Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc
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Os demais artigos mencionados na tabela utilizam amostras de estudantes<br />
matriculados no ensino básico para verificar se aqueles que<br />
frequentaram a educação infantil obtiveram notas maiores em testes<br />
padronizados de matemática e linguagem. Curi e Menezes-Filho 9<br />
(2006) utilizam amostra do Sistema de Avaliação da Educação Básica<br />
(Saeb 2003) para estimar por mínimos quadrados o impacto de começar<br />
os estudos no maternal e pré-escola sobre notas de matemática de<br />
crianças na 4ª, 8ª e 11ª séries do ensino básico, percebendo efeitos<br />
significativos de frequência à pré-escola sobre as notas de matemática.<br />
Felício e Vasconcellos (2007) usam um painel de escolas públicas<br />
presentes no Saeb 2003 e na Prova Brasil 2005 para investigar se nas<br />
escolas em que aumentou a proporção de alunos que iniciaram seus<br />
estudos no maternal ou na pré-escola esses alunos obtiveram incrementos<br />
em suas notas médias obtidas nos exames. Os resultados foram<br />
positivos e significativos tanto para a proporção de ingressantes no maternal<br />
quanto para ingressantes na pré-escola. Calderini e Souza (2009)<br />
juntam informações do Censo Escolar aos dados da Prova Brasil 2005<br />
para estimar o impacto de ter entrado na escola no maternal ou na<br />
pré-escola sobre notas de matemática, tentando lidar com o problema<br />
de endogeneidade dessas variáveis utilizando variáveis de oferta escolar<br />
como instrumento. Pinto, Santos e Guimarães (2010) propõem um<br />
modelo estrutural para lidar com a endogeneidade da decisão familiar<br />
de matricular seus filhos na creche ou na pré-escola utilizando método<br />
de funções de controle com variáveis de oferta escolar e incidência de<br />
doenças contagiosas entre crianças de 0 a 5 anos de idade como restrições<br />
de exclusão, e novamente encontram impactos importantes de<br />
frequência à pré-escola sobre notas de alunos do ensino básico, porém<br />
com pouco efeito adicional de ter frequentado creche.<br />
Felício et al. (2009) usam dados da Provinha Brasil aplicada em todas<br />
as classes de 2ª série do ensino básico da cidade de Sertãozinho<br />
(SP) para estimar o impacto de frequência e exposição à educação<br />
infantil sobre notas de matemática. O estudo difere dos anteriores em<br />
três dimensões importantes: a) os resultados são medidos com menor<br />
distância do tratamento, refletindo características de um sistema de<br />
9 Os autores também utilizam a PPV para realizar uma série de exercícios similares<br />
aos de Barros e Mendonça (1999; 2000), obtendo conclusões semelhantes.<br />
52 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº16 | p. 38-85 | MAIO > AGOSTO 2011