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Educação em Rede - Sesc

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44<br />

As teorias<br />

críticas do<br />

currículo e o<br />

processo de<br />

execução,<br />

construção e<br />

ressignificação<br />

de práticas<br />

curriculares na<br />

<strong>Educação</strong> de<br />

Jovens e Adultos<br />

processo, não ocorre a ampliação do capital cultural dos filhos dos trabalhadores,<br />

que mantêm-se <strong>em</strong> patamares baixos, e completa-se, assim, o ciclo da reprodução<br />

cultural. É, essencialmente, através dessa reprodução cultural, por sua vez, que as<br />

classes sociais se perpetuam, garantindo, então, o processo de reprodução social.<br />

As questões propostas pelas teorias críticas começam, a partir dos anos de 1980,<br />

a sofrer críticas e questionamentos. Numa visão mais pragmática, tais pressupostos<br />

tinham um caráter extr<strong>em</strong>amente determinista, e seus mecanismos de análise colaboravam<br />

para o imobilismo dos sujeitos da escola e, <strong>em</strong> última instância, anunciavam<br />

a manutenção das estruturas sociais. Assim, para esses autores que elaboram<br />

esses questionamentos, a teoria crítica passa a viver um impasse teórico. Esses argumentos<br />

que tentam elucidar a “crise da teoria crítica” indicam o nível extr<strong>em</strong>amente<br />

abstrato do discurso crítico e a dificuldade de tal discurso ser operacionalizado e<br />

incorporado pelos docentes <strong>em</strong> suas práticas cotidianas e, dessa forma, contribuir<br />

para a renovação das práticas curriculares (MOREIRA, 2003).<br />

As teorias pós-críticas do currículo surg<strong>em</strong> no final do século xx, procurando,<br />

então, estabelecer uma conexão entre as questões trazidas pelas teorias críticas do<br />

currículo, como poder, ideologia e identidade, e os aspectos centrais do multiculturalismo,<br />

relacionados às questões de gênero, raça, etnia e sexualidade.<br />

A tradição crítica enveredou para o campo da análise das determinações de<br />

classe do currículo. Já o multiculturalismo aponta que a variação da desigualdade<br />

<strong>em</strong> matéria de educação e currículo é fruto, também, de outras dinâmicas, como as<br />

de gênero, raça e sexualidade, e não pod<strong>em</strong> estar condicionadas única e exclusivamente<br />

à dinâmica de classe.<br />

As questões trazidas pelas teorias pós-críticas se assentam no debate que redimensiona<br />

o conceito de cultura. As contribuições do campo da antropologia possibilitaram<br />

o reconhecimento de que todas as culturas são equivalentes do ponto<br />

de vista epist<strong>em</strong>ológico e social. Através desse olhar, as várias culturas passam a<br />

ser consideradas como o resultado das diferentes maneiras pelas quais os diversos<br />

grupos humanos, submetidos a diferentes condições ambientais e históricas, consegu<strong>em</strong><br />

realizar o potencial de criação que seria traço comum de todo ser humano.<br />

A categoria central dessa perspectiva curricular é a do multiculturalismo, <strong>em</strong> seus<br />

diferentes enfoques.<br />

Serviço Social do Comércio <strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong>

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