O Planeta Terra - Apontamentos - Universidade da Madeira
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Zona de sombra<br />
Sempre que se dê um sismo de magnitude eleva<strong>da</strong>, o registo <strong>da</strong>s respectivas<br />
on<strong>da</strong>s pode ser efectuado em todo o mundo. As on<strong>da</strong>s sísmicas propagam-se<br />
internamente, não segundo linhas rectas, o que sucederia se a <strong>Terra</strong> fosse constituí<strong>da</strong><br />
por material homogéneo, mas por linhas curvas, devido à refracção em consequência<br />
do aumento progressivo <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de para o centro. Além disso, em virtude <strong>da</strong><br />
existência do núcleo líquido, as on<strong>da</strong>s S param assim que lá chegam. Quanto às on<strong>da</strong>s<br />
P ao atingirem o núcleo desdobram-se em dois ramos, um tangencial que vai aflorar<br />
na superfície <strong>da</strong> crosta a uma distância de cerca de 11450km do epicentro,<br />
correspondendo a 103 0<br />
de arco, e outro que ao penetrar no núcleo, se refracta indo<br />
emergir próximo do anticentro.<br />
Entre 103 0<br />
e 143 0<br />
de arco, em relação ao acontecimento acima referido, não se<br />
registam quaisquer on<strong>da</strong>s P ou S. No hemisfério oposto àquele onde se deu o sismo<br />
define-se uma coroa, dita zona de sombra, anelar, situa<strong>da</strong> entre 11.450km e<br />
15.900km, onde apenas se manifestam on<strong>da</strong>s parasitas. Foi a partir <strong>da</strong> zona de<br />
sombra que o inglês Oldham, em 1906, descobriu a existência de duas uni<strong>da</strong>des no<br />
interior <strong>da</strong> <strong>Terra</strong>, o manto e o núcleo. Os valores que ele calculou para o raio do<br />
núcleo e a profundi<strong>da</strong>de a que se encontra, são notáveis para a época e só em 1914 o<br />
alemão Gutenberg, determinou com maior precisão a profundi<strong>da</strong>de a que se encontra<br />
o núcleo, a 2900km.<br />
A zona de sombra para as on<strong>da</strong>s S vai de 103 0<br />
a 180 0<br />
de arco, em virtude, como<br />
se disse, de as on<strong>da</strong>s transversais não se propagarem em meios líquidos.<br />
1.4. A estrutura <strong>da</strong> <strong>Terra</strong><br />
A propagação <strong>da</strong>s on<strong>da</strong>s sísmicas prova, sem discussão, que a densi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />
<strong>Terra</strong> aumenta em profundi<strong>da</strong>de. Actualmente, por métodos específicos, sabe-se que<br />
a densi<strong>da</strong>de cresce até o valor máximo de 10,72 no centro, com saltos desde a crosta,<br />
passando pelo manto, cuja densi<strong>da</strong>de média é 4,53.<br />
O interior <strong>da</strong> <strong>Terra</strong> apresenta três zonas importantes: a crosta (continental e<br />
oceânica), o manto (superior e inferior) e o núcleo (externo, líquido, e interno, sólido,<br />
o caroço).<br />
Esta estrutura interna, zona<strong>da</strong>, característica do nosso planeta está na origem <strong>da</strong><br />
sua dinâmica interna. Mas, a zonagem estende-se também externamente, com a<br />
hidrosfera (mares, rios, lagos e calotes gela<strong>da</strong>s), a atmosfera (subdividi<strong>da</strong> em várias<br />
zonas) e a biosfera.<br />
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