Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc
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INTRODUÇÃO<br />
A história intelectual do conceito de criatividade nos remete ao século<br />
XVIII, quando surgiram os debates sobre o gênio criativo e seus<br />
fundamentos. Já Duff (1967, apud LUBART, 2007) diferenciou gênio<br />
criativo e talento, considerando o talento um nível de performance<br />
superior, mas que não necessariamente apresentaria um pensamento<br />
original. De acordo com essa ideia, que se desenvolveu progressivamente,<br />
a criatividade seria uma forma excepcional de genialidade,<br />
diferente do talento, determinada por fatores genéticos e condições<br />
ambientais (ALBERT e RUNCO, 1999 apud LUBART, 2007).<br />
No decorrer do século XIX, alguns autores sustentaram a ideia de<br />
que gênio criativo seria aquele que apresentasse a criatividade a partir<br />
de um nível excepcional de originalidade, que dependeria da capacidade<br />
de associar ideias.<br />
O início do século XX trouxe novas contribuições ao conceito de<br />
criatividade. Binet realizou estudos de caso baseados na criação literária,<br />
sustentando que o pensamento criativo teria associação com parte<br />
da inteligência. Freud referiu-se à criatividade como resultado de uma<br />
tensão entre realidade consciente e pulsões inconscientes, sugerindo<br />
que os artistas e os escritores criam para expressar seus desejos inconscientes<br />
através de meios culturalmente aceitáveis.<br />
Essa tensão criativa refere-se também a uma superposição do objetivo<br />
pessoal, individual (o que queremos) com a clareza da análise da realidade<br />
(onde estamos). É necessária uma força para unir um e outro, a qual<br />
corresponderia à tensão na busca de nova resolução. Esse processo, uma<br />
vez em andamento, gera um tipo de aprendizado que não significa apenas<br />
a aquisição de mais informação, mas sim a ampliação da capacidade<br />
de produzir os resultados que desejamos. Sua duração é longa, pois se<br />
trata de um aprendizado produtivo que dura a vida inteira.<br />
Também Ribot (1900) abordou o papel da inteligência, da emoção<br />
e do inconsciente no pensamento criativo (LUBART, 2007). O interesse<br />
pela criatividade como agente de crescimento econômico social é<br />
constante. Indica-o, por exemplo, o livro de . P. Guilford, Creativity,<br />
de 1950, considerado um precursor do tema.<br />
O fato histórico do Sputinik, o primeiro satélite artificial da história,<br />
lançado ao espaço pela União Soviética em 4 de outubro de 1957,<br />
88 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº16 | p. 86-107 | MAIO > AGOSTO 2011