programa completo do 5º Festival da Primavera - Farmácia Marques
programa completo do 5º Festival da Primavera - Farmácia Marques
programa completo do 5º Festival da Primavera - Farmácia Marques
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
[Tractus, sequentia] - [Tento <strong>do</strong> 2º tom] (antónio<br />
carreira?²)<br />
Offertorium - Domine Iesu Christe, Rex gloriæ<br />
(Offertorium)<br />
sanctus - [verso de 2º tom] (anónimo¹)<br />
. Sanctus - Benedictus<br />
agnus Dei - [verso de 2º tom] (anónimo¹)<br />
. Agnus Dei – Agnus Dei – Agnus Dei<br />
communio - [verso de 8º tom] (anónimo¹)<br />
. Lux æterna luceat eis, Domine<br />
post communio - [Tento <strong>do</strong> 4º tom] (antónio<br />
carreira?²)<br />
. Versa es in luctum (oratione)<br />
ad stationes<br />
. Memento mei (in tertia statione)<br />
. Libera me <strong>do</strong>mine (in quarta statione)<br />
postludium<br />
. In paradisum (antiphona)<br />
¹ obra <strong>do</strong> manuscrito 964 <strong>do</strong> Arquivo Distrital de<br />
Braga<br />
² obra <strong>do</strong> manuscrito 242 <strong>da</strong> Biblioteca Geral <strong>da</strong><br />
Universi<strong>da</strong>de de Coimbra<br />
Poder-se-á dizer sem exagero que o nascimento e a<br />
morte são os acontecimentos mais determinantes na<br />
vi<strong>da</strong> de uma pessoa. É por isso curioso, alguns dirão<br />
mesmo irónico, que seja precisamente sobre esses<br />
momentos que se levantem as maiores dúvi<strong>da</strong>s<br />
sobre a consciência <strong>do</strong> ser, seguramente motiva<strong>da</strong>s<br />
pela ausência de relatos na primeira pessoa. Assim,<br />
os ritos sociais que universalmente se realizam<br />
afim de celebrar tais eventos serão provavelmente<br />
importantes para to<strong>do</strong>s exceto para o celebra<strong>do</strong>.<br />
A inexistência de uma consciência pessoal <strong>do</strong><br />
momento, ou pelo menos a forte dúvi<strong>da</strong> sobre ela,<br />
é supri<strong>da</strong> pela criação de uma memória coletiva<br />
que questiona e valoriza a passagem de ca<strong>da</strong> ser<br />
por este conceito linear a que chamamos tempo.<br />
Não é por isso de admirar que os ritos eclesiásticos<br />
devotem atenção especial a estes momentos.<br />
No rito católico romano, o nascimento de Cristo é<br />
provavelmente momento mais alto <strong>da</strong>s celebrações<br />
públicas, tanto hoje como no Renascimento, de<br />
onde nos chegam relatos de enorme fausto nas<br />
matinas de Natal. Mas também o Ofício de Defuntos,<br />
um conjunto de orações em favor <strong>da</strong> alma de um<br />
faleci<strong>do</strong>, representa um papel muito relevante na<br />
construção e disseminação de um cre<strong>do</strong> e de uma<br />
identi<strong>da</strong>de que marca to<strong>da</strong> a cultura ocidental. O<br />
longo conjunto de textos <strong>do</strong> Officium Defunctorum<br />
não se limita a pedir repouso para as almas defuntas.<br />
Eles são to<strong>da</strong> uma reflexão de caráter ontológico,<br />
que questiona a nossa existência terrena (“por<br />
que me fizeste sair <strong>do</strong> útero?”, “na<strong>da</strong> são os meus<br />
dias”), expressa o arrependimento pelas as nossas<br />
inevitáveis faltas (“temo os meus peca<strong>do</strong>s e perante<br />
pág.22