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Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc

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4.3 OS ALUNOS<br />

Os professores eram os mesmos que davam aulas para uma companhia<br />

profissional da cidade e os alunos não eram iniciantes, vinham<br />

de outros projetos sociais de dança. Estavam ali para aprimorar sua<br />

capacidade artística, sua técnica, sua expressividade, sua sensibilidade,<br />

e não para se tornarem educados, disciplinados e cidadãos.<br />

Diário de campo (29 de março de 2003)<br />

O Projeto II atua com uma faixa de bailarinos que já possuem<br />

formação inicial em dança, a maioria participa ou já participou de<br />

algum outro projeto social. Talvez isso permita que o Projeto II enfatize<br />

uma formação artística menos pedagogicista. Até por ser elaborado<br />

por um bailarino/coreógrafo, não se propõe e nem se obriga<br />

a assumir o papel da escola ou da família, partindo do princípio de<br />

que quem está ali quer aprimorar sua vivência artística.<br />

Esses bailarinos já formam outra tribo: a linguagem, os gestos, o<br />

vestuário já se diferenciam daqueles que se notam em projetos sociais<br />

formais. Já mostram diferenças entre eles em relação aos estilos<br />

de dança, demonstrando variadas experiências e aptidões. Existe<br />

uma diversidade de identidades, que possuem em comum aquele<br />

território onde valores e referências são compartilhados.<br />

Talvez por esse Projeto viver uma incerteza quanto à sua continuidade,<br />

não existe uma escola, mas uma multiplicidade de tendências.<br />

O preço dessa riqueza artística pode ser o caráter efêmero<br />

e, portanto, pós-moderno do processo. Entretanto, de acordo com<br />

Maffesoli (2003), essa perspectiva de viver o agora em seu máximo<br />

vigor, sem pensar racionalmente no desenrolar dos fatos futuros, dá<br />

espaço para que uma ética vivida no presente adquira mais força<br />

do que uma moral universalista e distante. Uma nova noção de<br />

temporalidade se inaugura. É a vida que se esgota no ato de viver<br />

intensamente o presente. Para o autor, a vida está aqui, e não em<br />

outra dimensão. A participação mágica está arraigada no aqui e no<br />

agora. O mundo de cá é o que se apresenta a ver e a viver, é o gozo<br />

no presente.<br />

134 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº16 | p. 108-141 | MAIO > AGOSTO 2011

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