Educação em Rede - Sesc
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Sujeitos da EJA e<br />
o currículo<br />
ridades dessa modalidade de ensino. Desse modo, o currículo se configurará <strong>em</strong><br />
um instrumento importante e real do processo ensino-aprendizag<strong>em</strong>, que segundo<br />
Santiago (1990, p. 50) “é compreendido como instrumento básico da organização e<br />
do funcionamento da escola e é através dele que se faz a transmissão, ampliação e<br />
apropriação do saber”.<br />
Ao refletirmos sobre a afirmação de Santiago, dev<strong>em</strong>os fazer uma análise sobre<br />
o que o currículo escolar deve refletir <strong>em</strong> relação aos propósitos da escola e<br />
da escolarização, pondo <strong>em</strong> foco questões tais como: o que e como se aprende na<br />
escola? A qu<strong>em</strong> interessa e a serviço de qu<strong>em</strong> está o que é aprendido? Como pod<strong>em</strong>os<br />
fazer para d<strong>em</strong>ocratizar o que é discutido nas escolas de forma a não excluir<br />
os conhecimentos dos diferentes segmentos sociais, s<strong>em</strong> anular identidades ou<br />
segregar saberes? que conteúdos são necessários a jovens e adultos que buscam<br />
uma escolarização tardia? Como romper com a “clausura” que a escola ainda vive<br />
<strong>em</strong> relação à dinâmica social de nossos dias? As respostas a esses questionamentos<br />
nos permit<strong>em</strong> externar conflitos e alternativas que dev<strong>em</strong> fazer parte do cotidiano<br />
de nossas escolas na construção de um currículo a partir dos dil<strong>em</strong>as da sociedade<br />
d<strong>em</strong>andados <strong>em</strong> nosso t<strong>em</strong>po. Baseando-nos na Declaração de Jomtien (in OLIVEI-<br />
RA e PAIVA, 2004, p. 9), entend<strong>em</strong>os que:<br />
(...) a escola deverá incorporar efetivamente os conhecimentos – conteúdos e competên-<br />
cias – necessários para que o indivíduo possa desenvolver-se física, afetiva, intelectual e<br />
moralmente, a fim de des<strong>em</strong>penhar-se com autonomia no âmbito político, econômico e<br />
social no seu contexto de vida.<br />
Nas últimas décadas, as transformações d<strong>em</strong>ográficas e culturais deixaram explícito<br />
o peso da diversidade, colocando-a no centro do debate e das práticas educativas.<br />
Um currículo é hoje multicultural, seja qual for o sentido que queiramos<br />
atribuir à raiz do termo cultura.<br />
O currículo multicultural cont<strong>em</strong>pla os conhecimentos, as atitudes e as competências<br />
que, numa sociedade e num certo momento, são considerados relevantes,<br />
tendo <strong>em</strong> conta as características da população escolar, as finalidades e propósitos<br />
do sist<strong>em</strong>a educativo. Ignorar essa diversidade, como variável constante na construção<br />
e realização do currículo, significa ignorar muitos daqueles saberes e atitudes,<br />
b<strong>em</strong> como o princípio da igualdade de oportunidades educativas. A razão de<br />
ser e grande finalidade da teoria e da prática de organização e desenvolvimento<br />
curricular é, e s<strong>em</strong>pre foi, a concepção e realização das melhores formas de adequar<br />
o currículo à diversidade a que se destina.<br />
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