strong> valor acrescentado e<br />

<strong>de</strong> portfólio <strong>de</strong> produtos, a respectiva<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reagir a mudanças<br />

na procura, a posição competitiva da<br />

UE no mercado mundial, e a necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> investimentos nos sectores<br />

da produção e do processamento?<br />

3. Como po<strong>de</strong>ria ser operacionalizado<br />

um eventual esquema <strong>de</strong> ‘buy-out’,<br />

<strong>de</strong> uma forma viável e eficaz?<br />

2.3.2. Tema 2: Produção <strong>de</strong> leite<br />

sustentável, incluindo a sua<br />

dimensão territorial<br />

4. Qual será a contribuição do sector<br />

do leite para a manutenção <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s<br />

rurais vivas, especialmente<br />

nas áreas mais frágeis?<br />

5. Como irá evoluir, ao longo do tempo,<br />

o equilíbrio entre a dimensão<br />

territorial e a dimensão económica<br />

da produção <strong>de</strong> leite?<br />

6. Quais são as regiões e sistemas <strong>de</strong><br />

produção que po<strong>de</strong>rão enfrentar<br />

maiores dificulda<strong>de</strong>s?<br />

7. Que acções po<strong>de</strong>riam ser previstas<br />

visando garantir que um equilíbrio<br />

sustentável entre a dimensão económica<br />

e a dimensão territorial no sector<br />

do leite?<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 21


CONTRATUALIZAÇÃO NO SECTOR AGRÍCOLA<br />

RELATÓRIO DO MINISTÉRIO FRANCÊS DA AGRICULTURA<br />

O ministro da Agricultura francês, Stéphane Le Foll, divulgou um relatório sobre o <strong>dos</strong>sier<br />

‘contratualização’, que está agora em discussão pública. “O documento enumera as vantagens<br />

e insuficiências <strong>dos</strong> contratos, tal como estão implementa<strong>dos</strong>, e propõe um conjunto<br />

<strong>de</strong> vias para o seu melhoramento”, explica o ministério em comunicado <strong>de</strong> imprensa. O<br />

relatório formula também onze recomendações para melhorar o sistema “contratos-OPs”.<br />

Os agricultores estiveram protegi<strong>dos</strong><br />

da volatilida<strong>de</strong>, <strong>dura</strong>nte muito tempo,<br />

por via <strong>dos</strong> mecanismos <strong>de</strong> apoio público,<br />

essencialmente <strong>de</strong> origem comunitária.<br />

A <strong>de</strong>saparição <strong>de</strong>sses mecanismos e,<br />

em geral, o reforço <strong>dos</strong> primeiros compradores<br />

industriais e comerciais, colocou<br />

os agricultores numa posição <strong>de</strong><br />

maior fraqueza na negociação da venda<br />

<strong>dos</strong> seus produtos.<br />

Para reforçar a posição <strong>dos</strong> agricultores,<br />

a Lei <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>rnização da Agricultura<br />

(LMA) <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2010<br />

previu a formalização <strong>de</strong> contratos<br />

escritos propostos aos agricultores<br />

pelo comprador <strong>de</strong> produtos agrícolas,<br />

e as cláusulas mínimas <strong>de</strong>sses contratos.<br />

Esta Lei também prevê a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tornar obrigatória a proposta<br />

<strong>de</strong> contrato por extensão <strong>de</strong> acor<strong>dos</strong><br />

interprofissionais ou por <strong>de</strong>creto. Dois<br />

<strong>de</strong>cretos <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 2010<br />

tornaram obrigatórios os contratos<br />

para a compra-e-venda <strong>de</strong> frutas e<br />

vegetais frescos e <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> vaca, a<br />

partir <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2011. Uma<br />

Or<strong>de</strong>m (<strong>de</strong>spacho) <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> Fevereiro<br />

<strong>de</strong> 2011 torna aplicável o acordo<br />

interpr4ofissional assinado especificamente<br />

no sector da carne <strong>de</strong> ovino.<br />

Se estas disposições não foram implementadas<br />

para as frutas e legumes, eles<br />

são agora aplicadas, sem excepção, no<br />

sector leiteiro. A sua aplicação foi<br />

reforçada pela publicação a com data<br />

<strong>de</strong> 14 Março <strong>de</strong> 2012 <strong>de</strong> um Regulamento<br />

da UE (o chamado "pacote leite")<br />

permitindo, no sector leiteiro, o<br />

reconhecimento das organizações <strong>de</strong><br />

produtores para negociar colectivamente<br />

os contratos com os recolhedores,<br />

fixando as condições e os limites<br />

<strong>de</strong> dimensão <strong>de</strong>ssas organizações e<br />

especificando o posicionamento das<br />

interprofissões neste dispositivo.<br />

Este relatório analisa em que condições<br />

os contratos foram propostos e assina<strong>dos</strong><br />

na fileira leiteira, os seus conteú<strong>dos</strong>,<br />

as suas forças (primeiro período<br />

<strong>de</strong> cinco anos, referências <strong>de</strong> preço,<br />

transparência das transações, ...) e as<br />

22 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

suas insuficiências (<strong>dura</strong>ção e condições<br />

<strong>de</strong> renovação, cláusulas <strong>de</strong> salvaguarda,<br />

particularida<strong>de</strong>s do cooperativismo<br />

agrícola, ...).<br />

O contrato <strong>de</strong>sta forma aplicado, em<br />

especial no sector do leite, apresenta<br />

muitas vantagens para a fileira e para o<br />

reforço da protecção <strong>dos</strong> produtores.<br />

Permite também melhorar a transparência<br />

e o reequilíbrio da negociação<br />

entre agricultores e empresas, cabe<br />

perfeitamente <strong>de</strong>ntro do prazo e favorece<br />

a partilha <strong>de</strong> informações sobre o<br />

mercado. Para ser totalmente eficaz, o<br />

contrato po<strong>de</strong> ser aperfeiçoado e consolidado<br />

em alguns pontos i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong><br />

no relatório: <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> volumes,<br />

motivos para a rescisão, <strong>dura</strong>ção <strong>de</strong><br />

compromissos específicos.<br />

A contratualização será reforçada pelo<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da difusão <strong>de</strong> informações<br />

partilhadas sobre o estado e as<br />

previsões <strong>de</strong> evolução do mercado, e<br />

só po<strong>de</strong> beneficiar da construção <strong>de</strong><br />

organizações <strong>de</strong> produtores sólidas e<br />

do reforço da participação <strong>dos</strong> produtores<br />

no seio das cooperativas.<br />

Ele <strong>de</strong>ve ser utilizado para os interesses<br />

que representa, em vez <strong>de</strong> como um<br />

substituto da totalida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> instrumentos<br />

<strong>de</strong> gestão <strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong>. O contrato<br />

é essencialmente uma ferramenta na<br />

negociação. É <strong>de</strong> construção recente e<br />

<strong>de</strong>ve agora adaptar-se, ao nível da <strong>dura</strong>ção,<br />

com base nas experiências partilhadas<br />

pelos diversos participantes,<br />

nomeadamente pelas organizações <strong>de</strong><br />

produtores, cuja criação <strong>de</strong>ve agora<br />

exigir a atenção prioritária <strong>dos</strong> produtores.<br />

Este dispositivo não se <strong>de</strong>stina a<br />

resolver, por si só, o problema da <strong>de</strong>slocalização<br />

da recolha e da produção<br />

para as bacias mais competitivas, pelo<br />

que <strong>de</strong>vem ser – nessa óptica - consi<strong>de</strong>radas<br />

outras soluções, particularmente<br />

no contexto da revisão da PAC.<br />

Consi<strong>de</strong>rando o caracter exemplar do<br />

contrato, o relatório aborda as fileiras<br />

(leite <strong>de</strong> cabra, carne <strong>de</strong> bovino) para<br />

as quais possa ser útil, e as condições<br />

em que tais contratos po<strong>de</strong>rão ser<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong>.<br />

Recomendação 1<br />

Para promover um conhecimento<br />

comum no seio da fileira, os relatores<br />

recomendam que o Observatório <strong>de</strong><br />

Preços e Margens efectue um seguimento<br />

<strong>dos</strong> preços e margens <strong>dos</strong> produtos<br />

abrangi<strong>dos</strong> pelos indicadores do<br />

CNIEL, e que os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong>sse<br />

seguimento seja largamente difundido.<br />

Recomendação 2<br />

Recomenda-se que as várias organizações<br />

profissionais do sector leiteiro<br />

apoiem a criação <strong>de</strong> organizações <strong>de</strong><br />

produtores, que são necessárias para o<br />

pleno equilíbrio do dispositivo <strong>de</strong> contratualização.<br />

Estas OP <strong>de</strong>vem estar em<br />

condições, uma vez que estejam <strong>de</strong>vidamente<br />

constituídas e reconhecidas<br />

<strong>de</strong> acordo com o <strong>de</strong>creto <strong>de</strong> Dezembro<br />

<strong>de</strong> 2010, <strong>de</strong> avalizar formalmente<br />

os contratos-quadro ou os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong><br />

contratos individuais e <strong>de</strong> procurar as<br />

modificações ou os melhoramentos<br />

que possam ser acomoda<strong>dos</strong> nos contratos,<br />

sem esperar o final do período<br />

<strong>de</strong> cinco anos estipulado pela regulamentação.<br />

Recomendação 3<br />

Especificar as condições equilibradas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>terminação das quantida<strong>de</strong>s adquiridas,<br />

uma vez que <strong>de</strong>sapareçam as referências<br />

<strong>à</strong>s quotas.<br />

Recomendação 4<br />

Manter e incentivar a elaboração e a<br />

difusão <strong>de</strong> informações actualizadas<br />

sobre da<strong>dos</strong> <strong>de</strong> mercado e respectivas<br />

tendências <strong>de</strong> evolução, especialmente<br />

ao nível <strong>de</strong> volumes, nomeadamente via<br />

FranceAgriMer, a fim <strong>de</strong> garantir uma<br />

melhor visibilida<strong>de</strong> sobre a economia<br />

do sector aos actores da fileira.<br />

Recomendação 5<br />

Não tendo o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> alterar o regulamento<br />

da UE que proíbe a a<strong>de</strong>são a<br />

duas OP, os relatores recomendam<br />

que as OP ligadas a empresas sejam<br />

encorajadas a a<strong>de</strong>rir <strong>à</strong>s Associações <strong>de</strong><br />

Organizações <strong>de</strong> Produtores (AOPs)<br />

das diversas bacias leiteira, que <strong>de</strong>vem<br />

estar representadas nos chama<strong>dos</strong><br />

Conselhos <strong>de</strong> Bacia (sendo necessária a<br />

alteração da correspon<strong>de</strong>nte legislação<br />

francesa), permitindo levar em linha <strong>de</strong><br />

conta as questões da perenida<strong>de</strong> da<br />

produção leiteira nas zonas on<strong>de</strong> se<br />

verifica maior abandono da produção.<br />

Recomendação 6<br />

Deve ser incluída nos contratos uma<br />

lista exaustiva <strong>de</strong> motivos para a rescisão.<br />

Esta lista po<strong>de</strong>rá ser estabelecida<br />

ou no seio da Interprofissão ou através<br />

da modificação do <strong>de</strong>creto. O contrato


po<strong>de</strong>rá, assim, ser analisado como um<br />

verda<strong>de</strong>iro contrato por tempo in<strong>de</strong>terminado,<br />

salvo em casos <strong>de</strong> força<br />

maior, com cláusulas <strong>de</strong> rescisão por<br />

razões bem precisas, sob supervisão<br />

judicial.<br />

Recomendação 7<br />

Como foi reconhecido pela Comissão<br />

Interprofissional das Práticas Contratuais<br />

(ICPC), no seu parecer n º 2012-<br />

10, cessibilida<strong>de</strong> da posição contratual<br />

<strong>de</strong>ve ser aplicável, sem reservas, por<br />

cada uma das partes contratantes (em<br />

favor do novo comprador industrial<br />

num caso, ou <strong>de</strong> um produtor sucessor<br />

no outro), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não haja nenhuma<br />

alteração substancial do contrato nem<br />

<strong>dos</strong> seus aspectos económicos. O acordo<br />

da outra parte contratante po<strong>de</strong> ser<br />

exigido apenas se houver modificação<br />

substancial <strong>dos</strong> termos do contrato.<br />

Recomendação 8<br />

Parece relevante para os relatores que<br />

seja procurada a redacção <strong>de</strong> cláusulas<br />

aplicáveis aos jovens agricultores e permitir-lhes<br />

beneficiar <strong>de</strong> um período<br />

contratual <strong>de</strong> garantia mais longo.<br />

Exemplos já existem. Esses exemplos<br />

po<strong>de</strong>m ser a base para uma recomendação<br />

mais generalizada.<br />

Recomendação 9<br />

As cooperativas leiteiras <strong>de</strong>vem formalizar<br />

os compromissos relaciona<strong>dos</strong><br />

com a contratualização <strong>de</strong> uma forma<br />

paralela ao estabelecido para as empresas<br />

<strong>de</strong> direito comum, especialmente<br />

no que diz respeito <strong>à</strong>s obrigações <strong>de</strong><br />

transparência e <strong>de</strong> previsão exigidas<br />

pela regulamentação.<br />

Recomendação 10<br />

Os relatores recomendam o estudo,<br />

juntamente com os parceiros da fileira<br />

do leite <strong>de</strong> cabra, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> um acordo interprofissional comparável<br />

ao que enquadra os contratos no<br />

sector do leite <strong>de</strong> vaca..<br />

Recomendação 11<br />

Os relatores consi<strong>de</strong>ram que um acordo<br />

interprofissional comparável com o<br />

estabelecido na fileira <strong>dos</strong> ovinos, <strong>de</strong>veria<br />

ser estudado para a fileira <strong>dos</strong> bovinos,<br />

assegurando a natureza das organizações<br />

<strong>de</strong> produtores e a respectiva<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negociação.<br />

Conclusões<br />

A contratualização formalizada por<br />

escrito e registrada por um dado período,<br />

foi concebida como um meio <strong>de</strong><br />

reforçar o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> negociação <strong>dos</strong><br />

produtores em face do seu respectivo<br />

primeiro comprador, é cada vez mais<br />

generalizada no sector leiteiro, on<strong>de</strong><br />

assumiu, abrangendo agora, mais <strong>de</strong><br />

80% das entregas, assumindo uma clara<br />

sucessão <strong>dos</strong> contratos implícitos que<br />

existiam antes. Isso ocorreu após negociações,<br />

muitas vezes difíceis, entre<br />

produtores e industriais. Mas o dispositivo<br />

<strong>de</strong> intermediação, <strong>de</strong>senvolvido<br />

tanto internamente pela interprofissão<br />

com a CIPC, como pelo lado do Estado,<br />

com o Mediador <strong>de</strong> Contratos,<br />

<strong>de</strong>sempenhou um papel fundamental<br />

que ajudou a superar os obstáculos que<br />

foram surgindo ao longo do processo.<br />

Existe, neste âmbito, um dispositivo <strong>de</strong><br />

que <strong>de</strong>ve ser sublinhado o carácter<br />

positivo e recomendada a correspon<strong>de</strong>nte<br />

manutenção.<br />

Os relatores observaram um certo<br />

número <strong>de</strong> aspectos já registra<strong>dos</strong><br />

positivamente nos contratos, nos termos<br />

das disposições da Lei e do Decreto<br />

e <strong>dos</strong> acor<strong>dos</strong> alcança<strong>dos</strong>:<br />

n A <strong>dura</strong>ção inicial <strong>de</strong> cinco anos, que<br />

permite cobrir o período que correspon<strong>de</strong><br />

ao <strong>de</strong>smantelamento do sistema<br />

comunitário <strong>de</strong> quotas leiteiras<br />

estabelecido para 31.03.2015;<br />

n Uma maior transparência na fixação e<br />

na variação <strong>dos</strong> preços, mesmo que<br />

os indicadores utiliza<strong>dos</strong> possam<br />

merecer no futuro uma evolução<br />

rumo a uma maior simplicida<strong>de</strong>;<br />

n A clarificação das condições <strong>de</strong> cessação<br />

<strong>dos</strong> contratos, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>verá<br />

garantir que eles permaneçam equilibra<strong>dos</strong><br />

entre os signatários.<br />

Os relatores também apresentam aos<br />

<strong>de</strong>stinatários algumas propostas <strong>de</strong><br />

melhoramento:<br />

n Especificar as condições equilibradas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> volumes compra<strong>dos</strong>,<br />

quando as referências <strong>à</strong>s quotas<br />

tenham <strong>de</strong>saparecido;<br />

n Reforçar o carácter in<strong>de</strong>terminado da<br />

<strong>dura</strong>ção <strong>de</strong> renovação <strong>dos</strong> contratos,<br />

limitando a especificação <strong>dos</strong> motivos<br />

<strong>de</strong> rescisão;<br />

n Proporcionar condições <strong>de</strong> <strong>dura</strong>ção<br />

<strong>de</strong> compromisso a<strong>de</strong>quadas a jovens<br />

agricultores que se estejam a instalar.<br />

A implementação <strong>de</strong>ste regime contratual<br />

no sector leiteiro baseou-se, em<br />

gran<strong>de</strong> parte, da mobilização <strong>de</strong> agrupamentps<br />

<strong>de</strong> produtores, geralmente<br />

associa<strong>dos</strong> <strong>à</strong>s unida<strong>de</strong>s industriais, que<br />

tiveram <strong>de</strong> se adaptar rapidamente a<br />

este novo regime negocial. Agora o<br />

"Pacote Leite” comunitário, <strong>de</strong> 14.03.<br />

2012, permitindo o reconhecimento<br />

das organizações <strong>de</strong> produtores da<br />

fileira do leite, habilitadas a negociar as<br />

condições <strong>de</strong> entrega e <strong>de</strong> compra com<br />

os compradores <strong>dos</strong> seus associa<strong>dos</strong>,<br />

incluindo as cláusulas <strong>de</strong> fixação <strong>de</strong><br />

preços .<br />

Trata-se do segundo pilar <strong>de</strong> contratualização,<br />

com o contrato escrito, o<br />

que <strong>de</strong>verá exigir uma atenção redobrada<br />

tanto da parte <strong>dos</strong> produtores<br />

como <strong>dos</strong> po<strong>de</strong>res públicos, que se<br />

<strong>de</strong>verão pronunciar sobre o reconhecimento<br />

<strong>de</strong>stas Organizações <strong>de</strong> Produtores.<br />

A este propósito, e mesmo que o cooperativismo<br />

leiteiro tenha visto reconhecido,<br />

nomeadamente através da<br />

regulamentação comunitária, a especificida<strong>de</strong><br />

das relações entre os produtores<br />

associa<strong>dos</strong>/cooperantes e as suas<br />

cooperativas, os relatores consi<strong>de</strong>ram<br />

que se <strong>de</strong>ve evitar que sejam instaladas<br />

dissensões no tratamento colectivo <strong>dos</strong><br />

produtores, relacionado com o estatuto<br />

da empresa a que eles entregam o<br />

seu leite e recomendaram que as cooperativas<br />

formalizem explicitamente as<br />

obrigações <strong>de</strong> transparência e <strong>de</strong> previsão<br />

exigidas pelo regime <strong>de</strong> contratualização.<br />

A questão da localização da produção<br />

<strong>de</strong> leite e do seu processamento <strong>de</strong>verá<br />

encontrar novas respostas para o<br />

momento em que se concretize o <strong>de</strong>smantelamento<br />

das quotas leiteiras.<br />

Nesse sentido, seria <strong>de</strong>sejável a consolidação<br />

do papel das ‘conferências <strong>de</strong><br />

bacia’ em matéria <strong>de</strong> conhecimento e<br />

<strong>de</strong> partilha <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> sobre o mercado,<br />

envolvendo, <strong>de</strong> uma forma a <strong>de</strong>finir, as<br />

organizações <strong>de</strong> produtores.<br />

A contratualização é recente. Ele ainda<br />

não produziu to<strong>dos</strong> os seus efeitos. Ela<br />

está no caminho certo para encontrar<br />

plenamente o seu equilíbrio com a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> criar organizações <strong>de</strong> produtores<br />

específicas. A partilha <strong>de</strong> informação,<br />

a transparência e o equilíbrio<br />

das relações entre actores estão entre<br />

os meios disponíveis para que os produtores<br />

agrícolas possam evitar a volatilida<strong>de</strong><br />

<strong>dos</strong> preços e reduzir as respectivas<br />

consequências. O sistema actualmente<br />

existente na fileira do leite<br />

encaixa-se bem nessa perspectiva. Mas<br />

não po<strong>de</strong> substituir, sozinho, a totalida<strong>de</strong><br />

<strong>dos</strong> instrumentos <strong>de</strong> gestão do mercado,<br />

nomeadamente a luta contra o<br />

abandono <strong>de</strong> produtores <strong>de</strong> leite, pelo<br />

que outras opções <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas.<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 23


PAC 2020 E PÓS-QUOTAS EM QUESTÃO<br />

MAMAOT RESPONDE A QUESTÕES DE DEPUTADOS PSD/AÇORES<br />

Os Deputa<strong>dos</strong> Mota Amaral, Joaquim Ponte e Lídia Bulcão, do PSD (Açores), ao abrigo<br />

das disposições aplicáveis formularam ao Governo, através da Ministra da Agricultura, do<br />

Mar, do Ambiente e do Or<strong>de</strong>namento do Território, sobre as seguintes perguntas questões,<br />

relacionadas com PAC - Pós 2013 e sua implicação na Região Autónoma <strong>dos</strong> Açores.<br />

Autónoma <strong>dos</strong> Açores :<br />

PERGUNTA PARLAMENTAR<br />

Sem pessoas não há activida<strong>de</strong> económica<br />

e sete das nove Ilhas <strong>dos</strong> Açores<br />

estão a ficar <strong>de</strong>spovoadas, sendo a agricultura<br />

a única activida<strong>de</strong> capaz <strong>de</strong><br />

inverter este processo. Segundo a<br />

metodologia da Organização para a<br />

Cooperação e Desenvolvimento Económico<br />

(OCDE), os Açores são consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong><br />

“Zona Predominantemente<br />

Rural”.<br />

Isto significa que mais <strong>de</strong> 50% da população<br />

resi<strong>de</strong> em Municípios com uma<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica inferior a 150<br />

ha/Km2. Assim o Meio Rural caracteriza<br />

99,6% do território açoriano abrangendo<br />

93% da sua população.<br />

Preten<strong>de</strong>-se que a PAC melhore a solidarieda<strong>de</strong><br />

e a equida<strong>de</strong> entre países e<br />

regiões, promovendo a proximida<strong>de</strong> e<br />

a integração entre umas e outras.<br />

Os Açores continuam com vantagens<br />

<strong>de</strong> critérios que nos po<strong>de</strong>m diferenciar<br />

positivamente na reforma da PAC. Para<br />

além <strong>dos</strong> tradicionais critérios <strong>de</strong> dispersão<br />

geográfica e distância <strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong>,<br />

<strong>de</strong>vem surgir novos argumentos<br />

como sejam, o critério da multifuncionalida<strong>de</strong>,<br />

da qualida<strong>de</strong> dimensional, da<br />

<strong>de</strong>pendência da fileira do leite, da produção<br />

tradicional, <strong>dos</strong> aci<strong>de</strong>ntes naturais,<br />

do emprego e da coesão territorial.<br />

O <strong>de</strong>bate sobre a Política Agrícola<br />

Comum (PAC) pós 2013 iniciou-se em<br />

Abril <strong>de</strong> 2010, e a Comissão Europeia<br />

enunciou os princípios orientadores da<br />

PAC mediante a Comunicação <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong><br />

Novembro <strong>de</strong> 2010, que plasmou a<br />

aplicação <strong>de</strong>stes princípios mediante<br />

propostas legislativas <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> Outubro<br />

<strong>de</strong> 2011.<br />

Nestes termos, os Deputa<strong>dos</strong> do PSD<br />

eleitos pela Região Autónoma <strong>dos</strong> Açores,<br />

ao abrigo das disposições aplicáveis<br />

da Constituição e do Regimento formulam<br />

ao Governo, através da Ministra da<br />

Agricultura, do Mar, do Ambiente e do<br />

Or<strong>de</strong>namento do Território as seguintes<br />

perguntas:<br />

a) As propostas legislativas da Comissão<br />

Europeia supracitadas, não refletem<br />

24 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

a <strong>de</strong>sejada competitivida<strong>de</strong> das pequenas<br />

e médias explorações, nem a<br />

imprescindível diminuição<br />

da burocracia, nem a<br />

manutenção das quotas<br />

leiteiras, nem a conveniente<br />

estabilização <strong>dos</strong><br />

merca<strong>dos</strong> consagrada no<br />

Tratado <strong>de</strong> Lisboa.<br />

Assim, tenciona o<br />

Governo propor alterações<br />

que corrijam os<br />

itens referi<strong>dos</strong>?<br />

Em caso afirmativo quando, e em que<br />

mol<strong>de</strong>s, tenciona fazê-lo?<br />

b) As quotas leiteiras assumem particular<br />

relevo no caso da Região Autónoma<br />

<strong>dos</strong> Açores. Que evolução positiva se<br />

po<strong>de</strong>rá esperar sobre esta matéria para<br />

o futuro da PAC pós 2013?<br />

c) A i<strong>de</strong>ia dominante da Comissão<br />

atenta contra a própria construção<br />

europeia ao prever, embora que <strong>de</strong><br />

forma pouco clara, a renacionalização<br />

da PAC, a liberalização <strong>de</strong> certas produções<br />

e a falta <strong>de</strong> respeito por<br />

padrões standard nas importações,<br />

como sejam o bem-estar animal, os<br />

organismos geneticamente modifica<strong>dos</strong><br />

ou os fitossanitários. Relativamente a<br />

estas questões específicas qual a intenção<br />

do Governo quanto ao seu tratamento<br />

e que resulta<strong>dos</strong> se po<strong>de</strong>m<br />

esperar?<br />

d) Importaria, a nosso ver, conceber<br />

uma política que mantenha o controlo<br />

público da produção, que regule as<br />

relações contractuais ao longo da<br />

ca<strong>de</strong>ia alimentar, que garanta uma<br />

maior subsidiarieda<strong>de</strong> <strong>à</strong>s Regiões, que<br />

permita uma profunda simplificação<br />

processual e que evite uma continuada<br />

política comercial externa on<strong>de</strong> a agricultura<br />

é a “moeda da troca” para<br />

exportação <strong>de</strong> serviços e produtos<br />

industriais para países terceiros. Concorda<br />

o Governo com os princípios<br />

enuncia<strong>dos</strong> e, em caso afirmativo, que<br />

propostas apresentou, ou tenciona<br />

apresentar, para os concretizar?<br />

e) De forma sucinta que posições e/ou<br />

diligências foram ou serão encetadas<br />

pelo Governo para o período da PAC<br />

2014-2020? Solicitamos, em triplicado,<br />

cópia da documentação eventualmente<br />

disponível que permita uma apreciação<br />

do conteúdo das medidas em apreço.<br />

Palácio <strong>de</strong> São Bento, sexta-feira, 13 <strong>de</strong><br />

Julho <strong>de</strong> 2012<br />

Deputado(a)s<br />

MOTA AMARAL(PSD)<br />

JOAQUIM PONTE(PSD)<br />

LÍDIA BULCÃO(PSD)<br />

ASSUNTO: Resposta <strong>à</strong> Pergunta<br />

n.º 3599/XII/1ª, <strong>de</strong> 13.07.2012 –<br />

PAC- Pós 2013 e sua implicação<br />

na Região Autónoma <strong>dos</strong> Açores<br />

Em resposta <strong>à</strong> Pergunta n.º 3599/XII/1ª,<br />

<strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong> 2012, encarrega-me<br />

Sua Excelência a Ministra da Agricultura,<br />

do Mar, do Ambiente e do Or<strong>de</strong>namento<br />

do Território (MAMAOT) <strong>de</strong><br />

informar V. Exa. Do seguinte:<br />

Pergunta 1- As propostas legislativas<br />

da Comissão Europeia supracitadas,<br />

não refletem a <strong>de</strong>sejada competitivida<strong>de</strong><br />

das pequenas e médias explorações,<br />

nem a imprescindível diminuição<br />

da burocracia, nem a manutenção<br />

das quotas leiteiras, nem a<br />

conveniente estabilização <strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong><br />

consagrada no Tratado <strong>de</strong><br />

Lisboa. Assim, tenciona o Governo<br />

propor alterações que corrijam os<br />

itens referi<strong>dos</strong>? Em caso afirmativo<br />

quando, e em que mol<strong>de</strong>s, tenciona<br />

fazê-lo?<br />

R: As linhas <strong>de</strong> ação que o MAMAOT<br />

tem vindo a <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r nos vários domínios,<br />

fora <strong>de</strong> discussão das propostas<br />

<strong>de</strong> reforma da PAC pós 2013, estão <strong>de</strong><br />

acordo com os princípios gerais que<br />

são as priorida<strong>de</strong>s do Governo com<br />

vista <strong>à</strong> promoção e consolidação do<br />

contributo da agricultura para a economia<br />

nacional. Para tal, no âmbito das<br />

discussões sobre a proposta <strong>de</strong> reforma<br />

da PAC, Portugal procura a obtenção<br />

<strong>de</strong> soluções equilibradas na repartição<br />

<strong>dos</strong> meios financeiros da PAC<br />

pelos Esta<strong>dos</strong> Membros (EM´s), a<strong>de</strong>quando-os<br />

aos objetivos políticos e<br />

respeito das expectativas legítimas <strong>dos</strong>


produtores, evitando ruturas com o<br />

quadro atual no âmbito do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

rural, <strong>de</strong> forma a permitir perío<strong>dos</strong><br />

<strong>de</strong> adaptação apropria<strong>dos</strong> <strong>à</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

das explorações agrícolas.<br />

Assim, tem-se assumido como priorida<strong>de</strong>s,<br />

a concentração <strong>dos</strong> apoios no<br />

setor e na produção <strong>de</strong> bens transacionáveis,<br />

cujo princípio da convergência<br />

das ajudas ligadas na União e nos EM’s<br />

é uma matéria sensível para Portugal,<br />

bem como o reforço da organização da<br />

produção, pelo efeito estruturante na<br />

concentração da oferta, com implicações<br />

ao nível da competitivida<strong>de</strong> das<br />

pequenas e médias explorações agrícolas<br />

através <strong>de</strong> ganhos <strong>de</strong> escala e po<strong>de</strong>r<br />

negocial da produção. Estas são duas<br />

questões prementes na posição que<br />

Portugal <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> com vista a uma<br />

negociação positiva da futura PAC para<br />

o país, para além da importância da<br />

manutenção da quota do leite no próximo<br />

quadro legislativo e para a qual Portugal<br />

tem vindo assumir uma posição na<br />

<strong>de</strong>fesa da sua continuação.<br />

De referir que as Regiões Autónomas<br />

beneficiam <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> apoio ao<br />

abrigo do PRORURAL, e aten<strong>de</strong>ndo a<br />

que as negociações estão em curso,<br />

será ainda prematuro a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong><br />

medidas específicas no âmbito do<br />

Desenvolvimento Rural quer para o<br />

continente, quer para as próprias<br />

Regiões Autónomas.<br />

Salienta-se que o envelope financeiro<br />

POSEI utilizado nas Regiões Ultra Periféricas<br />

(RUP) se encontra estabelecido<br />

em Regulamento próprio do Conselho,<br />

e não está abrangido pela Reforma da<br />

PAC pós 2013, não sendo portanto<br />

alvo do processo <strong>de</strong> convergência<br />

entre Esta<strong>dos</strong>-Membros. Esta especificida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> tratamento que as RUP têm,<br />

permite preservar o elevado nível<br />

médio <strong>de</strong> apoio direto para a Região<br />

Autónoma <strong>dos</strong> Açores, por via do<br />

POSEI, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo os mesmos, por<br />

aplicação do princípio da subsidiarieda<strong>de</strong>,<br />

da iniciativa <strong>dos</strong> próprios operadores<br />

e posterior aprovação <strong>dos</strong> programas<br />

<strong>de</strong> apoio específicos ao nível da<br />

Comissão.<br />

Pergunta 2 - As quotas leiteiras assumem<br />

particular relevo no caso da<br />

Região Autónoma <strong>dos</strong> Açores. Que<br />

evolução positiva se po<strong>de</strong>rá esperar<br />

sobre esta matéria para o futuro da<br />

PAC pós 2013?<br />

R: O Governo tem acompanhado todo<br />

o <strong>de</strong>bate para aprovação da PAC 2014<br />

– 2020 afirmando a <strong>de</strong>fesa da manutenção<br />

das quotas leiteiras como instrumento<br />

<strong>de</strong> gestão do mercado. Há contudo<br />

que ter consciência da dificulda<strong>de</strong><br />

em fazer reverter a <strong>de</strong>cisão quanto ao<br />

fim <strong>de</strong>ste regime em 2015, adotada na<br />

Reforma intercalar <strong>de</strong> 2003 e corroborada<br />

sucessivamente até ao exame <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> da PAC <strong>de</strong> 2009, em que foi<br />

<strong>de</strong>cidida a “aterragem suave” para o fim<br />

do regime <strong>de</strong> quotas em 2015.<br />

De salientar que, para fazer alterar esta<br />

<strong>de</strong>cisão prévia do Conselho, seria<br />

necessária uma maioria qualificada a<br />

favor, não sendo suficiente uma minoria<br />

<strong>de</strong> bloqueio <strong>à</strong> atual proposta. Portugal,<br />

tem vindo a ter ao nível do Conselho o<br />

apoio <strong>de</strong> alguns EM que vieram manifestar<br />

a mesma preocupação (Espanha,<br />

Eslovénia, Polónia e Roménia).<br />

Neste contexto, e igualmente prioritária<br />

é a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma<br />

adaptação atempada para a gestão da<br />

oferta e regulação da fileira, num provável<br />

cenário <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> regime <strong>de</strong> quotas,<br />

através do recurso aos instrumentos<br />

disponibiliza<strong>dos</strong>, nomeadamente<br />

pelo “pacote leite” (O “pacote leite”<br />

reúne um conjunto <strong>de</strong> medidas proposto<br />

pela Comissão Europeia, na sequência<br />

das conclusões do Grupo <strong>de</strong> Alto<br />

Nível sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> regulação<br />

do mercado com o fim das quotas em<br />

2015).<br />

Em concreto haverá que <strong>de</strong>finir regras<br />

para o estabelecimento <strong>de</strong> contratos<br />

obrigatórios nas entregas <strong>de</strong> leite cru <strong>à</strong><br />

indústria, bem como o reforço do<br />

po<strong>de</strong>r negocial das organizações <strong>de</strong><br />

produtores com o objetivo <strong>de</strong> tornar<br />

possível uma negociação coletiva <strong>de</strong><br />

preços em <strong>de</strong>rrogação <strong>à</strong>s regras da<br />

concorrência.<br />

Para o efeito, foi <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado um<br />

diálogo construtivo com os representantes<br />

do setor, tendo em vista a <strong>de</strong>cisão<br />

sobre a implementação nacional<br />

que mais se a<strong>de</strong>que <strong>à</strong> realida<strong>de</strong>, nomeadamente<br />

quanto <strong>à</strong> existência <strong>de</strong> contratos<br />

obrigatórios, que permitiu já concluir<br />

sobre o interesse generalizado da<br />

aplicação <strong>de</strong>ste instrumento a nível<br />

nacional. Ao nível cooperativo, em que<br />

foram apresentadas algumas reservas<br />

quanto <strong>à</strong> eficácia da exigência contratual,<br />

po<strong>de</strong>rá vir a constituir uma importante<br />

ferramenta <strong>de</strong> gestão interna da<br />

oferta e adaptação <strong>à</strong> procura, face ao<br />

<strong>de</strong>smantelamento das quotas.<br />

Pergunta 3 - A i<strong>de</strong>ia dominante da<br />

Comissão atenta contra a própria<br />

construção europeia ao prever,<br />

embora que <strong>de</strong> forma pouco clara, a<br />

renacionalização da PAC, a liberalização<br />

<strong>de</strong> certas produções e a falta<br />

<strong>de</strong> respeito por padrões standard<br />

nas importações, como sejam o bem<br />

-estar animal, os organismos geneticamente<br />

modifica<strong>dos</strong> ou os fitossanitários.<br />

Relativamente a estas questões<br />

específicas qual a intenção do<br />

Governo quanto ao seu tratamento<br />

e que resulta<strong>dos</strong> se po<strong>de</strong>m esperar?<br />

R: A reforma da PAC apresenta uma<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> opções aos EM’s, <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá resultar a aplicação diferenciada<br />

<strong>de</strong> politicas internas, não concordando<br />

Portugal com o princípio da<br />

renacionalização da PAC, mas sim com<br />

a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manutenção da especificida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> cada EM, quer pela aplicação<br />

<strong>dos</strong> programas <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Rural, regimes específicos <strong>de</strong> ajudas<br />

ligadas, e <strong>de</strong>signadamente ao nível das<br />

RUP, on<strong>de</strong> o grau <strong>de</strong> subsidiarieda<strong>de</strong> é<br />

mais elevado, quer através <strong>de</strong> programas<br />

específicos <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Rural, quer também através <strong>de</strong> programas<br />

anuais POSEI os quais apresentam<br />

um elevado grau em termos das<br />

opções regionais para efeitos da sua<br />

aplicação <strong>à</strong>s realida<strong>de</strong>s específicas<br />

regionais.<br />

Portugal tem consciência <strong>de</strong> que a<br />

União Europeia <strong>de</strong>fine critérios exigentes<br />

para a produção agrícola europeia e<br />

encara-os com alguma preocupação.<br />

No entanto, estes níveis mais eleva<strong>dos</strong><br />

<strong>de</strong> exigências face aos parceiros<br />

comerciais constituem uma das formas<br />

<strong>de</strong> legitimação da PAC e justificam a<br />

manutenção <strong>dos</strong> apoios diretos <strong>à</strong> agricultura<br />

da UE no contexto negocial<br />

internacional.<br />

Pergunta 4 - Importaria, a nosso ver,<br />

conceber uma política que mantenha<br />

o controlo público da produção,<br />

que regule as relações contratuais<br />

ao longo da ca<strong>de</strong>ia alimentar, que<br />

garanta uma maior subsidiarieda<strong>de</strong><br />

<strong>à</strong>s Regiões, que permita uma profunda<br />

simplificação processual e que<br />

evite uma continuada política<br />

comercial externa on<strong>de</strong> a agricultura<br />

é a “moeda <strong>de</strong> troca” para<br />

exportação <strong>de</strong> serviços e produtos<br />

industriais para países terceiros.<br />

Concorda o Governo com os princípios<br />

enuncia<strong>dos</strong> e, em caso afirmativo,<br />

que propostas apresentou, ou<br />

tenciona apresentar, para os concretizar?<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 25


R: A produção agrícola <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminada<br />

preferencialmente pela orientação<br />

do mercado, não cabendo ao Estado<br />

a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas que po<strong>de</strong>m<br />

ser restritivas e impeditivas do <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do sector. Sem prejuízo<br />

disso, consi<strong>de</strong>ra necessário haver regulação<br />

e autorregulação da fileira alimentar.<br />

A PARCA (Plataforma para o<br />

Acompanhamento das Relações na<br />

Ca<strong>de</strong>ia Alimentar) é um exemplo <strong>de</strong><br />

uma iniciativa do Governo que tem por<br />

base a preocupação <strong>de</strong> promover uma<br />

maior regulação da fileira agroalimentar<br />

e o equilíbrio da distribuição <strong>de</strong> valor<br />

ao longo da ca<strong>de</strong>ia, sendo uma plataforma<br />

<strong>de</strong> diálogo permanente com representantes<br />

<strong>dos</strong> agricultores, indústria,<br />

distribuição, assim como da administração<br />

e do Governo, que funciona como<br />

um espaço <strong>de</strong> prevenção <strong>dos</strong> conflitos.<br />

O Tratado sobre o Funcionamento da<br />

União Europeia e as várias políticas da<br />

UE, entre as quais a PAC, reconhecem<br />

a especificida<strong>de</strong> das regiões ultraperiféricas.<br />

Nesse contexto, e aten<strong>de</strong>ndo <strong>à</strong><br />

particularida<strong>de</strong> das RUP, há discriminações<br />

positivas que se traduzem em<br />

maior subsidiarieda<strong>de</strong> na aplicação das<br />

políticas, incluindo pacotes financeiros<br />

específicos, como é o caso do POSEI.<br />

Este regime permite uma vasta gama <strong>de</strong><br />

aplicação, sendo a sua <strong>de</strong>finição estratégica<br />

uma responsabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> Governos<br />

Regionais tendo em consi<strong>de</strong>ração a<br />

realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada Região Autónoma e<br />

as respetivas orientações para a ativida<strong>de</strong><br />

agrícola e agroindustrial. No âmbito<br />

da reforma da PAC para o pós-2013, o<br />

Governo <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a manutenção <strong>de</strong>sse<br />

reconhecimento, instrumentos e respe-<br />

tivo financiamento.<br />

Relativamente <strong>à</strong>s negociações multilaterais<br />

e bilaterais a nível internacional no<br />

âmbito <strong>dos</strong> acor<strong>dos</strong> do comércio mundial,<br />

é importante assegurar que os<br />

mesmos <strong>de</strong>vem ser alcança<strong>dos</strong> num<br />

contexto em que se proceda <strong>à</strong> <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> compensações. Tal princípio<br />

<strong>de</strong>verá estar igualmente presente no<br />

contexto das negociações com o Mercosul.<br />

Pergunta 5 - De forma sucinta que<br />

posições e/ou diligências foram ou<br />

serão encetadas pelo Governo para<br />

o período da PAC 2014-2020? Solicitamos,<br />

em triplicado cópia da documentação<br />

eventualmente disponível<br />

que permita uma apreciação do<br />

conteúdo das medidas em apreço.<br />

R: No quadro atual <strong>de</strong> negociação consi<strong>de</strong>ra-se<br />

ainda prematuro proce<strong>de</strong>r <strong>à</strong><br />

<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> instrumentos que venham<br />

a ser implementa<strong>dos</strong> em aplicação da<br />

futura PAC pós 2013 uma vez que<br />

estão ainda em aberto questões <strong>de</strong>cisivas<br />

como os envelopes financeiros globais<br />

e por EM, bem como a <strong>de</strong>finição<br />

<strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> política que têm<br />

um conjunto <strong>de</strong> regras ainda não estabilizadas<br />

ao nível da negociação no<br />

Conselho e no Parlamento.<br />

No entanto, a 30 <strong>de</strong> maio foi apresentado<br />

e colocado a discussão junto das<br />

associações representativas do setor e<br />

organizações ambientais, o documento<br />

que <strong>de</strong>fine as orientações base para o<br />

programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento rural<br />

2014 – 2020 (PDR2020) e em que é<br />

apresentada a proposta <strong>de</strong> medidas a<br />

incluir no PDR2020, assim como as<br />

MINISTRA QUER NEGOCIAÇÃO COLECTIVA NO LEITE<br />

O Ministério da Agricultura consi<strong>de</strong>ra<br />

ser prioritário a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição<br />

da adaptação para a gestão da<br />

oferta e regulação da fileira do leite. A<br />

intenção da ministra Assunção Cristas,<br />

é num provável cenário <strong>de</strong> final das<br />

quotas em 2015, <strong>de</strong>finir “as regras para<br />

o estabelecimento <strong>de</strong> contratos obrigatórios<br />

nas entregas <strong>de</strong> leite <strong>à</strong> indústria<br />

e reforçar o po<strong>de</strong>r negociadas organizações<br />

<strong>de</strong> produtores com o objetivo <strong>de</strong><br />

tornar possível uma negociação coletiva<br />

<strong>de</strong> preços em <strong>de</strong>rrogação <strong>à</strong>s regras<br />

da concorrência”.<br />

O Ministério da Agricultura, frisou em<br />

resposta a um requerimento apresen-<br />

26 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

tado pelos <strong>de</strong>puta<strong>dos</strong> do PSD/Açores<br />

na Assembleia da República, já iniciou<br />

um diálogo com os representantes do<br />

setor, tendo em vista a <strong>de</strong>cisão sobre a<br />

implementação nacional que mais se<br />

a<strong>de</strong>que <strong>à</strong> realida<strong>de</strong>, nomeadamente<br />

quanto <strong>à</strong> existência <strong>de</strong> contratos obrigatórios.<br />

Segundo o ministério existem algumas<br />

reservas a nível cooperativo quando “<strong>à</strong><br />

eficácia da exigência contratual”, que<br />

po<strong>de</strong>rá vir a constituir uma importante<br />

ferramenta da gestão interna da oferta<br />

e adaptação <strong>à</strong> procura, face ao <strong>de</strong>smantelamento<br />

do regime <strong>de</strong> quota.<br />

O Ministério da Agricultura ainda man-<br />

principais linhas das modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

gestão do programa.<br />

A visão da estratégia nacional para a<br />

agricultura e o <strong>de</strong>senvolvimento rural<br />

nacional, nomeadamente na formulação<br />

do PDR2020, terá como princípio<br />

<strong>de</strong>terminante a concentração <strong>dos</strong><br />

apoios no setor e na produção <strong>de</strong> bens<br />

transacionáveis, dirigidas a agentes diretamente<br />

envolvi<strong>dos</strong> na criação <strong>de</strong> valor<br />

a partir <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s agrícolas e florestais.<br />

Desta forma, valoriza-se o sector<br />

como produtor <strong>de</strong> bens transacionáveis,<br />

contribuindo para a melhoria, em<br />

particular, do grau <strong>de</strong> autoaprovisionamento<br />

alimentar e para a correção do<br />

<strong>de</strong>sequilíbrio da balança comercial<br />

nacional, promovendo a sustentabilida<strong>de</strong><br />

do território.<br />

A programação do Desenvolvimento<br />

Rural <strong>de</strong>verá assentar em três programas:<br />

Continente, Região Autónoma<br />

<strong>dos</strong> Açores e Região Autónoma da<br />

Ma<strong>de</strong>ira, integrando a Re<strong>de</strong> Rural<br />

<strong>Nacional</strong> - procurando a simplificação<br />

da programação e da implementação<br />

<strong>dos</strong> apoios do FEADER, com preferência<br />

pelo tratamento homogéneo das<br />

regiões do Continente, tendo <strong>de</strong>vidamente<br />

em conta as especificida<strong>de</strong>s<br />

regionais, via <strong>de</strong>scentralização.<br />

Salienta-se ainda que ao abrigo do<br />

POSEI, as atuais regras comunitárias<br />

mantêm-se, estando apenas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

das revisões anuais <strong>de</strong> acordo com<br />

as alterações resultantes da iniciativa<br />

<strong>dos</strong> Governos Regionais.<br />

Com os melhores cumprimentos,<br />

O Chefe do Gabinete<br />

Duarte Bué Alves<br />

tém a pretensão <strong>de</strong> lutar pela manutenção<br />

das quotas leiteiras, como instrumento<br />

<strong>de</strong> gestão do mercado, mas<br />

alerta para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> existir<br />

“uma consciência da dificulda<strong>de</strong> em<br />

fazer reverter a <strong>de</strong>cisão quanto ao fim<br />

<strong>de</strong>ste regime em 2015. Para alterar a<br />

<strong>de</strong>cisão prévia do Conselho, seria<br />

necessário uma maioria qualificada a<br />

favor, não sendo suficiente uma minoria<br />

<strong>de</strong> bloqueio <strong>à</strong> atual proposta”, sublinha<br />

o documento do Ministério da<br />

Agricultura.<br />

Portugal, Espanha, Eslovénia, Polónia e<br />

Roménia são os países que estão a<br />

lutar pela manutenção das quotas do<br />

leite.<br />

in Açoriano Oriental


RECORTES DE IMPRENSA<br />

SALOIO PREMIADA NO INTERNATIONAL CHEESE AWARDS<br />

A marca <strong>de</strong> queijos portugueses Saloio<br />

ganhou três medalhas, duas <strong>de</strong> prata e<br />

uma <strong>de</strong> bronze, nos International<br />

Cheese Awards que <strong>de</strong>correu a 24 e<br />

25 <strong>de</strong> Julho em Nantwich, Inglaterra.<br />

Foram distingui<strong>dos</strong> os queijos ‘Três<br />

Igrejas’ e ‘Sítio da Perdiz’, vencedores<br />

<strong>de</strong> medalhas <strong>de</strong> prata nas categorias<br />

Especiality Cheese Mixed Milk e Continental<br />

Cheeses - Best Any Other<br />

Overseas Cheese.<br />

A marca conquistou<br />

ainda<br />

uma medalha<br />

<strong>de</strong> bronze na<br />

categoria<br />

Continental<br />

Catering &<br />

Food Service<br />

com o ‘Palhais<br />

Entradas &<br />

Saladas Azeitonas’.<br />

A empresa recebeu ainda uma<br />

distinção <strong>de</strong> Highly Commen<strong>de</strong>d Cheese<br />

para o Regional Saloio na categoria<br />

SABORES DE IDANHA VÃO ABRIR-SE AO MUNDO<br />

Na Feira <strong>de</strong> Agricultura os queijos da<br />

Cooperativa da Beira Baixa estiveram<br />

em evidência e conquistaram o primeiro<br />

lugar. Investiram na mo<strong>de</strong>rnização<br />

do processo produtivo e agora vão<br />

apostar nas exportações. Em 1985,<br />

quando João Antunes, filho <strong>de</strong> queijeiros,<br />

regressou <strong>à</strong> terra natal <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

um período <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> em Lisboa,<br />

havia apenas dois produtores <strong>de</strong> queijo<br />

em Idanha-a-Nova. "Percebi que havia a<br />

matéria-prima, o conhecimento e a<br />

experiência, mas faltava organização e<br />

massa crítica", recorda o empresário.<br />

Depois <strong>de</strong> três anos <strong>de</strong> intensos contactos,<br />

propostas e projectos, acabou<br />

por se envolver no lançamento da<br />

Cooperativa <strong>de</strong> Queijo da Beira Baixa -<br />

Sabores da Idanha-a-Nova. Apoiada<br />

por fun<strong>dos</strong> da Comissão <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação<br />

da Região Centro, a empresa<br />

começaria em 1988 com <strong>de</strong>z cooperantes.<br />

Quase 25 anos <strong>de</strong>pois, a Sabores<br />

da Idanha conta com 20 produtores <strong>de</strong><br />

leite associa<strong>dos</strong> e fabrica, no mínimo,<br />

1500 queijos por dia. "Temos capacida<strong>de</strong><br />

para produzir mais, mas preferimos<br />

a qualida<strong>de</strong> <strong>à</strong> quantida<strong>de</strong>", <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> o<br />

empresário João Antunes.<br />

Uma aposta que começou a dar frutos<br />

no ano passado, quando um <strong>dos</strong> seus<br />

queijos, o Amarelo <strong>de</strong> Castelo Branco,<br />

trouxe uma medalha <strong>de</strong> ouro <strong>de</strong> um<br />

concurso internacional que se realizou<br />

em Inglaterra. Já este ano, a fasquia<br />

ficou ainda mais alta <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os<br />

seis tipos <strong>de</strong> queijo produzi<strong>dos</strong> na cooperativa<br />

terem conquistado o primeiro<br />

prémio nas respectivas categorias na<br />

Feira <strong>de</strong> Santarém.<br />

João Antunes afirma que "toda a equipa<br />

ficou mais animada" com a conquista<br />

<strong>dos</strong> galardões, mas adianta<br />

que "os prémios são o resultado<br />

<strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong>lineada <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

o início, que assenta na qualida<strong>de</strong><br />

e numa política da empresa<br />

<strong>de</strong> estar sempre na vanguarda e<br />

com os olhos volta<strong>dos</strong> para o<br />

futuro".<br />

Foi precisamente com este espírito<br />

que a cooperativa <strong>de</strong>cidiu há<br />

dois anos investir mais <strong>de</strong> 600<br />

mil euros numa nova linha <strong>de</strong><br />

produção, que po<strong>de</strong> <strong>de</strong>bitar até<br />

4000 unida<strong>de</strong>s por dia. "Temos <strong>de</strong><br />

antecipar problemas e encontrar as<br />

melhores soluções, e uma linha <strong>de</strong><br />

montagem mo<strong>de</strong>rna permite não só<br />

manter a mesma qualida<strong>de</strong> com regularida<strong>de</strong>,<br />

mas também, uma maior produção",<br />

justifica João Antunes. Dois factores<br />

<strong>de</strong>terminantes para o passo que a<br />

cooperativa se prepara para dar a muito<br />

curto prazo: a internacionalização e<br />

a conquista <strong>de</strong> bons merca<strong>dos</strong>.<br />

Actualmente, os seis queijos fabrica<strong>dos</strong><br />

na Sabores da Idanha estão <strong>à</strong> venda em<br />

todas as gran<strong>de</strong>s ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> supermerca<strong>dos</strong><br />

do País, mas a empresa quer<br />

mais e prepara-se para sair <strong>à</strong> conquista<br />

da Europa, primeiro, e do Brasil, logo a<br />

Cheese Mixed Milk.<br />

«Mais uma vez os produtos da Saloio<br />

foram distingui<strong>dos</strong> e a sua qualida<strong>de</strong> e<br />

originalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stacadas no mais importante<br />

concurso mundial <strong>de</strong> queijos. É a<br />

confirmação <strong>de</strong> que Três Igrejas e Sitio<br />

da Perdiz, entre outros, fazem parte do<br />

grupo restrito <strong>dos</strong> melhores queijos do<br />

mundo com a particularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem<br />

portugueses», afirmou em comunicado<br />

a administradora da Saloio Clara Moura<br />

Gue<strong>de</strong>s.<br />

O concurso, que já tem 115 anos, teve<br />

perto <strong>de</strong> quatro mil participações <strong>de</strong><br />

um total <strong>de</strong> 27 países que concorreram<br />

em 226 categorias distintas sendo os<br />

produtos avalia<strong>dos</strong> em prova cega por<br />

um painel <strong>de</strong> 156 juízes.<br />

in Sol<br />

seguir. "Temos marcado presença em<br />

várias feiras internacionais e o nosso<br />

queijo tem tido boa aceitação", afirma<br />

o empresário. O objectivo, adianta<br />

João Antunes, "é exportar cerca <strong>de</strong> 30<br />

por cento da produção <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> dois<br />

anos". Uma meta que ajudaria a fazer<br />

disparar no mesmo período o volume<br />

<strong>de</strong> negócios <strong>dos</strong> dois milhões <strong>de</strong> euros<br />

regista<strong>dos</strong> no final <strong>de</strong> 2011 para os três<br />

milhões.<br />

Para que tal aconteça, ressalva João<br />

Antunes, "vai ser preciso aumentar a<br />

produção, manter a qualida<strong>de</strong> no nosso<br />

produto e apresentar novos produtos".<br />

E neste último aspecto, a empresa já<br />

tem um trunfo na manga: os bombons<br />

<strong>de</strong> queijo. Trata-se <strong>de</strong> um produto que<br />

está a ser <strong>de</strong>senvolvido há dois anos<br />

em parceria com a Escola Superior <strong>de</strong><br />

Hotelaria do Estoril e que será lançado<br />

no mercado no início do próximo<br />

Outono.<br />

in Correio da Manhã<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 27


GOVERNO ESTUDA ALTERNATIVA AO FIM DAS QUOTAS<br />

O governo está a estudar mecanismos<br />

<strong>de</strong> compensação para os agricultores<br />

alternativos ao prolongamento das<br />

quotas leiteiras, disse na passada segunda-feira<br />

a ministra da Agricultura no<br />

parlamento, explicando que a prorrogação<br />

do fim das quotas continua a ser<br />

uma batalha.<br />

"Estamos já a estudar apoios para o<br />

caso <strong>de</strong> não se conseguir um prolonga-<br />

SPL AVANÇOU COM GREVE AO TRABALHO SUPLEMENTAR<br />

O Sindicato <strong>dos</strong> Profissionais <strong>de</strong> Lacticínios<br />

(SPL) vai avançar com uma greve<br />

ao trabalho suplementar por rejeitar<br />

que as empresas do sector apliquem o<br />

Código do Trabalho em vez do Contrato<br />

Colectivo, disse o presi<strong>de</strong>nte daquela<br />

organização. "O que se está a passar<br />

no sector é que as indústrias <strong>de</strong> laticínios<br />

afixaram comunica<strong>dos</strong> a dizer que<br />

[em termos <strong>de</strong>] horas extras, trabalhos<br />

em dia <strong>de</strong> folga, feria<strong>dos</strong> e banco <strong>de</strong><br />

horas, não abdicam daquilo que é o<br />

Código do Trabalho (CT)", que entrou<br />

em vigor no dia 1 <strong>de</strong> Agosto, afirmou o<br />

presi<strong>de</strong>nte Luís Portela, pelo que vai<br />

ser convocada uma greve para esses<br />

mesmos perío<strong>dos</strong>.<br />

Por seu lado, o presi<strong>de</strong>nte da ANIL,<br />

Pedro Pimentel, explicou que há uma<br />

série <strong>de</strong> matérias que entraram em<br />

vigor com o Código do Trabalho e que<br />

"se sobrepõem <strong>à</strong>quilo que eram as disposições<br />

do Contrato Colectivo <strong>de</strong><br />

Trabalho e isso está perfeitamente<br />

explícito no CT".<br />

Quer a advogada da José Pedro Aguiar-<br />

Branco & Associa<strong>dos</strong> Joana Carneiro,<br />

quer, da parte da PLMJ, Nuno Morgado,<br />

consi<strong>de</strong>ram que a legislação está do<br />

lado das empresas. "É quase como se<br />

fosse um jogo e as regras do jogo são o<br />

Código do Trabalho", esclareceu <strong>à</strong> Lusa<br />

Joana Carneiro, uma vez que os<br />

"instrumentos colectivos só são váli<strong>dos</strong><br />

porque há um Código do Trabalho que<br />

diz que eles são váli<strong>dos</strong>". Já Nuno Morgado<br />

é peremptório em relação <strong>à</strong> questão<br />

em causa: "As empresas aqui limitam-se<br />

a cumprir a lei".<br />

O artigo 7.º da alteração ao CT, que<br />

entrou em vigor no passado dia 1, indica<br />

que "ficam suspensas <strong>dura</strong>nte dois<br />

anos (...) as disposições <strong>de</strong> instrumentos<br />

<strong>de</strong> regulamentação colectiva <strong>de</strong><br />

trabalho e as cláusulas <strong>de</strong> contratos <strong>de</strong><br />

28 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

mento das quotas leiteiras, pois sabemos<br />

que é difícil reverter uma <strong>de</strong>cisão<br />

do conselho [<strong>de</strong> não prorrogar as quotas],<br />

embora estejamos a recolher<br />

apoios <strong>de</strong> outros países para conseguirmos<br />

essa prorrogação", afirmou Assunção<br />

Cristas na comissão parlamentar <strong>de</strong><br />

Agricultura, <strong>de</strong>dicada ao tema da PAC<br />

(Politica Agrícola Comum). O Governo<br />

"está a trabalhar" em dois planos, expli-<br />

trabalho", em matérias como<br />

"acréscimos <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> trabalho<br />

suplementar superiores aos estabeleci<strong>dos</strong><br />

pelo Código do Trabalho",<br />

"retribuição do trabalho normal prestado<br />

em dia feriado, ou <strong>de</strong>scanso compensatório<br />

por essa mesma prestação".<br />

Pedro Pimentel salientou que não há<br />

nesta aplicação nada <strong>de</strong> específico ao<br />

sector do leite ou que tente "<strong>de</strong>safiar<br />

ou colocar em causa os direitos <strong>dos</strong><br />

trabalhadores". "Neste momento<br />

nenhuma empresa po<strong>de</strong>rá ser criticada<br />

por aplicar o que a lei taxativamente<br />

diz. Po<strong>de</strong>mos criticar o que a legislação<br />

diz, po<strong>de</strong>mos criticar se o CT correspon<strong>de</strong><br />

ou não aos interesses <strong>dos</strong> trabalhadores<br />

e nós percebemos que há uma<br />

evolução na legislação laboral que, em<br />

muitas matérias, não é totalmente favorável<br />

<strong>à</strong> parte <strong>dos</strong> trabalhadores, pareceme<br />

mais ou menos óbvio", acrescentou.<br />

Luís Portela lamenta que esteja agora a<br />

avançar para o que será o <strong>de</strong>creto da<br />

primeira greve <strong>de</strong> todo o seu período<br />

enquanto presi<strong>de</strong>nte do SPL, "porque<br />

quem <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> postos <strong>de</strong> trabalho tem<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r as duas partes". "Vamos<br />

<strong>de</strong>terminar greve por tempo ilimitado<br />

enquanto não forem <strong>de</strong>volvi<strong>dos</strong> estes<br />

direitos <strong>à</strong>s horas extras, trabalhos em<br />

dias <strong>de</strong> folga, feriado e banco <strong>de</strong> horas",<br />

disse o dirigente sindical, que referiu já<br />

ter sido proposta uma renegociação,<br />

até empresa a empresa se necessário,<br />

mas <strong>à</strong> qual não obteve resposta.<br />

Do lado da ANIL, a "disposição <strong>de</strong><br />

renegociação existe sempre com as<br />

limitações que existem", afirmou Pedro<br />

Pimentel, que classifica como "frutuosa"<br />

a relação com o sindicato ao longo <strong>dos</strong><br />

anos e cujo mais recente acordo colectivo,<br />

<strong>de</strong> 2008, dá resposta a matérias<br />

"muito acertadas".<br />

in Agência Lusa<br />

cou a ministra: "Por um lado angariando<br />

apoios para prolongar as quotas<br />

leiteiras, mas por outro estudando as<br />

alternativas."<br />

Um estudo recentemente divulgado<br />

pela Fe<strong>de</strong>ração <strong>Nacional</strong> das Cooperativas<br />

<strong>de</strong> Leite (FENALAC) conclui que<br />

a reforma da PAC po<strong>de</strong> implicar uma<br />

perda <strong>de</strong> 80 por cento <strong>dos</strong> apoios<br />

comunitários para os produtores <strong>de</strong><br />

leite nacionais.<br />

in Agência Lusa<br />

MIMOSA LANÇA PRIMEIRO<br />

IOGURTE LÍQUIDO<br />

SEM LACTOSE<br />

A pensar nas necessida<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> intolerantes<br />

<strong>à</strong> lactose, a Mimosa alargou a<br />

gama <strong>de</strong> produtos lácteos sem lactose<br />

e lançou o primeiro iogurte líquido sem<br />

lactose.<br />

Pronto a beber, fonte natural <strong>de</strong> proteínas,<br />

cálcio e fósforo e uma alternativa<br />

aos produtos <strong>de</strong> soja, o novo iogurte<br />

líquido vem integrar a gama “Mimosa<br />

Especial Sem Lactose”, que garante<br />

“to<strong>dos</strong> os benefícios nutricionais <strong>dos</strong><br />

leite e iogurtes, incluindo o mesmo<br />

teor <strong>de</strong> cálcio”. A incapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> digerir<br />

a lactose é acompanhada <strong>de</strong> sintomas<br />

típicos como sensação <strong>de</strong> enfartamento<br />

ou <strong>de</strong>sconforto intestinal,<br />

<strong>de</strong>correntes da lactose mal assimilada,<br />

relembra a Mimosa em comunicado.<br />

O novo iogurte líquido, fonte natural<br />

<strong>de</strong> proteínas, cálcio e fósforo, surge<br />

assim como uma alternativa aos produtos<br />

<strong>de</strong> soja, integrando a gama Mimosa<br />

Especial Sem Lactose. Uma alternativa<br />

<strong>de</strong> elevada riqueza nutricional para<br />

to<strong>dos</strong> aqueles que querem o melhor<br />

<strong>dos</strong> lácteos.<br />

in HiperSuper


UNILEITE MOSTRA O SEU NOVO ROSTO<br />

Já é o quinto maior comprador <strong>de</strong> leite<br />

em Portugal. A Unileite, com quota<br />

para 160 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite,<br />

recebeu o ano passado 148 milhões e<br />

vai crescer 10% este ano. Está em<br />

todas as gran<strong>de</strong>s ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> distribuição<br />

<strong>de</strong> Portugal e facturou 61 milhões <strong>de</strong><br />

euros. Fomos ver o novo investimento:<br />

A linha <strong>de</strong> leite UHT está toda robotizada.<br />

No futuro, vai investir em energias<br />

alternativas. Em entrevista antes da<br />

inauguração das novas instalações, o<br />

presi<strong>de</strong>nte da Unileite, Gil Jorge Oliveira,<br />

<strong>de</strong>ixa claro que a gran<strong>de</strong> equipa que<br />

o ro<strong>de</strong>ia, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o produtor ao ven<strong>de</strong>dor,<br />

está a vencer a crise.<br />

Correio <strong>dos</strong> Açores (CA): O que é<br />

hoje a Unileite?<br />

Gil Jorge Oliveira (GJO): É uma gran<strong>de</strong><br />

empresa cooperativa que tem, hoje,<br />

há volta <strong>de</strong> 670 produtores <strong>de</strong> leite,<br />

230 trabalhadores e que facturou o ano<br />

passado 61 milhões <strong>de</strong> euros. É uma<br />

empresa que, em <strong>de</strong>z anos, conseguiu<br />

duplicar a sua produção. É uma empresa<br />

que <strong>de</strong>ve orgulhar a sua direcção, os<br />

seus produtores e cooperativas associadas<br />

e to<strong>dos</strong> os trabalhadores <strong>de</strong>sta<br />

casa. É uma empresa que tem conseguido<br />

crescer to<strong>dos</strong> os anos ao nível do<br />

recebimento <strong>de</strong> leite laborado, que tem<br />

conseguido inovar, tem conseguido<br />

angariar clientes e tem conseguido vencer<br />

no mercado. Esta é uma tarefa muito<br />

difícil. Estamos num mercado cada<br />

vez mais global. E a Unileite tem conseguido,<br />

em conjunto com a Lactaçores,<br />

vencer os gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios que a crescente<br />

globalização tem colocado.<br />

Em 2011, a Unileite recebeu 148<br />

milhões <strong>de</strong> litros e teve um crescimento<br />

<strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite. Em<br />

2000, quando se inaugurou esta fábrica,<br />

a Unileite recebeu 89 milhões <strong>de</strong> litros<br />

e, o ano passado, recebeu 148 milhões.<br />

Em 2012 vai-se aproximar <strong>dos</strong> 160<br />

milhões <strong>de</strong> litros. Quer isso dizer que,<br />

mesmo em obras, a Unileite foi sempre<br />

crescendo ao nível <strong>de</strong> produção e foi<br />

conseguindo inovar. Temos inovado<br />

nos últimos anos. Temos mudado a<br />

rotulagem e a imagem <strong>dos</strong> produtos e<br />

lançado campanhas publicitárias. Temos<br />

conseguido vencer a gran<strong>de</strong> crise.<br />

CA: A tendência <strong>de</strong> crescimento<br />

esten<strong>de</strong>u-se aos primeiro semestre?<br />

GJO: Nos primeiros seis meses há um<br />

crescimento <strong>à</strong> volta <strong>dos</strong> 10% na recepção<br />

<strong>de</strong> leite em relação a 2011. Deverá<br />

ser este o crescimento no final do ano.<br />

Esta evolução vai levar-nos a fechar<br />

2012 a receber 155 a 160 milhões.<br />

CA: A Unileite tem <strong>de</strong>sempenhado<br />

uma função <strong>de</strong> regularizadora do<br />

preço do leite...<br />

GJO: Esta direcção já há alguns anos<br />

tem feito vária assembleias gerais. Sempre<br />

que é preciso, chama os seus associa<strong>dos</strong>,<br />

explica-lhes o que se está a passar<br />

no mercado. Estamos com resulta<strong>dos</strong><br />

muito ajusta<strong>dos</strong>, conhecemos a<br />

realida<strong>de</strong> da lavoura e temos conseguido,<br />

sempre que possível, manter os<br />

preços do leite em cima. 2012 não é<br />

um ano fácil mas, mesmo não sendo<br />

fácil, conseguimos aguentar o preço <strong>de</strong><br />

Inverno <strong>dura</strong>nte três meses <strong>de</strong> Verão.<br />

Isso quer dizer que repartimos a campanha<br />

<strong>de</strong> Verão: Os três meses com<br />

mais produção foram Março, Abril e<br />

Maio e, neste período, conseguimos<br />

pagar o litro <strong>de</strong> leite <strong>à</strong> produção com<br />

uma diferença <strong>de</strong> 2,5 cêntimos em relação<br />

<strong>à</strong> restante indústria que resultou<br />

num valor <strong>de</strong> 1,2 milhões <strong>de</strong> euros…<br />

CA: Este dinheiro foi injectado...<br />

GJO: Não gostamos <strong>de</strong> utilizar o termo<br />

injectado. Repartimos sempre os<br />

nossos divi<strong>de</strong>n<strong>dos</strong> na hora certa. Mas<br />

também to<strong>dos</strong> sabem que o mercado,<br />

ao longo <strong>de</strong>ste ano, tem evoluído e,<br />

neste momento, está péssimo. Tivemos,<br />

por isso, <strong>de</strong> fazer um ajuste e<br />

repor a sazonalida<strong>de</strong>. O nosso objectivo<br />

era aguentar os seis meses <strong>de</strong> Verão<br />

com o preço <strong>de</strong> Inverno, ou seja, com<br />

mais 2,5 cêntimos por litro. Já tínhamos<br />

feito isso em 2008. Este ano não foi<br />

possível por causa do mercado e dividimos<br />

o Verão a meio. Explicamos isso <strong>à</strong><br />

nossa lavoura, <strong>à</strong>s nossas cooperativas<br />

associadas e eles perceberam e aceitaram.<br />

Eles conhecem muito bem a realida<strong>de</strong><br />

da Unileite. Nós explicamos, em<br />

cada momento, aos nossos produtores,<br />

qual a realida<strong>de</strong> do mercado e quais os<br />

preços que estamos a praticar em consequência<br />

das condições do mercado.<br />

Sabemos que os tempos não são fáceis<br />

mas a nossa lavoura está muito informada<br />

e aceita, por isso, com mais facilida<strong>de</strong>,<br />

a evolução que temos programado<br />

<strong>dos</strong> preços <strong>à</strong> produção.<br />

CA: VÃO passar a ter uma capacida<strong>de</strong><br />

para laborar o dobro do leite…<br />

GJO: A capacida<strong>de</strong> da Unileite veio<br />

crescendo <strong>dura</strong>nte os últimos dois<br />

anos. Até 2010, para laborar o leite que<br />

recebíamos, estávamos a trabalhar com<br />

três turnos, 24 horas sobre 24 horas.<br />

Só não trabalhávamos na noite <strong>de</strong><br />

domingo para segunda-feira. Neste<br />

momento, estamos a trabalhar com<br />

dois turnos e, normalmente, ao domingo<br />

não se trabalha. Fomos crescendo<br />

<strong>de</strong> forma sustentável e a lavoura tem<br />

correspondido. Temos recebido sempre<br />

muitos pedi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> lavradores que<br />

querem colocar o seu leite na fábrica.<br />

CA: A produção <strong>de</strong> leite tem crescido<br />

três milhões <strong>de</strong> litros mensais...<br />

GJO: O número <strong>de</strong> produtores da<br />

Unileite tem crescido. A 1 <strong>de</strong> Junho<br />

entraram 20 novos produtores. Temos<br />

vindo sempre a crescer sustentadamente.<br />

Não po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> outra forma. Não<br />

se po<strong>de</strong> pensar que, <strong>de</strong>pois da fábrica<br />

inaugurada, duplicámos a nossa produção<br />

<strong>de</strong> um dia para o outro. Temos<br />

vindo a crescer to<strong>dos</strong> os anos. Em<br />

2010 recebemos 139 milhões <strong>de</strong> litros<br />

<strong>de</strong> leite e, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, até agora, já<br />

recebemos mais <strong>de</strong>z a doze milhões <strong>de</strong><br />

litros <strong>de</strong> leite. A nossa quota actual <strong>de</strong><br />

leite já é <strong>de</strong> 160 milhões <strong>de</strong> litros. Só a<br />

quota que tem a Unileite já nos faculta<br />

um potencial <strong>de</strong> crescimento. Os nossos<br />

produtores têm investido em genética,<br />

têm aumentado as suas produções.<br />

Temos boa qualida<strong>de</strong> do leite e eu penso<br />

que, em conjunto, cooperativas e<br />

lavoura, temos conseguido vencer esta<br />

crise. A crise é global, não nos passa ao<br />

lado, mas estou convencido que, to<strong>dos</strong><br />

juntos, estamos a suportá-la melhor.<br />

CA: A uma velocida<strong>de</strong>-cruzeiro, a<br />

Unileite estará a laborar quanto?<br />

GJO: Já temos um potencial <strong>de</strong> quota<br />

<strong>de</strong> 160 milhões <strong>de</strong> litros, a lavoura está<br />

a crescer e nós vamos continuar a<br />

crescer. Só no primeiro trimestre do<br />

ano, houve um crescimento da produção<br />

<strong>de</strong> 13 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite e<br />

penso que vai haver espaço para to<strong>dos</strong>.<br />

Sou do tempo em que havia três fábricas<br />

<strong>de</strong> lacticínios em São Miguel hoje já<br />

ultrapassadas. Hoje existem fábricas<br />

ampliadas e altamente mo<strong>de</strong>rnizadas. O<br />

nosso investimento, na Unileite, foi<br />

feito sempre pensando na lavoura e<br />

nos trabalhadores <strong>de</strong>sta casa.<br />

CA: Qual a evolução <strong>dos</strong> produtos ?<br />

GJO: Temos crescido em todas as<br />

frentes. Temos crescido no leite UHT,<br />

no queijo Ilha, no queijo Ilha Famoso<br />

São Miguel e temos crescido nos fatia<strong>dos</strong>.<br />

Hoje já fatiamos muito queijo.<br />

Temos uma máquina <strong>de</strong> fatiar que trabalha<br />

24 horas sobre 24 horas. Temos<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 29


três turnos e só não fatiamos no<br />

domingo. Mas, na verda<strong>de</strong>, temos crescido<br />

em todas as frentes.<br />

CA: Tem sempre havido mercado?<br />

GJO: O mercado vai-se construindo. A<br />

Lactaçores – a nossa parceira comercial<br />

– tem vindo a construir o seu mercado.<br />

E temos construído o mercado<br />

ajustando aos preços actuais. O mercado<br />

é aquele que existe e os preços são<br />

os que existem. Não são aqueles que<br />

gostávamos <strong>de</strong> ter. Cinquenta cêntimos<br />

não é o preço por litro que nós gostávamos.<br />

Eu, como produtor, também<br />

entendo que este valor <strong>de</strong>ve ser mais<br />

elevado. Mas estes são os preços possíveis.<br />

E não po<strong>de</strong>mos mudar a realida<strong>de</strong><br />

do mercado. E temos a consciência -<br />

este ano é bem prova disso -, que<br />

temos os nossos amigos espanhóis e<br />

franceses a <strong>de</strong>spejar leite para Portugal.<br />

Os exce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>les, mesmo<br />

que sejam poucos, <strong>de</strong>speja<strong>dos</strong> para<br />

Portugal fazem uma moça muito gran<strong>de</strong><br />

no mercado. Também por isso é que<br />

este tem sido um ano mais difícil mas,<br />

apesar <strong>de</strong> tudo, vamos conseguindo.<br />

CA: Os gran<strong>de</strong>s distribuidores?<br />

GJO: Estamos em todas as gran<strong>de</strong>s<br />

ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> distribuição. Precisamos<br />

<strong>de</strong>las todas. Não somos muito gran<strong>de</strong>s,<br />

mas também não somos pequenos.<br />

Somos o quinto maior comprador <strong>de</strong><br />

leite <strong>de</strong> Portugal. Estamos em quinto<br />

lugar entre as empresas que mais compram<br />

leite em Portugal. Em primeiro<br />

lugar está a Agros, em segundo lugar<br />

está a Bel a nível nacional e a nível<br />

regional; em quarto lugar está a Proleite<br />

e estamos em quinto lugar. Portanto,<br />

já não somos uma pequena empresa.<br />

Somos uma cooperativa <strong>de</strong> nível<br />

médio alto. Estamos em todas as gran<strong>de</strong>s<br />

superfícies comerciais: Continente,<br />

Pingo Doce, todas elas. Vamos gerindo<br />

o melhor possível e, também, fazendo<br />

valer o nosso bom produto. Temos um<br />

bom produto. Temos um bom queijo,<br />

temos um bom leite UHT e vamos<br />

fazendo valer a nossa marca ‘Nova<br />

Açores’, ‘Nova Açores’, e porque nunca<br />

é <strong>de</strong>mais, ‘Nova Açores’.<br />

CA: Instalações topo-<strong>de</strong>-gama…<br />

GJO: Quando iniciamos este projecto,<br />

tínhamos um objectivo que era instalar<br />

mais duas máquinas <strong>de</strong> encher leite<br />

UHT e mais uma cuba <strong>de</strong> queijo mas,<br />

<strong>de</strong>pois, surge tudo em ca<strong>de</strong>ia. Tivemos<br />

que aumentar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recepção,<br />

tivemos que aumentar a capacida<strong>de</strong><br />

do laboratório, tivemos <strong>de</strong> montar<br />

30 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

mais duas máquinas <strong>de</strong> embalar leite…<br />

Veja que, em 2004, enchemos 12<br />

milhões <strong>de</strong> litros UHT e, em 2011,<br />

enchemos 50 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite<br />

UHT. Isso não é possível se não preparamos<br />

toda a estrutura da unida<strong>de</strong><br />

fabril. Quando partimos para volumes<br />

muito altos <strong>de</strong> enchimento <strong>de</strong> leite<br />

UHT, temos que colocar no circuito<br />

máquinas paletizadoras. Hoje, o leite<br />

entra na recepção e sai, lá atrás, na<br />

expedição, quase sem mão humana. Só<br />

temos pessoas a controlar, informaticamente,<br />

as máquinas. O leite entra na<br />

recepção, é feito o tratamento, é<br />

embalado, entra os packs, é paletizado<br />

automaticamente, entra na linha e vai<br />

para o armazém sempre automaticamente,<br />

<strong>de</strong> on<strong>de</strong> também sai automaticamente.<br />

É lá que temos um homem<br />

com um empilhador que coloca a palete<br />

<strong>de</strong>ntro do contentor. Não há mais<br />

ninguém em todo este trajecto. Felizmente,<br />

conseguimos adquirir toda esta<br />

alta tecnologia. Fomos estudando, pedindo<br />

propostas, escolhendo as melhores<br />

e avançando sem precipitações.<br />

Quando pedimos quatro, cinco propostas<br />

a quatro, cinco empresas, cada uma<br />

quer apresentar o melhor que tem. E<br />

conseguimos ter um armazém com<br />

tecnologias do mais avançado que existe<br />

a um preço acessível. Hoje, ao nível<br />

do leite UHT, temos tudo robotizado<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a entrada <strong>à</strong> saída do leite.<br />

CA: Uma preocupação é inovar…<br />

GJO: Po<strong>de</strong>mos inovar <strong>de</strong> várias formas.<br />

Temos melhorado a imagem ao nível<br />

do leite UHT. E criamos quatro leites<br />

especiais que estão a ter boa aceitação.<br />

No queijo, entramos pela linha do fatiamento<br />

que é muito importante. Hoje,<br />

as pessoas chegam ao hiper e querem é<br />

comprar a embalagem <strong>de</strong> queijo fatiado<br />

e hoje, já é muito significativo o queijo<br />

que sai em fatia <strong>de</strong>sta fábrica. De tal<br />

forma que, neste momento, quase 30%<br />

do queijo que produzimos é cá fatiado.<br />

É uma inovação porque o consumidor<br />

aceita melhor o queijo já fatiado e com<br />

sabor Nova Açores. Se recuarmos há<br />

<strong>de</strong>z anos atrás, vendíamos até queijos<br />

inteiros e, hoje, todo o queijo é fatiado<br />

e embalado. Há toda uma mão-<strong>de</strong>-obra<br />

envolvente que é inovação. E também<br />

inovamos na manteiga. Temos uma<br />

nova embalagem. Mas há aqui uma coisa<br />

que nos satisfaz muito. Conseguimos<br />

fazer as obras em crescimento e sem<br />

haver <strong>de</strong>spedimentos. A gran<strong>de</strong> preocupação<br />

é que, com toda esta tecnolo-<br />

gia, haveria <strong>de</strong>spedimentos. Mas, com o<br />

crescimento que temos, não <strong>de</strong>spedimos<br />

ninguém e, até pelo contrário,<br />

admitimos mais 10 trabalhadores em<br />

2011. Passou <strong>de</strong> 220 para 230.<br />

CA: Qual é o limite?<br />

GJO: Quando falamos <strong>de</strong> uma empresa<br />

cooperativa, nunca há limites. E as<br />

direcções têm que estar sempre <strong>de</strong>spertas<br />

para continuar a inovar, continuar<br />

a investir, mas sempre com cuidado<br />

e com segurança no investimento<br />

que se faz. E fizemos este investimento,<br />

sempre planeando cada passo e trocando<br />

impressões com o governo que foi<br />

muito importante na aprovação <strong>dos</strong><br />

projectos. Fechado este projecto, a<br />

direcção da Unileite tem <strong>de</strong> ter novos<br />

horizontes, tem <strong>de</strong> começar a pensar<br />

em energias alternativas. A energia é<br />

uma factura que pesa muito nos custos<br />

da Unileite. E uma direcção, numa<br />

empresa cooperativa <strong>de</strong>stas, tem <strong>de</strong><br />

procurar reduzir tudo o que é custos,<br />

tudo o que são gran<strong>de</strong>s facturas, para<br />

que possa pagar melhor os produtores<br />

e trabalhadores. Uma empresa que<br />

factura 60 milhões <strong>de</strong> euros nunca<br />

po<strong>de</strong> estar parada. Tem <strong>de</strong> estar sempre<br />

a reflectir sobre inovação, redução<br />

<strong>de</strong> custos. A responsabilida<strong>de</strong> é muito<br />

gran<strong>de</strong>. Setecentos produtores, mais<br />

250 trabalhadores, andam aqui mais <strong>de</strong><br />

mil famílias. Se formos juntar a Lactaçores<br />

que já tem mais 50 trabalhadores e<br />

as restantes ilhas, temos uma responsabilida<strong>de</strong><br />

muito gran<strong>de</strong>. Nunca po<strong>de</strong>mos<br />

estar para<strong>dos</strong>…<br />

CA: Quantos produtores po<strong>de</strong>m<br />

receber?<br />

GJO: A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtores é<br />

muito variada. Posso dar um exemplo:<br />

Em 1998, na gran<strong>de</strong> crise <strong>de</strong>sta fábrica,<br />

- quando o Sr. Mário tomou a iniciativa<br />

<strong>de</strong> pegar na Unileite – tinhamos 700<br />

produtores com 30 milhões <strong>de</strong> litros<br />

<strong>de</strong> leite <strong>de</strong> quota. Hoje a Unileite não<br />

chega bem aos 700 produtores e tem<br />

160 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite. Houve<br />

aqui uma gran<strong>de</strong> reestruturação no<br />

sector. Defen<strong>de</strong>mos que cada produtor<br />

é que sabe a dimensão da sua exploração.<br />

Cada produtor é que sabe a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vacas que tem <strong>de</strong> ter e a Unileite<br />

tem <strong>de</strong> ficar com o leite <strong>de</strong>ste<br />

produtor, trabalhá-lo bem, metê-lo<br />

valor acrescentado para colocar os<br />

produtos no mercado o mais rápido<br />

possível e que receba também o mais<br />

rapidamente possível.<br />

in Correio <strong>dos</strong> Açores


UNILEITE EXPANDE UNIDADE FABRIL<br />

A Unileite inaugura hoje, as obras <strong>de</strong><br />

expansão da sua unida<strong>de</strong> fabril nos<br />

Arrifes. A fábrica da Unileite – União<br />

das Cooperativas Agrícolas <strong>de</strong> Lacticínios<br />

e <strong>de</strong> Produtores <strong>de</strong> Leite da Ilha<br />

<strong>de</strong> São Miguel labora nos Arrifes <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2000, tendo sido agora alvo <strong>de</strong> obras<br />

<strong>de</strong> expansão com o objectivo <strong>de</strong> dotar<br />

esta unida<strong>de</strong> fabril <strong>de</strong> uma capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> laboração que po<strong>de</strong>rá chegar aos<br />

150 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite anuais.<br />

Segundo nota enviada <strong>à</strong> comunicação<br />

social, esta obra representa um volume<br />

<strong>de</strong> investimento na or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 26<br />

milhões <strong>de</strong> euros, candidatado a Fun<strong>dos</strong><br />

Europeus. Com a ampliação da<br />

unida<strong>de</strong> fabril, a cooperativa aposta na<br />

introdução <strong>de</strong> novos produtos <strong>de</strong> valor<br />

acrescentado, nomeadamente no<br />

embalamento <strong>de</strong> queijos fatia<strong>dos</strong> em<br />

novos formatos, leites funcionais e<br />

outros produtos. Esta cooperativa<br />

micaelense produz e coloca no mercado<br />

diversos produtos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o leite<br />

UHT, queijos,<br />

manteiga e sumos.<br />

A Unileite construiu<br />

em 1959 a<br />

sua primeira<br />

fábrica, localizada<br />

na avenida<br />

Príncipe do<br />

Mónaco, em<br />

Ponta Delgada,<br />

tendo nesse ano<br />

laborado cerca<br />

<strong>de</strong> dois milhões<br />

<strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite<br />

e produzido cerca<br />

<strong>de</strong> 92 toneladas <strong>de</strong> manteiga.<br />

Em 2000 inaugurou uma nova unida<strong>de</strong><br />

fabril, nos Arrifes, tendo laborado cerca<br />

<strong>de</strong> 24 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite e<br />

CARLOS CÉSAR: APOIO À UNILEITE<br />

“MOSTRA BOM USO DOS RECURSOS PÚBLICOS”<br />

O presi<strong>de</strong>nte do Governo Regional doa<br />

Açores afirmou que o apoio dado na<br />

ampliação da fábrica da Unileite<br />

<strong>de</strong>monstra "o bom uso <strong>dos</strong> recursos<br />

financeiros públicos". "É, afinal, um<br />

investimento apoiado pelo Governo em<br />

cerca <strong>de</strong> 19 milhões <strong>de</strong> euros, que<br />

mostra o bom uso <strong>dos</strong> nossos recursos<br />

financeiros públicos", referiu Carlos<br />

César no discurso <strong>de</strong> inauguração da<br />

obra <strong>de</strong> expansão da fábrica, que teve<br />

um custo total <strong>de</strong> 30 milhões <strong>de</strong> euros.<br />

Para o chefe do executivo açoriano, a<br />

inauguração do projecto <strong>de</strong> ampliação e<br />

mo<strong>de</strong>rnização tecnológica vai permitir<br />

<strong>à</strong> Unileite melhorar a sua resposta aos<br />

produtores associa<strong>dos</strong>, <strong>à</strong>s exigências <strong>de</strong><br />

mercado e <strong>à</strong> sua própria autonomia,<br />

competitivida<strong>de</strong> e sustentabilida<strong>de</strong>.<br />

"O que conseguimos hoje é que a Unileite<br />

passe a ter a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação<br />

da totalida<strong>de</strong> do leite produzido<br />

pelos seus associa<strong>dos</strong>", referiu,<br />

acrescentando que a cooperativa "po<strong>de</strong><br />

reduzir os volumes envia<strong>dos</strong> para<br />

transformação em pó e aumentar a<br />

valorização do produto que lhe é<br />

entregue pelos seus cooperantes".<br />

Segundo o governante, o "enorme percurso"<br />

da fábrica representa também<br />

"os enormes progressos a to<strong>dos</strong> os<br />

níveis feitos ao longo <strong>de</strong>sta década na<br />

fileira do leite e setor agro-pecuário em<br />

geral". Carlos César recordou que<br />

quando assumiu funções <strong>de</strong> presi<strong>de</strong>nte<br />

do Governo Regional, em 1996, encontrou<br />

uma fábrica "quase a fechar as<br />

portas" e a agricultura "em situação <strong>de</strong><br />

pré-falência", mas sublinhou que, passa-<br />

produzido cerca <strong>de</strong> 12 milhões <strong>de</strong><br />

litros <strong>de</strong> leite UHT, mil toneladas <strong>de</strong><br />

manteiga e mil toneladas <strong>de</strong> queijo.<br />

O ano passado recolheu 148 milhões<br />

<strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite <strong>dos</strong> seus 674 associa-<br />

<strong>dos</strong>, tendo faturado 61 milhões <strong>de</strong><br />

euros e empregado 232 colaboradores,<br />

representando uma quota <strong>de</strong> 42% do<br />

leite recolhido na Ilha <strong>de</strong> São Miguel.<br />

in Açoriano Oriental<br />

<strong>dos</strong> estes ano, o sector mo<strong>de</strong>rnizou-se.<br />

"É mais um bom investimento do<br />

empresariado agrícola, na fileira do<br />

leite, na especialização e valorização<br />

produtiva <strong>dos</strong> Açores, da activida<strong>de</strong><br />

exportadora, enfim, na sustentabilida<strong>de</strong><br />

da nossa economia", sustentou. Carlos<br />

César frisou que o investimento realizado<br />

pela Unileite permitirá diversificar<br />

a produção e optimizar as estruturas<br />

<strong>de</strong> custo da empresa, que "fica dotada<br />

<strong>de</strong> outro e melhor potencial para assegurar<br />

os atuais merca<strong>dos</strong> em que está<br />

implantada e para conquistar novos<br />

merca<strong>dos</strong> <strong>de</strong> exportação".<br />

Para o presi<strong>de</strong>nte da cooperativa, Gil<br />

Jorge, o projecto <strong>de</strong> ampliação da fábrica<br />

"foi arrojado", mas, apesar <strong>dos</strong> tempos<br />

difíceis que se avizinham e do<br />

‘fantasma’ da abolição do regime <strong>de</strong><br />

quotas, o futuro não é temido. "Já arregaçámos<br />

as mangas, preparando com<br />

este projecto outras condições que nos<br />

permitem continuar a inovar e po<strong>de</strong>rmos<br />

ser competitivos em novos merca<strong>dos</strong>",<br />

afirmou Gil Jorge, revelando que<br />

a ampliação a fábrica duplica a capacida<strong>de</strong><br />

instalada. A Unileite, com 674 associa<strong>dos</strong><br />

e 232 colaboradores, passa a ter<br />

capacida<strong>de</strong> para receber 600 mil litros<br />

<strong>de</strong> leite por dia. No último ano, facturou<br />

60 milhões <strong>de</strong> euros.<br />

in Açoriano Oriental<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 31


FARINHA LÁCTEA CERELAC LEVA LEITE DOS AÇORES<br />

À EUROPA E AO MÉDIO ORIENTE<br />

Fernando Carvalho, director <strong>de</strong> marketing<br />

do <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> nutrição<br />

materno-infantil da Nestlé, esteve em<br />

São Miguel para contactar directamente<br />

com alguns <strong>dos</strong> produtores selecciona<strong>dos</strong><br />

que trabalham em exclusivo para a<br />

fábrica da Nestlé na ilha.<br />

O leite é transformado em pó nos<br />

Açores e enviado para a fábrica <strong>de</strong><br />

Avanca - no distrito <strong>de</strong> Aveiro - on<strong>de</strong> é<br />

utilizado como ingrediente, juntamente<br />

com o trigo <strong>de</strong> produtores alentejanos<br />

seleciona<strong>dos</strong>, para fabricar a famosa<br />

papa “Cerelac”, conhecida <strong>de</strong> muitas<br />

gerações <strong>de</strong> pais portugueses.<br />

Um produto genuinamente português,<br />

numa época, refere Fernando Carvalho,<br />

em que as pessoas “mais ainda dão<br />

importância ao que é produzido em<br />

Portugal porque contribui para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da economia do país”.<br />

Açoriano Oreintal (AO): O leite açoriano<br />

é utilizado, no seio da Nestlé<br />

em Portugal, para a linha <strong>de</strong> produtos<br />

materno-infantis, aquela que<br />

mais cuida<strong>dos</strong> exige. Este é um sinal<br />

da qualida<strong>de</strong> do produto açoriano?<br />

Fernando Carvalho (FC): Tanto os<br />

leites <strong>de</strong> substituição do leite materno,<br />

como os restantes alimentos infantis<br />

são, <strong>de</strong> facto, o grupo <strong>de</strong> produtos<br />

<strong>de</strong>ntro da Nestlé que requer mais cuida<strong>dos</strong><br />

porque se <strong>de</strong>stinam a um grupo<br />

populacional, os bebés, que é muito<br />

sensível.<br />

Por exemplo, para uma papa como a<br />

“Cerelac”, nós não po<strong>de</strong>mos utilizar<br />

um trigo produzido em qualquer local.<br />

Temos <strong>de</strong> utilizar um trigo com um<br />

32 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

baixo teor <strong>de</strong> pesticidas, específico para<br />

a alimentação infantil. Os nossos produtores<br />

têm, por isso, <strong>de</strong> ter o cuidado<br />

<strong>de</strong> não haver produção <strong>à</strong> volta, num<br />

raio <strong>de</strong> uns tantos quilómetros.<br />

Quanto ao leite açoriano, nós temos<br />

em geral a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que o leite produzido<br />

aqui é <strong>de</strong> excelente qualida<strong>de</strong> e o<br />

resultado <strong>de</strong> um tipo <strong>de</strong> pastoreio único<br />

que <strong>de</strong>termina uma muito boa qualida<strong>de</strong>,<br />

que só vamos encontrar na Nova<br />

Zelândia (do outro lado do mundo). E<br />

é muito importante termos nos Açores,<br />

o que não acontece noutros locais,<br />

uma fábrica da Nestlé que faz a sua<br />

transformação. A fábrica não transforma<br />

apenas leite em pó para a<br />

“Cerelac”... Também o faz para outros<br />

produtos, mas uma boa parte é para a<br />

“Cerelac” e, para nós, é fundamental<br />

que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a origem - o produtor - o<br />

ingrediente seja o<br />

da melhor qualida<strong>de</strong><br />

possível.<br />

Porque em termos<br />

<strong>de</strong> alimentos<br />

para bebés, fazemos<br />

questão <strong>de</strong><br />

conhecer quem<br />

produz na origem<br />

e fazemos questão<br />

também que<br />

ele saiba disso,<br />

ou seja, que está<br />

a produzir uma<br />

matéria-prima<br />

para ser utilizada<br />

em alimentos<br />

para bebés, que<br />

são um grupo muito sensível. Isso faz<br />

com que os produtores também se<br />

responsabilizem mais por entregar a<br />

melhor qualida<strong>de</strong> possível. E senti o<br />

orgulho <strong>dos</strong> produtores açorianos em<br />

po<strong>de</strong>rem contribuir para a elaboração<br />

da papa mais famosa <strong>de</strong> Portugal.<br />

AO: Qual é o papel da fábrica da<br />

Nestlé em S. Miguel neste processo?<br />

FC: É uma fábrica intermédia que,<br />

essencialmente, transforma o leite cru<br />

em leite em pó, que <strong>de</strong>pois é enviado<br />

para as diversas fábricas da Nestlé.<br />

Mas o papel da fábrica açoriana não<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser essencial, porque se o leite<br />

é <strong>de</strong> extrema qualida<strong>de</strong> <strong>à</strong> chegada, ele<br />

tem <strong>de</strong> ser também <strong>de</strong> extrema qualida<strong>de</strong><br />

<strong>à</strong> saída da fábrica. E quando o<br />

recebemos na nossa maior fábrica em<br />

Portugal, a <strong>de</strong> Avanca, é absolutamente<br />

fundamental que a papa “Cerelac” seja<br />

feita com o melhor leite que existe.<br />

AO: O leite produzido aqui nos Açores<br />

tem um bom potencial <strong>de</strong> exportação<br />

no seio do universo Nestlé?<br />

FC: Ao nível da “Cerelac”, produzimos<br />

para vários países da Europa, com <strong>de</strong>staque<br />

para Espanha, bem como para<br />

alguns países do Médio Oriente.<br />

E apesar <strong>de</strong> termos fábricas noutros<br />

países, há receitas que só são fabricadas<br />

em Portugal, na fábrica <strong>de</strong> Avanca, que<br />

recebe o leite em pó <strong>dos</strong> Açores.<br />

AO: A Nestlé investiu recentemente<br />

na sua fábrica nos Açores. Quer isto<br />

dizer que a aposta no leite açoriano<br />

é para manter ou até incrementar?<br />

FC: Temos nos Açores uma fábrica que<br />

é muito importante, quer para a Região,<br />

quer para a Nestlé, pois fornece-a com<br />

uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leite importante<br />

para outras fábricas.<br />

Está inclusivamente previsto um incremento<br />

da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leite que é aqui<br />

transformado nos Açores.<br />

AO: Quando se fala em fechos <strong>de</strong><br />

fábricas um pouco por todo o país,<br />

este é um risco que não existe para<br />

a Nestlé nos Açores...<br />

FC: Não existe este risco e bem pelo<br />

contrário, a tendência será para reforçar<br />

até a nossa posição...<br />

AO: Recorrendo a um grupo muito<br />

pequeno <strong>de</strong> produtores selecciona<strong>dos</strong><br />

em exclusivo...<br />

FC: Os produtores que fornecem a<br />

fábrica da Nestlé estão to<strong>dos</strong> perfeitamente<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> e obviamente são<br />

pessoas com quem estabelecemos uma<br />

relação <strong>de</strong> longo prazo, uma relação -<br />

<strong>de</strong>preendo das conversas que tenho<br />

com eles - em que ambos ganham, porque<br />

a Nestlé obtém um produto <strong>de</strong> alta<br />

qualida<strong>de</strong> e, em compensação, apoia e<br />

forma estes produtores no sentido <strong>de</strong><br />

que cada litro <strong>de</strong> leite entregue diariamente<br />

na fábrica (por ano são ali transforma<strong>dos</strong><br />

70 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite)<br />

tenha padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> em linha<br />

com os nossos padrões.<br />

Na Nestlé, a nível global e nacional,<br />

procuramos inclusivamente estabelecer<br />

padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> acima do que a<br />

própria legislação nos obriga, seja nas<br />

fábricas, seja nos produtos, seja nas<br />

normas internas. Porque é isso que vai<br />

<strong>de</strong>terminar a imagem que esta marca<br />

foi criando ao longo <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 145<br />

anos.<br />

in Açoriano Oriental


AÇORES PRODUZEM MAIS 28 MILHÕES DE LITROS<br />

Continua a ocorrer um autêntico<br />

‘boom’ na produção <strong>de</strong> leite nos Açores.<br />

De Janeiro a Abril <strong>de</strong>ste ano, a<br />

produção <strong>de</strong> leite aumentou na or<strong>de</strong>m<br />

<strong>dos</strong> 18% em relação a igual período do<br />

ano passado, passando <strong>de</strong> 179.950 mil<br />

litros para 208.858 mil litros. Esta evolução<br />

representa um crescimento <strong>de</strong><br />

mais 28.907,9 mil litros em quatro<br />

meses – um aumento médio mensal <strong>de</strong><br />

7,3 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite.<br />

Este crescimento ocorreu, sobretudo,<br />

nas ilhas <strong>de</strong> São Miguel e Terceira, mas<br />

também em São Jorge, na Graciosa, no<br />

Faial e no Pico. Só na ilha das Flores é<br />

que ocorreu uma quebra <strong>de</strong> produção<br />

nos primeiros quatro meses do ano.<br />

O maior aumento na produção <strong>de</strong><br />

leite ocorreu na ilha Terceira, passando<br />

<strong>de</strong> 49 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite <strong>de</strong><br />

Janeiro a Abril <strong>de</strong> 2011 para 65 milhões<br />

<strong>de</strong> litros no mesmo período <strong>de</strong>ste ano.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um aumento <strong>de</strong> produção<br />

na or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 15,9 milhões <strong>de</strong> litros,<br />

“OS AÇORES FICAM MAIS RICOS...”<br />

A Unileite é uma cooperativa e qualquer<br />

compensação melhor aos produtos<br />

é interessante. Este ano foi muito<br />

bom em termos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> erva e<br />

os produtores aproveitaram e tiraram<br />

mais leite. Para a cooperativa é bom,<br />

porque é uma cooperativa em crescimento<br />

e vem ajudar <strong>à</strong> sustentabilida<strong>de</strong><br />

do novo projecto que foi agora inaugurado,<br />

refere Gil Jorge Oliveira, presi<strong>de</strong>nte<br />

daquela União <strong>de</strong> Cooperativas.<br />

Havendo mais produção, a tendência é<br />

haver mais exportação e trazer mais<br />

riqueza para os Açores o que é bom<br />

para to<strong>dos</strong>, porque os países precisam<br />

neste momento <strong>de</strong> exportar mais, porque<br />

quando se exporta trazemos<br />

dinheiro para a região. Quando se produz<br />

mais há mais rendimento para os<br />

produtores e para a região. A questão<br />

<strong>dos</strong> produtos estrangeiros que entram<br />

no mercado nacional e regional é preocupante<br />

porque são exce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s países e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s produções,<br />

e 10% <strong>de</strong>les vem-nos fazer frente.<br />

Quando esses produtos chegam a Portugal<br />

a preços muito baixos, com preços<br />

quase abaixo do custo <strong>de</strong> produção<br />

é preocupante e isso acontece quando<br />

há muitos produtos a nível europeu<br />

isso acontece. Este ano como houve<br />

uma média <strong>de</strong> 3,98 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong><br />

leite por mês.<br />

Na ilha <strong>de</strong> São Miguel a produção <strong>de</strong><br />

leite aumentou <strong>de</strong> 113.645,7 mil litros<br />

<strong>de</strong> leite nos primeiros quatro meses <strong>de</strong><br />

2011 para 124.949 mil litros <strong>de</strong> Janeiro<br />

a Abril <strong>de</strong>ste ano, um crescimento da<br />

produção na or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 11.303 mil<br />

euros, uma média <strong>de</strong> 2.825,8 mil litros<br />

por mês.<br />

Em São Jorge a produção <strong>de</strong> leite passou<br />

<strong>de</strong> sete milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite<br />

<strong>de</strong> Janeiro a Abril do ano passado para<br />

oito milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite no mesmo<br />

período <strong>de</strong> tempo do ano em curso,<br />

um aumento na produção <strong>de</strong> um<br />

milhão e 23 mil litros, uma média mensal<br />

<strong>de</strong> aumento na or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 255,7 mil<br />

litros por mês.<br />

Na ilha do Pico a produção <strong>de</strong> leite <strong>de</strong><br />

Janeiro a Abril <strong>de</strong> 2011 foi na or<strong>de</strong>m<br />

<strong>dos</strong> 2.725 mil litros <strong>de</strong> leite, passando,<br />

no mesmo período <strong>de</strong> tempo, para<br />

3.122 mil litros, um aumento <strong>de</strong> produ-<br />

muita produção, não só a nível Açores<br />

mas também a nível Europeu afecta-nos<br />

ainda mais.<br />

No que diz respeito <strong>à</strong> abolição das<br />

quotas, há aqui uma gran<strong>de</strong> preocupação.<br />

Portugal e os Açores sempre<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram que não houvesse abolição<br />

das quotas e neste momento já se<br />

começa a notar outros países que se<br />

estão a juntar a nós e começam a<br />

aumentar as expectativas que o fim das<br />

quotas po<strong>de</strong> não acontecer. Nunca<br />

<strong>de</strong>vemos <strong>de</strong>sistir e <strong>de</strong>vemos ficar até <strong>à</strong><br />

última hora na expectativa que isso<br />

possa acontecer. Penso que já há 3 ou<br />

4 países que já se juntaram a Portugal e<br />

já se começa a aumentar a pequena<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> haver uma nova medida.<br />

Nos Açores sempre que se produ-<br />

ção <strong>de</strong> 396,7 mil litros <strong>de</strong> leite, um<br />

crescimento médio <strong>de</strong> 99 mil litros por<br />

mês.<br />

Na ilha do Faial a produção <strong>de</strong> leite nos<br />

primeiros quatro meses <strong>de</strong> 2011 foi <strong>de</strong><br />

4.166,3 mil litros passando, <strong>de</strong> Janeiro a<br />

Abril <strong>de</strong>ste ano, para 4.433 mil litros <strong>de</strong><br />

leite, um aumento <strong>de</strong> 266,7 mil litros,<br />

uma média mensal <strong>de</strong> mais 66 mil litros.<br />

Também na Graciosa cresceu a produção<br />

<strong>de</strong> leite. De Janeiro a Abril do ano<br />

passado a produção foi <strong>de</strong> 2.896 mil<br />

litros <strong>de</strong> leite, passando nos mesmos<br />

quatro meses <strong>de</strong>ste ano para 2.928,9<br />

mil litros, um aumento <strong>de</strong> 32.468 litros,<br />

uma média <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> 8.117<br />

litros por mês.<br />

A produção <strong>de</strong> leite <strong>de</strong>cresceu nos<br />

Açores apenas na ilha das Flores. Nos<br />

primeiros quatro meses <strong>de</strong> 2011 a<br />

lavoura florentina produziu 401.757<br />

litros <strong>de</strong> leite passando para uma produção<br />

<strong>de</strong> 332,695 litros <strong>de</strong> Janeiro a<br />

Abril <strong>de</strong>ste ano, um <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong><br />

17.265 litros.<br />

in Correio <strong>dos</strong> Açores<br />

zir mais e com qualida<strong>de</strong> é bom para a<br />

região e para os produtores da região.<br />

“Qualida<strong>de</strong> é palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m”<br />

Este aumento da produção é positivo<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a indústria acabe por transformar<br />

e comercializar todo o produto.<br />

O único sector que tem aumentado a<br />

produção é o sector agrícola e o sector<br />

leiteiro, que é aquele que tem mais<br />

impacto na nossa economia. Este<br />

aumento <strong>de</strong> produção tem a ver com<br />

as condições climatéricas no Inverno<br />

que levou a muita produção <strong>de</strong> erva e<br />

<strong>dura</strong>nte muito tempo o preço do leite<br />

esteve equilibrado, o que fez com que<br />

houvesse um aumento excelente da<br />

produção, indica Jorge Rita, presi<strong>de</strong>nte<br />

da <strong>Associação</strong> Agrícola <strong>de</strong> São Miguel.<br />

Este gran<strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> produção é<br />

muito positivo aten<strong>de</strong>ndo a que também<br />

os agricultores nacionais têm vindo<br />

a baixar a produção em algumas<br />

regiões. O que precisamos é <strong>de</strong> produzir<br />

com qualida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> forma sustentada<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a indústria também<br />

consiga transformar e comercializar<br />

todo o leite recebido e é um sinal muito<br />

positivo que este aumento <strong>de</strong> produção<br />

possa ter reflexos no incremento<br />

<strong>de</strong> novos merca<strong>dos</strong> a nível nacional<br />

e até internacional.<br />

O mercado nacional é um mercado<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 33


aberto aos produtos regionais, com<br />

uma aceitação extraordinária, e penso<br />

que a internacionalização também <strong>de</strong>ve<br />

continuar pelo que as indústrias <strong>de</strong>vem<br />

procurar sempre estes merca<strong>dos</strong> para<br />

darem valor acrescentado aos produtos<br />

da região.<br />

Ainda não sabemos que impacto po<strong>de</strong><br />

ter a abolição das quotas leiteiras, principalmente<br />

nos países do Sul da Europa<br />

e nos mais periféricos. Temos consciência<br />

que <strong>de</strong>vido <strong>à</strong> nossa pequena<br />

dimensão esta abolição po<strong>de</strong> trazer<br />

questões que po<strong>de</strong>m ser complicadas<br />

no futuro mas temos <strong>de</strong> trabalhar com<br />

esse cenário no sentido <strong>de</strong>, em conjunto,<br />

po<strong>de</strong>rmos ultrapassar essa situação.<br />

À produção compete produzir com<br />

qualida<strong>de</strong> e correspon<strong>de</strong>mos a to<strong>dos</strong><br />

os <strong>de</strong>safios, compete ao governo regional<br />

criar mais e melhores infraestruturas<br />

e <strong>à</strong> indústria compete valorizar os<br />

nossos produtos no mercado.<br />

A lavoura “está a fazer<br />

o trabalho bem feito...”<br />

Tudo o que for aumentos, que signifiquem<br />

aumento <strong>de</strong> rendimentos ao produtor,<br />

é positivo. Se a produção <strong>de</strong><br />

leite está a aumentar é porque da parte<br />

da lavoura o trabalho está a ser bem<br />

feito e estamos a produzir mais e<br />

melhor. Neste momento nos Açores, e<br />

em São Miguel, a qualida<strong>de</strong> do leite tem<br />

melhorado. O trabalho da produção<br />

está a ser feito e bem feito, a indústria<br />

tem feito o possível e há gran<strong>de</strong>s inovações<br />

por parte <strong>de</strong> algumas indústrias<br />

mas era bom que todas essas inovações<br />

fizessem passar mais algum rendimento<br />

ao produtor, explica Hélio Carreiro, da<br />

<strong>Associação</strong> <strong>dos</strong> Jovens Agricultores<br />

Micaelenses.<br />

Uma expectativa que temos é o retorno<br />

da chamada sazonalida<strong>de</strong> que nos foi<br />

retirada há alguns meses atrás, <strong>de</strong> forma<br />

a fazer face <strong>à</strong>s <strong>de</strong>spesas já que<br />

to<strong>dos</strong> os factores <strong>de</strong> produção têm<br />

aumentado <strong>de</strong> forma flagrante, o que<br />

po<strong>de</strong>rá ser preocupante para gran<strong>de</strong><br />

parte <strong>dos</strong> produtores. Se o preço do<br />

produto se mantiver, face <strong>à</strong>quilo que<br />

estamos a usar para o produzir, gran<strong>de</strong><br />

parte das explorações vão ter problemas.<br />

Penso que o problema do fim das quotas<br />

não será fácil <strong>de</strong> resolver, apesar <strong>de</strong><br />

já haver mais países a fazer pressão<br />

“FIM DAS QUOTAS PODE SER CATASTRÓFICO..:”<br />

Anselmo Pires, presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong><br />

<strong>dos</strong> Jovens Agricultores Terceirenses<br />

(AJAT), refere que o <strong>de</strong>smantelamento<br />

do regime comunitário <strong>de</strong> quotas<br />

leiteiras po<strong>de</strong> ser catastrófico para a<br />

produção <strong>de</strong> leite nos Açores .<br />

Gazeta Rural (GR): Qual a situação<br />

da agricultura na Ilha Terceira?<br />

Anselmo Pires (AP): Neste momento,<br />

a situação da agricultura na ilha, e não<br />

só, é bastante complexa. Os consumidores<br />

optaram por uma prática <strong>de</strong> contenção<br />

nos gastos com a alimentação,<br />

procurando assim produtos mais baratos,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da sua qualida<strong>de</strong><br />

e origem, o que para a nossa região<br />

é muito <strong>de</strong>svantajoso pois o dinheiro<br />

em vez <strong>de</strong> circular por cá acaba por ir<br />

para o exterior. Desta forma, esta<br />

situação torna-se uma ca<strong>de</strong>ia em que o<br />

comércio é insuficiente para a indústria<br />

e esta, por sua vez, influencia os produtores<br />

e os preços <strong>dos</strong> produtos. [...]<br />

34 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

GR: Como olha para a futuro PAC,<br />

nomeadamente os cortes que se adivinham<br />

para o sector do leite?<br />

AP: Será muito complicado para os<br />

nossos produtores <strong>de</strong> leite, pois se não<br />

houver outras políticas que compensem<br />

estes cortes, os rendimentos certamente<br />

serão mais reduzi<strong>dos</strong>, nulos ou<br />

até mesmo negativos, o que provoca<br />

uma <strong>de</strong>smotivação generalizada e abandono<br />

da activida<strong>de</strong>. Neste momento a<br />

nossa produção <strong>de</strong> leite representa 30<br />

a 35% a nível nacional (com tendência a<br />

aumentar) para uma área <strong>de</strong> aproximadamente<br />

2,5% do território. Desta forma,<br />

a bovinicultura <strong>de</strong> leite na nossa<br />

Região <strong>de</strong>ve receber um maior <strong>de</strong>staque<br />

a nível nacional e europeu, para<br />

que não se reduza apenas aos gran<strong>de</strong>s<br />

produtores. [...]<br />

GR: Esta proposta, assim como o fim<br />

das quotas, po<strong>de</strong> vir a dificultar a<br />

sobrevivência do sector?<br />

para que as quotas não acabem. Concordo<br />

com a continuida<strong>de</strong> do sistema<br />

<strong>de</strong> quotas, mas julgo que <strong>de</strong>via haver da<br />

parte <strong>dos</strong> nossos governantes maior<br />

atenção para que começassem a usar<br />

políticas <strong>de</strong> futuro e não políticas do<br />

presente, que é apenas o que se vê<br />

actualmente.<br />

As populações estão a procurar sempre<br />

os produtos mais baratos e é complicado<br />

para as fábricas gerarem rendimento<br />

com produtos <strong>de</strong> baixo valor. É<br />

verda<strong>de</strong> que temos produtos <strong>de</strong> valor<br />

acrescentado, temos uma Marca Açores<br />

em que se <strong>de</strong>via apostar mais. A<br />

maioria do produto <strong>dos</strong> Açores é colocado<br />

no mercado nacional mas talvez<br />

se <strong>de</strong>va trabalhar mais certos nichos <strong>de</strong><br />

mercado com produtos específicos e<br />

tentar colocá-los em outros países.<br />

Ainda há muito a fazer nesse sentido.<br />

in Correio <strong>dos</strong> Açores<br />

AP: Sem dúvida. Alguns objectivos da<br />

PAC estão a ser esqueci<strong>dos</strong>. A estabilização<br />

<strong>de</strong> merca<strong>dos</strong>, garantir um bom<br />

nível <strong>de</strong> vida <strong>à</strong> população agrícola,<br />

garantir preços razoáveis ao consumidor<br />

e gerar uma preferência pelos produtos<br />

regionais, são aspectos que <strong>de</strong>veriam<br />

ser leva<strong>dos</strong> em conta e não serem<br />

postos <strong>de</strong> lado, pois levariam <strong>à</strong> motivação<br />

<strong>dos</strong> produtores que veriam, também,<br />

o seu trabalho a ser recompensado<br />

e, além disso, geraria um interesse<br />

nos jovens a ingressar na agricultura,<br />

sobretudo na bovinicultura <strong>de</strong> leite que<br />

é a nossa principal área. [...]<br />

GR: Com esta situação, que futuro<br />

terá o sector agrícola nos Açores?<br />

AP: O futuro não se avizinha muito<br />

risinho. Contudo não <strong>de</strong>vemos baixar<br />

os braços e per<strong>de</strong>r as esperanças. Ainda<br />

se verificam muitas in<strong>de</strong>finições e<br />

exemplo disto é o fim das quotas e o<br />

tratado do Mercosul... Há que apostar<br />

na diferenciação <strong>dos</strong> produtos.<br />

in Gazeta Rural


QUE MODELO PARA A AGRICULTURA AÇORIANA<br />

NOS PÓS QUOTAS LEITEIRAS?<br />

O diário Açoriano Oriental realizou<br />

uma entrevista 'simultânea' com os<br />

principais candidatos <strong>à</strong> futura presidência<br />

do Governo Regional <strong>dos</strong> Açores.<br />

Assim, o ex-secretário Regional da<br />

Agricultura e da Economia, Vasco Cor<strong>de</strong>iro,<br />

candidato pelo PS/Açores e a expresi<strong>de</strong>nte<br />

da Câmara <strong>de</strong> Ponta Delgada,<br />

Berta Cabral, candidata<br />

pelo PSD/Açores <strong>de</strong>ram<br />

resposta a um mesmo conjunto<br />

<strong>de</strong> perguntas.<br />

Entre estas, <strong>de</strong>staque para<br />

uma mais relacionada com o<br />

sector agrícola e com a fileira<br />

do leite:<br />

Que mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> para<br />

o sector agrícola após o<br />

fim do regime <strong>de</strong> quotas<br />

leiteiras, a partir <strong>de</strong> 2015?<br />

Vasco Cor<strong>de</strong>iro: Temos <strong>de</strong><br />

manter a <strong>de</strong>fesa intransigente do regime<br />

<strong>de</strong> quotas, mas temos, simultaneamente,<br />

<strong>de</strong> preparar o dia seguinte, caso<br />

avance o <strong>de</strong>smantelamento proposto<br />

por Bruxelas. Os produtores souberam<br />

sempre respon<strong>de</strong>r <strong>de</strong> forma extraordinária<br />

aos <strong>de</strong>safios com que foram sendo<br />

sucessivamente confronta<strong>dos</strong>, tanto<br />

na quantida<strong>de</strong>, como na qualida<strong>de</strong>.<br />

Acreditamos que o Governo da República<br />

está a <strong>de</strong>senvolver esforços, mas<br />

temos preparar o dia seguinte, que só<br />

po<strong>de</strong> ser melhor se a nossa aposta<br />

passar pelo aumento da competitivida<strong>de</strong><br />

das explorações, pela valorização<br />

<strong>dos</strong> produtos na transformação e pela<br />

melhoria <strong>dos</strong> sectores <strong>de</strong> comercialização.<br />

Esse é o caminho que temos <strong>de</strong> pros-<br />

seguir, reforçando as mais-valias <strong>de</strong><br />

uma produção ambientalmente equilibrada,<br />

apostando num estatuto sanitário<br />

<strong>de</strong> excelência, garantindo apoio<br />

financeiro aos projetos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnização<br />

das explorações, apostando na<br />

formação profissional <strong>dos</strong> agricultores<br />

e no seu rejuvenescimento, apoiando as<br />

indústrias que promovam a eficiência, a<br />

evolução tecnológica e novas respostas<br />

aos merca<strong>dos</strong>.<br />

Teremos, ainda, <strong>de</strong> reforçar o investimento<br />

público para dotar as explorações<br />

agrícolas <strong>de</strong> melhores acessos, <strong>de</strong><br />

água corrente e <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>. Todo o<br />

investimento nos caminhos, água e luz<br />

contribui para a melhoria das condições<br />

<strong>de</strong> trabalho, da qualida<strong>de</strong> das produções<br />

e para o rendimento das explorações.<br />

Berta Cabral: Nós não damos esta<br />

batalha como perdida, mas estamos<br />

cientes do beco a que os responsáveis<br />

socialistas conduziram esta questão das<br />

quotas leiteiras. O setor agroalimentar<br />

da economia açoriana é aquele que, <strong>de</strong><br />

modo rápido e seguro, po<strong>de</strong> contrariar<br />

INCENTIVADA CERTIFICAÇÃO DA MANTEIGA DOS AÇORES<br />

O Governo <strong>dos</strong> Açores tem incentivado<br />

a indústria <strong>de</strong> lacticínios da Região<br />

para certificar, nomeadamente, a manteiga<br />

regional. O executivo açoriano<br />

sublinha que os produtos regionais<br />

“têm sido sensibiliza<strong>dos</strong> para certificarem<br />

os seus produtos”.<br />

O governo anuncia, em sequência, que<br />

tem contactado os produtores regionais<br />

<strong>de</strong> manteiga “a quem foi manifestada<br />

toda a disponibilida<strong>de</strong> do IAMA para<br />

os apoiar tecnicamente na qualificação<br />

comunitária do produto, num processo<br />

que, sendo bem-sucedido, atribuirá a<br />

qualificação aos produtores aprova<strong>dos</strong><br />

pelo Agrupamento Gestor, ou seja,<br />

aqueles que cumpram o disposto no<br />

ca<strong>de</strong>rno <strong>de</strong> especificações e que se<br />

submetam ao controlo realizado pelo<br />

Organismo <strong>de</strong> Controlo”.<br />

A base jurídica da protecção das Indicações<br />

Geográficas Protegidas e Denominações<br />

<strong>de</strong> Origem Protegida para os<br />

produtos regionais têm <strong>de</strong> ser propostas<br />

por organizações <strong>de</strong> produtores.<br />

in Correio <strong>dos</strong> Açores<br />

o <strong>de</strong>semprego, promover a fixação <strong>de</strong><br />

pessoas, criar riqueza, contribuir para o<br />

reassumir <strong>de</strong> valores sociais e reforçar<br />

a nossa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. A agricultura assume-se<br />

como um <strong>dos</strong> principais motores<br />

da recuperação económica da Região.<br />

O leite, a carne, a horticultura, a fruticultura,<br />

a floricultura, e todas as produções<br />

locais merecem ser qualificadas<br />

pela ciência, publicitadas em favor da<br />

saú<strong>de</strong> humana e fazerem parte da solução<br />

sustentável <strong>dos</strong> Açores. Vamos<br />

acompanhar os merca<strong>dos</strong>,<br />

perceber a formação<br />

<strong>dos</strong> preços e fazer<br />

a necessária regulação.<br />

Vamos promover e<br />

dinamizar os merca<strong>dos</strong><br />

<strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> e as<br />

ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> abastecimento<br />

curtas. Vamos<br />

transferir funções para<br />

as Organizações <strong>de</strong><br />

Produtores. O Governo<br />

tem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong><br />

competir com as Associações<br />

Agrícolas. Vamos criar uma<br />

representação em Bruxelas, com representantes<br />

<strong>dos</strong> agricultores que possam<br />

acompanhar e influenciar os processos<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão comunitários.<br />

O próximo Quadro Comunitário <strong>de</strong><br />

Apoio <strong>de</strong>ve ser firmemente preparado<br />

nos Açores, pois a agricultura posiciona<br />

-se como um valor estratégico e um<br />

bem comum para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da Região. As políticas consubstanciadas<br />

nos Fun<strong>dos</strong> Comunitários, na Política<br />

Agrícola Comum e nos Programas<br />

POSEI têm que aprofundar o seu conceito<br />

<strong>de</strong> proximida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> integração.<br />

Só assim serão aceites as especificida<strong>de</strong>s<br />

das regiões ultraperiféricas.<br />

in Açoriano Oriental<br />

INSULAC AUMENTA LEITE<br />

A Insulac, uma das principais indústrias<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Miguel, vai subir o preço do<br />

leite, num aumento que varia entre<br />

cinquenta cêntimos e um euro por<br />

cada cem litros. A <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> aumentar<br />

o preço do leite ao produtor tem<br />

como principal objetivo contrariar a<br />

fuga <strong>de</strong> fornecedores, segundo admitiu<br />

a empresa. Jorge Costa Leite, diz mesmo<br />

que as outras indústrias só conseguem<br />

pagar mais porque fizeram investimentos<br />

com eleva<strong>dos</strong> apoios públicos.<br />

in Açoriano Oriental<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 35


PRODUTORES CONCORDAM COM A NEGOCIAÇÃO<br />

A existência <strong>de</strong> uma negociação colectiva<br />

e obrigatória para a venda do leite<br />

<strong>dos</strong> produtores e indústria, <strong>de</strong>fendida<br />

pela Ministra da Agricultura (ver páginas<br />

19 e 20), foi bem recebida pela<br />

maior associação <strong>de</strong> produtores <strong>dos</strong><br />

Açores. Jorge Rita, presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong><br />

Agrícola <strong>de</strong> São Miguel (ASSM),<br />

consi<strong>de</strong>ra que os representantes <strong>dos</strong><br />

produtores <strong>de</strong>vem ser as associações<br />

que tem força para negociar com a<br />

indústria. “As associações é que <strong>de</strong>vem<br />

negociar com os transformadores <strong>de</strong><br />

leite, porque se existir uma gran<strong>de</strong> divisão<br />

<strong>de</strong> negociações po<strong>de</strong>rá não ser<br />

benéfico para os produtores”, salienta<br />

Jorge Rita, acrescentando que uma<br />

negociação colectiva po<strong>de</strong>rá representar<br />

um preço <strong>de</strong> leite mais elevado para<br />

os agricultores. Actualmente já existe<br />

um sistema <strong>de</strong> negociação entre as<br />

indústrias e associações que representam<br />

produtores <strong>de</strong> leite, mas a proposta<br />

da Ministra da Agricultura <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

que essa negociação se transforme num<br />

PRODUTORES AGUARDAM PAGAMENTO DO RESGATE<br />

Os agricultores inscritos no resgate<br />

leiteiro <strong>de</strong>ste ano ainda não receberam<br />

a primeira anuida<strong>de</strong> da in<strong>de</strong>mnização<br />

para abandonarem <strong>de</strong>finitivamente a<br />

produção <strong>de</strong> leite. Os 78 candidatos<br />

aprova<strong>dos</strong>, são explorações agrícolas<br />

ina<strong>de</strong>quadas do ponto <strong>de</strong> vista económico<br />

e a atribuição do resgate leiteiro<br />

é uma forma <strong>de</strong> promover a reestruturação<br />

do sector do leite.<br />

Uma portaria da Secretaria Regional da<br />

Agricultura e Florestas indica que os<br />

pagamentos são efetua<strong>dos</strong> a partir <strong>de</strong><br />

15 <strong>de</strong> Junho e não <strong>de</strong>fine uma data limite<br />

para a realização do pagamento. “Os<br />

agricultores até 31 <strong>de</strong> Março tiveram<br />

<strong>de</strong> se <strong>de</strong>sfazer <strong>de</strong> toda a produção. A<br />

portaria indica os pagamentos a partir<br />

<strong>de</strong> 15 <strong>de</strong> Junho, mas a expectativa é<br />

que as pessoas recebam o dinheiro a<br />

que têm direito a partir <strong>de</strong> 15 <strong>de</strong><br />

Junho”, afirma Jorge Rita, presi<strong>de</strong>nte da<br />

<strong>Associação</strong> Agrícola <strong>de</strong> São Miguel.<br />

O representante <strong>dos</strong> agricultores<br />

“consi<strong>de</strong>ra que faz todo o sentido que<br />

a secretaria da Agricultura faça to<strong>dos</strong><br />

os esforços para realizar o pagamento<br />

aos agricultores que começam a sentir<br />

algumas dificulda<strong>de</strong>s”. Jorge Rita salienta<br />

que “alguns agricultores já contacta-<br />

36 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

contrato obrigatório para permitir ajustar<br />

a oferta <strong>à</strong> procura. A AASM consi<strong>de</strong>ra<br />

que a negociação do preço do<br />

leite <strong>de</strong>verá ser efectuado por um<br />

período mínimo <strong>de</strong> seis meses. Jorge<br />

Rita consi<strong>de</strong>ra que esta medida vai<br />

obrigar a indústria a ouvir a produção,<br />

mas o lí<strong>de</strong>r da <strong>Associação</strong> vai mais longe<br />

e preten<strong>de</strong> sentar na mesma mesa a<br />

gran<strong>de</strong> distribuição.<br />

“Só existe transparência quando todas<br />

as propostas estiveram salvaguardas. É<br />

preciso saber quando o leite <strong>à</strong> produção,<br />

indústria e distribuição. A transparência<br />

do sector vai permitir dividir<br />

toda a riqueza criada pela fileira do<br />

leite”, salientou.<br />

Hélio Carreiro, presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong><br />

<strong>de</strong> Jovens Agricultores Micaelenses,<br />

consi<strong>de</strong>ra que a intenção <strong>de</strong> realizar um<br />

contrato entre a produção e indústria<br />

“não é uma i<strong>de</strong>ia nova” e coloca algumas<br />

dúvidas na concretização <strong>dos</strong> contratos<br />

porque “existem meses com<br />

mais produção”. No entanto, aceita a<br />

ram a <strong>Associação</strong> Agrícola porque per<strong>de</strong>ram<br />

as fontes <strong>de</strong> receita e ainda não<br />

receberam o pagamento do resgate<br />

leiteiro”. Para os agricultores envolvi<strong>dos</strong><br />

neste resgate leiteiro “a situação<br />

ainda está a ser mais incómoda” porque<br />

se já tinham poucas receitas passaram a<br />

nenhumas”, em virtu<strong>de</strong> do atraso no<br />

pagamento da in<strong>de</strong>mnização para abandonarem<br />

a produção <strong>de</strong> leite até ao dia<br />

31 <strong>de</strong> março.<br />

Governo garante pagamento<br />

A Secretaria Regional da Agricultura e<br />

Florestas informou que “todo o processo<br />

administrativo do resgate leiteiro<br />

está concluído e os controlos também<br />

foram efectua<strong>dos</strong>”, acrescentando ainda<br />

que “a respectiva documentação já foi<br />

enviada para a contabilida<strong>de</strong> pública<br />

para pagamento”. No entanto, o governo<br />

não indica uma data previsível para a<br />

concretização do pagamento aos agricultores.<br />

Em resposta a um requerimento<br />

apresentado pelo <strong>de</strong>putado<br />

Pedro Medina, do CDS/PP, o Governo<br />

Regional explica que vai gastar este ano<br />

um milhão <strong>de</strong> euros com o pagamento<br />

da primeira anuida<strong>de</strong> do resgate leiteiro<br />

a 78 produtores <strong>de</strong> leite.<br />

in Açoriano Oriental<br />

criação <strong>de</strong> um mecanismo <strong>de</strong> controle<br />

após o final das quotas para garantir “a<br />

estabilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> produtores”.<br />

Na sua opinião, a gran<strong>de</strong> distribuição<br />

também <strong>de</strong>verá ser convocada para a<br />

mesa das negociações porque “são<br />

parte importante do negócio do leite”.<br />

Defen<strong>de</strong> ainda a criação <strong>de</strong> um Centro<br />

<strong>de</strong> Leite e Lactícinos. “Talvez seja a<br />

altura <strong>de</strong> avançar com este centro para<br />

<strong>de</strong>smistificar o que se passa com os<br />

preços do leite <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a produção <strong>à</strong><br />

venda”, sublinha.<br />

Gil Jorge, presi<strong>de</strong>nte da Unileite, consi<strong>de</strong>ra<br />

que uma negociação obrigatória<br />

entre produtores e indústria “é apenas<br />

um primeiro passo”, porque <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

ser necessário incluir ainda a distribuição<br />

nestas negociações. “Não faz sentido<br />

realizar um contrato entre os produtores<br />

e a Unileite, porque já somos<br />

uma indústria representada pelos produtores<br />

que procura dar sempre o<br />

melhor preço do leite possível aos produtores.<br />

Faz sentido existir uma negociação<br />

a três, envolvendo os produtores,<br />

indústria e gran<strong>de</strong> distribuição”,<br />

explica o representante da Unileite.<br />

Gil Jorge consi<strong>de</strong>ra que se as negociações<br />

se limitarem apenas a ser efectuadas<br />

entre a industria e produtores “não<br />

vai servir <strong>de</strong> muito”, porque é necessário<br />

recolher a opinião da distribuição.<br />

Neste momento existe uma “relação<br />

estável com os grupos <strong>de</strong> distribuição”,<br />

assinala a Unileite que consegue<br />

“escoar os produtos” para as gran<strong>de</strong>s<br />

superfícies comerciais.<br />

Gil Jorge reconhece que o aproximar<br />

do previsível final da quota em 2015<br />

está a criar uma forte preocupação<br />

junto <strong>dos</strong> produtores <strong>de</strong> leite, mas ainda<br />

mantém a esperança que o regime<br />

<strong>de</strong> quota se mantenha. “Existem sempre<br />

receio <strong>dos</strong> agricultores com o final<br />

da quota, porque sabemos que somos<br />

muito pequenos. Estamos numa região<br />

com alguma distancia do mercado.<br />

Esperamos que ainda seja possível dar a<br />

volta a este problema, porque já existem<br />

mais países que procuram manter<br />

o regime <strong>de</strong> quotas. Sabemos que é<br />

difícil, mas não vamos per<strong>de</strong>r a esperança”,<br />

concluiu.<br />

Os países que preten<strong>de</strong>m manter a<br />

quota leiteira são Portugal, Espanha,<br />

Eslovénia, Polónia e Roménia. No<br />

entanto, é necessário existir o acordo<br />

<strong>de</strong> uma maioria para alterar a regra que<br />

<strong>de</strong>fine o final da quota leiteira em 2015.<br />

in Açoriano Oriental


CNC ABRE PROCESSO CONTRA EMPRESAS LÁCTEAS<br />

A Comisión <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> la Competencia<br />

(CNC) instaurou um expediente<br />

sancionador contra a Danone, Nestlé,<br />

Leche Pascual, Capsa, Lactalis e a sua<br />

filial Puleva, por possível conduta anticoncorrencial,<br />

que consistiria em intercâmbios<br />

<strong>de</strong> informação ou acor<strong>dos</strong><br />

para a partilha <strong>de</strong> mercado e a fixação<br />

<strong>de</strong> condições comerciais no aprovisionamento<br />

<strong>de</strong> leite <strong>de</strong> vaca cru.<br />

O expediente dirige-se também contra<br />

a Cooperativa Agrícola y Gana<strong>de</strong>ra <strong>de</strong>l<br />

Pirineo, o Gremio <strong>de</strong> Industrias Lácteas<br />

<strong>de</strong> Cataluña e a Asociación <strong>de</strong> Empresas<br />

Lácteas <strong>de</strong> Galicia, informou o organismo<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do Ministério da<br />

Economia <strong>de</strong> Madrid.<br />

A CNC consi<strong>de</strong>ra que existem<br />

"indícios razoáveis" da existência <strong>de</strong><br />

condutas proibidas pela Lei da Concorrência,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> realizar, em 11 e 12<br />

<strong>de</strong> Julho passado, inspecções nos escritórios<br />

<strong>de</strong> várias empresas e associações<br />

da indústria <strong>de</strong> lacticínios, em particular<br />

na Galiza, Cantábria e Catalunha.<br />

A origem das actuações encontra-se<br />

em "numerosas <strong>de</strong>núncias e queixas"<br />

recebidas pelo Serviço <strong>de</strong> Investigação<br />

daquele organismo, bem como notícias<br />

surgidas na imprensa sobre o problema<br />

no sector do leite, que foram objecto<br />

<strong>de</strong> investigação por parte das autorida<strong>de</strong>s<br />

da concorrência em ocasiões anteriores.<br />

A CNC sublinhou que a abertura do<br />

processo disciplinar não prejudica o<br />

resultado final da investigação formal.<br />

Agora abre-se um período máximo <strong>de</strong><br />

18 meses para a investigação do caso<br />

em questão e para a correspon<strong>de</strong>nte<br />

resolução por parte da CNC.<br />

Empresas negam práticas<br />

anti-concorrenciais<br />

Algumas das empresas lácteas relativamente<br />

<strong>à</strong>s quais a Comisión <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong><br />

la Competencia (CNC) abriu um expediente<br />

sancionador, rejeitaram "categoricamente"<br />

tenham incurrido em práticas<br />

anti-concorrenciais e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram<br />

que cumprem "estritamente" com a<br />

legislação em vigor. "Cumprimos sempre<br />

e estritamente com a legislação<br />

vigente e estamos dispostos a colaborar<br />

no que seja necessário. Não temos<br />

nada a escon<strong>de</strong>r", referiram fontes da<br />

Danone. Por seu lado, a Corporación<br />

Alimentaria Peñasanta (Capsa), fabricante<br />

da marca Central Lechera Asturiana,<br />

negou "categoricamente" ter<br />

incorrido em condutas restritivas da<br />

concorrência.<br />

Na mesma linha, pronunciou-se o Grupo<br />

Leche Pascual, que assegurou que<br />

"neste campo, como em to<strong>dos</strong> os que<br />

<strong>de</strong>senvolve as suas activida<strong>de</strong>s empresariais,<br />

cumprimos rigorosamente com<br />

a lei”. Como referiram fontes <strong>de</strong>ste<br />

Grupo, apesar <strong>de</strong> não serem ainda<br />

conheci<strong>dos</strong> os <strong>de</strong>talhes do expediente,<br />

a Pascual “colaborará fielmente com a<br />

Administração, como sempre faz”.<br />

MADRID QUER EVITAR LEITE COMO PRODUTO-ISCO<br />

O Ministério da Agricultura espanhol<br />

está a ultimar um acordo com o sector<br />

do comércio para evitar que bens<br />

como o leite e azeite sejam utiliza<strong>dos</strong><br />

como produtos-isco e salienta que nas<br />

negociações sobre o acordo com a<br />

distribuição também participam as<br />

interprofissionais láctea e do azeite.<br />

Este acordo somar-se-á ao anteprojecto<br />

<strong>de</strong> lei sobre a melhoria da ca<strong>de</strong>ia<br />

alimentar que o governo espanhol prevê<br />

apresentar em Setembro.<br />

A Secretária-Geral da Agricultura e da<br />

Alimentação, Isabel Tejerina, acrescentou<br />

que o projeto vai incluir uma nova<br />

entida<strong>de</strong> reguladora para combater as<br />

práticas <strong>de</strong>sleais e punir os abusos <strong>de</strong><br />

posição dominante. Um diploma, refere,<br />

que permitirá aos produtores<br />

in Europa Press<br />

ganhar po<strong>de</strong>r negocial assim como uma<br />

repartição mais "equitativa" <strong>dos</strong> benefícios<br />

na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor através <strong>dos</strong><br />

novos contratos escritos obrigatórios.<br />

Entre outras medidas para alcançar o<br />

melhor funcionamento do mercado,<br />

aquela responsável antecipou que o<br />

Governo também preten<strong>de</strong> reconhecer<br />

através <strong>de</strong> uma marca especial distintivo<br />

as insígnias da gran<strong>de</strong> distribuição<br />

que assumam um código <strong>de</strong> boas práticas,<br />

neste caso, "voluntário ". Isabel<br />

Tejerina salienta que o projeto <strong>de</strong> lei<br />

que será levado a Conselho <strong>de</strong> Ministros<br />

em Setembro, “estará pactado"<br />

com o Ministério da Economia e "não<br />

será intervencionista. Iremos tão longe<br />

quanto pu<strong>de</strong>rmos", avança.<br />

A lei da concentração da oferta <strong>de</strong> coo-<br />

ENTREGAS EM ESPANHA<br />

133 MT ABAIXO DA QUOTA<br />

Na campanha 2011/12, tal como vem<br />

suce<strong>de</strong>ndo nos últimos anos, as entregas<br />

<strong>de</strong> leite em Espanha situaram-se<br />

abaixo da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> referência<br />

nacional. Na última campanha, o balanço<br />

das entregas <strong>à</strong> indústria situa-se em<br />

-132.280 toneladas, ou seja mais do<br />

dobro do diferencial registado na campanha<br />

anterior (-56.400 toneladas). De<br />

igual modo, as vendas directas ficaram<br />

também abaixo da respectiva quota.<br />

Se bem que Espanha não tenha ultrapassado<br />

a sua quota nacional, 7.235<br />

produtores (menos mil do que na campanha<br />

anterior) ultrapassaram as suas<br />

quantida<strong>de</strong>s individuais, com um excesso<br />

<strong>de</strong> 359.572 toneladas (menos 21.800<br />

tn do que em 2010/11). Por outro lado,<br />

12.999 produtores realizaram entregas<br />

iguais ou inferiores <strong>à</strong>s suas quotas individuais,<br />

gerando uma quantida<strong>de</strong> total<br />

não utilizada <strong>de</strong> 444.416 toneladas.<br />

As entregas na campanha 2011/12, já<br />

ajustadas por teor <strong>de</strong> matéria gorda,<br />

ascen<strong>de</strong>ram a 6.169.343 toneladas,<br />

enquanto a quota nacional espanhola<br />

para entregas se fixou em 6.301.622<br />

toneladas. O teor <strong>de</strong> gor<strong>dura</strong> médio<br />

das entregas realizadas foi <strong>de</strong> 3,667%.<br />

O total <strong>de</strong> produtores activos foi <strong>de</strong><br />

20.234, que realizaram entregas a 382<br />

compradores, menos 15 <strong>dos</strong> que os<br />

397 compradores autoriza<strong>dos</strong> e regista<strong>dos</strong>.<br />

in Agrodigital<br />

perativas e <strong>de</strong> outros operadores,<br />

como as Socieda<strong>de</strong>s Agrárias <strong>de</strong> Transformação<br />

e as organizações <strong>de</strong> produtores,<br />

será outra novida<strong>de</strong> para Setembro.<br />

O Ministério quer que o campo<br />

ganhe po<strong>de</strong>r negocial, crie plataformas<br />

<strong>de</strong> comercialização e abor<strong>de</strong> a internacionalização.<br />

A lei prevê a criação do<br />

que <strong>de</strong>signou como "entida<strong>de</strong> associativa<br />

prioritária", uma nova figura que terá<br />

benefícios e incentivos para os produtores<br />

<strong>de</strong> hortofrutícolas, <strong>de</strong> leite, azeite<br />

ou <strong>de</strong> vinho que nelas se integrem,<br />

acrescentando que a concentração da<br />

oferta é a chave para uma maior internacionalização.<br />

Outra das normas que o Governo <strong>de</strong><br />

Madrid projecta é a lei <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong><br />

agrícola, que inclui a realização<br />

<strong>de</strong> eleições gerais no campo em 2013.<br />

in Besana<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 37


DANONE MELHORA NO MERCADO ESPANHOL,<br />

MAS MANTÉM PRUDÊNCIA<br />

A activida<strong>de</strong> da Danone em Espanha<br />

começa a melhorar. Segundo o Credit<br />

Suisse, o esforço que está a ser feito<br />

pelo grupo alimentar para recuperar no<br />

mercado espanhol, particularmente<br />

<strong>de</strong>bilitado pela crise económica, está a<br />

dar frutos, a ponto <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> das perdas<br />

das partes <strong>de</strong> mercado (-400 pontos<br />

básicos) haver sido contrariada nas<br />

quatro últimas semanas.<br />

Mas há ainda muito para melhorar, já<br />

que outros países como a Alemanha e<br />

a Itália estão gravemente afecta<strong>dos</strong>,<br />

segundo aquela instituição bancária. De<br />

facto, o Credit Suisse não coloca <strong>de</strong><br />

parte a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um novo ajustamento<br />

em baixo do objecto <strong>de</strong> margem<br />

operacional do grupo para 2012.<br />

A poucos dias da publicação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

trimestrais da Danone, a instituição<br />

suíça mostra-se pru<strong>de</strong>nte e mantém<br />

a sua recomendação, com um preço<br />

objectivo <strong>de</strong> 48 euros. Para além<br />

disso, prevê um crescimento orgânico<br />

<strong>de</strong> 3,9 por cento no volume <strong>de</strong> negócios<br />

do segundo trimestre.<br />

PASCUAL REDUZ LUCROS EM 35 POR CENTO<br />

O Grupo Leche Pascual obteve um<br />

lucro antes <strong>de</strong> impostos <strong>de</strong> 19,1<br />

milhões <strong>de</strong> euros em 2011, representando<br />

uma <strong>de</strong>scida <strong>de</strong> 35% em relação<br />

aos 29,3 milhões do ano anterior, e<br />

uma receita <strong>de</strong> 764 milhões <strong>de</strong> euros,<br />

4.1 % menos do que em 2010, num<br />

exercício em que o conjunto da indústria<br />

<strong>de</strong> lacticínios espanhola sofreu o<br />

impacto da crise.<br />

FORTE SUCESSO DE VENDAS DO YOLADO<br />

O Yolado converteu-se num <strong>dos</strong> produtos<br />

mais procura<strong>dos</strong> nos supermerca<strong>dos</strong><br />

espanhóis. O novo iogurte para<br />

congelar registou um forte êxito <strong>de</strong><br />

vendas <strong>dura</strong>nte as duas primeiras semanas<br />

<strong>de</strong> comercialização e a sua procura<br />

supera amplamente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

produção. Assi, os cálculos referem que<br />

o produto se esgota, em média, três<br />

horas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ser colocado nas arcas<br />

<strong>dos</strong> super e hipermerca<strong>dos</strong>, estando a<br />

ser difícil para muitos consumidores<br />

conseguir comprar o produto.<br />

38 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

in Bolsamania.com<br />

O resultado bruto <strong>de</strong> exploração<br />

(EBITDA) caiu em 5% para 75,9<br />

milhões <strong>de</strong> euros, <strong>de</strong> acordo com<br />

da<strong>dos</strong> forneci<strong>dos</strong> por aquele importante<br />

grupo alimentar.<br />

A empresa somava, no final <strong>de</strong> 2011,<br />

recursos próprios no valor <strong>de</strong> 268<br />

milhões <strong>de</strong> euros, enquanto a dívida<br />

líquida se situava em 289,1 milhões, 4,5<br />

milhões abaixo do exercício anterior.<br />

Da cifra <strong>de</strong> vendas líquidas, 27<br />

milhões <strong>de</strong> euros (3,5%) provêm<br />

da ativida<strong>de</strong> internacional da<br />

empresa, que mantém a sua<br />

meta <strong>de</strong> triplicar o peso do<br />

negócio exterior nas suas vendas<br />

no espaço <strong>de</strong> cinco anos,<br />

por meio da sua implantação em<br />

merca<strong>dos</strong>, como a Venezuela, as<br />

Filipinas e a Índia.<br />

in Expansión<br />

Como explicaram fontes da Danone, o<br />

Yolado está a ser consi<strong>de</strong>rado como<br />

um <strong>dos</strong> maiores lançamentos da história<br />

do grupo. Apenas nos primeiros<br />

quinze dias, as vendas superaram as 250<br />

toneladas. "Três das cinco referências<br />

mais vendidas da Danone referem-se <strong>à</strong><br />

gama do Yolado", explica a empresa,<br />

que reconhece que "foram ultrapassadas<br />

todas as previsões". O "Yolado<br />

pulverizou to<strong>dos</strong> os lançamentos anteriores<br />

da empresa e nunca um produto<br />

havia tido tanto êxito num tão curto<br />

DECIDIR CONTRA<br />

QUEM ESPECULA<br />

A organização agrária Unións Agrarias<br />

(UU.AA.) reclamou <strong>à</strong> Xunta da Galicia<br />

que "faça os <strong>de</strong>veres e convoque a distribuição<br />

na Galiza", para além <strong>de</strong> questionar<br />

se o Governo galego <strong>de</strong>volveu a<br />

Madrid as competências em termos <strong>de</strong><br />

Meio Rural porque "os únicos avanços<br />

que se estão a dar provêm <strong>dos</strong> Ministérios<br />

da Agricultura e da Economia".<br />

Através <strong>de</strong> um comunicado, o secretário-geral<br />

das UU.AA., Roberto García,<br />

instou o presi<strong>de</strong>nte da Xunta a que<br />

"actue <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>cidida contra quem<br />

especula contra o meio <strong>de</strong> vida <strong>de</strong><br />

65.000<br />

galegos",<br />

já que<br />

"tem<br />

todas as<br />

competências<br />

na<br />

mão" para<br />

travar a<br />

suposta entrada <strong>de</strong> leite abaixo do custo<br />

<strong>de</strong> produção proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> França.<br />

García agra<strong>de</strong>ceu a Núñez Feijóo as<br />

démarches "que disse ter feito" para a<br />

sua reunião com o ministro <strong>de</strong> Agricultura,<br />

celebrada na semana passada.<br />

Contudo, afirmou que espera que o<br />

Governo galego "faça algo mais do que<br />

mandar cartas" para salvar um sector<br />

que conta na Galiza com 11.000 explorações.<br />

Por outro lado, aquele dirigente<br />

recordou que o ministro <strong>de</strong> Agricultura<br />

se comprometeu a organizar um<br />

encontro entre a industria, a distribuição<br />

e os produtores para "recuperar os<br />

preços <strong>de</strong> origem" na Galiza.<br />

in Europa Press<br />

espaço <strong>de</strong> templo", explicam.<br />

O Yolado é um iogurte refrigerado mas<br />

que o consumidor po<strong>de</strong> congelar em<br />

casa e <strong>de</strong>gustá-lo como se fosse um<br />

gelado. Trata-se <strong>de</strong> uma inovação 100%<br />

espanhola, tendo sido integralmente<br />

<strong>de</strong>senvolvido no centro <strong>de</strong> investigação<br />

<strong>de</strong> Barcelona, e representa um investimento<br />

<strong>de</strong> 10 milhões <strong>de</strong> euros. Com<br />

este produto, a Danone reafirma a sua<br />

aposta na inovação e cria uma nova<br />

categoria <strong>de</strong> mercado. Para além disso,<br />

o grupo lí<strong>de</strong>r do iogurte entra na competição<br />

com a indústria <strong>de</strong> gela<strong>dos</strong>.<br />

in Expansión


COMISSÃO ABRE CONSULTA SOBRE PÓS QUOTAS<br />

A Comissão Europeia lançou um concurso<br />

para uma análise sobre a evolução<br />

futura do sector do leite, concretamente<br />

sobre a situação do mercado a<br />

partir <strong>de</strong> 2015, quando o actual sistema<br />

<strong>de</strong> quotas <strong>de</strong> produção termina.<br />

Com base nas opiniões <strong>de</strong> um grupo<br />

<strong>de</strong> peritos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes altamente<br />

reputa<strong>dos</strong>, o objectivo <strong>de</strong>ste projecto<br />

é i<strong>de</strong>ntificar as principais tendências<br />

Os produtores e as industrias do Reino<br />

Unido consensualizaram um código<br />

lácteo <strong>de</strong> boas práticas, com carácter<br />

voluntario. Para chegar a este acordo<br />

foi necessária a intervenção do Subsecretário<br />

britânico da Agricultura, Jim<br />

Paice, que esteve reunido com representantes<br />

<strong>dos</strong> produtores e das indústrias<br />

<strong>dura</strong>nte mais <strong>de</strong> 3 horas e que<br />

inclusivamente actuou como intermediário<br />

quando em dado momento dado,<br />

as partes <strong>de</strong>cidiram reunir-se separadamente.<br />

O Código implicará que os contratos<br />

entre os produtores e as indústrias<br />

serão livremente negocia<strong>dos</strong> entre<br />

as partes, com mais transparência e<br />

equida<strong>de</strong>. Os contratos terão que<br />

incluir o preço ou a sua forma <strong>de</strong> estabelecimento<br />

e os perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> aviso,<br />

por forma a que o produtores possam<br />

mudar facilmente <strong>de</strong> comprado se não<br />

futuras, factores que impulsionem,<br />

perspectivas e <strong>de</strong>safios para o sector<br />

do leite da UE na sequência da abolição<br />

do sistema <strong>de</strong> quotas leiteiras em 2015.<br />

A análise incidirá sobre dois temas<br />

principais: i) equilíbrio do mercado e da<br />

competitivida<strong>de</strong> do sector leiteiro<br />

europeu e ii) a produção <strong>de</strong> leite sustentável<br />

na UE, incluindo a sua dimensão<br />

territorial.<br />

SENADO FRANCÊS QUER FAVORECER A CRIAÇÃO<br />

DE ORGANIZAÇÕES DE PRODUTORES<br />

Na semana passada, o Senado francês<br />

<strong>de</strong>dicou-se <strong>à</strong>s questões relativas <strong>à</strong> fileira<br />

do leite. A respectiva comissão <strong>de</strong><br />

Assuntos Europeus validou por unanimida<strong>de</strong><br />

duas<br />

propostas do<br />

senador Jean<br />

Bizet <strong>de</strong>stinadas<br />

a configurar<br />

o papel das<br />

organizações<br />

<strong>de</strong> produtores<br />

(OP's) na<br />

negociação<br />

<strong>dos</strong> preços do leite, bem como o da<br />

interprofissão leiteira. Agora que a contratualização<br />

foi trazida pelos franceses<br />

para o nível da regulamentação comunitária,<br />

"observa-se no terreno muita<br />

expectativa", sublinha Jean Bizet.<br />

Aquele senador recorda que ainda existem<br />

algumas reticências das partes <strong>dos</strong><br />

produtores e que os "industriais nunca<br />

foram uns apaixona<strong>dos</strong> pela medida".<br />

Contudo, para ele, as organizações <strong>de</strong><br />

produtores são "uma oportunida<strong>de</strong><br />

histórica para os agricultores po<strong>de</strong>rem<br />

estabelecer uma relação <strong>de</strong> forças mais<br />

equitativa".<br />

Ele propôs uma emenda ao 'Pacote<br />

Leite'. Assim, a fim <strong>de</strong> encorajar os<br />

agricultores a a<strong>de</strong>rirem <strong>à</strong>s organizações<br />

<strong>de</strong> produtores, <strong>de</strong>verá proporcionar-se<br />

algum apoio, pelo que sugere a ajuda<br />

financeira <strong>à</strong> criação das OP's no quadro<br />

do segundo pilar da reforma da PAC,<br />

com base nos créditos do FEADER,<br />

pelo que na verda<strong>de</strong> esse será um jogo<br />

O prazo para apresentação <strong>de</strong> propostas<br />

é 8 <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 2012, e a<br />

Comissão tem a intenção <strong>de</strong> adjudicar<br />

o contrato até o final <strong>de</strong> 2012. O contratante<br />

terá que realizar o estudo no<br />

prazo <strong>de</strong> 7 meses a contar da assinatura<br />

do contrato.<br />

Detalhes estão disponíveis em:<br />

http://ec.europa.eu/agriculture/calls-forten<strong>de</strong>r/2012-257989_en.htm<br />

[ver páginas 24 e 25]<br />

in Comissão Europeia<br />

CÓDIGO DE BOAS PRÁTICAS PARA A FILEIRA DO LEITE<br />

ACORDADO NO REINO UNIDO<br />

estiverem <strong>de</strong> acordo com os preços<br />

recebi<strong>dos</strong>. Espera-se que o texto <strong>de</strong>finitivo<br />

do Código esteja concluído em<br />

finais <strong>de</strong> Agosto.<br />

Apesar <strong>de</strong>ste acordo, os protestos <strong>dos</strong><br />

produtores contra a indústria e a distribuição<br />

continuam, porque os preços da<br />

leite não sobem já que, no fim <strong>de</strong> contas,<br />

é o tema primordial e porque o<br />

Código acordado não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter um<br />

carácter voluntário e não começará a<br />

ser aplicado senão <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> alguns<br />

meses.<br />

O Subsecretário da Agricultura, Jim<br />

Paice, também se reuniu com as principais<br />

ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> distribuição para conseguir<br />

que não utilizem o leite como pro-<br />

duto reclame e paguem preços ao produto<br />

que assegurem a sustentabilida<strong>de</strong><br />

do sector. A ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> distribuição<br />

Asda anunciou uma subida do preço ao<br />

produtor <strong>de</strong> 2,5 cêntimos/litro a partir<br />

<strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Agosto, em resposta <strong>à</strong>s pressões<br />

<strong>dos</strong> agricultores. As outras ca<strong>de</strong>ias<br />

e indústrias ainda não se pronunciaram.<br />

As principais organizações agrárias do<br />

país acordaram que se os preços do<br />

Leite não subirem o leite antes <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong><br />

Agosto, os produtores <strong>de</strong>ixarão <strong>de</strong><br />

entregar leite, <strong>de</strong>sabastecendo os lineares,<br />

num momento <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> afluência<br />

<strong>de</strong> turismo, coincidindo com os Jogos<br />

Olímpicos.<br />

in Agrodigital<br />

<strong>de</strong> impacto nulo nos orçamentos europeu<br />

e nacional.<br />

E acrescenta que essa medida ten<strong>de</strong>rá a<br />

acelerar a implementação das OP's, já<br />

que "aporta uma mensagem <strong>de</strong> confiança<br />

aos agricultores, recordando-lhe que<br />

se é mais forte em grupo do que isoladamente.<br />

Para além disso, a criação <strong>de</strong><br />

uma OP tem custos, pelo que há que<br />

mobilizar os créditos do FEADER para<br />

que a respectiva constituição não se<br />

constitua como um custo adicional para<br />

os produtores"<br />

Para além disso, Jean Bizer preten<strong>de</strong>u<br />

rea<strong>de</strong>quar o papel da interprofissão,<br />

perenizando a publicação <strong>dos</strong> indicadores<br />

<strong>de</strong> tendência. Com efeito, "este<br />

dispositivo não estava assegurado"<br />

actualmente. O 'Pacote Leite' autoriza a<br />

publicação <strong>de</strong> da<strong>dos</strong> estatísticos e <strong>de</strong><br />

estu<strong>dos</strong>, mas não prevê explicitamente<br />

a publicação <strong>de</strong> indicadores.<br />

in La France Agrícole<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 39


LACTALIS MANTÉM FORTE SECRETISMO<br />

Lactalis mantém forte secretismo<br />

Após a aquisição bem sucedida da Parmalat,<br />

rumores indicavam que a Lactalis<br />

e Emmanuel Besnier Lactalis e estariam<br />

prontos a assumir o controlo do<br />

importante grupo alimentar francês<br />

Doux (especializado no sector avícola)<br />

e integrar alguns <strong>dos</strong> seus colaboradores<br />

e que está em liquidação judicial.<br />

O Tribunal <strong>de</strong> Comércio <strong>de</strong> Quimper<br />

<strong>de</strong>ve dar a conhecer nos próximos dias<br />

os nomes das empresas interessadas<br />

em tomar o controlo daquele grupo,<br />

sendo que circulavam rumores que<br />

referiam o interesse <strong>dos</strong> grupos Duc e<br />

LDC, para além do já referido da Lactalis.<br />

Contactada por telefone, a direcção<br />

da Lactalis e a família Besnier, contudo,<br />

negram firmemente qualquer intenção<br />

<strong>de</strong> enveredar por essa linha <strong>de</strong> negócio.<br />

Embora os segre<strong>dos</strong> da Lactalis e <strong>de</strong><br />

Emmanuel Besnier, "o Imperador do<br />

leite", estejam bem guarda<strong>dos</strong>, esta<br />

negativa <strong>de</strong>ve ser levado a sério.<br />

Continua a ser um império secreto<br />

Não sendo cotada em bolsa, a Lactalis<br />

nunca publicou relatórios financeiros<br />

<strong>de</strong>talha<strong>dos</strong> e a organização da socieda<strong>de</strong><br />

permanecia, pelo menos até ao<br />

verão <strong>de</strong> 2011, mais ou menos vago. E<br />

foi uma gran<strong>de</strong> novida<strong>de</strong> para os concorrentes<br />

da Lactalis, para os produtores,<br />

clientes e merca<strong>dos</strong> financeiros, a<br />

informação disponibilizada no Verão <strong>de</strong><br />

2011, sobre a sua organização interna e<br />

alguns <strong>de</strong>talhes das suas contas. Após<br />

50 anos <strong>de</strong> "clan<strong>de</strong>stinida<strong>de</strong>" o negócio<br />

da família <strong>de</strong> Laval teve que quebrar o<br />

seu silêncio, no quadro da oferta <strong>de</strong><br />

aquisição da italiana Parmalat.<br />

Depois do grupo lácteo italiano Parma-<br />

40 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

lat se haver oposto <strong>à</strong> oferta pública <strong>de</strong><br />

aquisição (OPA) feita pela Lactalis, por<br />

consi<strong>de</strong>rar a respectiva proposta ina<strong>de</strong>quada,<br />

foi <strong>de</strong>nunciada a falta <strong>de</strong> informações<br />

financeiras sobre o grupo.<br />

Assim, para tranquilizar o conselho <strong>de</strong><br />

administração da italiana Parmalat, "no<br />

quadro <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> aquisição", a<br />

Lactalis, primeiro grupo lácteos, a nível<br />

global, teve que <strong>de</strong>svendar a estrutura<br />

<strong>de</strong> capital da empresa familiar. Como<br />

resultado, a distribuição do capital é<br />

muito menos opaca <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>sse<br />

Verão, com muitas informações sobre<br />

o grupo.<br />

Estrutura <strong>de</strong> capital da Lactalis<br />

nas mãos da família Besnier<br />

A família Besnier <strong>de</strong>tém 100% do capital,<br />

e o CEO, Emmanuel Besnier, é o<br />

accionista maioritário. Os documentos<br />

apresenta<strong>dos</strong> aos italianos realmente<br />

mostram que ele <strong>de</strong>tém uma ligeira<br />

maioria na casa-mãe do grupo, a BSA.<br />

Emmanuel Besnier é neto do fundador<br />

da Lactalis, André Besnier. Os principais<br />

accionistas são a família Besnier, a<br />

BSA Finances, a Clau<strong>de</strong>l, a Roustang<br />

Galac, a Jema 1 e a Sofil.<br />

Em termos <strong>de</strong> resulta<strong>dos</strong> financeiros,<br />

eles são<br />

globalmentepositivos.<br />

O<br />

resultado<br />

bruto <strong>de</strong><br />

exploração<br />

(EBITDA)<br />

para 2010<br />

foi <strong>de</strong> 994<br />

milhões <strong>de</strong><br />

euros, o<br />

lucro líquido<br />

chegou<br />

aos 308<br />

milhões <strong>de</strong><br />

euros. O<br />

volume <strong>de</strong><br />

negócios do grupo apresentou um<br />

crescimento <strong>de</strong> 11% em 2010, para<br />

10,4 mil milhões <strong>de</strong> euros. Note-se que<br />

o volume <strong>de</strong> negócios quase duplicou<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2005.<br />

Apesar <strong>de</strong>sses sucessos, o endividamento<br />

do grupo continua a ser muito<br />

alto: 4,3 mil milhões <strong>de</strong> euros, <strong>de</strong>pois<br />

da compra <strong>de</strong> 29% da Parmalat. Também<br />

é verda<strong>de</strong> que o grupo Lactalis<br />

realizou numerosas aquisições nos últimos<br />

anos, e o peso da dívida começa a<br />

ser bastante significativo. Segundo o<br />

jornal económico francês Les Echos, "a<br />

Lactalis terá <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar entre 30 e 50%<br />

do seu fluxo <strong>de</strong> caixa para pagar o serviço<br />

da dívida”.<br />

O documento fornecido pela Lactalis<br />

ao grupo italiano também revela algumas<br />

novas informações sobre as vendas<br />

do grupo. O volume <strong>de</strong> negócios provém<br />

em 46% <strong>de</strong> queijos, 17% <strong>de</strong> leite,<br />

14% <strong>de</strong> produtos lácteos frescos, 11%<br />

<strong>de</strong> manteiga e nata e 12% <strong>de</strong> outros<br />

produtos. Se o nome Lactalis não aparece<br />

directamente nas prateleiras <strong>dos</strong><br />

supermerca<strong>dos</strong>, a empresa está presente<br />

no mercado com produtos como o<br />

camembert Prési<strong>de</strong>nt, o leite Lactel ou<br />

a mozzarella Galbani.<br />

Primeiro mercado é a França<br />

Geograficamente, o maior mercado da<br />

Lactalis continua a ser a França com<br />

39% das vendas. A Itália surge a seguir<br />

com 13% (a Lactalis controla 26% <strong>de</strong><br />

participação no mercado italiano) e<br />

<strong>de</strong>pois vem o resto da Europa (33% do<br />

total), 8% nas Américas. África e Médio<br />

Oriente, com 5%. Ásia e Oceânia 2%.<br />

Com operações em 150 países, a Lactalis<br />

o terceiro maior grupo <strong>de</strong> lacticínios<br />

a nível mundial.<br />

As novas informações permitem compreen<strong>de</strong>r<br />

melhor a estratégia da família<br />

Besnier. O Les Echos <strong>de</strong>stacou, em<br />

particular, os elementos que indicam<br />

que a Lactalis começou a sua ofensiva<br />

sobre a Parmalat ainda em 2008. As<br />

primeiras acções do grupo italiano<br />

foram então compradas entre 1,2 e 1,5<br />

euros para preparar a ofensiva final <strong>de</strong><br />

2011.<br />

Outras cifras importantes<br />

n 9,9 mil milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite produzi<strong>dos</strong><br />

foram transforma<strong>dos</strong> em<br />

fábricas do grupo Lactalis, sendo seis<br />

mil milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> vaca,<br />

162 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> ovelha,<br />

74 milhões <strong>de</strong> litros <strong>de</strong> leite <strong>de</strong><br />

cabra compra<strong>dos</strong> a 23.300 produtores<br />

franceses espalha<strong>dos</strong> por setenta e<br />

seis <strong>de</strong>partamentos.<br />

n No exterior, três mil milhões <strong>de</strong> litros<br />

<strong>de</strong> leite são recolhi<strong>dos</strong> e processa<strong>dos</strong><br />

pela Lactalis, <strong>dos</strong> quais 1,1 mil milhões<br />

nos EUA.<br />

n Transformações pelo grupo Lactalis:<br />

queijo - 750 000 t; produtos lácteos<br />

frescos - 300 000 t; manteiga e butteroil<br />

- 152 000 t; nata - 125 000 t, produtos<br />

lácteos industriais - 563.000 t,<br />

leite - 1 500 milhões <strong>de</strong> litros.<br />

in Suite101.fr


QUEBRA DE RESULTADOS DA CAMPINA NA RÚSSIA<br />

A filial russa da FrieslandCampina<br />

(Campina.ru) viu seu lucro líquido cair<br />

para meta<strong>de</strong>, fixando-se em 107,4<br />

milhões <strong>de</strong> rublos (2,6 milhões <strong>de</strong><br />

euros) em 2011, contra 213,3 milhões<br />

<strong>de</strong> rublos (5,3 milhões <strong>de</strong> euros) em<br />

2010.<br />

O seu volume <strong>de</strong> negócios, contudo,<br />

aumentou <strong>de</strong> 4.550 milhões <strong>de</strong> rublos<br />

(113 milhões <strong>de</strong> euros) em 2010 para<br />

5.110 milhões <strong>de</strong> rublos (125 milhões<br />

<strong>de</strong> euros) em 2011.<br />

A Campina está presente na Rússia<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 2000. Na época, a<br />

empresa abriu uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong> iogurte e <strong>de</strong> outros produtos<br />

A cooperativa laiteira Milcobel anunciou<br />

querer reforçar a sua produção <strong>de</strong><br />

queijos e reduzir a parcela <strong>de</strong> matériaprima<br />

direcionada para o fabrico <strong>de</strong><br />

leite <strong>de</strong> consumo no quadro da sua<br />

activida<strong>de</strong> industrial. Anunciou também<br />

que se preten<strong>de</strong> <strong>de</strong>marcar da holan<strong>de</strong>sa<br />

FrieslandCampina e da escandinava Arla<br />

NESTLÉ LUCROU MAIS 8,9 POR CENTO NO<br />

PRIMEIRO SEMESTRE DESTE ANO<br />

A Nestlé, companhia lí<strong>de</strong>r global no<br />

sector agro-alimentar, apresentou 5,1<br />

mil milhões <strong>de</strong> francos suíços (cerca <strong>de</strong><br />

4,3 mil M€) <strong>de</strong> resultado líquido para o<br />

primeiro semestre, números que superam<br />

em 8,9% os <strong>de</strong> um ano antes e<br />

ultrapassam as previsões <strong>de</strong> analistas.<br />

De acordo com o anunciado, a gigante<br />

suíça aumentou o volume <strong>de</strong> negócios<br />

7,5%, para um montante <strong>de</strong> superior a<br />

44mil milhões <strong>de</strong> francos suícos.<br />

Em termos orgânicos, as vendas progrediram<br />

6,6 por cento. Nos merca<strong>dos</strong><br />

emergentes, a activida<strong>de</strong> retalhista da<br />

Nestlé avançou 12 por cento, enquanto<br />

a os merca<strong>dos</strong> mais maduros se fica-<br />

lácteos, em Stupino, na região <strong>de</strong> Moscou.<br />

O investimento, na altura, ascen<strong>de</strong>u<br />

a 50 milhões <strong>de</strong> dólares.<br />

Os iogurtes <strong>de</strong> frutas e iogurte líqui<strong>dos</strong><br />

da Campina Fruttis constituem o<br />

núcleo do portfólio da Campina na<br />

Rússia. Para além disso, as marcas<br />

Campina Neznhy, Campina Control e<br />

Yogho Yogho estão também bem<br />

representa<strong>dos</strong>.<br />

Acresce que a Campina Rússia importa,<br />

em especial da Holanda, vários tipos <strong>de</strong><br />

queijo (principalmente gouda e maasdam,<br />

com a marca Frico), bem como os<br />

leites infantis da marca Friso, que ocupam<br />

uma posição interessante.<br />

ram por um crescimento inferior a 3<br />

por cento. Projectando o <strong>de</strong>sempenho<br />

para o conjunto do ano, a companhia<br />

antevê um crescimento em redor do<br />

intervalo habitual (para o sector) <strong>de</strong><br />

cinco a 6 por cento anual.<br />

Deste crescimento, 12,9 por cento<br />

correspon<strong>de</strong> a merca<strong>dos</strong> emergentes e<br />

2,6 por cento a países em <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

"Estamos a abrir novas rotas em merca<strong>dos</strong><br />

<strong>de</strong> maneira contínua<br />

para alcançar os consumidores<br />

emergentes e utilizando novos<br />

meios <strong>de</strong> comunicação para<br />

aumentar tanto o nosso compromisso<br />

com os consumidores<br />

como a rentabilida<strong>de</strong> do<br />

nosso investimento em marcas", adiantou<br />

o administrador-<strong>de</strong>legado da Nestlé,<br />

Paul Bulcke, citado pela EFE na<br />

apresentação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>.<br />

in Dinheiro Digital<br />

... e a Valio também retroce<strong>de</strong><br />

A OOO Valio (OOO significa em russo<br />

SA), a filial russa da finlan<strong>de</strong>sa Valio<br />

(Valiorussia.ru) terminou 2011 com um<br />

déficit <strong>de</strong> 19,6 milhões <strong>de</strong> rublos (480<br />

mil euros), contra 11 milhões <strong>de</strong> rublos<br />

(275 mil euros) em 2010. No entanto,<br />

o seu volume <strong>de</strong> negócios aumentou<br />

para 12,8 mil milhões <strong>de</strong> rublos (313<br />

milhões <strong>de</strong> euros), ou seja 14%a mais<br />

do que em 2010.<br />

A empresa possui uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção<br />

<strong>de</strong> queijos fundicos e um centro<br />

logístico na região <strong>de</strong> Moscovo, A Valio<br />

está presente no mercado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1908.<br />

Em 1994, ela abriu um escritório <strong>de</strong> em<br />

São Petersburgo, antes <strong>de</strong> fundar, já em<br />

2002, a OOO Valio.<br />

MILCOBEL QUER REFORÇAR PRODUÇÃO QUEIJEIRA<br />

Foods, estando a estudar a colaboração<br />

com uma empresa não europeia.<br />

A Milcobel atingiu um volume <strong>de</strong> negócios<br />

<strong>de</strong> 885 milhões <strong>de</strong> euros em 2011,<br />

o que significou um crescimento <strong>de</strong> 8%<br />

fface a 2010. Apesar disso, os seus<br />

resulta<strong>dos</strong> recuaram quase 27%.<br />

Os segmentos que registaram mais<br />

crescimento foram os do leite em pó e<br />

do queijo, enquanto os outros segmen-<br />

in Interfax/Ubifrance<br />

tos <strong>de</strong> mercado apresentaram retrocessos.<br />

O preço médio pago aos produtores<br />

foi <strong>de</strong> 0,3467 euros (para um<br />

leite com 4,25% <strong>de</strong> gor<strong>dura</strong> e 3,51% <strong>de</strong><br />

proteína), significando um aumento <strong>de</strong><br />

6,4% relativamente a 2010. Entretanto,<br />

a Milcobel adquiriu o negociante <strong>de</strong><br />

queijos holandês<br />

Sherlock Cheese.<br />

in AgD/Ubifrance<br />

DAIRYGOLD PREPARA<br />

FIM DAS QUOTAS<br />

Com a progressiva aproximação da<br />

data prevista para o <strong>de</strong>smantelamento<br />

do regime <strong>de</strong> quotas leiteiras – Abril <strong>de</strong><br />

2015 – a cooperativa leiteira irlan<strong>de</strong>sa<br />

Dairygold prevê investir 120 milhões<br />

<strong>de</strong> euros nos próximos oito anos.<br />

As estimativas mais recentes da cooperativa<br />

apontam para um aumento das<br />

entregas <strong>dos</strong> seus produtores na<br />

or<strong>de</strong>m <strong>dos</strong> 60% daqui até 2020, o que<br />

levará a um volume total <strong>de</strong> leite a processar<br />

<strong>de</strong> 940 milhões <strong>de</strong> litros, contra<br />

os actuais 600 milhões.<br />

A Dairygold prevê realizar investimentos<br />

na mo<strong>de</strong>rnização das suas unida<strong>de</strong>s<br />

industriais <strong>de</strong> Mitchelstown e <strong>de</strong> Mallow<br />

entre 2015 e 2019.<br />

in FoodBev/Ubifrance<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 41


ENTREGAS FRANCESAS VOLTAM A ACELERAR<br />

A recolha <strong>de</strong> leite <strong>de</strong> vaca, em França,<br />

voltou a acelerar no passado mês <strong>de</strong><br />

Maio, com uma progressão <strong>de</strong> 2,6%<br />

face a Maio <strong>de</strong> 2011, como consequência<br />

das condições climatéricas favoráveis<br />

ao crescimento das pastagens <strong>de</strong><br />

acordo com a informação divulgada<br />

pelo Service <strong>de</strong> la Statistique et <strong>de</strong> la<br />

Prospective (SSP) do Ministério da<br />

Agricultura, em Paris.<br />

A recolha acumulada <strong>dos</strong> dois primeiros<br />

meses da campanha 2012-2013<br />

(Abril e Maio) continuam com ritmo<br />

forte, apresentando um incremento <strong>de</strong><br />

NOVA YORK REDUZ RESTRIÇÕES PARA<br />

AUMENTAR OFERTA DE LEITE<br />

O Governador do Estado <strong>de</strong> Nova<br />

York, Andrew Cuomo, planeia suprir a<br />

procura <strong>de</strong> leite do Estado nas unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> fabrico <strong>de</strong> iogurte permitindo que<br />

pequenas explorações leiteiras adicionem<br />

até 50% mais vacas sem ter a autorização<br />

relativa <strong>à</strong> Concentrated Animal<br />

Feeding Operation (CAFO). O anúncio<br />

foi realizado há dias na Cimeira do<br />

Iogurte.<br />

Os planos permitirão que explorações<br />

com 300 vacas ou menos operem sem<br />

a autorização CAFO, aumentando o<br />

limite, que antes era <strong>de</strong> 200 vacas. A<br />

mudança no sistema <strong>de</strong> autorizações<br />

nas explorações leiteiras do Estado<br />

permitirá expandir os seus efectivos,<br />

produzindo mais leite para suprir a<br />

1,7% face ao nível já muito elevado<br />

verificado no início da campanha prece<strong>de</strong>nte<br />

e <strong>de</strong> 3,4% por comparação com<br />

os dois meses iniciais da campanha<br />

2010-2011.<br />

Em Junho <strong>de</strong> 2012, <strong>de</strong> acordo com os<br />

inquéritos preliminares da France Agri-<br />

Mer, a recolha <strong>de</strong>verá crescer acima da<br />

fasquia <strong>dos</strong> dois por cento face ao mesmo<br />

mês <strong>de</strong> 2011. A situação po<strong>de</strong> dar<br />

alguns sinais <strong>de</strong> inversão em Julho, referem,<br />

entretanto, as primeiras sondagens<br />

recebidas por aquela entida<strong>de</strong>.<br />

EMMI INVESTE NO QUEIJO FRESCO EM ITÁLIA<br />

A Emmi aumentou <strong>de</strong> 10 para 26 por<br />

cento a sua participação na fabricante<br />

italiana <strong>de</strong> queijos frescos Venchiaredo<br />

em face das "experiências positivas <strong>dos</strong><br />

últimos anos", refere o mais importante<br />

grupo lácteo suíço, sediado em Lucerna,<br />

em comunicado.<br />

42 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

in La France Agrícole<br />

procura das 29 unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> fabrico <strong>de</strong><br />

iogurte em Nova York.<br />

Na intervenção <strong>de</strong> encerramento da<br />

Cimeira, Andrew Cuomo classificou a<br />

expansão do mercado <strong>de</strong> iogurte como<br />

uma das melhores oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

mercado para o sector privado em<br />

Nova York <strong>dos</strong> últimos quarenta anos.<br />

As empresas Fage e Chobani aumentaram<br />

as suas produções, requerendo<br />

mais leite. Uma joint venture envolvendo<br />

a PepsiCo [e a fabricante alemã Müller]<br />

adicionará uma nova unida<strong>de</strong> industrial<br />

<strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> iogurte em<br />

Genesee County. Cuomo disse que<br />

quer que Nova York se torne a capital<br />

do iogurte <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>.<br />

in Dairy Herd/MilkPoint<br />

A Emmi <strong>de</strong>tém uma participação na<br />

empresa italiana, com instalações industriais<br />

em Ramuscello, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2010.<br />

Como parte <strong>de</strong>ssa participação, a Emmi<br />

ocupa-se das ativida<strong>de</strong>s marketing e<br />

comercialização da Venchiaredo.<br />

"Este compromisso permite <strong>à</strong> Emmi<br />

participar mais activamente no mercado<br />

italiano do queijo fresco, em pleno<br />

crescimento. Ao intensificar a sua colaboração<br />

com a Venchiaredo, a Emmi<br />

também preten<strong>de</strong> "gerar mais sinergias<br />

em toda a ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> valor,<br />

em cooperação com produtos frescos<br />

fabrica<strong>dos</strong> pela Tentinalatte (igualmente<br />

<strong>de</strong>tida pela suíços)".<br />

in Ubifrance<br />

NOVA INDÚSTRIA LÁCTEA<br />

NO RIO DE JANEIRO<br />

Atraído pelos incentivos fiscais concedi<strong>dos</strong><br />

pelo governo estadual, através do<br />

Programa Rio Leite, e <strong>de</strong> olho no gran<strong>de</strong><br />

mercado fluminense, mais um grupo<br />

do sector lácteo está a instalar-se no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

A Quatá, que já opera cinco fábricas<br />

em Minas Gerais, São Paulo e Paraná,<br />

vai investir na unida<strong>de</strong> industrial e na<br />

renovação da tradicional marca Leite<br />

Glória, em Itaperuna, no noroeste do<br />

Estado carioca.<br />

De acordo com o secretário <strong>de</strong> Agricultura,<br />

Alberto Mofati, que coor<strong>de</strong>nou<br />

a aproximação da empresa com o<br />

Governo do Estado, a Quatá investirá<br />

cerca <strong>de</strong> 50 milhões <strong>de</strong> reais na unida<strong>de</strong><br />

industrial, que iniciou as suas activida<strong>de</strong>s<br />

com o Fleischmann Royal e estava<br />

sob a operação da LBR.<br />

“Esta unida<strong>de</strong> industrial, referência no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, é agora absorvida por<br />

um grupo que há mais <strong>de</strong> um ano vinha<br />

procurando uma oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

entrar no Estado, em função da atractivida<strong>de</strong><br />

da legislação fluminense e a<br />

expectativa <strong>de</strong> projectar o seu posicionamento<br />

no segundo maior mercado<br />

consumidor do país”, afirmou Alberto<br />

Mofati.<br />

O início <strong>de</strong> operação da nova fábrica<br />

está previsto já para o mês <strong>de</strong> Setembro,<br />

com a recolha <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 100 mil<br />

litros <strong>de</strong> leite por dia. A empresa estima<br />

atingir no mínimo 200 mil litros até<br />

Dezembro e alcançar em dois anos o<br />

patamar <strong>de</strong> 500 mil litros/dia.<br />

O director comercial da Quatá, Maurício<br />

Car<strong>dos</strong>o, explicou que esta será a<br />

maior unida<strong>de</strong> industrial do grupo,<br />

ampliando o seu mix <strong>de</strong> produtos com<br />

leite em pó, leite con<strong>de</strong>nsado, creme<br />

<strong>de</strong> leite e leite UHT da marca Glória.<br />

“De imediato estamos a recuperar 120<br />

postos <strong>de</strong> trabalho. Preten<strong>de</strong>mos<br />

absorver até 200 ainda este ano. Queremos<br />

crescer na recolha <strong>de</strong> leite e na<br />

geração <strong>de</strong> empregos”, enfatizou.<br />

O secretário Alberto Mofati antecipou<br />

o interesse da empresa, ao firmar uma<br />

parceria com a secretaria <strong>de</strong> Agricultura,<br />

com apoio do Banco do Brasil,<br />

visando o fomento da pecuária <strong>de</strong> leite<br />

e fi<strong>de</strong>lização do fornecimento. “Esta é<br />

uma condição que temos evi<strong>de</strong>nciado<br />

para manutenção <strong>dos</strong> incentivos fiscais<br />

no Rio <strong>de</strong> Janeiro”, lembrou.<br />

in Jornal do Brasil/MilkPoint.


MAMAOT ADMITE MENOS FISCALIZAÇÃO<br />

NOS PRODUTOS AGRO-ALIMENTARES<br />

O Ministério da Agricultura admite que<br />

há menos fiscalização <strong>dos</strong> produtos<br />

alimentares e reconhece que a razão<br />

tem a ver com uma racionalização <strong>de</strong><br />

recursos. Em nome do Ministério, o<br />

director-geral <strong>de</strong> Alimentação e Veterinária,<br />

Nuno Vieira Brito, garante que<br />

não está em causa a saú<strong>de</strong> pública, mas<br />

reconhece que a fiscalização diminuiu.<br />

A comunicação social avançou que a<br />

carne, o peixe, os ovos e o mel não<br />

estão a ser fiscaliza<strong>dos</strong> e que <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

Março não foram recolhidas amostras<br />

para analisar estes produtos. Em <strong>de</strong>clarações,<br />

Nuno Vieira Brito admite que a<br />

Uma dívida da Direcção-Geral <strong>de</strong> Alimentação<br />

e Veterinária (DGAV) com<br />

cerca <strong>de</strong> dois anos ao Laboratório<br />

<strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Investigação Veterinária,<br />

que analisava gran<strong>de</strong> parte das amostras<br />

recolhidas junto <strong>dos</strong> produtores<br />

para verificar a existência <strong>de</strong> substancias<br />

ilegais e perigosas em alimentos<br />

como a carne, os ovos ou o leite, obrigou<br />

o laboratório a <strong>de</strong>itar foras inúmeras<br />

amostras e afastou a Autorida<strong>de</strong><br />

para a Segurança Alimentar e Económica<br />

(ASAE) do processo <strong>de</strong> colheita.<br />

As amostras eram entregues diariamente<br />

no Laboratório <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> Investigação<br />

Veterinária (LNIV), que, no final<br />

do primeiro trimestre do ano, informou<br />

a autorida<strong>de</strong> que não dispunha <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> para fazer mais análises.<br />

“Disseram-nos que nem sequer conseguiriam<br />

fazer tudo o que lá tinham”,<br />

adiantou um responsável da ASAE. Os<br />

exames integravam os planos nacionais<br />

<strong>de</strong> colheita <strong>de</strong> resíduos animais e vegetais,<br />

da responsabilida<strong>de</strong> da DGAV.<br />

“Há perto <strong>de</strong> dois meses que, por dificulda<strong>de</strong>s<br />

orçamentais, não foram adquiri<strong>dos</strong><br />

os reagentes para fazer as análises”,<br />

<strong>de</strong>nuncia por seu lado Manuel<br />

Ramos, da Fe<strong>de</strong>ração <strong>Nacional</strong> <strong>dos</strong><br />

Sindicatos da Função Publica. O dirigente<br />

adianta que aos técnicos do LNIV foi<br />

dada indicação para “atirarem fora” as<br />

recolhas que se estavam a <strong>de</strong>gradar por<br />

causa da espera.<br />

Já o Ministério da Agricultura emitiu<br />

um comunicado, em nome da DGAV,<br />

on<strong>de</strong> garante que a segurança <strong>dos</strong> produtos<br />

alimentares <strong>de</strong> origem animal<br />

”está salvaguardada através <strong>dos</strong> múlti-<br />

optimização <strong>de</strong> recursos vai afetar a<br />

recolha <strong>de</strong> amostras. O ano passado<br />

foram recolhidas 7800 amostras <strong>de</strong><br />

controlo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> alimentos. O<br />

diretor-geral <strong>de</strong> Alimentação e Veterinária<br />

sublinha que o plano traçado para<br />

este ano não vai ser cumprido a 100<br />

por cento.<br />

«Obviamente que se tivéssemos mais<br />

dinheiro po<strong>de</strong>ríamos fazer muito mais,<br />

a questão não se coloca nesse sentido,<br />

mas sim qual é a utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste plano e<br />

aquilo que estamos a fazer do ponto <strong>de</strong><br />

vista <strong>de</strong> análises e a focalização em alimentos<br />

<strong>de</strong> maior risco. Estamos a falar<br />

em racionalização e em pensar melhor<br />

na recolha e nas análises que estamos a<br />

fazer», explica.<br />

O director-geral da Alimentação e<br />

Veterinária diz que a priorida<strong>de</strong> no<br />

controlo vai ser dada aos alimentos em<br />

que mais vezes são i<strong>de</strong>ntificadas contaminações,<br />

por exemplo na carne <strong>de</strong><br />

bovino, aves, cavalo e ovos. Nuno Vieira<br />

Brito sublinha que o Plano <strong>Nacional</strong><br />

<strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong> Resíduos e outras medidas<br />

<strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> alimentos<br />

ainda estão a sofrer alterações.<br />

Consensual, garante o director-geral <strong>de</strong><br />

Veterinária, é a diminuição <strong>de</strong> competências<br />

da ASAE nesta matéria. Nuno<br />

Vieira Brito garante que tem mantido<br />

conversações com o director da ASAE<br />

que não se opôs nunca a esta alteração.<br />

SEGURANÇA ALIMENTAR SALVAGUARDADA<br />

plos controlos”. Sem adiantar motivos,<br />

a nota reconhece que “temporariamente”<br />

as amostras estão a ser enviadas<br />

para um laboratório acreditado e situado<br />

no espaço europeu. E precisa que<br />

foram recolhidas perto <strong>de</strong> 2500 amostras<br />

este ano – 820 das quais pela ASAE<br />

–, aproximadamente um terço das previstas,<br />

sem referir quantas foram efectivamente<br />

testadas.<br />

O secretario-geral da Deco, Jorge Morgado,<br />

mostra-se muito preocupado<br />

com a redução da fiscalização feita junto<br />

<strong>dos</strong> produtores. “Uma vigilância<br />

mais frouxa é suficiente para haver mais<br />

tentações e para alguns porem no mercado<br />

produtos proibi<strong>dos</strong> “, afirma. E<br />

exemplifica: “A crise <strong>dos</strong> nitrofuranos<br />

nos frangos só existiu porque o sector<br />

sabia que não se analisava aquela substancia<br />

que permitia um crescimento<br />

rápido <strong>dos</strong> animais”.<br />

Já Paula Teixeira, da Universida<strong>de</strong><br />

Católica, consi<strong>de</strong>ra a polémica alarmista.<br />

“A segurança alimentar não é garantida<br />

apenas por este tipo <strong>de</strong> análises,<br />

mas as ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> distribuição e os produtores<br />

têm os seus próprios mecanismos<br />

<strong>de</strong> controlo”, enfatiza. Nota ainda<br />

que muitas vezes os resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong>stes<br />

exames “não são obti<strong>dos</strong> m tempo<br />

útil”, chegando quando os alimentos já<br />

foram consumi<strong>dos</strong>.<br />

Isso mesmo foi ontem admitido pelo<br />

director-geral <strong>de</strong> Alimentação e Veterinária,<br />

Nuno Vieira e Brito, que precisou<br />

que alguns resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong>moraram<br />

“um e dois anos”.<br />

in TSF online<br />

Pedro Pimentel, presi<strong>de</strong>nte da ANIL,<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que “a acção <strong>de</strong> fiscalização do<br />

Estado <strong>de</strong>ve ser reforçada ou pelo<br />

menos mantida” essencialmente pela<br />

tranquilida<strong>de</strong> que proporciona aos consumidores.<br />

Mesmo assim sublinha que<br />

no seu sector abundam os mecanismos<br />

<strong>de</strong> autocontrolo e que, por isso, a<br />

redução das análises não tem qualquer<br />

impacto na segurança <strong>dos</strong> lacticínios.<br />

“Por exemplo, pagamos a matéria prima<br />

em função da qualida<strong>de</strong>, o que<br />

implica que to<strong>dos</strong> os dias os produtores<br />

são avalia<strong>dos</strong> numa data <strong>de</strong> parâmetros<br />

“, explica. “O problema <strong>de</strong>stas<br />

polémicas é que criam a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que os<br />

produtos não são controla<strong>dos</strong>, lamenta.<br />

Luís Pires da Silva, presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong><br />

Sindical <strong>dos</strong> funcionários da<br />

ASAE, também consi<strong>de</strong>ra que é preciso<br />

apostar na fiscalização. “O controlo<br />

preventivo tem que ser forte <strong>de</strong> forma<br />

a que se analisem o maior número <strong>de</strong><br />

amostras”, resume. “Não aceito que<br />

não haja dinheiro para o controlo <strong>de</strong><br />

produtos alimentares”, diz.<br />

O presi<strong>de</strong>nte da <strong>Associação</strong> <strong>Nacional</strong><br />

<strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> Segurança Alimentar,<br />

Emídio Taylor, lamenta que nenhum<br />

laboratório da DGAV esteja acreditado,<br />

o que associa aos custos da certificação.<br />

“Contudo, o Estado obriga-nos<br />

a utilizar laboratórios acredita<strong>dos</strong>”,<br />

sustenta. “A acreditação pelo menos<br />

nos parâmetros mais importantes traria<br />

mais confiança aos consumidores “,<br />

concluiu.<br />

in Público<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 43


EMPRESA SUÍÇA QUE PROTEGE MARCAS PORTUGUESAS<br />

O Nestum Mel, um produto único no<br />

mundo, e a Cérélac, <strong>de</strong>senvolvida em<br />

Portugal, são dois exemplos da aposta<br />

da Nestlé na produção nacional. Uma<br />

prova <strong>de</strong> que a suíça Nestlé confia no<br />

potencial das marcas portuguesas chama-se<br />

Buondi. Sempre que tem planos<br />

para entrar num novo mercado, é esta<br />

a marca <strong>de</strong> café que a multinacional<br />

passou a usar para testar as preferências<br />

<strong>dos</strong> consumidores e, <strong>de</strong>pois, para<br />

os conquistar.<br />

Uma estratégia recente do grupo suíço<br />

para a internacionalização, mas que<br />

reflecte a aposta <strong>dos</strong> seus executivos<br />

nas marcas nacionais.<br />

A portuguesa Buondi não é a única<br />

marca que a Nestlé encara como<br />

coqueluche no seu vasto portefólio <strong>de</strong><br />

produtos alimentares. Nestum, Cérélac,<br />

Pensal e mesmo outras marcas <strong>de</strong><br />

café - Sical, Tofa, Christina - e ainda as<br />

bebidas Tofina, Mokambo, Bolero, Pensal<br />

e Brasa integram essa lista <strong>de</strong> marcas<br />

<strong>de</strong> prestígio, com direito a manter a<br />

sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional.<br />

A ligação da Buondi <strong>à</strong> Nestlé <strong>de</strong>u-se em<br />

1993, quando a multinacional comprou<br />

a Montarroio ao grupo RAR, passando<br />

então a <strong>de</strong>ter a marca <strong>de</strong> cafés. A partir<br />

<strong>de</strong>sta data, o café Buondi passa a ser<br />

torrado e embalado na fábrica que a<br />

empresa possui em S. Mame<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Infesta, no Porto. Daqui para a internacionalização<br />

da marca portuguesa foi<br />

um pulo: hoje, a Buondi tem como <strong>de</strong>stino<br />

países tão diversos como África do<br />

Sul, Austrália, Rússia, Turquia, Maurícias,<br />

Dubai ou a maioria <strong>dos</strong> países<br />

europeus. Só no ano passado, a Nestlé<br />

facturou mais <strong>de</strong> 624 milhões <strong>de</strong> euros,<br />

<strong>dos</strong> quais 80 milhões - que correspon<strong>de</strong>m<br />

a um crescimento <strong>de</strong> 27,3% em<br />

relação ao ano anterior - foram exportações.<br />

A marca Nestum, porém, é a que mais<br />

44 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

memórias reclama junto <strong>dos</strong> consumidores<br />

portugueses e a que mais emociona<br />

to<strong>dos</strong> os colaboradores da<br />

empresa - isto porque o Nestum Mel<br />

foi <strong>de</strong>senvolvido em Portugal. "Foi um<br />

funcionário <strong>de</strong> Avanca que o <strong>de</strong>senvolveu<br />

em colaboração com os colegas na<br />

Suíça. É um produto único no mundo",<br />

enaltece Deolinda Nunes, directora <strong>de</strong><br />

relações corporativas da Nestlé. A<br />

marca <strong>de</strong> flocos <strong>de</strong> cereais nasceu em<br />

1958 e rapidamente se tornou um<br />

sucesso sem paralelo no mercado,<br />

dado que foi o primeiro produto claramente<br />

dirigido para o pequeno-almoço.<br />

Passa<strong>dos</strong> mais <strong>de</strong> 50 anos, confirma<br />

Deolinda Nunes, continua a ser um<br />

sucesso <strong>de</strong> vendas. Talvez por isso<br />

vários colaboradores <strong>de</strong>staquem o facto<br />

<strong>de</strong> a empresa acompanhar várias<br />

gerações e ter produtos para todas,<br />

como salienta Delvino Silva, gestor <strong>de</strong><br />

logística: “É uma empresa que está presente<br />

em todas as gerações”. Tanto<br />

assim é que Deolinda Nunes não estranha<br />

o facto <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um terço <strong>dos</strong><br />

portugueses estar convencido <strong>de</strong> que a<br />

Nestlé é uma empresa portuguesa,<br />

como revelaram os inquéritos feitos<br />

pela empresa.<br />

Outro produto marcante no catálogo<br />

da empresa é a Cerelac, também<br />

<strong>de</strong>senvolvido em Portugal. Lançada no<br />

mercado em 1954, a farinha láctea<br />

ganhou notorieda<strong>de</strong> ao protagonizar as<br />

primeiras campanhas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong> em<br />

jornais portugueses. Co nomes como<br />

“Gran<strong>de</strong> Concurso <strong>de</strong> Bebés Nestlé” e,<br />

mais tar<strong>de</strong>, na televisão, quando esta<br />

surge em Portugal em 1957, a Cérelac<br />

ganhou um estatuto próprio entre os<br />

consumidores e <strong>de</strong>ntro do próprio<br />

grupo.<br />

Mas nem tudo têm sido sucessos para a<br />

empresa <strong>de</strong> origem helvética em Portugal.<br />

Primeiro, foi a compra da marca <strong>de</strong><br />

chocolates Raja, em 1984, que anos<br />

mais tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixaram <strong>de</strong> ser comercializa<strong>dos</strong>.<br />

Depois as dificulda<strong>de</strong>s em concorrer<br />

no segmento <strong>de</strong> gela<strong>dos</strong> on<strong>de</strong> a<br />

rival Olá, da Jerónimo Martins, continua<br />

dominante.<br />

Exportações crescem 27%<br />

A companhia registou vendas consolidadas<br />

<strong>de</strong> 624 milhões <strong>de</strong> euros nas activida<strong>de</strong>s<br />

que <strong>de</strong>tém em Portugal, no ano<br />

passado. Face a 2010, houve um crescimento<br />

<strong>de</strong> 3,6%, com <strong>de</strong>staque para o<br />

comportamento das exportações. Nestas<br />

vendas externas – em que “80% vão<br />

para socieda<strong>de</strong>s afiliadas do grupo”<br />

Nestlé –, o valor das vendas aumentou<br />

27,3%, para 80 milhões <strong>de</strong> euros, representando<br />

assim quase 13% do consolidado<br />

pela “holding” alimentar no País.<br />

Já as vendas no território nacional cresceram<br />

0,8%, para 544 milhões <strong>de</strong> euros.<br />

Do total das vendas, 180 milhões <strong>de</strong><br />

euros vieram da área das bebidas –<br />

on<strong>de</strong> a companhia inclui os circuitos<br />

fecha<strong>dos</strong> <strong>de</strong> café, como a Nespresso e<br />

a Dolce Gusto e on<strong>de</strong> lançou agora o<br />

produto solúvel Nestlé Galão. Assim, o<br />

negócio <strong>de</strong> torrefacção <strong>de</strong> café<br />

(concentrada na fábrica do Porto, com<br />

as marcas Buondi, Sical, Tofa e Christina,<br />

as duas áreas valem 240 milhões <strong>de</strong><br />

euros, ou seja 44% to total realizado<br />

em Portugal.<br />

in Diário Económico


UM TERÇO DOS APOIOS NAS MÃOS DE 140 OPERADORES<br />

As gran<strong>de</strong>s explorações agrícolas, as<br />

organizações <strong>de</strong> produtores e muitas<br />

instituições privadas e públicas continuam<br />

a absorver a fatia <strong>de</strong> leão <strong>dos</strong><br />

apoios concedi<strong>dos</strong> to<strong>dos</strong> os anos <strong>à</strong>agricultura<br />

portuguesa. No ano passado, os<br />

140 maiores beneficiários das ajudas, os<br />

que recebem mais <strong>de</strong> meio milhão <strong>de</strong><br />

euros, arrecadaram 242 milhões <strong>de</strong><br />

euros (ME). Este valor representa cerca<br />

<strong>de</strong> 35 por cento do montante, ou seja,<br />

675 ME concedi<strong>dos</strong> a todo o sector,<br />

on<strong>de</strong> existem mais <strong>de</strong> 300 mil beneficiários.<br />

Os apoios da<strong>dos</strong> <strong>à</strong> agricultura nacional<br />

surgem no âmbito da política agrícola<br />

comum (PAC) e são distribuí<strong>dos</strong> segundo<br />

dois critérios, uma parte do orçamento,<br />

cerca <strong>de</strong> 70 por cento, é ajudas<br />

directas aos produtores agrícolas, consagra<strong>dos</strong><br />

na chamada vertente FEAGA<br />

da PAC. São 100 por cento financia<strong>dos</strong><br />

por dinheiros europeus.<br />

Há uma outra componente, a do apoio<br />

a projectos <strong>de</strong> investimento agrícola,<br />

que surge integrada no pilar FEADER<br />

da PAC e que inclui uma comparticipação<br />

nacional. No ano passado, a componente<br />

das ajudas directas distribuiu<br />

479 ME a mais <strong>de</strong> 200 mil beneficiários<br />

e a do investimento ascen<strong>de</strong>u a 196 ME<br />

para mais <strong>de</strong> 100 mil funcionários.<br />

Arlindo Cunha, antigo ministro da Agricultura,<br />

reconhece que é normal que as<br />

gran<strong>de</strong>s empresas do sector absorvam<br />

uma parte substancial <strong>dos</strong> apoios.<br />

«Tem muito a ver com a dimensão das<br />

empresas, que po<strong>de</strong>m receber apoios <strong>à</strong><br />

sua produção ou subsídios <strong>à</strong> exportação.<br />

Para receberem as ajudas directas,<br />

têm que produzir».<br />

Este antigo relator do Parlamento<br />

Europeu para as reformas da PAC<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que, mesmo assim, faz sentido<br />

imporem-se tectos aos que mais recebem,<br />

como acontece, por exemplo nos<br />

Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>, e que <strong>de</strong>vem ser privilegiadas<br />

as explorações ou as empresas<br />

que são mais eficientes na área do<br />

emprego. «Deve haver uma majoração<br />

neste caso, como aliás a Comissão<br />

Europeia preten<strong>de</strong>», afirmou ao Público<br />

Uma análise aos maiores beneficiários<br />

das ajudas agrícolas mostra que, na<br />

componente <strong>dos</strong> apoios ao investimento,<br />

o campeão das ajudas é um organismo<br />

da administração central, a Direcção-Geral<br />

<strong>de</strong> Agricultura e Desenvolvimento<br />

Rural, logo seguida da EDIA, a<br />

empresa que gere o empreendimento<br />

do Alqueva. E estão também muitas<br />

empresas do sector agro-industrial,<br />

quase todas a beneficiar <strong>de</strong> apoios para<br />

projectos <strong>de</strong> investimento, entretanto<br />

realiza<strong>dos</strong> ou que estão a realizar.<br />

Mas também surgem muitas empresas<br />

do sector <strong>dos</strong> vinhos, on<strong>de</strong> sobressaem<br />

os apoios <strong>à</strong> exportação, do leite, especialmente<br />

<strong>dos</strong> Açores, e entida<strong>de</strong>s ligadas<br />

<strong>à</strong>s gran<strong>de</strong>s culturas. Entre os gran<strong>de</strong>s<br />

beneficiários, empresas que gerem<br />

entrepostos comerciais, gabinetes <strong>de</strong><br />

apoio técnico <strong>à</strong> activida<strong>de</strong> agrícola, unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> negócio <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> ser-<br />

INTERGAL PROMOVE PRODUTOS PORTUGUESES<br />

A ExpoSalão – Centro <strong>de</strong> Exposições<br />

promove, no início do próximo mês <strong>de</strong><br />

Outubro, a INTERGAL – Salão Internacional<br />

<strong>de</strong> Produtos Alimentares <strong>de</strong> Portugal.<br />

O objectivo é reunir os produtores<br />

e fabricantes <strong>de</strong> produtos alimentares<br />

portugueses e promovê-los <strong>à</strong> escala<br />

internacional e nacional, com vista dinamizar<br />

o mercado, fomentar o aumento<br />

das exportações, minimizando o impacto<br />

das importações na economia nacional.<br />

Este Salão internacional preten<strong>de</strong>:<br />

n Promover e divulgar os produtos tradicionais<br />

<strong>de</strong> Portugal junto <strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong><br />

externos, valorizando-os com<br />

vista ao aumento das exportações<br />

nacionais<br />

n Destacar os <strong>de</strong>nomina<strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong><br />

da “sauda<strong>de</strong>”, on<strong>de</strong> estão enraizadas<br />

as gran<strong>de</strong>s comunida<strong>de</strong>s portuguesas,<br />

gran<strong>de</strong>s consumidoras <strong>de</strong> produtos<br />

portugueses.<br />

n Criar novos canais <strong>de</strong> comercialização<br />

externos e internos<br />

n Encurtar distâncias entre o produtor e<br />

viços ao sector.<br />

José Martino, um engenheiro agrónomo<br />

que tem colaborado na concepção e<br />

concretização <strong>de</strong> muitos projectos <strong>de</strong><br />

investimento, afirma que o actual regime<br />

é muito complexo e acabou por<br />

ficar paralisado, porque «não teve presente<br />

que há várias agriculturas <strong>de</strong>ntro<br />

da agricultura portuguesa». E <strong>de</strong>fen<strong>de</strong><br />

que, no próximo programa <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento<br />

rural, «<strong>de</strong>ve colocar-se os<br />

apoios nos projectos que visem aumentar<br />

a produção», acrescentando que «a<br />

teoria <strong>de</strong> que é preciso dar dinheiro a<br />

to<strong>dos</strong> não resulta».<br />

Os gastos europeus com os apoios <strong>à</strong><br />

agricultura somaram 56 mil ME em<br />

2011. Deverão aproximar-se <strong>dos</strong> 60 mil<br />

milhões após 2014. Só assim, argumenta<br />

José Martino, será possível ultrapassarmos<br />

o crónico défice da balança<br />

agrícola. «Temos que nos concentrar<br />

mais naquilo em que somos competitivos,<br />

temos que produzir mais para<br />

exportar», afirmou Martino em <strong>de</strong>clarações<br />

ao Público.<br />

José Martino consi<strong>de</strong>ra, ainda, que estes<br />

apoios não surtirão efeito se não se<br />

ultrapassarem alguns <strong>dos</strong> problemas<br />

crónicos que condicionam o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

do sector: o acesso <strong>à</strong> terra, a<br />

formação profissional e, fundamentalmente,<br />

o do financiamento.<br />

A Comissão Europeia tem em discussão<br />

pública uma nova proposta <strong>de</strong><br />

reforma da PAC, que, entre outras<br />

vertentes, prevê uma recalibragem na<br />

distribuição <strong>dos</strong> apoios entre os diversos<br />

países, ou seja, reduzindo o envelope<br />

<strong>dos</strong> que mais recebem em favor <strong>dos</strong><br />

Esta<strong>dos</strong> que têm direito a um montante<br />

mais baixo <strong>de</strong> ajudas do orçamento<br />

comunitário.<br />

o retalhista<br />

in Público<br />

n Aumentar o nível <strong>de</strong> implantação <strong>dos</strong><br />

produtos tradicionais portugueses nos<br />

merca<strong>dos</strong><br />

O sector agro-alimentar, esse amplo<br />

sector <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>, tem gran<strong>de</strong><br />

potencial <strong>de</strong> crescimento, sendo a<br />

INTERGAL um meio para que os<br />

empresários contactem com novos<br />

merca<strong>dos</strong> e estabeleçam relações<br />

comerciais com futuro.<br />

A feira <strong>de</strong>correrá <strong>de</strong> 4 a 6 <strong>de</strong> Outubro<br />

<strong>de</strong> 2012, na Batalha, e no período das<br />

10h00 <strong>à</strong>s 20h00.<br />

in Portugal News<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 45


GOVERNO VAI REVER PRÁTICAS ABUSIVAS E SANÇÕES<br />

As propostas <strong>de</strong> revisão da legislação,<br />

que incluem prazos <strong>de</strong> pagamento,<br />

<strong>de</strong>verão ser apresentadas em Outubro,<br />

<strong>de</strong>pois da discussão e apresentação <strong>de</strong><br />

propostas no quadro da PARCA<br />

(Plataforma <strong>de</strong> Acompanhamento das<br />

Relações na Ca<strong>de</strong>ia Agro-alimentar),<br />

que envolve empresas <strong>de</strong> distribuição e<br />

representantes da indústria e da agricultura.<br />

As propostas para rever a<br />

legislação que rege as relações entre<br />

fornecedores e gran<strong>de</strong>s superfícies<br />

<strong>de</strong>verão ser apresentadas na próxima<br />

reunião da PARCA, a quatro <strong>de</strong> Outubro,<br />

adiantou João Paulo Girbal, o presi<strong>de</strong>nte<br />

da Centromarca, uma das entida<strong>de</strong>s<br />

representadas nesta plataforma.<br />

Fonte oficial do Ministério da Agricultura,<br />

do Mar, do Ambiente e do Or<strong>de</strong>namento<br />

do Território (MAMAOT) confirmou<br />

que o governo, incluindo o<br />

O presi<strong>de</strong>nte da Promarca (associação<br />

<strong>dos</strong> fabricantes <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> marca<br />

no mercado espanhol), Ignacio Larracoechea<br />

lamenta que, em muitos casos,<br />

os distribuidores limitem a varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produtos, encareçam os preços <strong>dos</strong><br />

produtos <strong>de</strong> marca e alavanquem os<br />

seus próprios produtos. Seguindo uma<br />

estratégia que penaliza a qualida<strong>de</strong> e os<br />

direitos do consumidor.<br />

Em entrevista, Ignacio Larracoechea,<br />

exige legislação que permita que os<br />

compradores finais tenham direito a um<br />

"preço justo", sem que as ca<strong>de</strong>ias possam<br />

‘inflaccionar’ os preços para que as<br />

suas próprias surjam mais atractivas<br />

para os compradores, aos quais se limita<br />

a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>,<br />

com o único intuito <strong>de</strong> obter<br />

mais lucros. "Para um produto, estar<br />

em cima ou <strong>à</strong> altura <strong>dos</strong> olhos na prateleira<br />

<strong>de</strong> um supermercado po<strong>de</strong> significar<br />

que as suas vendas <strong>de</strong>sçam ou<br />

subam em 20%." Assim, "discriminamse"<br />

e inclusivamente eliminam-se <strong>dos</strong><br />

lineares muitas marcas, apesar das<br />

repercussões económicas <strong>de</strong>ssa opção<br />

e <strong>de</strong>sta falta <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> compra, o<br />

que significa reduzir a qualida<strong>de</strong> e varieda<strong>de</strong>,<br />

enquanto "alguns" beneficiam da<br />

ineficácia da legislação.<br />

Apesar da crise actual, as marcas<br />

"lí<strong>de</strong>res" estão a "sobreviver" ao produzir<br />

bens <strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong> e<br />

po<strong>de</strong>m crescer e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a sua quota<br />

46 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

Ministério da Economia, já está a trabalhar<br />

na revisão da legislação, em particular<br />

<strong>dos</strong> diplomas sobre as práticas<br />

negociais abusivas, que abrangem as<br />

vendas com prejuízo, e respectivo regime<br />

sancionatório, práticas comerciais<br />

<strong>de</strong>sleais e prazos <strong>de</strong> pagamento obrigatórios.<br />

As vendas com prejuízo não são o único<br />

problema da relação entre fornecedores<br />

e empresas <strong>de</strong> distribuição. Os<br />

prazos <strong>de</strong> pagamento, a aplicação<br />

retroactiva <strong>de</strong> penalida<strong>de</strong>s ou os <strong>de</strong>scontos<br />

retroactivos, a recusa <strong>de</strong> venda<br />

ou as cópias parasitárias (copycat) são<br />

outras matérias sensíveis numa relação<br />

que as autorida<strong>de</strong>s, como o Executivo<br />

e Autorida<strong>de</strong> da Concorrência (AdC),<br />

reconhecem ser diferentes.<br />

O primeiro relatório da PARCA sublinhava<br />

as dificulda<strong>de</strong>s <strong>dos</strong> agricultores<br />

em repercutir nos preços <strong>de</strong> venda o<br />

gran<strong>de</strong> aumento <strong>dos</strong> custos <strong>de</strong> produção,<br />

reafirmando a conclusão da análise<br />

<strong>de</strong> 2010 da AcCa aos contratos entre<br />

distribuidores e fornecedores, que<br />

revelou “um <strong>de</strong>sequilíbrio negocial<br />

entre as duas partes com prepon<strong>de</strong>rância<br />

para os primeiros”.<br />

A APED (<strong>Associação</strong> Portuguesa das<br />

Empresas <strong>de</strong> Distribuição) realçou, a<br />

propósito <strong>de</strong>ste relatório, o efeito da<br />

actuação das suas associadas em limitar<br />

a subida <strong>dos</strong> preços aos consumidores.<br />

A par das alterações legais, o Governo<br />

quer promover a auto-regulação e a<br />

adopção <strong>de</strong> um código <strong>de</strong> boas práticas,<br />

uma experiência já tentada no passado<br />

sem resulta<strong>dos</strong>, pelo que João<br />

Paulo Girbal sugere a criação da figura<br />

do provedor que, <strong>à</strong> semelhança do<br />

mo<strong>de</strong>lo inglês, teria po<strong>de</strong>res sancionatórios<br />

sobre os incumpridores.<br />

PROMARCA DENUNCIA SUBSIDIAÇÃO CRUZADA<br />

<strong>de</strong> mercado, enquanto as "segundas e<br />

terceiras" marcas estão a sofrer o avanço<br />

das marcas brancas e chegam, muitas<br />

vezes, a ser excluídas <strong>dos</strong> supermerca<strong>dos</strong>.<br />

Meta<strong>de</strong> do que é comprado<br />

em Espanha são marcas das empresas<br />

<strong>de</strong> distribuição, explica.<br />

Alguns supermerca<strong>dos</strong> colocam as suas<br />

próprias marcas nas prateleiras e muitos<br />

sectores "caem num monopólio” e<br />

os consumidores "só po<strong>de</strong>m comprar<br />

numa loja a marca branca e, quando<br />

muito, a marca lí<strong>de</strong>r do mercado”.<br />

Quando apenas há monopólios ou duopólios,<br />

há menos concorrência, a qualida<strong>de</strong><br />

sofre e os preços não são competitivos,<br />

disse, recordando que a autorida<strong>de</strong><br />

espanhola da concorrência já alertou<br />

para esta circunstância. Diante disso,<br />

exige uma legislação que permita<br />

um "preço justo", que "equilibre as<br />

regras do jogo" para que os consumidores<br />

possam ter uma maior varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> produtos, "limitada em algumas<br />

ca<strong>de</strong>ias", que "discriminam" e elevam os<br />

preços <strong>de</strong> algumas marcas até 25%, sem<br />

que o fabricante possa fazer nada.<br />

De acordo com relatórios da Comissão<br />

Europeia, <strong>de</strong>staca, um <strong>dos</strong> "gran<strong>de</strong>s<br />

perigos" <strong>de</strong>sta discriminação é que a<br />

qualida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> sofrer nos produtos,<br />

bem como a varieda<strong>de</strong> e a inovação,<br />

sendo Espanha um paradigma da falta<br />

in Confagri/Jornal I<br />

<strong>de</strong> inovação nos seus supermerca<strong>dos</strong>,<br />

por causa da legislação em vigor.<br />

Embora em Espanha, existam leis como<br />

a da concorrência e da concorrência<br />

<strong>de</strong>sleal para corrigir estas "<strong>de</strong>slealda<strong>de</strong>s"<br />

é difícil <strong>de</strong> aplicar, porque se<br />

"quem abusa da empresa é o seu maior<br />

cliente é muito difícil <strong>de</strong>nunciá-lo porque<br />

a retaliação po<strong>de</strong> ser muito pior<br />

do que a activida<strong>de</strong> que a empresa quer<br />

<strong>de</strong>nunciar", acrescentou. "A maioria<br />

<strong>dos</strong> fabricantes prefere pagar um pouco<br />

mais e ser discriminado, do que ser<br />

expulsa <strong>de</strong>ste mercado, <strong>de</strong> 80.000 milhões<br />

<strong>de</strong> euros, que é controlado a 60%<br />

por quatro distribuidores" (Mercadona,<br />

Carrefour, Día e Eroski). "Se somarmos<br />

mais dois (Alcampo e El Corte<br />

Ingles), 75% do mercado está nas mãos<br />

<strong>de</strong> seis centros <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão", significa<br />

que uma <strong>de</strong>núncia e respectivos riscos<br />

po<strong>de</strong> ser um fardo muito pesado sobre<br />

as vendas <strong>de</strong> uma dada marca.<br />

Solicita que a nova Lei da Ca<strong>de</strong>ia Alimentar,<br />

que está a ser elaborada pelo<br />

Ministério da Agricultura, em Madrid,<br />

contemple que as associações <strong>de</strong><br />

empresas possam apresentar estas<br />

<strong>de</strong>núncias ante as autorida<strong>de</strong>s da concorrência<br />

e que o diploma reconheça<br />

oficialmente que os distribuidores "são<br />

também concorrentes das marcas".<br />

in Agência Éfe


UM DE MAIO GERA DEZ MILHÕES DE PREJUÍZOS<br />

A campanha permitiu ao Pingo Doce<br />

aumentar as vendas mas teve forte<br />

impacto no EBITDA da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

supermerca<strong>dos</strong>. A Jerónimo Martins<br />

apresentou os resulta<strong>dos</strong> do primeiro<br />

semestre, on<strong>de</strong> pela primeira vez revela<br />

o impacto nas contas do <strong>de</strong>sconto<br />

realizado no dia 1 <strong>de</strong> Maio, quando<br />

ven<strong>de</strong>u os produtos a 50% do preço<br />

habitual. No comunicado com a apresentação<br />

<strong>de</strong> resulta<strong>dos</strong>, enviado <strong>à</strong><br />

CMVM, a Jerónimo Martins diz que<br />

esta campanha representou um custo<br />

extraordinário <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 10 milhões<br />

<strong>de</strong> euros, que teve o “objectivo <strong>de</strong><br />

reforçar a sua marca e posição competitiva<br />

no mercado”.<br />

Em vez <strong>de</strong> custo, a Jerónimo Martins<br />

prefere classificar a iniciativa como<br />

investimento. “Este investimento levou<br />

a um aumento significativo <strong>de</strong> notorieda<strong>de</strong><br />

da marca e, em conjunto com as<br />

campanhas promocionais em implementação,<br />

espera-se que leve as vendas<br />

a crescer acima do mercado”, refere o<br />

comunicado.<br />

Os números do segundo trimestre<br />

mostram que o Pingo Doce conseguiu<br />

inverter a tendência <strong>de</strong> queda das vendas.<br />

Na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> supermerca<strong>dos</strong> as<br />

vendas cresceram 6,1% no total e 2,4%<br />

em termos comparáveis, “o que, num<br />

O Pingo Doce foi alvo <strong>de</strong> uma coima <strong>de</strong><br />

quase 30 mil euros pela promoção que<br />

realizou no dia 1 <strong>de</strong> Maio. A AdCa terá<br />

i<strong>de</strong>ntificado 15 produtos vendi<strong>dos</strong> abaixo<br />

do preço <strong>de</strong> custo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> açúcar a<br />

pasta <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntes. "A arguida foi con<strong>de</strong>nada,<br />

por cúmulo jurídico, na coima<br />

única <strong>de</strong> 29,927 mil euros, mais 250<br />

euros <strong>de</strong> custas" do processo. No total<br />

são 30,17 mil euros que a JM terá <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sembolsar pela promoção do passado<br />

dia 1 <strong>de</strong> Maio, em que os 369 supermerca<strong>dos</strong><br />

Pingo Doce existentes em<br />

território Continental e na Ma<strong>de</strong>ira<br />

conce<strong>de</strong>ram um <strong>de</strong>sconto directo <strong>de</strong><br />

50% nas compras. A coima <strong>à</strong> JM atinge<br />

assim o valor máximo possível por lei.<br />

mercado que registou uma queda <strong>de</strong><br />

2,4% em Abril e Maio, reflecte um crescimento<br />

da quota <strong>de</strong> mercado”, assinala<br />

o Pingo Doce. No conjunto do semestre<br />

as vendas do Pingo Doce subiram<br />

4,7%.<br />

Se o impacto nas vendas foi positivo,<br />

nos indicadores <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong> operacional<br />

o efeito foi o inverso. O EBIDTA<br />

do grupo aumentou 5% (<strong>de</strong>vido ao<br />

crescimento da unida<strong>de</strong> polaca Biedronka),<br />

mas a margem EBITDA<br />

recuou 0,1 pontos percentuais para<br />

6,4%. Tendo em conta apenas o Pingo<br />

Doce, o EBITDA caiu 14,2% para 64<br />

milhões <strong>de</strong> euros, uma queda que a<br />

empresa atribui directamente aos <strong>de</strong>scontos<br />

no 1º <strong>de</strong> Maio. Já a margem<br />

EBITDA da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> supermerca<strong>dos</strong><br />

caiu <strong>de</strong> 5,3% no primeiro semestre <strong>de</strong><br />

2011 para 4,4% nos primeiros seis<br />

meses <strong>de</strong>ste ano.<br />

Apesar <strong>de</strong>ste impacto negativo nas contas,<br />

a Jerónimo Martins manter “o<br />

reforço do seu posicionamento <strong>de</strong> preço<br />

e da sua posição competitiva no<br />

mercado”, esperando que “a estratégia<br />

continue a suportar o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong><br />

vendas com o LFL [variação das vendas<br />

comparáveis] em terreno positivo”.<br />

Marca própria ganha peso<br />

No comunicado distribuído <strong>à</strong> imprensa,<br />

a Jerónimo Martins reforça o posicionamento<br />

<strong>de</strong> aumento das vendas, mesmo<br />

assumindo a perda <strong>de</strong> rentabilida<strong>de</strong>. O<br />

objectivo passa por manter o “foco em<br />

estimular o crescimento das vendas e o<br />

fortalecimento da marca Pingo Doce,<br />

mesmo admitindo que este esforço<br />

tenha impacto negativo na margem<br />

EBITDA da Companhia, no ano”.<br />

A empresa assinala que no primeiro<br />

semestre, “assistiu-se ao ajustamento<br />

do consumidor a uma situação <strong>de</strong> diminuição<br />

do seu rendimento disponível<br />

em resultado <strong>de</strong> cortes nos salários,<br />

redução <strong>dos</strong> apoios sociais, aumento<br />

<strong>dos</strong> impostos directos e indirectos e da<br />

taxa <strong>de</strong> <strong>de</strong>semprego”, concluindo-se<br />

que “os portugueses passaram a incluir<br />

mais produtos <strong>de</strong> marca própria no seu<br />

cabaz e reduziram as suas compras nas<br />

categorias que sofreram aumento do<br />

IVA.” Segundo os números do Pingo<br />

Doce, o peso da Marca Própria no total<br />

das vendas aumentou <strong>de</strong> 41,4%, no final<br />

<strong>de</strong> 2011, para 43,1% no primeiro<br />

semestre do ano. Ainda em relação <strong>à</strong><br />

campanha <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontos do 1º <strong>de</strong> Maio,<br />

o Pingo Doce <strong>de</strong>staca que este teve<br />

uma “vasta cobertura mediática”, com<br />

a publicação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> duas mil notícias<br />

em 30 dias, e “mereceu gran<strong>de</strong><br />

aceitação por parte <strong>dos</strong> consumidores,<br />

comprovada pelos estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong> mercado<br />

realiza<strong>dos</strong> por diversas empresas”.<br />

UM DE MAIO COM COIMA DE TRINTA MIL EUROS<br />

A RTP, que avançou a notícia em primeira-mão,<br />

adianta ainda que em causa<br />

estão infracções no custo <strong>de</strong> venda <strong>de</strong><br />

15 produtos, como açúcar, arroz,<br />

vinho, leite, café, flocos <strong>de</strong> cereais, <strong>de</strong>ntífricos<br />

e fraldas. Em causa está o artigo<br />

13º do DL 370/93, que <strong>de</strong>termina que<br />

as vendas não po<strong>de</strong>m ser vendidas abaixo<br />

do preço <strong>de</strong> custo (produção,<br />

impostos e transporte incluído).<br />

Contactada, fonte oficial da JM garantiu:<br />

"Não recebemos qualquer notificação<br />

sobre este assunto". Até este momento<br />

não foi possível obter informações adicionais<br />

por parte da AdC.<br />

Recor<strong>de</strong>-se que a JM contabilizou 10<br />

milhões <strong>de</strong> euros <strong>de</strong> custos não recorrentes<br />

no primeiro semestre do ano,<br />

associando-os directamente <strong>à</strong> promoção<br />

<strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Maio. Um valor que, em<br />

termos líqui<strong>dos</strong>, foi reduzido após<br />

impostos para quatro milhões, adiantou<br />

in Jornal <strong>de</strong> Negócios<br />

na conferência <strong>de</strong> analistas a direcção<br />

financeira da empresa.<br />

JM tem 20 dias para impugnar<br />

O Grupo <strong>de</strong> distribuição ainda está a<br />

analisar a <strong>de</strong>cisão da Autorida<strong>de</strong>, que a<br />

con<strong>de</strong>nou em 15 contra-or<strong>de</strong>nações<br />

por venda abaixo do preço <strong>de</strong> custo<br />

realizadas na promoção <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Maio e<br />

tem pelo menos até ao final do presente<br />

mês <strong>de</strong> Agosto para impugnar a con<strong>de</strong>nação<br />

da Autorida<strong>de</strong> da Concorrência,<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter confirmado ter recebido<br />

já a notificação do regulador, que<br />

a multou em 29,92 mil euros <strong>de</strong> coima.<br />

Questionada sobre se o grupo JM já<br />

tinha reagido <strong>à</strong> <strong>de</strong>cisão da Autorida<strong>de</strong>,<br />

fonte da AdC respon<strong>de</strong>u que “a JM não<br />

tem que efectuar qualquer resposta,<br />

mas tem, nos termos da lei, o direito<br />

<strong>de</strong> impugnar a <strong>de</strong>cisão administrativa<br />

junto do tribunal competente”.<br />

in Jornal <strong>de</strong> Negócios<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 47


MULTAS VALEM MENOS QUE MEIA-HORA DE VENDAS<br />

O tema saltou para as primeiras páginas<br />

<strong>dos</strong> jornais, telejornais e opinião, com a<br />

promoção do 1.º <strong>de</strong> Maio do Pingo<br />

Doce. Na semana passada soube-se que<br />

a empresa <strong>de</strong> distribuição tinha sido<br />

multada em cerca <strong>de</strong> 30 mil euros por<br />

15 contra-or<strong>de</strong>nações por vendas com<br />

prejuízo. É o valor mais alto permitido<br />

por lei, que só <strong>de</strong>ixa acumular duas<br />

sanções máximas, que são <strong>de</strong> 15 mil<br />

euros.<br />

O valor é exemplar da reduzida dimensão<br />

das sanções aplicadas pela lei portuguesa<br />

<strong>à</strong>s vendas com prejuízo<br />

(quando um produto chega ao consumidor<br />

a um preço inferior ao que custa<br />

produzi-lo). Os da<strong>dos</strong> forneci<strong>dos</strong> pela<br />

Autorida<strong>de</strong> da Concorrência (AdC),<br />

entida<strong>de</strong> responsável pela instrução<br />

<strong>de</strong>stes processos, revelam que no ano<br />

passado foram proferidas 33 con<strong>de</strong>nações<br />

a que correspon<strong>de</strong>ram coimas no<br />

valor <strong>de</strong> 357 mil euros. É o valor mais<br />

baixo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2008.<br />

Em 2010 tinham sido um milhão <strong>de</strong><br />

euros, e o total mais alto <strong>de</strong> coimas<br />

por vendas com prejuízo aconteceu em<br />

2007, com 1,5 milhões <strong>de</strong> euros para<br />

A Jerónimo Martins está a canalizar o<br />

seu orçamento <strong>de</strong> marketing para o<br />

pagamento das campanhas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto<br />

que tem promovido nos últimos meses<br />

no Pingo Doce. Nos meses <strong>de</strong> Maio e<br />

Junho, esta estratégia reflectiu-se já<br />

numa quebra homóloga <strong>de</strong> 3,9 milhões<br />

<strong>de</strong> euros, a preços <strong>de</strong> tabela, no investimento<br />

em campanhas publicitárias.<br />

De acordo com as informações avançadas<br />

nas contas do primeiro semestre,<br />

só a polémica campanha <strong>de</strong> 50% <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sconto do dia 1 <strong>de</strong> Maio, custou <strong>à</strong><br />

empresa 10 milhões <strong>de</strong> euros – um<br />

valor a que acresce a multa <strong>de</strong> 30 mil<br />

euros da AdC, por ter sido i<strong>de</strong>ntificada<br />

a venda <strong>de</strong> 15 produtos abaixo do preço<br />

<strong>de</strong> custo nessa promoção.<br />

Mas como assumiu a empresa no seu<br />

relatório semestral, além <strong>de</strong> a acção ter<br />

cumprido o objectivo <strong>de</strong> “reforçar a<br />

sua marca e posição competitiva no<br />

mercado”, permitiu ainda “um aumento<br />

significativo da notorieda<strong>de</strong> da marca”<br />

Pingo Doce, sem investimento em campanhas<br />

publicitárias. Foi este balanço –<br />

aliado <strong>à</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ‘pagar’ os <strong>de</strong>scontos<br />

– que acelerou a mudança na<br />

48 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

75 con<strong>de</strong>nações. Até Maio <strong>de</strong>ste ano, o<br />

número <strong>de</strong> processos abertos ia já nos<br />

58, segundo da<strong>dos</strong> da AdC cita<strong>dos</strong> pelo<br />

jornal “Público”.<br />

Mas para termos uma i<strong>de</strong>ia da eficácia<br />

financeira <strong>de</strong>stas coimas, vale a pena<br />

compará-las com a dimensão económica<br />

<strong>dos</strong> grupos que são o seu principal<br />

alvo, a gran<strong>de</strong> distribuição.<br />

As empresas do universo APED<br />

(<strong>Associação</strong> Portuguesa das Empresas<br />

<strong>de</strong> Distribuição) facturaram em 2010<br />

cerca <strong>de</strong> 15 708 milhões <strong>de</strong> euros. Não<br />

há ainda da<strong>dos</strong> para 2011, mas tendo<br />

em conta apenas as vendas em Portugal<br />

da Jerónimo Martins e da Sonae, que<br />

representam mais <strong>de</strong> 50% do volume<br />

<strong>de</strong> negócios da APED, chegamos a cerca<br />

<strong>de</strong> 8755 milhões <strong>de</strong> euros.<br />

Se dividirmos a soma anual por dias e<br />

por horas (12 horas é o horário da<br />

maioria das lojas), obtemos uma facturação<br />

média <strong>de</strong> dois milhões <strong>de</strong> euros<br />

por hora. Bastava meia hora <strong>de</strong> negócio<br />

<strong>de</strong>stes dois grupos para pagar a totalida<strong>de</strong><br />

das coimas aplicadas no ano passado<br />

e ainda sobrava.<br />

O valor insignificante das penalizações<br />

financeiras é um <strong>dos</strong> problemas aponta<strong>dos</strong><br />

pela Centromarca (associação <strong>de</strong><br />

empresas fornecedoras) <strong>à</strong> falta <strong>de</strong> eficácia<br />

do regime jurídico que rege as práticas<br />

comerciais <strong>de</strong>sleais e restritivas do<br />

comércio. As sanções não são dissuasoras<br />

e chegam a beneficiar o infractor,<br />

que ganha mais com a infracção, diz<br />

João Paulo Girbal, presi<strong>de</strong>nte da Centromarca,<br />

lembrando os casos recentes<br />

das promoções do Pingo Doce, que<br />

aumentou vendas e ganhou notorieda<strong>de</strong><br />

sem gastar publicida<strong>de</strong>, mas também os<br />

<strong>de</strong>scontos no leite do Continente.<br />

E nem a sanção acessória da opinião<br />

pública funciona nestes casos. Por um<br />

lado, a Autorida<strong>de</strong> da Concorrência<br />

não divulga as coimas aplicadas por<br />

operador. Por outro lado, sublinha João<br />

Paulo Girbal, para o consumidor os<br />

preços baixos não são percepciona<strong>dos</strong><br />

como um factor negativo, antes pelo<br />

contrário.<br />

O aumento das coimas por vendas com<br />

prejuízo e outras matérias sensíveis<br />

estão no centro <strong>de</strong> um <strong>de</strong>bate sobre a<br />

reforma das leis e regulamentos que<br />

regem a relação <strong>de</strong>sequilibrada entre<br />

fornecedores e gran<strong>de</strong>s superfícies.<br />

in I online<br />

CORTE NA PUBLICIDADE “PAGA” CUSTO DE PROMOÇÕES<br />

estratégia <strong>de</strong> marketing. O investimento<br />

da JM em compra <strong>de</strong> espaço para<br />

publicida<strong>de</strong> ao Pingo Doce não ultrapassou<br />

os 600 mil euros nos meses <strong>de</strong><br />

Maio e Junho. Foi o valor mais baixo<br />

investido pela empresa <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Janeiro<br />

<strong>de</strong> 2010 e o orçamento mais reduzido<br />

entre as principais ca<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> retalho<br />

alimentar nesses meses, atrás <strong>de</strong> Minipreço,<br />

Lidl ou Jumbo.<br />

Na comparação com o investimento<br />

feito pela empresa antes do arranque<br />

da sua nova “política agressiva” <strong>de</strong> vendas,<br />

o investimento publicitário em<br />

Maio e Junho reflecte uma quebra <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> 80% face ao orçamento da<br />

empresa em publicida<strong>de</strong> em Abril. Até<br />

Junho, o investimento acumulado era<br />

<strong>de</strong> 28 milhões <strong>de</strong> euros, a preços <strong>de</strong><br />

tabela Na comparação com o investimento<br />

no mesmo período <strong>de</strong> 2011,<br />

observa-se uma quebra <strong>de</strong> 14,6%.<br />

A JM não comentou esta inflexão na<br />

sua estratégia comercial, mas é crível<br />

que ela se prolongue por mais algum<br />

tempo: em Julho e Agosto a empresa<br />

manteve uma aposta limitada em publicida<strong>de</strong><br />

na imprensa, rádio ou televisão.<br />

Pico informativo em Maio<br />

Segundo fontes do mercado, esta estratégia<br />

passa pela referida necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

adjudicar parte substancial das verbas<br />

do marketing ao pagamento das campanhas,<br />

mas também está relacionada<br />

com a constatação <strong>de</strong> que, nesta fase,<br />

já pouco precisa <strong>de</strong> comunicar a sua<br />

nova política agressiva <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontos.<br />

A título <strong>de</strong> exemplo, só no mês <strong>de</strong><br />

Maio, <strong>de</strong>pois da iniciativa no feriado do<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 48<br />

dia 1, a exposição mediática do Pingo<br />

Doce atingiu um pico histórico: a campanha<br />

gerou 3,433 notícias, artigos e<br />

colunas <strong>de</strong> opinião, sempre com os<br />

<strong>de</strong>scontos do Pingo Doce em pano <strong>de</strong><br />

fundo. Em Abril, a empresa tinha gerado<br />

345 notícias. O único contra <strong>de</strong>sta<br />

estratégia é o facto <strong>de</strong> 47% <strong>de</strong>stes conteú<strong>dos</strong><br />

informativos terem um registo<br />

<strong>de</strong>sfavorável para a empresa. 40% da<br />

informação tinha um registo equilibrado<br />

e só 13% era favoráveis.<br />

in Expresso


PINGO DOCE: PAGAMENTOS ATÉ 20€ SÓ A DINHEIRO<br />

A partir <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> Setembro, um consumidor<br />

tem <strong>de</strong> gastar mais <strong>de</strong> 20 euros<br />

para po<strong>de</strong>r usar o cartão <strong>de</strong> crédito ou<br />

<strong>de</strong> multibanco nas lojas Pingo Doce.<br />

Até essa quantia, pagamentos só em<br />

dinheiro. Para efectuar compras inferiores<br />

a 20 euros, os clientes do Pingo<br />

Doce vão ter <strong>de</strong> começar a andar com<br />

dinheiro. Os supermerca<strong>dos</strong> <strong>de</strong>ti<strong>dos</strong><br />

pela JM vão começar a rejeitar pagamentos<br />

feitos com cartões <strong>de</strong> crédito e<br />

<strong>de</strong> multibanco nessas transacções. A<br />

empresa presidida por Pedro Soares<br />

<strong>dos</strong> Santos preten<strong>de</strong>, com esta medida,<br />

poupar mais <strong>de</strong> 5 milhões <strong>de</strong> euros, <strong>de</strong><br />

acordo com uma nota escrita que a loja<br />

começou a distribuir aos clientes,<br />

segundo a mesma fonte.<br />

Esta posição foi já testada em 15 supermerca<strong>dos</strong><br />

da insígnia, mas apenas no<br />

que diz respeito aos cartões <strong>de</strong> crédito.<br />

Agora, a rejeição <strong>de</strong> pagamentos<br />

electrónicos acontece em todas as 371<br />

lojas – número do final do semestre –<br />

e tanto para cartões <strong>de</strong> crédito como<br />

<strong>de</strong> débito. “Ao pagar as suas compras<br />

em dinheiro até 20 euros, está a ajudar<br />

-nos a concretizar mais oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> poupança para si”, indica a Jerónimo<br />

Martins na nota que será entregue aos<br />

clientes. A poupança será conseguida<br />

com a redução das comissões que as<br />

empresas têm <strong>de</strong> pagar quando as transacções<br />

comerciais são efectuadas através<br />

<strong>de</strong>ste meio <strong>de</strong> pagamento.<br />

APED: taxas "são muito elevadas"<br />

A diretora-geral da APED, Ana Trigo<br />

Morais consi<strong>de</strong>ra que as taxas cobradas<br />

nas transações com cartões <strong>de</strong> multibanco<br />

aos retalhistas em Portugal "são<br />

muito elevadas". "Enten<strong>de</strong>mos que Portugal<br />

é um mercado que tem pouca<br />

concorrência e cobra taxas muito elevadas<br />

aos comerciantes", disse.<br />

Questionada sobre esta situação, disse<br />

que não é política da APED comentar<br />

as <strong>de</strong>cisões <strong>dos</strong> seus associa<strong>dos</strong>, já que<br />

são um acto <strong>de</strong> gestão. Ana Trigo<br />

Morais relembra, contudo, que nos<br />

últimos anos a APED tem contestado<br />

os valores, tendo inclusivamente apresentado<br />

uma queixa em 2003 <strong>à</strong> Autorida<strong>de</strong><br />

da Concorrência (AdC) por consi<strong>de</strong>rar<br />

a existência <strong>de</strong> distorção normal<br />

do funcionamento <strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong>, já<br />

que não há concorrência, e <strong>de</strong> "haver<br />

razão para se pagar taxas tão elevadas".<br />

No entanto, a AdC consi<strong>de</strong>rou que a<br />

OFENSIVA CONTRA TAXAS E COMISSÕES GENERALIZA-SE<br />

A <strong>de</strong>cisão da Jerónimo Martins, dona<br />

do Pingo Doce, <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> aceitar<br />

cartões <strong>de</strong> pagamento em compras<br />

inferiores a 20 euros não é uma novida<strong>de</strong><br />

em Portugal, mas traz um aliado<br />

<strong>de</strong> peso <strong>à</strong> guerra que também o<br />

comércio, a restauração e os serviços<br />

estão a combater.<br />

Só no segundo trimestre <strong>de</strong>ste ano,<br />

houve uma quebra <strong>de</strong> 5% no total <strong>de</strong><br />

terminais <strong>de</strong> pagamento existentes em<br />

Portugal – menos 14 mil em comparação<br />

com o segundo trimestre do ano<br />

passado –, reflexo <strong>de</strong> várias pequenas e<br />

médias empresas que <strong>de</strong>sistiram <strong>de</strong><br />

oferecer esta facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pagamento<br />

ou que simplesmente fecharam portas.<br />

“É inevitável que, face a uma situação<br />

<strong>de</strong> crise em que as empresas baixam as<br />

margens, essa prática venha a intensificar-se”,<br />

resumiu ontem João Vieira<br />

Lopes, da Confe<strong>de</strong>ração do Comércio<br />

e Serviços. Segundo o mesmo, já várias<br />

PME têm <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> usar cartões e<br />

agora “chegou a fase <strong>de</strong> as gran<strong>de</strong>s<br />

empresas usarem o mesmo critério”.<br />

Mas não são só as comissões bancárias<br />

que assustam comerciantes e empresas.<br />

A entrada em vigor, em Fevereiro último,<br />

<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> novas regras<br />

do Código Tributário que obrigam os<br />

bancos a informar o fisco <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os<br />

pagamentos com cartões <strong>de</strong> crédito e<br />

débito que intermediaram também<br />

estará a contribuir para o crescente<br />

número <strong>de</strong> comerciantes que suspen<strong>de</strong>m<br />

os contratos para terminais, provavelmente<br />

como forma <strong>de</strong> fugir ao<br />

maior controlo do fisco.<br />

Para o Pingo Doce, a razão apontada é<br />

só uma: poupar cinco milhões <strong>de</strong> euros<br />

nas taxas cobradas pelas transacções<br />

com cartões multibanco, e esta será<br />

uma das várias formas <strong>de</strong> compensar a<br />

aposta da Jerónimo Martins (JM) em<br />

campanhas agressivas que vão <strong>de</strong>teriorando<br />

a margem do grupo. .<br />

Ana Trigo Morais, directora geral da<br />

APED não tinha razão. No final <strong>de</strong><br />

2011, a APED avançou com uma queixa<br />

semelhante no Tribunal do Comércio<br />

<strong>de</strong> Lisboa, que ainda está a <strong>de</strong>correr.<br />

Nas operações <strong>de</strong> crédito, segundo<br />

da<strong>dos</strong> da APED, "o pagamento é duas<br />

vezes superior <strong>à</strong> média europeia,<br />

enquanto que nas operações a débito o<br />

valor a pagar pelos retalhistas é quase 3<br />

vezes superior".<br />

Por isso, a associação <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> "a baixa<br />

da taxa <strong>de</strong> serviço aos comerciantes,<br />

sublinhando que "nos últimos quatro<br />

anos os associa<strong>dos</strong> da APED pagaram<br />

318 milhões <strong>de</strong> euros" em taxas <strong>de</strong><br />

custo <strong>de</strong> pagamento. "Daqui se vê a<br />

dimensão e prepon<strong>de</strong>rância", comentou<br />

a diretora-geral da APED. Actualmente,<br />

além <strong>de</strong> ser das taxas mais elevadas da<br />

Europa, segundo a mesma fonte, as<br />

empresas portuguesas estão a ter um<br />

cuidado especial em relação <strong>à</strong>s suas<br />

linhas <strong>de</strong> custo. "Com a grave crise <strong>de</strong><br />

consumo, é natural que as empresas<br />

tomem <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> gestão".<br />

A APED, que disse já ter tido várias<br />

reuniões com a Unicre, entida<strong>de</strong> responsável<br />

pela gestão e emissão <strong>de</strong> cartões<br />

<strong>de</strong> pagamento, reconhece que<br />

"tem havido alguns ajustamentos em<br />

baixa, mas são insuficientes".<br />

in Jornal <strong>de</strong> Negócios<br />

APED, cujos associa<strong>dos</strong> ven<strong>de</strong>m 15,7<br />

mil milhões <strong>de</strong> euros por ano – mais <strong>de</strong><br />

meta<strong>de</strong> <strong>dos</strong> quais assegura<strong>dos</strong> pela<br />

Sonae e pela Jerónimo Martins. Segundo<br />

a APED, referiu que nas operações<br />

<strong>de</strong> crédito, “o pagamento é duas vezes<br />

superior <strong>à</strong> média europeia, enquanto<br />

nas a débito o valor a pagar é quase<br />

três vezes superior”.<br />

Continente não vai atrás<br />

A Auchan, grupo que <strong>de</strong>tém o Jumbo,<br />

admitiu ainda ontem seguir o exemplo<br />

do Pingo Doce. “Caso o caminho não<br />

nos leve a uma redução” das taxas, “a<br />

prazo não nos restará outra alternativa<br />

que não seja pedir aos clientes para<br />

substituírem o pagamento em cartão<br />

por pagamento em dinheiro, pelo<br />

menos até um <strong>de</strong>terminado limite”,<br />

Pelo contrário, e segundo apurou o i, o<br />

Continente não irá seguir esse rumo.<br />

Já a Deco, assim como a Socieda<strong>de</strong><br />

Interbancária <strong>de</strong> Serviços (SIBS), lamentou<br />

a <strong>de</strong>cisão e o impacto da mesma ao<br />

nível do “bem-estar”, “segurança” e<br />

“comodida<strong>de</strong>” <strong>dos</strong> consumidores.<br />

in Jornal I<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 49


OPORTUNIDADES PARA PRODUTOS DESLACTOSADOS<br />

Os produtos lácteos sem lactose continuam<br />

a ser um nicho <strong>de</strong> mercado e são<br />

cada vez mais populares. Depois <strong>de</strong><br />

amplo estudo em 33 países sobre o<br />

mercado <strong>de</strong> produtos lácteos sem lactose,<br />

a Zenith International reportou<br />

um alto potencial na satisfação das<br />

necessida<strong>de</strong>s nutricionais e <strong>de</strong>sejos <strong>de</strong><br />

um número significativo <strong>de</strong> indivíduos<br />

com intolerância <strong>à</strong> lactose em todo o<br />

mundo.<br />

As conclusões foram compiladas no<br />

relatório <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2012, intitulado<br />

"Oportunida<strong>de</strong>s para Produtos Lácteos<br />

Sem Lactose". Durante a pesquisa, foi<br />

evi<strong>de</strong>nciado que os merca<strong>dos</strong> mais<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> para produtos lácteos<br />

sem lactose incluem os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>,<br />

a Escandinávia, a Alemanha e a<br />

Espanha.<br />

Apesar <strong>de</strong> produtos não lácteos, como<br />

bebidas <strong>à</strong> base <strong>de</strong> vegetais, se apresentarem<br />

como uma alternativa competitiva,<br />

esses produtos não fornecem naturalmente<br />

os nutrientes necessários<br />

encontra<strong>dos</strong> nos produtos lácteos,<br />

como é o caso do cálcio, por exemplo.<br />

Ultimamente, vem aumentando o volume<br />

<strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> produtos<br />

lácteos sem lactose para suprir esta<br />

procura. De fato, o Innova Market<br />

Insights recentemente reportou que os<br />

lançamentos globais <strong>de</strong>sses produtos,<br />

mais do que triplicaram nos últimos<br />

cinco anos.<br />

A Zenith reportou que também existem<br />

oportunida<strong>de</strong>s em merca<strong>dos</strong> on<strong>de</strong><br />

o consumo <strong>de</strong> produtos lácteos está a<br />

aumentar, como a Ásia e a América<br />

Latina. O relatório sugere que os processadores<br />

estão numa posição estratégica<br />

para direccionar o consumo <strong>de</strong><br />

leite e produtos lácteos através <strong>de</strong><br />

ofertas <strong>de</strong> produtos sem lactose,<br />

enquanto eles enfrentam o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong><br />

fornecer produtos acessíveis a pessoas<br />

com rendimentos abaixo da média.<br />

"Outro <strong>de</strong>safio vital aos processadores<br />

que procuram entrar em merca<strong>dos</strong><br />

sub<strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> é a educação", disse a<br />

FORTE SECA PODE PROVOCAR RECUPERAÇÃO DOS<br />

PREÇOS INTERNACIONAIS DOS PRODUTOS LÁCTEOS<br />

Não é segredo que a seca tem afectado<br />

os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>. Mais <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> das<br />

regiões daquele país estão classificadas<br />

como "áreas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sastre", e as condições<br />

climatéricas têm gerado forte<br />

preocupação <strong>de</strong>vido ao seu impacto<br />

nos preços das commodities e <strong>dos</strong><br />

produtos alimentares.<br />

Enquanto produtores rurais <strong>de</strong> to<strong>dos</strong><br />

os lugares lutam procurando alimentos<br />

e feno para o próximo inverno americano,<br />

os custos crescentes <strong>de</strong>sses factores<br />

<strong>de</strong> produção <strong>de</strong>verão aumentar e<br />

pressionar a produção <strong>de</strong> leite.<br />

Devido <strong>à</strong>s actuais condições, o aumen-<br />

50 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

to previsto pelo Rabobank <strong>dos</strong> preços<br />

do leite provavelmente po<strong>de</strong>rão ocorrer<br />

antes do esperado. O relatório<br />

disse que os padrões climatéricos afectaram<br />

a produção <strong>de</strong> leite, os alimentos<br />

obtiveram menor qualida<strong>de</strong> e muitos<br />

produtores abateram os seus animais.<br />

O Rabobank reportou<br />

recentemente que a<br />

seca provavelmente<br />

ajudará a aumentar os<br />

preços globais das<br />

commodities antes,<br />

mesmo, do que era<br />

esperado. De acordo<br />

com o relatório, a<br />

seca <strong>de</strong>sacelerará a<br />

produção <strong>de</strong> leite <strong>de</strong><br />

três formas: reduzindo<br />

o conforto das vacas, reduzindo a<br />

produção <strong>de</strong> alimentação animal e<br />

aumentando os preços <strong>dos</strong> cereais.<br />

Dos três, o stress térmico po<strong>de</strong> afectar<br />

rapidamente a produção <strong>de</strong> leite e tornar<br />

mais lenta a sua recuperação em<br />

temperaturas acima <strong>de</strong> 37ºC.<br />

Em algumas áreas, o milho e a soja<br />

analista da Zenith, Laura Knight. "Os<br />

consumidores precisam ser educa<strong>dos</strong><br />

sobre o que é a intolerância <strong>à</strong> lactose, e<br />

superar o conceito equivocado <strong>de</strong> que<br />

o leite sem lactose não é leite verda<strong>de</strong>iro.<br />

A educação <strong>dos</strong> profissionais <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> também é muito importante".<br />

in Foodproduct<strong>de</strong>sign.com/MilkPoint<br />

sobreviveram ao calor, mas outras<br />

regiões enfrentam a falência quase que<br />

completa da colheita, o que criará um<br />

<strong>de</strong>safio para a compra <strong>de</strong> factores <strong>de</strong><br />

produção para as vacas leiteiras.<br />

Com base em medidas do Departamento<br />

<strong>de</strong> Agricultura <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong><br />

(USDA), o relatório refere que o<br />

rendimento do produtor sobre o custo<br />

da ração <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> apenas 8,73<br />

dólares por 100 quilos em Julho, que é<br />

menos que meta<strong>de</strong> do nível <strong>de</strong> equilíbrio<br />

indicativo. Esta situação comparase<br />

com o cenário vivido em 2009, após<br />

a crise financeira global. Apesar da previsão<br />

anterior <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong> 0,8%<br />

na produção <strong>de</strong> leite <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong><br />

estimada em Junho, o Rabobank<br />

reviu a sua previsão para 0% <strong>de</strong> crescimento.<br />

O relatório indica ainda que um<br />

aumento <strong>de</strong> preços mais cedo do que o<br />

esperado é um factor prepon<strong>de</strong>rante<br />

para os merca<strong>dos</strong>. O grupo estima que<br />

a recuperação nos preços mundiais<br />

trará uma maior rivalida<strong>de</strong> no quarto<br />

trimestre. Globalmente, o aumento no<br />

4.º trimestre tornará a força da próxima<br />

estação produtiva da Nova Zelândia<br />

muito influente, disse o relatório.<br />

FONTE: Farmfutures.com/MilkPoint


LEILÃO DA FONTERRA COM RETOMA SIGNIFICATIVA<br />

O último leilão da plataforma global-<br />

DairyTra<strong>de</strong> (gDT) da Fonterra, realizado<br />

na mea<strong>dos</strong> <strong>de</strong> Agosto, apresentou a<br />

segunda subida mais forte do corrente<br />

ano. O valor médio <strong>dos</strong> produtos lácteos<br />

subiu com maior intensida<strong>de</strong><br />

quando comparado com a licitação<br />

anterior (7,8 face a 3,5%), fechando a<br />

3.054 dólares/tonelada. O preço do<br />

leite em pó inteiro teve um incremento<br />

significativo, <strong>de</strong> 7%, fechando a licitação<br />

a 2.870 dólares/tonelada.<br />

Com excepção da subida <strong>de</strong> 13,6%<br />

ocorrida em Junho <strong>de</strong>ste ano, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

Setembro <strong>de</strong> 2010 que não ocorria um<br />

aumento tão expressivo. Essa variação<br />

nos preços po<strong>de</strong> ser explicada pela<br />

seca que ocorre nos Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong>,<br />

que além <strong>de</strong> aumentar os custos da<br />

alimentação animal (soja e milho), diminuiu<br />

a oferta <strong>de</strong> leite naquele país, que<br />

tem vindo a ocupar uma posição crescente<br />

na exportação <strong>de</strong> produtos lácteos<br />

a nível mundial.<br />

O queijo cheddar, por seu lado, fechou<br />

a licitação com um valor médio <strong>de</strong><br />

3.401 dólares/tonelada, ou seja uma alta<br />

<strong>de</strong> 8,8% face ao leilão anterior. O leite<br />

em pó <strong>de</strong>snatado teve também uma<br />

forte valorização (mais 7,3%), fechando<br />

a 3.023 dólares/tonelada.<br />

RÁCIO DE RENTABILIDADE DAS EXPLORAÇÕES<br />

COM RECORDE NEGATIVO<br />

Nem mesmo nas piores fases <strong>de</strong> 2009<br />

se imaginava que a razão entre o preço<br />

do leite e o preço da alimentação animal<br />

(milk-feed price ratio) nos Esta<strong>dos</strong><br />

- medida da rentabilida<strong>de</strong> do produtor<br />

<strong>de</strong> leite - pu<strong>de</strong>sse atingir um nível tão<br />

baixo.<br />

Na semana passada, o Departamento<br />

<strong>de</strong> Agricultura <strong>dos</strong> Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong><br />

(USDA) anunciou que essa razão foi <strong>de</strong><br />

1,29 em Julho, o que representa uma<br />

queda significativa em relação <strong>à</strong> razão<br />

<strong>de</strong> Junho. Des<strong>de</strong> 1985 que não se verificava<br />

uma razão entre o preço do leite<br />

e preço da ração tão baixa. Em 2009, o<br />

valor mínimo atingido foi <strong>de</strong> 1,45.<br />

Os números <strong>de</strong> Julho reflectem o<br />

aumento nos preços do milho e da<br />

soja. O preço do milho aumentou quase<br />

um dólar em relação a Junho, pas-<br />

in MilkPoint<br />

sando <strong>de</strong> 6,37 para 7,36 dólares por<br />

bushel. O preço da soja aumentou ainda<br />

mais, <strong>de</strong> 13,90 dólares por bushel<br />

em Junho para 15,60 por bushel em<br />

Julho. O preço do feno <strong>de</strong> alfafa caiu<br />

em 3 dólares por tonelada, para 198<br />

dólares.<br />

O preço do leite usado pelo USDA<br />

para calcular esta razão aumentou <strong>de</strong><br />

35,71 dólares por 100 quilos em Junho<br />

para 36,59 dólares por 100 quilos em<br />

Julho.<br />

Algumas pessoas questionam o quão<br />

válida é essa medida do USDA. Porém,<br />

o USDA vem usando a mesma fórmula<br />

há anos, comparando as mesmas commodities.<br />

Dessa forma, isso serve como<br />

uma medida relativa para comprar diferentes<br />

momentos.<br />

LTO: JUNHO COM QUEBRA DE 7,4% FACE A 2011<br />

O preço médio pago pelas principais<br />

empresas lácteas europeias aos seus<br />

produtores em Junho <strong>de</strong> 2012 foi <strong>de</strong><br />

32,09 cêntimos/kg, correspon<strong>de</strong>ndo a<br />

menos 7,4% relativamente a igual mês<br />

<strong>de</strong> 2011, <strong>de</strong> acordo com os da<strong>dos</strong><br />

divulga<strong>dos</strong> pela organização holan<strong>de</strong>sa<br />

LTO. No entanto, os da<strong>dos</strong> reflectem a<br />

primeira subida <strong>de</strong> 2012 do preço<br />

médio relativamente ao mês anterior:<br />

mais 2,3% do que em Maio.<br />

De acordo com a LTO, este incremento<br />

correspon<strong>de</strong> essencialmente <strong>à</strong> subi-<br />

in Dairy Herd/MilkPoint<br />

da <strong>de</strong> preços por parte das principais<br />

empresas francesas, que oscilaram<br />

entre 3,13 e 4,14 cêntimos por quilo.<br />

O relatório assinala que as empresas<br />

francesas estimulam a produção <strong>dura</strong>nte<br />

os meses <strong>de</strong> Verão aumentando os<br />

seus preços a partir <strong>de</strong> Junho.<br />

No que se refere <strong>à</strong> activida<strong>de</strong> do mercado,<br />

segundo a LTO, a mesma mantém-se<br />

lenta pelo efeito das férias <strong>de</strong><br />

Verão e do período do Ramadão. Para<br />

além disso, o mercado da manteiga<br />

continua estável, havendo que esperar<br />

MATÉRIA-PRIMA A CAMINHO<br />

DE PREÇOS RECORDE<br />

A ameaça <strong>de</strong> uma nova crise alimentar<br />

parece ganhar contornos nos merca<strong>dos</strong><br />

internacionais. O índice UN Food and<br />

Agriculture World Cereals registou em<br />

Julho a segunda maior subida mensal <strong>de</strong><br />

sempre. Avançou 17%, perto da subida<br />

recor<strong>de</strong> verificada<br />

em Fevereiro<br />

<strong>de</strong> 2008,<br />

<strong>de</strong> 17,5%.<br />

As fortes quebras<br />

nas colheitas<br />

<strong>de</strong> alguns<br />

<strong>dos</strong> maioresprodutores<br />

mundiais <strong>de</strong><br />

ce-reais, como a Rússia e os EUA, são a<br />

principal justificação apontada pelos<br />

especialistas para a subida <strong>de</strong> preços.<br />

Com uma agravante: a massa monetária<br />

maciça que continua parqueada fora<br />

<strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong>, <strong>à</strong> espera <strong>de</strong> boas oportunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> negócio.<br />

Em 2011, na presidência do G20, Nicolas<br />

Sarkozy, bateu-se por um maior<br />

controlo da volatilida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> preços <strong>dos</strong><br />

alimentos e da especulação no sector<br />

agrícola. Intenções que passariam por<br />

limitar a presença <strong>de</strong> ‘hedge funds' nas<br />

‘commodities' agrícolas.<br />

No entanto, alguns <strong>dos</strong> maiores produtores<br />

mundiais, como o Brasil e os<br />

EUA, vetaram as pretensões do então<br />

presi<strong>de</strong>nte francês. De acordo com a<br />

Bloomberg, na semana terminada a 14<br />

<strong>de</strong> Agosto, os ‘hedge funds' já haviam<br />

tomado posições apostando num ‘rally'<br />

em 18 ‘commodities', e investindo o<br />

valor mais elevado em 11 meses.<br />

in Diário Económico<br />

apra saber se se manterá em níveis tão<br />

eleva<strong>dos</strong> como os actuais. O relatório<br />

sobre o mercado sublinha que, nesta<br />

altura, os observadores estão mais<br />

preocupa<strong>dos</strong> com o aprovisionamento<br />

e que o <strong>de</strong>senvolvimento geral <strong>dos</strong><br />

preços no próximo par <strong>de</strong> meses<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá em especial da oferta.<br />

Nesta altura, as cotações do leite nos<br />

EUA aumentaram e em Junho atingiram<br />

os 30,71 cêntimos/kg. Já na Nova<br />

Zelândia, a cotação foi mais baixa do<br />

que o esperado, cifrando-se, <strong>de</strong> acordo<br />

com a LTO, em 27,68 cêntimos/kg.<br />

in Agroinformación<br />

■ Informação ANIL Ago 2012 ■ 51


CONHEÇA A ACTUALIDADE DO SECTOR EM WWW.ANILACT.PT<br />

QUEIJO PORTUGUÊS VOLTA AO CENTRO DAS ATENÇÕES<br />

AVEIRO RECEBE CONCURSO “MELHOR QUEIJO 2012”<br />

A ANIL - <strong>Associação</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>dos</strong> <strong>Industriais</strong><br />

<strong>de</strong> Lacticínios, com a colaboração<br />

da AveiroExpo, EM, e no <strong>de</strong>curso<br />

da AGROVOUGA ’12 - Feira <strong>Nacional</strong><br />

da Agricultura e do Cavalo <strong>de</strong> Desporto,<br />

com o intuito <strong>de</strong> promover o queijo<br />

português, organiza nos próximos dias<br />

20 a 21 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2012, o concurso<br />

“MELHOR QUEIJO 2012”.<br />

O concurso “MELHOR QUEIJO 2012”<br />

tem por fim promover e estimular o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da indústria e melhorar<br />

o conhecimento e posicionamento<br />

do queijo no mercado.<br />

Os queijos apresenta<strong>dos</strong> a concurso<br />

serão alvo <strong>de</strong> uma avaliação objectiva e<br />

técnica, por parte <strong>de</strong> provadores especialistas,<br />

nacionais e estrangeiros, com<br />

formação específica, representando o<br />

sector queijeiro, gastronómico, distribuição,<br />

imprensa e consumidores.<br />

Contaremos, uma vez mais com o<br />

apoio empenhado e a experiência da<br />

Full Sense - Análise Sensorial, <strong>de</strong>signada<br />

como Coor<strong>de</strong>nadora do concurso,<br />

Vimos assim, <strong>de</strong>sta forma, lançar o<br />

<strong>de</strong>safio e o convite a todas as empresas<br />

para se apresentarem e participarem<br />

neste concurso.<br />

Em 2011, 49 empresas apresentaram<br />

cerca <strong>de</strong> 150 queijos a concurso nas<br />

onze categorias que havom sido aber-<br />

52 ■ Informação ANIL Ago 2012 ■<br />

tas. Em cada uma das categorias, para<br />

além do prémio <strong>de</strong> Melhor Queijo,<br />

atribuído ao queijo mais pontuado,<br />

foram atribuídas duas menções honrosas<br />

para distinguir os queijos que mais<br />

se aproximaram daquele patamar <strong>de</strong><br />

excelência.<br />

Para 2012, o número <strong>de</strong> categorias <strong>de</strong><br />

queijo a concurso foi alargado para<br />

<strong>de</strong>zassete, a saber:<br />

Categorias idênticas a 2011<br />

n Queijo Flamengo<br />

n Queijo <strong>de</strong> Vaca (cura normal)<br />

n Queijo <strong>de</strong> Vaca (cura prolongada)<br />

n Queijo <strong>de</strong> Cabra (cura normal)<br />

n Queijo <strong>de</strong> Cabra (cura prolongada)<br />

n Queijo <strong>de</strong> Ovelha (cura normal)<br />

n Queijo <strong>de</strong> Ovelha (cura prolongada)<br />

n Queijo Mistura (cura normal)<br />

n Queijo Mistura (cura prolongada)<br />

Novas Categorias<br />

n Queijo Fresco <strong>de</strong> Vaca<br />

n Queijo Fresco <strong>de</strong> Cabra<br />

n Queijo Fresco <strong>de</strong> Ovelha<br />

n Requeijão <strong>de</strong> Vaca<br />

n Requeijão <strong>de</strong> Cabra<br />

n Requeijão <strong>de</strong> Ovelha<br />

n Requeijão Mistura<br />

n Novos Sabores<br />

Para concorrer na presente edição<br />

<strong>de</strong>verá preencher na totalida<strong>de</strong> a Ficha<br />

<strong>de</strong> Inscrição e enviar para o fax ou<br />

email indicado na referida ficha.<br />

As datas mais significativas são:<br />

Prazo limite <strong>de</strong> inscrição :<br />

12 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2012<br />

Entrega <strong>de</strong> amostras:<br />

18 e 19 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 2012<br />

Po<strong>de</strong>rá encontrar to<strong>dos</strong> os requisitos<br />

no Regulamento do Concurso, bem<br />

como as correspon<strong>de</strong>ntes Ficha <strong>de</strong><br />

Inscrição e Ficha <strong>de</strong> Entrega para o<br />

Concurso <strong>de</strong> Queijo no nosso website<br />

em www.anilact.pt.<br />

Nesta edição do Informação ANIL<br />

reproduzimos também o Regulamento<br />

<strong>de</strong> mais esta edição - a quarta - do concurso<br />

“MELHOR QUEIJO”<br />

ESPERAMOS PELA SUA<br />

PARTICIPAÇÃO!

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