Educação em Rede - Sesc
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nesse sentido, dev<strong>em</strong>os dar importância à individualidade do aluno e ao contexto social<br />
e cultural do ensino, visando promover conexões e significados pessoais no processo de<br />
aprendizag<strong>em</strong>.<br />
Nessa perspectiva, a aprendizag<strong>em</strong> cultural é um processo criativo e interativo<br />
<strong>em</strong> que interag<strong>em</strong> os que viv<strong>em</strong> a cultura com os que nasc<strong>em</strong> dentro dela, resultando<br />
<strong>em</strong> ideias, normas e valores que são similares de uma geração a outra. Assim<br />
sendo, a aprendizag<strong>em</strong> cultural é um ato de recriação por parte de cada pessoa,<br />
fundamentando-se na teoria de Vygotsky, que estabelece uma forte ligação entre<br />
o processo de desenvolvimento e de aprendizag<strong>em</strong> com o ambiente sociocultural.<br />
Ressalta-se, então, a importância de se considerar o conceito de zona de desenvolvimento<br />
proximal, situada entre aquilo que o indivíduo já sabe e consegue realizar<br />
sozinho e o que pode ser desenvolvido com a ajuda e intervenção de outros.<br />
Nesse contexto, o professor deixa de ser um mero executor de conteúdos estabelecidos<br />
pelo sist<strong>em</strong>a, as suas tomadas de decisão não se confinam à sala de aula<br />
n<strong>em</strong> o seu trabalho é individual e solitário. Ele dispõe de um espaço de iniciativas<br />
próprio <strong>em</strong> trabalhos colaborativos com seus pares, no qual a reflexão se torna a<br />
ferramenta-chave na resolução de probl<strong>em</strong>as e de situações imprevisíveis.<br />
Para Freire (1996, p. 43):<br />
A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dia-<br />
lético, entre o fazer e o pensar sobre o fazer. O saber que a prática docente espontânea ou<br />
quase espontânea, “desarmada”, indiscutivelmente produz é um saber ingênuo, um saber<br />
de experiência feito, a que falta a rigorosidade metódica que caracteriza a curiosidade epis-<br />
t<strong>em</strong>ológica do sujeito.<br />
A mudança da prática educativa exige luta para superar o entendimento formalista<br />
e cientificista do currículo, muito presente nas escolas brasileiras, buscando entendê-lo<br />
como oriundo de múltiplos e singulares processos e redes de conhecimentos<br />
e experiências, e requer fazer aparecer alternativas curriculares efetivas construídas<br />
cotidianamente pela interação dos sujeitos das práticas pedagógicas. Uma prática<br />
curricular consistente somente pode ser encontrada no saber dos sujeitos praticantes<br />
do currículo, sendo, portanto, s<strong>em</strong>pre tecida <strong>em</strong> todos os momentos.<br />
Nessa perspectiva, <strong>em</strong>erge uma nova compreensão de currículo. Não se fala de<br />
um produto que pode ser construído seguindo modelos preestabelecidos, mas de<br />
um processo por meio do qual os praticantes do currículo constro<strong>em</strong> e reconstro<strong>em</strong><br />
<strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong> Currículos <strong>em</strong> EJA: saberes e práticas de educadores<br />
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Sujeitos da EJA e<br />
o currículo