Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc
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validade das estimativas ou interpretar o significado das mesmas no<br />
contexto do atual sistema de ensino brasileiro.<br />
Para interpretar essa evidência, também encontrada nos Estados<br />
Unidos, é útil esclarecer alguns tipos de intervenções feitas naquele país.<br />
Os programas americanos de ensino infantil se dividem nas seguintes<br />
categorias: a) pre-kindergarten (3 e 4 anos) e kindergarten (5 e 6 anos),<br />
de larga escala e com foco de aprendizado em geral baseado em escolas<br />
formais que, eventualmente, também oferecem ensino básico; b)<br />
daycare centers (0 a 3 anos), de larga escala, são essencialmente programas<br />
pagos, com cuidadoras para tomar conta de um grupo de crianças<br />
em locais mantidos por associações de bairro e outras organizações<br />
da sociedade civil; c) Head Start, programa compensatório de larga<br />
escala focado no desenvolvimento infantil (entendido de modo amplo)<br />
de crianças que vivem em famílias vulneráveis; além de atividades na<br />
escola (em geral em tempo integral), prevê visitas de educadores, médicos<br />
e nutricionistas às famílias para acompanhamento das crianças e<br />
para orientações aos pais, bem como visitas dos pais e filhos para atividades<br />
conjuntas na escola nos finais de semana; d) intervenções-modelo,<br />
experimentais e de pequena escala, em geral de caráter compensatório<br />
e focadas em crianças vulneráveis, e que na maioria das vezes<br />
preveem intervenções simultâneas sobre o aprendizado das crianças e<br />
envolvimento familiar. Grosso modo, os daycare centers se assemelham<br />
ao antigo modelo de creches vinculadas à assistência social, ao passo<br />
que o pre-kindergarten pode inspirar o tipo de creche que está sendo<br />
gestado atualmente nas secretarias de educação brasileiras.<br />
3.2 VALIDADE DAS ESTIMATIVAS<br />
Estimativas de impacto de uma intervenção sobre uma variável de<br />
resultado (digamos, ), em geral, comparam as distribuições de em<br />
um grupo de indivíduos que recebeu a intervenção e outro que não<br />
a recebeu (cujo papel na estimativa é simular o que teria ocorrido ao<br />
grupo tratado no cenário contrafactual em que não recebesse a intervenção).<br />
A qualidade da estimativa depende crucialmente de quão<br />
convincente é a suposição de que a única diferença relevante entre<br />
esses grupos foi o fato de um deles ter sido tratado. Assim, as críticas<br />
às estimativas existentes se concentram em: a) colocar em dúvida a<br />
56 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº16 | p. 38-85 | MAIO > AGOSTO 2011