zero, e não significativo, indicando não haver diferença de desempenho entre beneficiários e não beneficiários. Nas subamostras de cursos de prestígio social médio e alto, porém, há diferenças significativas. Tipo de curso todos Variáveis Tabela 8 Coeficientes estimados (b) e significância (p-valor) Federais Estaduais Privadas B p-valor Correção¹ B p-valor Correção¹ B p-valor Correção¹ (Constant) 3,696 0,000 - 3,569 0,000 - 3,444 0,000 - Não branco -0,051 0,000 -5,0% -0,051 0,000 -5,0% -0,03 0,000 -3,0% mulher 0,098 0,000 10,3% 0,094 0,000 9,9% 0,219 0,000 24,5% Ensino médio público -0,007 0,202 - 0,027 0,000 2,7% -0,007 0,034 -0,7% Perfil socioeconômico 0,003 0,000 - 0,004 0,000 - 0,003 0,000 - Ação afirmativa -0,086 0,000 -8,2% -0,092 0,000 -8,8% -0,006 0,065 - (Constant) 3,908 ,000 - Não branco ,009 ,363 - 3,825 ,000 - baixo mulher ,093 ,000 9,8% ,008 ,507 ,013 ,149 - prestígio Ensino médio social público -,025 ,030 -2,5% -,006 ,623 -,028 ,000 -2,7% Perfil socioeconômico ,004 ,000 - ,011 ,000 ,004 ,000 - Ação afirmativa -,116 ,000 -10,9% -,099 ,000 -9,4% -,009 ,047 -0,8% (Constant) 3,671 ,000 - SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.7 nº 20 | p. 36-77 | SEtEmbRo > DEzEmbRo 2012 3,824 ,000 -,025 ,002 -2,4% -,018 ,000 -1,7% 3,545 ,000 - 3,429 ,000 - Não branco -,070 ,000 -6,8% -,074 ,000 -7,1% -,019 ,000 -1,9% médio mulher ,030 ,000 3,1% -,015 ,057 ,031 ,000 3,1% prestígio Ensino médio social público -,038 ,000 -3,7% ,001 ,896 -,038 ,000 -3,7% Perfil socioeconômico ,005 ,000 - ,006 ,000 ,008 ,000 0,8% Ação afirmativa -,148 ,000 -13,7% -,120 ,000 -11,3% -,020 ,000 -2,0% (Constant) 3,631 ,000 - 3,568 ,000 - 3,406 ,000 - Não branco -,089 ,000 -8,5% -,090 ,000 -8,6% -,077 ,000 -7,4% Alto mulher -,005 ,548 - -,027 ,116 ,058 ,000 6,0% prestígio Ensino médio social público ,008 ,350 - -,035 ,034 -3,5% -,048 ,000 -4,7% Perfil socioeconômico ,006 ,000 - ,005 ,000 ,005 ,000 0,5% Ação afirmativa -,106 ,000 -10,1% -,099 ,001 -9,4% -,057 ,000 -5,6% 73
Continuação da tabela 8 Tipo de curso Variáveis Federais Estaduais Privadas B p-valor Correção¹ B p-valor Correção¹ B p-valor Correção¹ informações básicas sobre as regressões completas (“todos”) 2 N° de observações 32.119 29.662 105.862 R² ajustado 0,421 0,423 0,452 Estatística f 142,113 142,664 1.155,786 Nota: ¹A correção é exp (B)-1 para as variáveis binárias significativas, isto é, com p-valor menor que 0,05. A correção é utilizada na interpretação dos parâmetros estimados B. Os valores em negrito são maiores que 0,05, logo essas variáveis não são significativas ao nível 5%. Isto quer dizer que essas variáveis não são importantes para explicar a nota do concluinte. 2 A estatística F dos modelos ajustados é alta, com p-valor próximo de zero em todas as regressões, indicando que até ao nível 1% rejeitamos a hipótese nula de que não há relação linear entre as variáveis X e Y. Logo o modelo foi bem especificado. O R² ajustado é médio em todos os modelos. Resultado esperado: a) dado que se usam dados em corte transversal e b) o modelo estimado é parcimonioso. Informações de qualidade de ajuste das regressões segundo prestígio social não são relatadas aqui, mas podem ser obtidas dos autores. CoNSiDERAÇÕES fiNAiS Políticas de ação afirmativa (cotas ou bônus “raciais” ou “sociais”) têm sido implementadas no Brasil nos últimos dez anos com o objetivo de reduzir a desigualdade de oportunidades, por meio do aumento da probabilidade de acesso de grupos desfavorecidos ao ensino superior. Neste estudo, a partir dos dados mais recentes do Enade disponíveis, traça-se um perfil dos concluintes dos cursos avaliados em 2008, comparando-se alunos beneficiados por ações afirmativas com os demais alunos, inclusive no que se refere ao desempenho na prova de conhecimentos específicos. Participam do exame os alunos ingressantes e concluintes em 2008, portanto uma ressalva aos dados utilizados no trabalho é a falta de informação sobre os que ingressaram em 2004 e evadiram ao longo do curso ou ainda não se formaram. Entendendo-se como diversidade uma maior representação de grupos desfavorecidos, nossa análise dos dados sugere que as diversas políticas de ações afirmativas foram de fato bem-sucedidas no objetivo de proporcionar maior diversidade nas universidades, embora tal tendência seja menos clara em cursos mais prestigiosos. 74 SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.7 nº 20 | p. 36-77 | SEtEmbRo > DEzEmbRo 2012
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