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O Planeta Terra - Apontamentos - Universidade da Madeira

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1.3. Os sismos ou terramotos<br />

No fim do século passado, na Alemanha, foi inventado o moderno sismógrafo,<br />

aparelho que dispunha de um pêndulo de grande massa, suspenso ou apoiado por um<br />

ponto e ligado a uma caneta de ponta seca que riscava um papel fumado ligado a um<br />

sistema de relógio. O aparelho actuava por inércia segundo um movimento oscilatório,<br />

do qual resultava um risco contínuo com amplitudes diferentes conforme os impulsos<br />

chegados. A esse registo, dá-se o nome de sismograma.<br />

O estudo <strong>da</strong>s on<strong>da</strong>s sísmicas mostrou a existência de on<strong>da</strong>s interiores na crosta,<br />

as preliminares P (primeiras ou primae) e S (segun<strong>da</strong>s ou secun<strong>da</strong>e) que ao atingirem<br />

a superfície <strong>da</strong> crosta provocam as on<strong>da</strong>s superficiais (L ou on<strong>da</strong>s Love e R ou on<strong>da</strong>s<br />

Rayleigh). Existem entre as P outras on<strong>da</strong>s que só se detectam em sismógrafos<br />

localizados perto dos focos, com percursos dependentes <strong>da</strong> estrutura geológica<br />

atravessa<strong>da</strong>. São estas diferentes on<strong>da</strong>s preliminares que têm contribuído para o<br />

conhecimento <strong>da</strong> estrutura interna <strong>da</strong> <strong>Terra</strong>.<br />

Uma ruptura brusca na crosta, muitas vezes manifesta<strong>da</strong> à superfície por uma<br />

falha, provoca uma libertação brusca de energia, acumula<strong>da</strong> pela tensão, origina<br />

vibrações violentas, que se propagam pelos materiais terrestres. O local onde se deu a<br />

libertação de energia, diz-se foco e a sua projecção na vertical, epicentro.<br />

As on<strong>da</strong>s P são on<strong>da</strong>s compressivas-expansivas que vibram na direcção <strong>da</strong><br />

propagação e as on<strong>da</strong>s S são transversais e vibram perpendicularmente à direcção de<br />

propagação. As on<strong>da</strong>s P atravessam todos os meios e as S, que só têm 2/3 <strong>da</strong><br />

veloci<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s primeiras, não atravessam líquidos. As on<strong>da</strong>s superficiais, destruidoras,<br />

têm movimento circular à superfície, diminuindo de amplitude em profundi<strong>da</strong>de,<br />

semelhante ao <strong>da</strong>s on<strong>da</strong>s do mar.<br />

O estudo <strong>da</strong>s on<strong>da</strong>s P e S permitiu determinar descontinui<strong>da</strong>des no interior <strong>da</strong><br />

<strong>Terra</strong>. A primeira delas e a mais superficial, marca a separação <strong>da</strong> base <strong>da</strong> crosta com<br />

o manto superior. Foi detecta<strong>da</strong> pelo jugoslavo Mohorovicic e denomina-se Moho,<br />

abrevia<strong>da</strong>mente.<br />

Determinaram-se outras descontinui<strong>da</strong>des no interior do manto superior; uma<br />

zona de baixa veloci<strong>da</strong>de, onde a matéria está parcialmente fundi<strong>da</strong> e se designa por<br />

astenosfera, de espessura variável; uma terceira descontinui<strong>da</strong>de que separa o manto<br />

superior do inferior, a cerca de 700km de profundi<strong>da</strong>de (zona dos mais profundos<br />

sismos conhecidos, 720km); uma quarta descontinui<strong>da</strong>de marca o início do núcleo<br />

líquido, externo, onde param as on<strong>da</strong>s S e, a quinta descontinui<strong>da</strong>de, no contacto com<br />

o caroço do núcleo.<br />

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