26.04.2013 Views

Educação em Rede - Sesc

Educação em Rede - Sesc

Educação em Rede - Sesc

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

70<br />

Sujeitos da EJA e<br />

o currículo<br />

sociais (identidade de gênero, etnias, classe social, linguag<strong>em</strong> cultural, deficientes<br />

físicos e outros), educacionais, políticas, econômicas e principalmente culturais, no<br />

sentido amplo de cultura.<br />

Isso significa que o currículo não é el<strong>em</strong>ento inocente e neutro, mas está vinculado<br />

às relações de poder e de produtividade (dominados e dominantes), transmitindo<br />

visões sociais particulares e intencionais e influenciando a construção de<br />

identidades individuais e sociais.<br />

Durante anos prevaleceu a concepção de currículo apenas como seleção de<br />

conteúdos e disciplinas organizados <strong>em</strong> uma grade curricular. A partir da década<br />

de 1980 as teorias pós-críticas surg<strong>em</strong> derrubando o paradigma curricular vigente<br />

e apresenta uma nova concepção de currículo, na qual deveriam ser considerados<br />

diferentes saberes até então ausentes <strong>em</strong> sua configuração, incluindo as questões<br />

das diferentes identidades, poderes, gêneros e espaços.<br />

Segundo Tomaz Tadeu da Silva (2007, p. 147),<br />

(...) depois das teorias críticas e pós-críticas do currículo torna-se impossível pensar o currí-<br />

culo simplesmente através de conceitos técnicos como os de ensino e eficiência ou de ca-<br />

tegorias psicológicas como as de aprendizag<strong>em</strong> e desenvolvimento ou ainda de imagens<br />

estáticas como as de grade curricular e lista de conteúdos.<br />

Uma questão central de qualquer teoria de currículo, s<strong>em</strong> dúvida, é saber qual<br />

conhecimento deve ser ensinado. O que ensinar? O que saber? O currículo é s<strong>em</strong>pre<br />

resultado de uma seleção? Por que esses e não aqueles conhecimentos dev<strong>em</strong> ser<br />

ensinados e aprendidos? Por isso, talvez, a conceituação devesse ser menos ontológica<br />

(o que é currículo?) e muito mais histórica (como, <strong>em</strong> diferentes momentos e<br />

<strong>em</strong> diferentes teorias educacionais, o currículo v<strong>em</strong> sendo concebido?).<br />

Nas teorias de currículo, a pergunta “o que saber?” nunca está separada de uma<br />

outra pergunta fundamental e precedente: o que os/as estudantes dev<strong>em</strong> ser ou<br />

se tornar? Esta concepção de currículo, abrangendo não só o saber e o saber fazer,<br />

mas também o ser e o conviver, nos conduz a repensar e refletir as relações que se<br />

estabelec<strong>em</strong> no currículo, analisando os interesses, as implicações e os benefícios<br />

envolvidos na inclusão de determinados conhecimentos, experiências e práticas<br />

culturais vividas por nossos estudantes, respeitando seus saberes, proporcionando<br />

o diálogo com outras experiências e promovendo a construção de uma pedagogia<br />

crítica.<br />

Serviço Social do Comércio <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!