Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc
Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc
Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Ainda descrevendo a pessoa criativa, podemos observar, em seu<br />
convívio com outras, que ela se expressa algumas vezes demonstrando<br />
irritação, insatisfação ou até algum nível de agressão, que correspondem<br />
ao processo de desejar e poder criar alguma coisa e ainda<br />
não ter conseguido selecionar maneiras para fazê-lo. Usualmente o<br />
meio social não favorece, não encoraja e, muitas vezes, não possibilita<br />
a realização criativa, especialmente quando se trata das ideias<br />
de pessoas mais pobres, moradoras de periferias, que têm uma vida<br />
cotidiana mais restrita em possibilidades socioculturais. Essas pessoas<br />
têm ideias, mas não encontram acolhimento e local para apresentá-las<br />
e desenvolvê-las. Na conjuntura difícil do dia a dia, o grupo social tem<br />
sido impedidor ou dificultador da expressão da criatividade e do reconhecimento<br />
das expressões do processo criativo em muitas pessoas,<br />
tanto adultas quanto crianças e adolescentes.<br />
Uma sociedade de atores criativos teria melhores chances de encontrar<br />
respostas mais eficazes e de propor a promoção da criatividade,<br />
tanto no sistema educacional quanto no sistema empresarial, o que<br />
permitiria encarar novos problemas de maneira mais criativa, procurando<br />
novas soluções a partir de novas necessidades e perspectivas.<br />
No campo de estudos da criatividade, um dos marcos da abordagem<br />
científica do gênio criativo é a obra Gênio hereditário, de 1869<br />
(FRANCIS GALTON apud SIMONTON, 2002).<br />
Dentre os gênios reconhecidos pela humanidade temos, por exemplo,<br />
Charles Darwin, que fez suas pesquisas em casa e foi muito afortunado,<br />
uma vez que sua família lhe proporcionou o ambiente especial<br />
de que necessitava para ler e escrever, refletir e fazer experimentos.<br />
Note-se a importância do suporte afetivo, seja ele familiar, do grupo<br />
social ou até mesmo individual.<br />
Simonton (2002) aponta a necessidade de se definir e diferenciar<br />
genialidade e criatividade, uma vez que se trata de tema com o qual<br />
grande parte das pessoas já convive ou reconhece em biografias, jornais,<br />
publicações técnicas e históricas, filmes, entre outros. Para o autor,<br />
a genialidade refere-se à qualidade daquilo ou de quem é gênio.<br />
No que diz respeito aos indivíduos, o termo gênio passou a corresponder<br />
à descrição de algum talento, capacidade ou inclinação natural,<br />
especialmente quando ela ultrapassa as normas usuais e esperadas de<br />
contribuição.<br />
92 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº16 | p. 86-107 | MAIO > AGOSTO 2011