programação projeto escola em cena - junho 2011 - Cultura é ...
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Mocinhos e bandidos s<strong>em</strong>pre povoaram as histórias que encantam a humanidade. Seja nos contos de fadas, nos mitos gregos ou nas histórias reais,<br />
buscamos o b<strong>em</strong> ou o mal, e a luta entre ambos pela vitória e poder nos fascina. A dualidade do ser humano <strong>é</strong> a mat<strong>é</strong>ria-prima de um gênero literário criado<br />
há cerca de 170 anos e que faz cada vez mais sucesso: a literatura policial.<br />
Em meados do s<strong>é</strong>culo 19, a industrialização e o crescimento das cidades criaram cenário propício para o gênero garantir um lugar definitivo na literatura e<br />
muitos escritores fizeram verdadeiras genealogias das características singulares de seus detetives... Conan Doyle, por ex<strong>em</strong>plo. Seu Sherlock Holmes pratica<br />
boxe, t<strong>em</strong> talento para o violino, profundos conhecimentos de línguas (entre muitos outros t<strong>em</strong>as), t<strong>em</strong> t<strong>em</strong>peramento melancólico e <strong>é</strong> viciado <strong>em</strong> morfina<br />
e cocaína. Apesar de todos os traços peculiares, a grande marca de Sherlock <strong>é</strong> o uso do m<strong>é</strong>todo científico e da lógica dedutiva para resolver mist<strong>é</strong>rios ao<br />
lado de seu amigo e colega Doutor Watson, que <strong>é</strong> o narrador das aventuras de ambos.<br />
O sucesso de público do gênero, no entanto, não lhe rende uma boa avaliação dos críticos literários. Há qu<strong>em</strong> diga que <strong>é</strong> literatura menor. Sandra Reimão,<br />
autora do livro Literatura policial brasileira, acredita que isso t<strong>em</strong> um motivo: “Toda grande obra não pertence a um gênero, ela inaugura um gênero. A<br />
literatura de gênero não pretende ser uma grande obra, ela pretende estar nos limites desse gênero. O bom policial t<strong>em</strong> suas regras e ele pretende ser uma<br />
boa narrativa dentro desses limites”, explica. Entretanto, essa avaliação dos críticos desconsidera o fato de que talvez, exatamente por não ser pretensiosa,<br />
a literatura policial seja tão prazerosa para o leitor.<br />
Flavio Moreira da Costa, escritor apaixonado pelo t<strong>em</strong>a, escreveu, ele próprio, “Modelo para morrer”, primeiro policial brasileiro da Coleção Negra, e “Três<br />
casos policiais de Mário Livramento”, que inclui: A perseguição: eu vi a máfia de perto, Avenida Atlântica e Os mortos estão vivos. Em suas pesquisas ele<br />
apresenta uma linhag<strong>em</strong> respeitável de autores que se <strong>em</strong>brenharam no t<strong>em</strong>a. Nomes como Olavo Bilac, Machado de Assis, passando por Medeiros e<br />
Albuquerque, Viriato Côrrea, Afrânio Peixoto e Coelho Neto [autores do pioneiro romance policial brasileiro]. Ele chega tamb<strong>é</strong>m nos nossos<br />
cont<strong>em</strong>porâneos Marcos Rey, Dalton Trevisan, Jos<strong>é</strong> Louzeiro, Caio Fernando Abreu, Duílio Gomes, Victor Giudice e fala da recentíssima geração: Joaquim<br />
Nogueira, Marçal Aquino, Lourenço Cazarr<strong>é</strong>, Iosif Landau, Lílian Fontes, Heloisa Saraiva.<br />
Os contos escolhidos para a leitura dramática certamente estão dentro desse grupo de autores. O professor interessado <strong>em</strong> trabalhar o t<strong>em</strong>a antes da vinda<br />
ao SESC Pompeia pode procurar estas referências. Tamb<strong>é</strong>m disponibilizamos abaixo uma pequena bibliografia que pode ser consultada.<br />
Mediador que fará apresentação dos autores e conversa com o público:<br />
MARCELINO FREIRE <strong>é</strong> escritor, entre outros, de “Contos Negreiros” *Editora Record – Vencedor do Prêmio Jabuti 2006]. Para mais informações sobre autor<br />
e obra, acesse: www.eraodito.blogspot.com<br />
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:<br />
Chame o ladrão: contos policiais brasileiros | organização Moacir Amâncio. São Paulo: Editora Populares. 1978.<br />
Crime à brasileira | organização Flávio Moreira da Costa. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995.<br />
Crime feito <strong>em</strong> casa | organização Flávio Moreira da Costa. Rio de Janeiro: Record, 2005.<br />
Crime, espionag<strong>em</strong> e poder | Flavio Moreira da Costa. Rio de Janeiro: Record: 2005.<br />
Três casos policiais de Mário Livramento | Flavio Moreira da Costa. São Paulo: Ediouro, 2003.