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Leia toda a entrevista na edição impressa disponível para ... - Lux - Iol

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As declarações de Carlos Silvino não chegam <strong>para</strong> sossegar Carlos Cruz:<br />

“Dão é alguma esperança de que ao longo da vida, mesmo <strong>na</strong>s pessoas mais<br />

básicas, a consciência desperta”, disse o ex-apresentador ao jor<strong>na</strong>l Público<br />

D<br />

ois dias depois de o<br />

processo Casa Pia ter<br />

entrado no Tribu<strong>na</strong>l<br />

da Relação – onde<br />

será apreciado pelos<br />

juízes desembargadores, após<br />

os recursos apresentados pelos<br />

advogados dos arguidos –, Carlos<br />

Silvino, a principal testemunha de<br />

acusação, deu uma <strong>entrevista</strong> <strong>na</strong><br />

qual diz ter mentido em tribu<strong>na</strong>l.<br />

“O Carlos Cruz está inocente.<br />

São todos inocentes”, garante<br />

o antigo motorista da Casa Pia à<br />

revista Focus, acrescentando que<br />

foi manipulado pelos agentes da<br />

Polícia Judiciária e que estava<br />

sob o efeito de medicamentos:<br />

“Fui obrigado a mentir. Estava<br />

sempre drogado, tomava medi-<br />

cação forte várias vezes ao dia.<br />

Durante mais de três anos não<br />

soube o que era dormir e não<br />

me lembro da maioria das coisas.<br />

Só agora é que estou a aperceber-me<br />

do que me fi zeram.<br />

Fui inter<strong>na</strong>do em Caxias e quando<br />

saí de lá parecia um esqueleto.<br />

Não comia e não dormia.<br />

Só levava injeções e tiravam-me<br />

sangue. Depois, ainda<br />

aumentaram a medicação”,<br />

afirma. Estas queixas do ex-<br />

-casapiano encontram eco numa<br />

avaliação feita pelo médico<br />

José Pinto da Costa. Confrontado<br />

com as receitas<br />

que constam no processo,<br />

o especialista do Instituto de<br />

Medici<strong>na</strong> Legal fala num “cocktail<br />

muito avançado”. Carlos Silvino<br />

começou a ser medicado<br />

em julho de 2003 e Pinto da Costa<br />

mostra surpresa em relação<br />

àquilo que lhe fi zeram: “Ao que se<br />

sabe, ele não era esquizofrénico<br />

nem bipolar. Um tratamento<br />

destes, ao longo do tempo,<br />

deve ter-se refl etido gravemente<br />

<strong>na</strong> sua condição<br />

física. Claro que não poderia<br />

estar <strong>na</strong> posse de <strong>toda</strong>s as<br />

suas faculdades mentais. Esta<br />

medicação provocou-lhe, com<br />

certeza, uma forte alteração<br />

da perso<strong>na</strong>lidade e afetou as<br />

suas transmissões bioquímicas a<br />

nível cerebral”, disse o médico<br />

à Focus. Declarações que, pelo<br />

menos junto da opinião pública,<br />

CARLOS CRUZ<br />

ganha nova<br />

esperança, depois<br />

de CARLOS<br />

SILVINO dizer<br />

que os arguidos<br />

do processo Casa<br />

Pia “são todos<br />

inocentes”<br />

“Espero que<br />

isto resulte<br />

<strong>na</strong> total<br />

ilibação<br />

do meu pai<br />

e que o seu<br />

bom nome<br />

fi que limpo„<br />

Marta Cruz<br />

suscitam, hoje, algumas questões.<br />

Voltando à polémica <strong>entrevista</strong>,<br />

“Bibi”, como fi cou conhecido, garante<br />

que nunca transportou crianças<br />

<strong>para</strong> as casas referidas no processo<br />

(Elvas, Avenida das Forças<br />

Armadas, em Lisboa, e outras).<br />

Mais: o ex-motorista afi rma que as<br />

viu pela primeira vez quando lá foi<br />

levado pelos agentes da Polícia<br />

Judiciária, que o terão induzido a<br />

dizer que era <strong>para</strong> ali que levava<br />

os rapazes. A certa altura, Carlos<br />

Silvino chega a fazer acusações<br />

ao seu próprio advogado,<br />

José Maria Martins: “Tentei<br />

dizer a verdade em tribu<strong>na</strong>l, mas<br />

a juíza, o procurador e o meu<br />

advogado não me deixavam.”<br />

O ex-motorista assegura que foi

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