Educação em Rede - Sesc
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Por isso mesmo, o educando não pode abrir mão de uma educação permanente<br />
e da formação continuada, pois não se trata de especializar ou tecnicizar, mas, sim,<br />
investigar, formular hipóteses, fazer ciência, filosofar. Essa é a “revolução cidadã” de<br />
que tanto necessita o nosso país. E, sabendo de sua importância, alguns movimentos<br />
sociais no Brasil do t<strong>em</strong>po presente já se deram conta de que não poderão abrir<br />
mão da escola, e, por isso mesmo, discut<strong>em</strong>, constro<strong>em</strong>, aperfeiçoam seus projetos<br />
de educação <strong>em</strong> todos os segmentos, incluindo a EJA; agora já não mais com intuitos<br />
de fortalecer sua militância, mas também de ampliar os limites e a capacidade de<br />
seus atores de atuar na luta do dia a dia, na construção de alianças, na elaboração de<br />
alternativas para os probl<strong>em</strong>as que extrapolam seus interesses corporativos.<br />
O papel da EJA não se esgota, pois ela representa não o compromisso de produzir<br />
alunos certificados, mas cidadãos conscientes de que a educação é um ato<br />
cotidiano. A produção do conhecimento e a partilha de saberes são ações que não<br />
se encerram na sala de aula, mas, ao passar por ela, dev<strong>em</strong> sofrer uma dinamização<br />
impulsionadora, que t<strong>em</strong> outras etapas e deve ser permanent<strong>em</strong>ente renovada. E<br />
essa descoberta envolve os próprios profissionais de ensino a ela dedicados, pois<br />
é fundamental que se rompa com uma visão mecanicista de educação, ligada ao<br />
ensino de conteúdos, na perspectiva de uma educação bancária, passiva e apassivadora,<br />
que aliena ao invés de <strong>em</strong>ancipar, que desumaniza ao invés de humanizar<br />
(RUMMERT, apud DE VARGAS et all, 1999, p. 39-49).<br />
Portanto, todos os aspectos até aqui abordados nos r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> ao verdadeiro<br />
educador freireano, que é aquele que educando se educa, e, portanto, também<br />
ele se torna, <strong>em</strong> última análise, um sujeito da educação. Já não mais atua como<br />
professor que transmite verdades prontas e acabadas, mas, sim, como educador,<br />
mediador, companheiro de luta, solidário com aqueles com os quais compartilha<br />
experiências de vida. Na verdade, ele próprio também se nutre delas, renovando<br />
sua prática didático-pedagógica, criticando-a e reavaliando-a, para, assim, mantê-la<br />
viva e fecunda, constituindo-se <strong>em</strong> fonte inesgotável de ampliação do conhecimento,<br />
que é um b<strong>em</strong> coletivo.<br />
Se, no passado, o papel da <strong>Educação</strong> de Jovens e Adultos era meramente reparador,<br />
s<strong>em</strong> sequer dar conta da equalização, e menos ainda da qualificação, urge<br />
consolidá-la como um segmento da educação, pelo quanto pod<strong>em</strong>os ver que sua<br />
relevância hoje faz com que se equipare a qualquer um dos outros segmentos tradicionais<br />
já existentes. E esse fato não se faz confirmar meramente por causa da<br />
realidade dos números e estatísticas da educação no país, mas também pelo fato<br />
<strong>Educação</strong> <strong>em</strong> <strong>Rede</strong> Currículos <strong>em</strong> EJA: saberes e práticas de educadores<br />
35<br />
EJA: de ensino<br />
supletivo à<br />
condição de um<br />
novo paradigma<br />
para a educação<br />
no t<strong>em</strong>po<br />
presente