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Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc

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HETEROGENEIDADE DE IMPACTOS<br />

A terceira (e possivelmente mais contundente) crítica referente à validade<br />

externa das estimativas é a de que pode haver heterogeneidade<br />

dos impactos tanto devido à idade em que os efeitos estão sendo medidos<br />

(um mesmo tratamento pode ter grande efeito sobre um teste<br />

aplicado em determinada idade, mas efeito menor sobre um teste<br />

aplicado em idade posterior) quanto devido ao tipo de tratamento<br />

recebido (duas crianças que disseram ter feito creche em determinada<br />

idade podem efetivamente ter recebido tratamentos bem diferentes<br />

e, consequentemente, com efeitos diferentes sobre um teste futuro<br />

aplicado numa dada idade). Um impacto médio nulo pode ser obtido<br />

tanto por um tratamento que não afeta nenhum dos tratados quanto<br />

por tratamentos que afetem positivamente alguns agentes e negativamente<br />

outros.<br />

Tomando o caso americano 13 , por contar ao mesmo tempo com<br />

diversas bases, com dados longitudinais e bastante completas com respeito<br />

a informações sobre características dos tratamentos (em alguns<br />

casos envolvendo aleatorizações dos grupos de controle e tratamento),<br />

as estimativas para impactos cognitivos da grande maioria das intervenções<br />

de desenvolvimento infantil mostram que ou o impacto é<br />

nulo, de magnitude ínfima (como no caso de daycare centers) ou o<br />

impacto é positivo e significativo em curto prazo e desaparece com o<br />

passar do tempo (ou seja, crianças que fazem provas logo depois de<br />

terem passado por intervenções obtêm desempenho superior às que<br />

não frequentaram o ensino infantil, mas tal diferença é nula quando<br />

ambos os grupos fazem exames já em idades mais avançadas e distantes<br />

do instante da intervenção).<br />

Magnusson et al. (2007) estimam que a frequência ao pre-kindergarten<br />

aos 4 anos tem impacto positivo nas notas obtidas no ano seguinte<br />

(kindergarten), mas já não encontram qualquer impacto nas<br />

notas da classe de alfabetização. Garces e Currie (2002) verificam que,<br />

entre egressos do Head Start, brancos e negros experimentam benefícios<br />

positivos (e de magnitude semelhante) nos primeiros anos do<br />

13 No Brasil, não há bases de dados que acompanhem crianças longitudinalmente,<br />

desde o momento em que poderiam ter frequentado o ensino infantil<br />

até idades em que pudessem estar matriculadas no ensino básico.<br />

64 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº16 | p. 38-85 | MAIO > AGOSTO 2011

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