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Revista Sinais Sociais N20 pdf - Sesc

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tura do século XIX, ou da condição subdesenvolvida do cinema dentro<br />

da dialética entre ocupado e ocupante, entre uma modernização<br />

sempre dependente e abortada, e em suas consequências medíocres<br />

e simultaneamente criativas, segundo Paulo Emílio). A forma artística,<br />

portanto, define-se a partir da realidade histórica (a brasileira, entendida<br />

não como “origem” e sim como condição histórica particular,<br />

mas ainda assim parte de uma condição universal ou internacional),<br />

que é também “forma”, na medida em que é compreendida como<br />

formação social objetiva, definida no jogo das forças produtivas, do<br />

movimento da sociedade global, e não na esfera ideal das consciências<br />

individuais.<br />

Estamos pois, e uma vez mais, diante de uma noção de forma oposta<br />

às regras do formalismo estruturalista, uma noção de forma e de<br />

formação na qual o caráter social, o sinal social, é o elemento estruturante.<br />

Eis a lição que nos resta dessa tradição de críticos-pensadores<br />

mesmo depois que as condições históricas específicas em que foram<br />

elaboradas, o otimismo desenvolvimentista e a consequente formação<br />

de uma cultura nacional em processo de superação de suas contradições<br />

originais, desapareceu do horizonte contemporâneo.<br />

3 mÁRio PEDRoSA: o ExERCÍCio ExPERimENtAL DA LibERDADE<br />

(Do iNÍCio Ao fim)<br />

Até aqui, vimos uma história “paulista” da formação. Mas de onde<br />

vinha Mário Pedrosa? No seu Rio de Janeiro adotivo, essa tradição sequer<br />

estava “formada”. A partir daqui, temos que passar a pensar uma<br />

relação possível entre pressupostos da tradição paulista e uma outra,<br />

que à época nem tradição era: a crítica de arte moderna entre nós,<br />

que se formaria a partir também de Sérgio Milliet e chegaria a um ponto<br />

avançado e surpreendente justamente com Mário Pedrosa. Creio<br />

que tanto a identidade quanto a “passagem” de um crítico ao outro<br />

foram sentidas pelo próprio Milliet. Em 1949, ele anotou em seu Diário<br />

Crítico um encontro com Mário Pedrosa em Paris. Dizia o seguinte:<br />

Mário Pedrosa, que encontro chegando do Brasil e já instalado em St.<br />

Germain, afirma que aquele velhinho à frente de um copo de vinho<br />

no café da esquina, ali se acha há dez anos. Viu-o em 1937, em 1946<br />

SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.7 nº 20 | p. 78-113 | SEtEmbRo > DEzEmbRo 2012<br />

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