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16 AEROESPAÇO Imagine viagens mais rápidas, menos gastos de combustível e trajetórias de voo muito mais precisas. Imagine agora o impacto no meio ambiente de uma redução considerável na emissão dos gases poluentes e também do barulho dos aviões nas proximidades dos aeroportos. Não é ficção. Você acabou de “enxergar” até onde o novo conceito de navegação aérea, que o DECEA está implementando no País, vai chegar. Entendido como a grande virada na transição do voo convencional, baseado em sistemas instalados no solo, para uma navegação baseada em performance, a navegação aérea no conceito CNS/ATM é fator determinante na guinada por que passará o transporte aéreo nos próximos anos. Entendendo o sistema convencional de Navegação Aérea O sistema convencional de navegação aérea é baseado em antigas tecnologias, desenvolvidas a partir do meio do século passado. Na maioria dos casos, elas utilizam o espectro eletromagnético para gerar posicionamento e direção. São recursos que auxiliam o voo, provendo orientação espacial às aeronaves, guiando-as em meio a rotas pré-planejadas. Grosso modo, funciona assim: 1. Equipamentos instalados no solo são dotados de antenas capazes de intercambiar sinais com as aeronaves por meio de ondas eletromagnéticas. 2. Ao captar estes sinais, rádios embarcados nas aeronaves conseguem identificar as antenas no solo - confirmando a rota - e, em alguns casos, gerando o posicionamento da própria aeronave.

3. Para seguir o curso da rota, a aeronave precisa sobrevoar a área de alcance de tais antenas, que demarcam a trajetória de voo. Desse modo, contrariando a máxima euclidiana, que consagrara a reta como a menor distância entre dois pontos, na navegação convencional a aeronave não voa em linha reta desde sua partida até o seu destino. Mas, sim, perfazendo uma soma de pequenos trechos, o que termina por alongar o voo. As aeronaves dependem, portanto, dos circuitos traçados ao longo dos referidos equipamentos de solo, os chamados auxílios à navegação aérea, como o NDB, o VOR-DME e o ILS, por exemplo. A Navegação Aérea no conceito CNS/ATM No CNS/ATM, a rota não é delimitada por auxílios de solo, mas, sim, orientada por satélites. Isso porque os conceitos aplicados aos novos sistemas de navegação são fundamentados no GNSS – acrônimo inglês para Sistema Global de Navegação por Satélites. O GNSS é o padrão estabelecido pela OACI para os novos sistemas de navegação, que agora irão se pautar em constelações de satélites dedicados. A princípio, prevê-se a utilização de todo e qualquer sistema de navegação por satélites. Porém, atualmente, somente o sistema GPS, desenvolvido pelos norte-americanos, está operacional e em plena utilização. Expectativas bem fundamentadas asseguram que o GNSS proverá o suporte à navegação aérea, inclusive para aproximações de precisão em todos os seus três níveis: categoria I, II e III. Do mesmo modo, as aerovias passarão, progressivamente, por uma grande reformulação. Acostumada a voar de forma angular com radiais de aproximação e afastamento e cursos magnéticos, a aeronave, enfi m, poderá navegar de forma mais livre. As rotas considerarão a navegação ponto a ponto e não a interceptação de radiais e magnéticas. Exemplo ilustrativo de um duto imaginário no qual a aeronave idealmente voa no procedimento RNP da Navegação Baseada em Performance Rotas menores, menos gasto de combustível, menos emissões de poluentes, pousos de precisão por satélites, aproximações com descida contínua, maior fl exibilidade de voo, trajetórias de voo muito mais precisas. São inúmeras as conquistas viabilizadas pelos novos recursos e sistemas da navegação aérea CNS/ATM AEROESPAÇO 17

3. Para seguir o curso da rota, a aeronave precisa sobrevoar a<br />

área de alcance de tais antenas, que d<strong>em</strong>arcam a trajetória de<br />

voo.<br />

Desse modo, contrariando a máxima euclidiana, que consagrara<br />

a reta como a menor distância entre dois pontos, na<br />

navegação convencional a aeronave não voa <strong>em</strong> linha reta<br />

desde sua partida até o seu destino. Mas, sim, perfazendo<br />

uma soma de pequenos trechos, o que termina por alongar<br />

o voo.<br />

As aeronaves depend<strong>em</strong>, portanto, dos circuitos traçados<br />

ao longo dos referidos equipamentos de solo, os chamados<br />

auxílios à navegação aérea, como o NDB, o VOR-DME<br />

e o ILS, por ex<strong>em</strong>plo.<br />

A Navegação Aérea<br />

no conceito CNS/ATM<br />

No CNS/ATM, a rota não é delimitada por auxílios de solo,<br />

mas, sim, orientada por satélites. Isso porque os conceitos aplicados<br />

aos novos sist<strong>em</strong>as de navegação são fundamentados<br />

no GNSS – acrônimo inglês para Sist<strong>em</strong>a Global de Navegação<br />

por Satélites. O GNSS é o padrão estabelecido pela OACI para<br />

os novos sist<strong>em</strong>as de navegação, que agora irão se pautar <strong>em</strong><br />

constelações de satélites dedicados.<br />

A princípio, prevê-se a utilização de todo e qualquer sist<strong>em</strong>a<br />

de navegação por satélites. Porém, atualmente, somente<br />

o sist<strong>em</strong>a GPS, desenvolvido pelos norte-americanos, está<br />

operacional e <strong>em</strong> plena utilização.<br />

Expectativas b<strong>em</strong> fundamentadas asseguram que o<br />

GNSS proverá o suporte à navegação aérea, inclusive para<br />

aproximações de precisão <strong>em</strong> todos os seus três níveis: categoria<br />

I, II e III.<br />

Do mesmo modo, as aerovias passarão, progressivamente,<br />

por uma grande reformulação. Acostumada a voar de forma<br />

angular com radiais de aproximação e afastamento e cursos<br />

magnéticos, a aeronave, enfi m, poderá navegar de forma mais<br />

livre. As rotas considerarão a navegação ponto a ponto e não a<br />

interceptação de radiais e magnéticas.<br />

Ex<strong>em</strong>plo ilustrativo de um duto imaginário no qual a<br />

aeronave idealmente voa no procedimento RNP da Navegação<br />

Baseada <strong>em</strong> Performance<br />

Rotas menores, menos gasto de combustível,<br />

menos <strong>em</strong>issões de poluentes, pousos de precisão<br />

por satélites, aproximações com descida<br />

contínua, maior fl exibilidade de voo, trajetórias<br />

de voo muito mais precisas. São inúmeras as<br />

conquistas viabilizadas pelos novos recursos<br />

e sist<strong>em</strong>as da navegação aérea CNS/ATM<br />

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