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Paulo não tem dúvidas
de que o fi lho daria um bom
ator. “Foi um protagonista,
que deixa muitas
saudades”, diz o produtor
atómica, portanto agora estou
à prova de bala.
Lux – Coimbra é um local especial
para si...
P.S.C. – Foi uma coincidência. Mas
sei que o meu fi lhote esteve comigo
nesta estreia. Foi um momento
muito emotivo para mim, até porque
era o dia que era [quatro meses
após a morte do fi lho]. Coimbra
é e será sempre a cidade do
Paulinho. No fundo, foi uma forma
de homenagear o meu filho.
Quando escolhemos a cidade
para estrear a peça, estava
longe de imaginar o que ia
acontecer. Foi por tudo isto
que dediquei a noite ao meu
fi lhote. Tenho tentado, bem sei
que é difícil, mas tenho tentado
resguardar-me o máximo possível
e só me expor quando faz sentido.
Ninguém me vê a falar de sofrimento
e aqui o contexto é este,
desistir não é uma opção e eu
estou aqui a trabalhar.
Lux – O trabalho ajuda-o a seguir
em frente?
P.S.C. – Ajuda muito.
Lux – O Paulinho adorava
teatro...
P.S.C. – Sim, gostava muito.
A última peça que ele viu foi
“Os Produtores”. Ele já sabia as
músicas e adorava este ambiente.
Andava pelos bastidores e era a
coqueluche da equipa. Não tenho
o direito de o privar de estar
comigo numa situação destas.
Antigamente éramos dois em
um, agora somos um em dois.
Lux – O Paulinho daria um bom
ator?
P.S.C. – O Paulinho era um cómico.
Muito expressivo e muito dramático
“Já me sentei
na bomba
atómica,
portanto agora
estou à prova
de bala„ Paulo