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Revista Sinais Sociais N16 pdf - Sesc

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A expressão “canetar”, utilizada no discurso do coreógrafo, significa<br />

tornar oficial o acordo, “assinar embaixo”, estar formalmente comprometido<br />

com o Projeto. O fato de o prefeito não querer firmar o<br />

acordo, mesmo que algum dinheiro esteja sendo repassado, denota<br />

as bases frágeis ou talvez excessivamente burocráticas em que esses<br />

projetos culturais e sociais muitas vezes se constroem, daí seu caráter<br />

efêmero e sua frouxidão na determinação de objetivos e metas.<br />

Se as coisas não se oficializarem nem se tornarem uma proposta<br />

municipal de incentivo às artes, ou seja, se ficarem no plano pessoal<br />

do conluio, do conhecido “jeitinho” brasileiro e do favor, nunca passarão<br />

pela categoria do direito. O Estado, ao se furtar de assumir um<br />

compromisso, vai ao encontro dos preceitos do liberalismo lockeano.<br />

Não havendo impessoalidade nas relações nem universalidade de<br />

princípios, se toda essa iniciativa não é regida pela questão do direito,<br />

como se pretende formar “cidadãos dançantes”? É interessante conferir<br />

o título da reportagem do jornal O Globo do dia 24 de outubro de<br />

2000: “O Rio é a nova menina dos olhos do coreógrafo dos cidadãos<br />

dançantes”.<br />

4.1 AS VISITAS<br />

O Projeto II acontece num armazém na Zona Portuária da cidade<br />

do Rio de Janeiro, na praça Mauá. As aulas de dança se realizam no<br />

palco de um anfiteatro de aproximadamente 80 metros quadrados de<br />

área, onde foram adaptados espelhos, barras e o piso de linóleo. O<br />

lugar parece não ser reformado há algum tempo, suas características<br />

lembram as dos teatros antigos, com o chão da “arquibancada” coberto<br />

por um carpete vermelho, um piano empoeirado ao fundo e um pé<br />

direito alto, com portas de madeira duplas em formato de arco com<br />

aproximadamente 4 metros de altura.<br />

O contato se deu por telefone, o cronograma das aulas foi repassado,<br />

dando à pesquisadora liberdade para assistir a qualquer aula sem<br />

qualquer restrição de turma ou de horário. A disponibilidade desse<br />

Projeto em ser visitado e investigado academicamente contrastou com<br />

a dificuldade encontrada em outros projetos com maior projeção na<br />

mídia e maior suporte econômico.<br />

130 SINAIS SOCIAIS | RIO DE JANEIRO | v.5 nº16 | p. 108-141 | MAIO > AGOSTO 2011

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