Educação em Rede - Sesc
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As diretrizes<br />
curriculares da<br />
<strong>Educação</strong> de<br />
Jovens e Adultos<br />
e o currículo<br />
vidas, ascender social e individualmente, adaptar-se a novos contextos, participar<br />
da tomada de decisões de políticas públicas, crescer <strong>em</strong> liberdade de autoconsciência<br />
com os outros, com vistas a uma sociedade mais justa e igualitária.<br />
Dev<strong>em</strong>os pensar na reorganização curricular não somente como estratégias<br />
para favorecer o ensino-aprendizag<strong>em</strong>, mas como políticas educativas e culturais,<br />
que permitam a reorganização dos espaços e t<strong>em</strong>pos de compartilhamento de saberes<br />
e ampli<strong>em</strong> a experiência social pública e o direito de todos às riquezas materiais<br />
e espirituais das cidades. O desafio é organizar currículos flexíveis capazes<br />
de comunicar e fazer sentido para os sujeitos concretos da EJA, entendendo suas<br />
necessidades e potencialidades.<br />
As propostas curriculares<br />
Sobre esse assunto, o que perceb<strong>em</strong>os é que os critérios e modos de seleção e<br />
organização curricular não buscam dialogar com os saberes n<strong>em</strong> com os desejos e<br />
expectativas dos jovens a que se destinam. Não segu<strong>em</strong> a complexidade do estar<br />
no mundo, da vida cotidiana e das aprendizagens que nela ocorr<strong>em</strong>. Percebo que<br />
a vida real na maioria das escolas, sejam elas de crianças, de jovens ou de adultos,<br />
ainda não incorpora as experiências, saberes e possibilidades dos sujeitos envolvidos<br />
na prática cotidiana do ensinar/aprender.<br />
Assim, diante do que se discute sobre a EJA, reconheço que a escola não oferece<br />
um currículo atraente que vá ao encontro dos interesses dos alunos. Acreditamos<br />
que para minimizar os probl<strong>em</strong>as do sist<strong>em</strong>a educacional é preciso pensar <strong>em</strong><br />
uma educação que configure os espaços educativos como lugares de participação<br />
sociocultural, destacando tanto o protagonismo e autonomia do sujeito da aprendizag<strong>em</strong><br />
como o papel do educador como agente de mudanças.<br />
Mas, para isso, se faz necessário aplicar um currículo crítico, d<strong>em</strong>ocrático e transformador,<br />
que tenha como ponto de partida as experiências de vida dos alunos na<br />
construção de novos saberes, desenvolvendo a formação de jovens e adultos nas<br />
dimensões da vida tais como: cognitiva, afetiva, ética, cultural, estética e política.<br />
(...) o currículo t<strong>em</strong> significados que vão muito além daqueles aos quais as teorias tradicio-<br />
nais nos confirmam. O currículo é lugar, espaço, território. O currículo é relação de poder. O<br />
currículo é trajetória, viag<strong>em</strong>, percurso. O currículo é autobiografia, nossa vida, curriculum<br />
vitae: no currículo se forja nossa identidade. O currículo é texto, discurso, documento. O<br />
currículo é documento de identidade (SilVA, 2007, p. 150).<br />
Serviço Social do Comércio <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong>