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Educação em Rede - Sesc

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50<br />

As teorias<br />

críticas do<br />

currículo e o<br />

processo de<br />

execução,<br />

construção e<br />

ressignificação<br />

de práticas<br />

curriculares na<br />

<strong>Educação</strong> de<br />

Jovens e Adultos<br />

Assim, para esse debate curricular, qu<strong>em</strong> são esses indivíduos?<br />

Miguel Arroyo (2001) afirma que os sujeitos da EJA são, <strong>em</strong> sua grande maioria,<br />

trabalhadores urbanos e rurais, oprimidos e pobres, tendo como destaque nesse grupo<br />

a participação da população mestiça e negra, ou seja, sujeitos expulsos dos bancos<br />

escolares ou que não tiveram oportunidade de ingressar na escola na idade desejada.<br />

Por que eles fracassam?<br />

Para os teóricos críticos, isso ocorre porque os currículos <strong>em</strong> que os sist<strong>em</strong>as<br />

educacionais estão baseados privilegiam o capital cultural dos grupos economicamente<br />

dominantes.<br />

Nesse sentido, o processo de aprendizag<strong>em</strong> é monocultural e não dialógico, <strong>em</strong><br />

que determinados valores e conteúdos, selecionados pelos currículos oficiais, são impostos<br />

e cobrados <strong>em</strong> provas e testes, que, <strong>em</strong> última instância, vão determinar qu<strong>em</strong> é<br />

capaz ou não, através da manutenção ou expulsão do indivíduo dos bancos escolares.<br />

O distanciamento entre o conhecimento e os sujeitos envolvidos nesse processo<br />

é outra marca da exclusão que as teorias críticas elucidaram. O currículo, comumente,<br />

é organizado de modo a cumprir o preenchimento de uma espécie de caixa vazia,<br />

onde o educador funciona como el<strong>em</strong>ento detentor do conhecimento e o educando,<br />

passivamente, recebe o esperado conteúdo. Essa distância, frequent<strong>em</strong>ente, cria<br />

um ambiente pernicioso para o desenvolvimento da aprendizag<strong>em</strong> do aluno. Os<br />

conteúdos não faz<strong>em</strong> parte do universo experimental da criança, jov<strong>em</strong> ou adulto,<br />

não levam <strong>em</strong> consideração as experiências, o universo já vivido pelo educando.<br />

O conceito de “probl<strong>em</strong>atização” surge como uma possibilidade de questionamento<br />

do que é apreendido, do que faz<strong>em</strong>os e viv<strong>em</strong>os na sociedade e na educação<br />

formal. Educar s<strong>em</strong> aquela pretensa neutralidade das teorias tradicionais. A<br />

dimensão que a educação e o conhecimento ganham é a de estar<strong>em</strong> voltados para<br />

uma prática reflexiva do educador e do educando.<br />

As práticas curriculares, na perspectiva das teorias críticas, dev<strong>em</strong> obedecer a<br />

critérios que deix<strong>em</strong> claro que a construção do conhecimento estará a serviço da<br />

identificação dos conflitos e das disputas existentes no seio da sociedade. Longe de<br />

pretender neutralidade, é a clara intenção de que no processo de elaboração do conhecimento<br />

haja estímulo à conquista de valores culturais, políticos, éticos voltados<br />

para a transformação social.<br />

Serviço Social do Comércio <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong>

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