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Educação em Rede - Sesc

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Começam a se estruturar, então, processos de formação de especialistas, a institucionalização<br />

de disciplinas e departamentos universitários, a criação de uma<br />

burocracia estatal especializada <strong>em</strong> currículo e reformas curriculares, além de uma<br />

significativa produção de material especializado sobre o t<strong>em</strong>a.<br />

Na perspectiva das teorias tradicionais do currículo, sedimentadas nesse momento,<br />

este seria reduzido a uma questão de organização das inúmeras tarefas<br />

dos agentes educacionais e, assim, atuariam de forma burocrática e mecânica.<br />

Definiam-se, ainda, habilidades a ser<strong>em</strong> desenvolvidas, sobretudo, mecanismos de<br />

acompanhamento e verificação escolares.<br />

Esse modelo curricular tradicional começa a sofrer contestação, a partir dos<br />

anos de 1970, no debate educacional nos EUA e na Europa, principalmente por não<br />

conseguir apresentar alternativas teóricas e práticas para uma questão central no<br />

processo de escolarização de massa: a repetência e a evasão de determinados grupos<br />

sociais. A teoria tradicional estava centrada numa perspectiva do currículo meramente<br />

técnica e prescritiva, não reconhecendo as relações de poder existentes na<br />

sociedade e sua estreita relação com a educação, currículo e fracasso escolar.<br />

As teorias críticas vão inserir nos debates curriculares novas reflexões e profundos<br />

questionamentos sobre o papel da educação e do currículo na reprodução da<br />

sociedade capitalista; e conceitos como ideologia, cultura e poder se constitu<strong>em</strong>,<br />

assim, no referencial básico para o entendimento das questões que circundam a<br />

escola e as práticas curriculares.<br />

Nessa perspectiva teórica, destaca-se a produção intelectual de autores como<br />

Louis Althusser, Jean-Claude Passeron e Pierre Bourdieu, que, através de conceitos<br />

básicos como ideologia, poder e cultura, vão ampliar a forma de conceber a educação<br />

e seu papel na manutenção das estruturas sociais. Esses autores vão influenciar<br />

de forma direta ou indireta os pressupostos das teorias críticas do currículo que vão<br />

se desenvolver posteriormente.<br />

Louis Althusser, <strong>em</strong> 1970, publica o livro Os aparelhos ideológicos de Estado, que<br />

se torna uma referência para as análises educacionais identificadas com a corrente<br />

marxista de pensamento. Nessa obra, Althusser faz a conexão entre educação, sociedade<br />

e ideologia, revelando a interseção desses para a manutenção do capitalismo.<br />

Assim, o autor afirma que a sociedade capitalista depende não só de seus el<strong>em</strong>entos<br />

econômicos para sua reprodução, mas também de artefatos ideológicos.<br />

<strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong> Currículos <strong>em</strong> EJA: saberes e práticas de educadores<br />

41<br />

As teorias<br />

críticas do<br />

currículo e o<br />

processo de<br />

execução,<br />

construção e<br />

ressignificação<br />

de práticas<br />

curriculares na<br />

<strong>Educação</strong> de<br />

Jovens e Adultos

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