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Revista Sinais Sociais N20 pdf - Sesc

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esolvida, quando a meta e o limite são feitos do erro da primeira<br />

matemática, que se constitui, também, por sua vez, de proposições<br />

incontestáveis da segunda matemática. Este ir e vir da equação, agora,<br />

leva a um pensamento constituído de opostos, a uma arquitetura<br />

sinuosa de um pensamento construído para o paradoxo: mal e bem,<br />

exatidão e falha, alto e baixo etc. Porque há também, aí, uma questão<br />

de crença – “Se todos os homens acreditarem” – e não apenas de resultado,<br />

há algo aí para além do mundo e completamente tocado pela<br />

imaginação, pela fantasia:<br />

A 2ª matemática<br />

Questão de Wittgenstein:<br />

“Se todos os homens acreditarem que 2 x 2 = 5,<br />

2 x 2 será ainda igual a 4?”<br />

Existe uma 2ª matemática atrás da primeira.<br />

É feita daquilo que é Erro na primeira, e é ainda —<br />

como a primeira matemática — feita de ordem e regras.<br />

Os erros da 2ª Matemática são também proposições<br />

incontestáveis na 1ª Matemática.<br />

[Pensar nos opostos. No mal e no bem. Na<br />

exactidão e na falha. No alto e no baixo].<br />

(TAVARES, 2006, p. 65).<br />

Assim, a escrita de Gonçalo M. Tavares não vai apenas de uma forma<br />

a outra, como transformação, mas sim como metamorfose, como<br />

aquilo que se move por dentro da forma ensaio, entre ato em si (treino,<br />

repetição, método) e o seu como fazer, modo de operar livremente<br />

a escrita para a construção de uma “cultura filosófica”, a construção<br />

de um pensamento. Pois são os próprios livros de Gonçalo M. Tavares<br />

que sugerem, ao mesmo tempo, tanto uma necessidade de deslocamento<br />

da perspectiva meramente literária, quanto uma tentativa de<br />

contato mais direto e mais aberto com algumas outras questões que os<br />

atravessam de uma maneira sistematicamente circular, coisas que vêm<br />

da filosofia e da dança, por exemplo. E isso se faz necessário porque<br />

é o próprio Gonçalo quem defende a ideia de que toda arte deve<br />

ser feita a partir de uma resistência, e que a grande resistência do ser<br />

SiNAiS SoCiAiS | Rio DE JANEiRo | v.7 nº 20 | p. 114-147 | SEtEmbRo > DEzEmbRo 2012<br />

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